SALVAÇÃO DOS MORTOS
Jesus Cristo tornou-se um espírito
ministrante (enquanto Seu corpo jazia no sepulcro) aos espíritos em prisão,
para cumprir uma importante parte de sua missão, sem a qual Ele não poderia ter
aperfeiçoado seu trabalho, ou entrado em seu descanso...Não deveria ser mais
incrível para Deus salvar os mortos, do que levantar os mortos. (História da Igreja 4:425)
Uma das doutrinas distintas da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias tem a ver com a salvação dos mortos. Joseph Smith
ensinou que o Senhor providenciou um meio, através do qual, os espíritos dos
mortos que não tiveram a oportunidade de aceitar a mensagem da expiação e as
ordenanças associadas a ela, poderiam fazê-lo no mundo dos espíritos (conhecido como Sheol no Hebraico e Hades no Grego,
embora frequentemente traduzido como INFERNO na versão do Rei Tiago da Bíblia) [1]
Muitos Cristãos geralmente pensam que na
hora da morte todos são designados ao céu ou ao inferno, apesar do fato de que
a Bíblia fala de um julgamento que acontecerá na época da ressurreição (Apocalipse
20:12-14). Em um discurso proferido em 1843, Joseph Smith
declarou, “Hades do Grego, ou Shaole do Hebraico, estes dois termos querem
dizer mundo de espíritos. Hades, Shaole, paraíso, espíritos em prisão, são
todos em um: é o mundo dos espíritos. Os Justos e os iníquos todos irão para o
mesmo mundo dos espíritos até a ressurreição” (História
da Igreja 5:425).
Tertuliano (cerca de
A Missão de Cristo no Mundo dos Espíritos
Em anos recentes, tem se tornado popular para alguns
críticos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias rejeitarem o
significado claro de 1 Pedro 3:18-20 e negar que o Cristo, entre o tempo de sua
morte e ressurreição, visitou os espíritos dos mortos.[6]
Que a visita a esfera dos espíritos foi uma questão de fé é indicado por sua
inclusão como um artigo no tão chamado “Credo dos Apóstolos” e na Parte II da
“Fé do Santo Atanásio”, como também pelo fato que é aceito na Igreja Católica
Romana e igrejas orientais, e é conhecido como a “descida ao inferno” ou “tomada
do inferno” (hades, o reino dos mortos). [7] Em
muitos dos primeiros registros,[8]
como também em pinturas das eras Bizantina, medieval, e da Renascença, Cristo é
representado como destruindo os “portões do inferno [Hades].” [9]
Primitivos escritores Cristãos entenderam que os
comentários de Paulo em Efésios 4:9 se referiam a visita de Cristo ao mundo dos
espíritos.[10]
O apóstolo tinha escrito que Cristo “desceu primeiro as partes baixas da
terra.” Irineu explicou a passagem como se referindo a visita de Cristo “[aqueles]
que desde o início…tinham temido e amado a Deus” antes do tempo de Cristo na
mortalidade (Contra as Heresias 4.22.1-2).[11]Ele
também escreveu que “O Senhor caminhou pelo meio do vale da morte,’ [Salmos
23:4] onde as almas dos mortos estavam…Seus discípulos também, em cujos
registros o Senhor passou por estas coisas, deverão prosseguir para o lugar
invisível alocado para eles por Deus. E eles permanecerão lá até a ressurreição,
aguardando este evento” (Contra as Heresias
5:3.1.1).[12]
Tertuliano notou que Cristo foi no Hades pregar aos
patriarcas, profetas, e mártires, e os tiraram do Hades para uma outra divisão
do Hades chamada Paraíso (Um Tratado sobre a
Alma 55-56).[14]
Agostinho, o bispo do quarto século de Hippo, escreveu extensivamente sobre a
visita de Cristo ao mundo dos espíritos para pregar aos mortos, tentando
resolver algumas questões sobre a natureza deste evento (Letters 163-4, uma
investigação de Euodius e resposta de Agostinho).[15]
Ele imaginou, por exemplo, porque Pedro escreveu que Cristo foi em espírito a
geração dos descrentes dos tempos de Noé e porque ele não teria pregado aos
outros que tinham morrido desde o dilúvio. Joseph Smith, sem estar ciente das
preocupações de Agostinho, resolveu o problema ao notar que Cristo “pregou ao espíritos
em prisão; alguns dos quais
foram desobedientes nos dias de Noé” (JST 1
Pedro 3:19-20), ênfase adicionada).
O Evangelho de Pedro 10:41 pseudo-epigrafado relata
que os soldados encarregados de guardar a tumba de Jesus, o viram sair da tumba
em companhia de dois anjos e subindo aos céus, de onde veio uma voz
perguntando: “Tens tu pregado aqueles que dormem?”, e da direção da cruz se
ouviu a resposta, “Sim.’” [16]
Alguém poderia certamente questionar o evento, que parece ter sido escrito para
explicar a primeira epistola canônica de Pedro, mas a passagem claramente
reflete a crença dos primeiros Cristãos com respeito a missão de Cristo no
mundo dos espíritos.
Um outro evangelho pseudo-epigrafado diz que o
apostolo Bartolomeu pergunta ao Cristo ressuscitado onde ele foi na ocasião de
sua morte. Jesus responde, “Eu fui ao submundo resgatar Adão e todos os patriarcas,
Abraão, Isaque e Jacó” (Evangelho de
Bartolomeu 1:9) Ele então descreve como o hades tremeu com sua
chegada e como ele demoliu seus portais (i.e. as “portões do inferno”).[17] Um
outro texto pseudo-epigrafado, o Evangelho de Nicodemos,
fala da “descida de Cristo ao inferno,” referindo-se ao mundo dos espíritos. De
acordo com este relato, quando o Salvador se aproximou da esfera dos espíritos,
João o Batista, que tinha morrido alguns anos antes, começou a pregar aos
mortos,[18]
convidando-os a se arrependerem porque eles poderiam agora ser salvos. Cristo
então levou os mortos justos para o paraíso e os entregou ao arcanjo Miguel, logo
após os mesmos foram batizados no Rio Jordão.[19]
Hippolytus, um escritor Cristão do terceiro século, conhecia esta tradição e
escreveu que João “primeiro pregou para aqueles no Hades, tornando-se um
precursor lá quando ele foi posto a morte por Herodes, que lá também ele
pudesse pessoalmente chamar o Salvador para que viesse resgatar as almas dos
santos das garras da morte.” [20] O
bispo Gregório de Nazienzo do quarto século concordou com este ponto de vista,
escrevendo “Quem foi o precursor de Jesus? João, a voz do verbo, a lâmpada da
Luz, diante de quem ele até mesmo saltou no útero, e a quem ele precedeu no
Hades, lugar para onde ele foi despachado pela ira de Herodes, para até mesmo
anunciar Aquele que estava prestes a vir (Oração
Funeral sobre o Grande Basil, Bispo de Cesárea 75). [21]
Inácio, um bispo do final do primeiro século, escreveu
que Cristo “desceu, de fato, ao Hades sozinho, mas ele se levantou acompanhado
por uma multidão, e partiu este meio de separação que tinha existido desde o
fundação do mundo, e destruiu a muralha de sua partição.” (Epístola aos Tralianos 9).[22] A
demolição da partição tornou possível para os justos mortos pregarem as boas novas
aqueles na prisão. Outros proeminentes Cristãos que discutiram a visita de
Cristo ao mundo dos mortos são os escritores do segundo século, Melito de Sárdis
(Sobre a Páscoa 102),[23] e
Tertuliano (Um Tratado sobre a Alma 55).[24] O
registro é também incluído como um apêndice a uma das cartas supostamente
enviada por Jesus ao rei Sírio Abigaro (Eusébio,
História Eclesiástica 1:13).[25]
“Eu acredito, portanto, que todos os
Santos que saem desta vida permanecerão em algum lugar situado na terra, o qual
as santas escrituras chamam de paraíso, como em algum lugar de instrução, ou em
outras palavras, classe ou escola das almas, em que eles são instruídos
referente a todas as coisas que eles tinham visto na terra, e estão designados
a receber também alguma informação relacionadas a coisas que se seguirão no
futuro...Se qualquer um de fato for puro de coração, e santo na mente, e mais
praticante na percepção, ele fará um progresso mais rápido, ligeiramente
ascendendo a um lugar no ar, e alcançar o reino dos céus, através das mansões, propriamente
dito, nos vário us lugares que os Gregos tem nomeado como esferas. (De Principiis
2,11,1) [27]
No livro Pastor de
Hermas, abundantemente lido na primitiva igreja Cristã e
realmente incluído em algumas das mais antigas Bíblias conhecidas,[28] o
guia angélico de Hermas disse a ele que “estes apóstolos e professores que
pregaram o nome do Filho de Deus, depois de adormecer [morrendo] no poder e na
fé do Filho de Deus, pregaram no não somente para aqueles que dormiam, mas os próprios
também concederam a eles o selo da pregação [batismo].[29]
De acordo, os apóstolos desceram com eles na água e subiram novamente...Pois
tais dormiram em retidão e em grande pureza. Eles simplesmente não tinham este
selo” (Similitude 9:16).[30] A passagem é favoravelmente
citada por Clemente de Alexandria em Stromata
2.9 [31]e
novamente em Stromata 6.6. De
fato, Clemente devotou um capitulo inteiro (6.6) a discussão da visita de
Cristo ao Hades, o mundo dos mortos:
“Com
este propósito o Senhor pregou o Evangelho para aqueles
que se encontravam no Hades. Em conformidade as escrituras dizem,
“Hades diz para
a Destruição, Nós não temos visto Sua
forma, mas nós ouvimos Sua voz.” Não é
simplesmente o lugar, que as palavras acima dizem, ouviram a voz, mas
aqueles
que foram colocados no Hades e tem se abandonado a
destruição... Eles, então,
são aqueles que ouvem o poder divino e a voz...E tem sido
mostrado também, no
segundo livro de Stromata, que
os apóstolos, seguindo seu Senhor, pregaram o evangelho aqueles que se
encontram no Hades. Pois foi requisito, em minha opinião, que assim como é aqui,
lá também é, o melhor dos discípulos deveriam ser imitadores do Mestre; para
que Ele pudesse trazer o arrependimento aqueles pertencente aos Hebreus, e eles
os Gentios; isto é, aqueles que tinham vivido em retidão de acordo com a lei e
filosofia, que tinham encerrado suas vidas não perfeitamente, mas
pecaminosamente. Pois era coerente para a administração divina, que aqueles que
possuíam maior valor em retidão, e cujas vidas tinham sido proeminente, em
arrepender-se de suas transgressões, embora encontrados em um outro lugar,
contudo sendo confessadamente contados entre os números de pessoas do Deus Todo
Poderoso, deveriam ser salvos, cada um de acordo com seu conhecimento
individual...Se, então, o Senhor desceu ao Hades com algum outro propósito a
não ser o de pregar o evangelho, como de fato Ele desceu; foi então para pregar
o evangelho a todos ou então para os Hebreus somente...é evidente que aqueles,
também, que estavam fora da lei, tendo vivido corretamente, em conseqüência da
natureza particular da voz, embora eles estivessem no Hades e nesta divisão, em
ouvir a voz do Senhor, seja por sua própria pessoa ou seja através de Seus
apóstolos, como toda pressa mudaram e acreditaram. É evidente que aqueles,
também, que estavam fora da lei, tendo vivido corretamente, em conseqüência da
particular natureza da voz, embora estejam no Hades em uma divisão, em ouvir a
voz do Senhor, seja por Sua própria pessoa ou agindo através dos apóstolos, com
toda pressa mudaram e acreditaram...o que então? A mesma dispensação não foi
obtida no Hades, para que mesmo lá, todas as almas, ao ouvirem a proclamação,
pudessem demonstrar arrependimento ou confessar que suas punições foram justas,
porque eles não acreditaram?...Se, então, Ele pregou o Evangelho aqueles na
carne, para que eles não fossem condenados injustamente, como é concebível que
Ele não pregou o evangelho pela mesma causa para aqueles que tinham partido
desta vida antes de Seu advento?[32]
A declaração de Clemente que outros seguidores justos
de Cristo também pregaram aos mortos é uma crença apoiada em uma moderna
revelação ao Presidente Joseph F. Smith (D
& C 138:29-32), ao escrever que Cristo organizou os justos
mortos para pregarem aqueles que não tinham ouvido a mensagem do evangelho.[33] De
maneira semelhante, Hipólito escreveu sobre o Salvador dizendo que “Ele estava incluído
entre os mortos, pregando o Evangelho as almas dos Santos, (e) pela morte
sobrepujando a morte” (Tratado sobre Cristo e
o Anti-Cristo 26).[34]
Em seu texto Sobre Salmos 109 ou 110,
1, ele escreveu “Que [Cristo] libertou dos infernos mais baixos o primeiro
homem feito na terra, quando perdido e atado pelas correntes da morte; Ele que
veio de cima, e exaltou o homem nascido na terra nas alturas; Ele que tem se
tornado o pregador do Evangelho aos mortos, o redentor das almas, e da
ressurreição dos que foram sepultados.” [35]
Alguns dos primeiros textos Cristãos mencionam a
visita de Cristo no Hades com o propósito de trazer os mortos de volta a vida
através da ressurreição. Por exemplo, Atanásio, um renomado bispo de Alexandria
do quarto século, disse que Cristo “Abriu os portões de latão, Ele demoliu fechaduras
de ferro, e Ele tomou as almas que estavam em Amento [mundo dos mortos] e os
levou a Seu Pai...Agora as almas Ele tirou de Amento [mundo dos mortos],[36] porém
os corpos Ele levantou na terra” (Discurso do
Patriarca Atanásio Concernente a Alma e o Corpo).[37]
O texto A Epístola dos
apóstolos, conhecido através de uma versão completamente Etíope,
um manuscrito fragmentário do quinto século escrito em Latim (agora em Viena) e
um manuscrito Cóptico mutilado do quarto ou quinto século no Cairo, coloca as
seguintes palavras na boca de Jesus, visitando seus apóstolos depois da
ressurreição:
“Para este fim fui ao lugar de Lázaro, e preguei aos
justos e aos profetas, para que eles pudessem vir adiante do resto que está
abaixo e subir para aquilo que esta (acima) ...(Nisto que Eu estendo minha mão
sobre eles...da vida e do perdão e da liberdade de tudo aquilo que é maligno,
como eu tenho feito para vós e para aqueles que crêem em mim.” (Epístola dos Apóstolos 27) [38]
Na versão Etíope, o Cristo ressuscitado diz a seus
apóstolos, “Com relação a este relato eu tenho descido e falado com Abraão e
Isaque e Jacó, com seus pais os profetas, e tenho trazido a eles novas que eles
podem sair de seus descansos que está abaixo nos céus, e os tenho dado o
batismo de vida e do perdão e por toda iniqüidade neles contida, portanto a
partir de agora isto também se entende àqueles que crêem
Em uma das versões do texto Armênio Concernente a Adão, Eva e a Encarnação 58, os dois anjos dizem as mulheres na tumba que
Cristo “tem destruído o Inferno; ele tem libertado Adão com toda sua semente.” [40] O
texto Etíope Conflito de Adão e Eva tem
o Cristo pré-mortal (chamado “O verbo de Deus”) dizendo a Adão sobre “o dia
O texto pseudo-epigrafado Martírio e Ascensão de Isaías 4:21-22 fala
“da descida do Amado ao Sheol,” a esfera dos mortos, e nota que este evento
tinha sido predito em Isaias 52:13 (onde a versão Grega Septuaginta se refere a
Deus falando de “meu filho”), nos Salmos, na parábola de Davi o filho de Jessé,
e nos Provérbios de Salomão seu filho, e nas palavras de Kora e de Ethan o
Israelita e nas palavras de Asaph, naqueles que não tem nenhum nome escrito, e nas
palavras de Amós [Amós na versão KJB] meu Pai e de Oséias o profeta, e de Miquéias,
e de Joel, e de Neemias, e de Jonas, e de Obadias, e de Habacuque, e de Ageu, e
de Sofonias, e de Zacarias, e de Malaquias, e nas palavras do justo José, e nas
palavras de Daniel.”[43] O
texto também fala do Pai dizendo a Cristo, “Tu descerás pelo do firmamento e
através daquele mundo tanto quanto o anjo que (está) em Sheol, mas tu não
deverás chegar até a Perdição” (Martírio e
Ascensão de Isaias 10:8-9).[44]
Sheol é o termo Hebraico denotando o mundo dos mortos, enquanto que Perdição é
o domínio do demônio, aquilo que chamamos de prisão dos espíritos.
Moises Gaster, numa compilação de “Visões Hebraicas do Inferno e do Paraíso,”
cita o parágrafo 20 da Revelação do Rabi
Joshua ben Levi, em que descobrimos a crença de que somente o
Messias pode abrir os portões de Sheol, o mundo dos mortos:
Aqui então temos uma indicação clara proveniente de
uma fonte rabínica de que o Messias abriria os portões do sheol, a esfera dos
mortos, e liberaria seus espíritos prisioneiros. As ações de Jesus de levar sua
exultante mensagem aos espíritos dos mortos e os liberando podem ser refletida
na citação de Isaias 61:1-2 na sinagoga de Nazaré, dizendo que ele iria “proclamar
liberdade aos cativos” (Lucas 4:17-20).
A visão do Rabi Joshua traça um paralelo com um dos
textos pseudo-epigrafados Odes de Salomão,
no qual o Salvador diz, “O Sheol me viu e eu fiquei quebrado em pedaços, e
a Morte me ejetou e muitos juntamente comigo...Eu fiz uma congregação de vivos
entre seus mortos; e Eu falei com eles através de lábios vivos; a fim de que
minha palavra não pudesse falhar. E aqueles que tinham morrido correram em
minha direção; e eles choraram e disseram, “Filho de Deus, tenha piedade de
nós. E nos trate de acordo com sua bondade, e nos retire das correntes das
trevas. E abra para nós a porta pela qual possamos ir até onde estás, pois
sentimos que nossa morte não se aproxima de ti. Que possamos também ser salvos
contigo, porque tu és o Salvador.” Então eu ouvi as vozes deles, e coloquei a
fé destes em meu coração. E eu coloquei meu nome sobre suas cabeças, porque
eles estão livres e são meus” (Odes de Salomão
4211, 14-20).[50]
Ao historiador Judeu Josefo do primeiro século A.D. é atribuído
a honra de ser o autor de um texto intitulado Discurso
aos Gregos Concernente ao Hades,
embora seja claramente um
documento Cristão que utiliza da parábola de Cristo em
Lucas 16:19-31 e de
outras passagens do Novo Testamento. Este texto fala do Hades, onde as
almas
dos retos e iníquos são detidas,“ dizendo que
“esta região é permitida como um
lugar de custódia para almas,” enquanto que os
iníquos são punidos em uma
região contendo “certo lugar designado, como um lago de
fogo inextinguível” em
que “ninguém nunca tinha sido lançado até
então.” Por outro lado, os retos “estão
agora confinados no Hades, mas não no mesmo lugar onde os
injustos estão
confinados.” Aqui “eles esperam por aquele descanso e vida
eterna nos céus, que
é para se suceder desta região. Este lugar nós
chamamos de Seio de Abraão.” Os
iníquos são mantidos “como prisioneiros”
pelos “anjos designados sobre eles para
censurá-los e ameaça-los.” “Este é o
procedimento concernente ao Hades, onde as
almas de todos os homens são confinadas até a
estação própria, que Deus
determinou, onde ele fará uma ressurreição de
todos os homens entre os mortos.”
(Discurso aos Gregos Concernente ao Hades
1-5).
Um texto medieval Judeu atribuído ao Judeu Rabi Akiba
indica que, no dia da redenção, o Senhor estará sentado no Paraíso explicando o
Torá quando ele ouvir vozes do Gehena respondendo, “Amém.” Em resposta, ele
enviará os anjos Miguel e Gabriel com as chaves para abrir os portões do Gehena,
e tirar de lá estas almas arrependidas. O texto continua:
O que, então, fazem Miguel e Gabriel? Naquela hora
eles seguram as mãos de cada um dos iníquos e os puxa para cima, como um homem
que levanta seu companheiro e o puxa de dentro do buraco para cima...e Gabriel
e Miguel permanecem sobre eles naquela hora, e os lava, e os unge com óleo, e
os cura das feridas do Gehena, e os veste com boas e bonitas vestiduras, e os
leva pelas mãos, e os traz diante daquele que é Santo, abençoado seja Ele...E
quando eles chegam ao portão do Jardim do Éden, primeiro Gabriel e Miguel
entram e se aconselham com aquele que é Santo, abençoado seja Ele, e reponde a
eles dizendo: Deixe os entrar e ver minha Glória.” (Midrash Alfa Beta di-Rabi Akiba) [51]
SUMÁRIO:
A visita de Cristo ao mundo dos espíritos tem sido
conhecida por muito tempo entre os Cristãos, embora não seja mais enfatizada em
nossos dias e é, de fato, negada por alguns detratores da Igreja de Cristo.
Alguns destes críticos rejeitam totalmente o significado evidente das palavras
de Pedro e sugerem outros significados. Eles o fazem em grande parte como uma
tentativa de refutar a prática do batismo pelos mortos. Para estar seguro,
Joseph Smith poderia ter aprendido sobre o conceito diretamente da Bíblia ou
através dos sermões que ele participou. Mas ele foi além disto e revelou o
princípio de batismo pelos mortos, o qual faz sentido somente se os espíritos
dos mortos ouvirem o evangelho e ter uma oportunidade de aceitar ou rejeita-lo.
O capítulo 35 abrange o batismo pelos mortos em termos de sua prática na antiguidade.
Baseado nas pesquisas feitas por Richard L. Anderson, Barry R. Bickmore,
Edward Tanner Jones, Hugh Nibley, Mathew P. Roper, John A. Tvedtness, e Kevin
Winters.
Traduzido
do original em Inglês para o Português por: Evandro M. Faustino
Para mais leitura sobe o
assunto:
Richard L. Anderson, “Baptism for the Dead,” appendix C in Anderson, Understanding Paul (Salt Lake City: Deseret, 1983)
Elma Fugal, “Salvation of the Dead,” in Daniel H. Ludlow, gen. ed., Encyclopedia of Mormonism (New York: Macmillan, 1992)
Hugh Nibley, “Baptism for the Dead in Ancient Times,” chapter 4 of Nibley, Mormonism and Early Christianity (Salt Lake City: Deseret and FARMS, 1987), 100-67.
Matthew P. Roper, “Salvation for the Dead: A Response to Luke Wilson,” in First Annual Mormon Apologetics Symposium: Proceedings (Ben Lomond, CA: Foundation for Apologetic Information & Research, 1999).
John A. Tvedtnes, “Baptism for the Dead in Early Christianity,” in Donald W. Parry and Stephen D. Ricks, The Temple in Time and Eternity (Provo: FARMS, 1999)
John A. Tvedtnes, “The Dead Shall Hear the Voice,” FARMS Review of Books 10/2 (1998).
[1] O termo moderno “inferno” originalmente
denotava o reino dos mortos, não necessariamente um lugar de tormento
[2] Alexander Roberts and James Donaldson, eds., Anti-Nicene Fathers (reprint
[3] Ibid., 3:187.
[4] Ibid., 3:231.
[5] A entrada de Cristo no mundo spiritual, a
partir do qual ele foi o primeiro a escapar, somente foi possível devido as
“chaves da morte e inferno” que ele possuía (Apocalipse 1:18; cf. 3:7). Ele
ortogou sobre Pedro as “chaves do reino dos céus,” dizendo que “sobre esta
rocha eu edificarei a minha Igreja; e os portões do inferno não prevaleceriam
contra ela” (Mateus 16:18-19). Com aquelas chaves seladora, os portões da
prisão spiritual poderiam ser abertos para libertar os espíritos cativos.
[6] Para
uma abordagem recente, ver Luke P. Wilson, “Does the Bible Teach Salvation for
the Dead? A Survey of the Evidence, Part I, in Heart and Mind
(January-March 1995): 1-4; “Did Jesus Establish Baptism for the Dead?”Heart
and Mind (January-March 1997): 1-4. Para uma revisão crítica destes dois
artigos, ver Matthew P. Roper, “Salvation for the Dead: A Response to Luke
Wilson,” in First Annual Mormon
Apologetics Symposium: Proceedings (Ben Lomond, CA: Foundation for
Apologetic Information & Research, 1999), e John A. Tvedtnes, “The Dead
Shall Hear the Voice,” FARMS Review of
Books 10/2 (1988). At this writing, all of these articles are available on
web sites.
[7] Para um
estudo mais profundo, ver John A. MacCulloch, The Harrowing of Hell: A
Comparative Study of an Early Christian Doctrine (Edinburgh: Clark,
1930). Estudos mais recentes incluem W. J. Dalton, Christ’s Proclamation to
the Spirits: A Study of 1 Peter 3:18-4:6, Analecta Biblica 23 (Rome:
Pontifical Biblical Institute, 1989), and Heidi J. Hornik and Mikael C.
Parsons, “The Harrowing of Hell,” Bible Review, June
[8] E.g., ver Eusébio, Proof of the Gospel
4.12, in W. J. Ferrar, ed. and transl., The Proof of the Gospel, Eusébio 2 vols. in one (reprint, Grand
Rapids: Baker, 1981), 1:186, 10.8 (ibid., 2:227); e Hippolytus, On Luke
[9] E.g., see T. F. Worthen, “The Harrowing of
Hell in the Art of the Italian Renaissance,” PhD dissertation (University of
Iowa, 1981). Um estudo mais recente por um Santo dos últimos Dias ainda não foi
publicado.
[10] Veja, por exemplo, Eusébio, Proof of the
Gospel 4.12, in W. J. Ferrar, ed. and transl., The Proof of the Gospel, Eusébio 2 vols. in one (reprint, Grand
Rapids: Baker, 1981), 1:86. Eusébio viu as palavras de Deus em Jó 38:16-17 como
sendo uma profecia da “descida de nosso Salvador ao Hades” (Proof of the
Gospel 5.20, ibid., 1:264).
[13] Ibid., 1:499.
[14] Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second
Series, 3:231; ver também 4:448. A pregação de Cristo aos patriarcas e profetas
mortos concorda com a visão do Presidente Joseph F. Smith conforme está
registrada em D&C 138.
[15] Philip Schaff, ed., Nicene and Post-Nicene Fathers, First Series (reprint, Peabody, Ma:
Hendrickson, 1994), 1:515-21.
[16] Wilhelm Schneelmecher (transl. R. McL.
Wilson), New Testament Apocrypha
(Louisville, KY: Westminster/John Knox, 1991), 1:225.
[17] Ibid., 1:541. Para uma discussão dos “portões
do inferno” de Mateus 16:18, ver o capítulo 42, Chaves do Sacerdócio.
[18] Na peça medieval “A Agonia do Inferno,” João
Batista anuncia a chegada de Cristo no mundo espiritual.
[19] Ibid., 1:521-6. Este registro é frequentemente
se refere ao tão chamado “Evangelho de Pilatos ou Atos de Pilatos, como
capítulos 171-27. Para a versão Latina do relato, ver ibid., 1:526-32. Em um
dos documentos de Chenoboskion (livros Gnósticos Cópticos encontrados em uma
jarra de barro no Egito em 1945), o
Livro Secreto de João, o “poder celestial” (a Mãe Celestial Gnóstica, ao invés
de Jesus) descreve a descida dela ao inferno, dizendo que em sua terceira
descida, ela desperta Adão e o sela com luz e água de tal forma que a morte não
mais tem poder sobre ele.
[20] Alexander Roberts and James Donaldson, Ante-Nicene Fathers, 5.213
[31] Ibid., 2:357.
[32] Ibid., 490-1.
[37] Ernest A. Wallis Budge, Coptic Homilies (London: Longmans, 1910), 271-2.
[38] Wilhelm Schneemelcher (translator R. McL.
Wilson), New Testament Apocrypha
(revision, Louisville, KY: Westminster/John Knox, 1992), 1:265. Montague Rhodes
James, The Apocryphal New Testament
(Oxford University Press, 1955), 494.
[39] Wilhelm Schneemelcher (translator R. McL.
Wilson), New Testament Apocrypha, 1:265. Para a tradução francesa, ver Louis Guerrier
and Sylvain Grébaut, Le Testament en
Galilée de Notre-Seigneur Jésus-Christ (Paris: Firmin-Didot, 1912), Patrologia Orientalis IX:210. Em outro
texto Etíope, Cristo desce ao Seol e traz para for a seus escolhidos, envia-os
ao jardim (Paraíso) sob a liderança de Dimas, um dos ladrões crucificados com
ele. Eles são detidos nos portões pelos serafins e querubins, a quem não lhes
permite passagem até que Dimas lhes mostre os escritos que Yeshua (Jesus) lhes
havia dado, escritos em seu próprio sangue. Ver Sir E. A. Wallis Budge, The Book of the Mysteries of the Heavens and
the Earth e Other Works of Bakhayla
Mîkâ’êl (Zôsîmâs) (Oxford, 1935), 135-137.
[40] Michael E. Stone, Armenian Apocrypha Relating to Adam and Eve (Leiden: Brill, 1996),
75.
[42] Ibid., 206.
[43] James H. Charlesworth, ed., The
Old Testament Pseudepigrapha (Garden City, NY: Doubleday, 1983), 2:162-3.
[44] Ibid., 2:173.
[45] Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second
Series, 13:197.
[48] Ibid., 1:451, 493-4, 499, 506, 510, 560. Em um
lugar, Irineu atribuiu a passagem a Isaías, em outro a Jeremias (a segunda
passagem concorda com Justino). Em “Contra as Heresia” 4.27.2, Irineu,
refletindo a antiga crença que os mortos habitavam em um mundo inferior,
escreveu, “O Senhor desceu as partes sob a terra, anunciando-lhes também as
boas novas de suas vinda, havendo remissões dos pecados para tantos quanto nele
acreditassem.”