Título: História da Igreja Cristã,
Volume I. Cristandade Apostólica
Autor:
Schaff, Philip (1819-1893)
Primeira Impressão: New York, C.
Scribner&Apos’ Sons, 1882
CAPÍTULO IV.
ST. PEDRO E A CONVERSÃO DOS JUDEUS
§ 27. Tiago, o Irmão do Senhor.
JH pivsti" cwri;" e[rgwn nekrav ejstin.— Tiago 2:26
Fontes.
I.
Genuínas:
Atos 12:17; 15:13; 21:18; 1 Cor. 15:7; Gal. 1:19; 2:9, 12. Compare com Tiago “o
irmão do Senhor,” Mateus 13:55; Marcos 6:3; Gal. 1:19. A Epístola de Tiago.
II. Pós-apostólicas: Josephus: Ant. XX. 9, 1.—Hegesippus in Euseb. Hist. Ecc. II. ch. 23.—Jerome: Catal. vir. ill. c. 2, under “Jacobus.”
Epiphanius, Haer. XXIX. 4; XXX. 16;
LXXVIII. 13 sq.
III. Apócrifos: Protevangelium Jacobi, ed. in Greek by
Tischendorf, in “Evangelia Apocrypha,” pp. 1–49, comp. the Prolegg. pp.
xii-xxv. Tiago
é honoravelmente mencionado em vários outros Evangelhos apócrifo .—Epiphanius, Haer. XXX. 16, alude a um
livro Ebionita e fortemente anti-Paulino, a Ascensões de Tiago (jAnabaqmoi; jIakwvbou), descrições de sua ascensão aos céus, as quais estão perdidas. — A
Liturgia de Tiago, ed. by W. Trollope, Edinb. 1848. Composto no terceiro
século, após o Conselho de Nicéia (uma vez que contém os termos
“oJmoouvsio" e “qeotovko"),
mas apoiando-se em algumas tradições mais antigas. Foi endereçado à igreja de
Jerusalém, a qual é intitulada a "mãe de todas as Igrejas.” Esta liturgia
é ainda utilizada uma vez por ano no festival de São Tiago, 23 de outubro, na
Igreja grega de Jerusalém. (Ver vol. II. 527 sqq.)
Exegético e Doutrinário
Commentaries
on the Epistle of James by Herder (1775), Storr (1784), Gebser (1828),
Schneckenburger (1832), Theile (1833), Kern (1838), De Wette (1849, 3d ed. by
Brückner, 1865), Cellerier (1850), Wiesinger (in Olshausen’s Com., 1854), Stier (1845), Huther and
Beyschlag (in Meyer’s Com., 1858, 4th
ed. 1882), Lange and Van Oosterzee (in Lange’s Bibelwerk, 1862, Engl. transl. enlarged by Mombert, 1867), Alford,
Wordsworth, Bassett (1876, relaciona a Epístola a Tiago de Zebedeu), Plumptre
(nas séries de Cambridge, 1878), Punchard (in Ellicott’s Com. 1878), Erdmann (1882), GLOAG (1883).
Woldemar G. Schmidt: Der Lehrgehalt des Jakobusbriefes.
Leipzig, 1869.
W. Beyschlag: Der Jacobusbrief als urchristliches
Geschichtsdenkmal. In the „Stud. u. Kritiken,“ 1874, No. 1, pp. 105–166. See
his Com.
Compare também as exposições
do tipo doutrinário de Tiago em Neander, Schmid, Schaff, Weiss (pp. 176–194,
terceira ed.).
Histórico e Crítico.
Blom: De toi '"ajdelqoi'" et
tai'" ajdelfai'" Kurivou. Leyden, 1839. (Eu não vi este tratado, o
qual advoga a teoria-irmão. Lightfoot diz sobre ele: “Blom dá as mais
satisfatórias declarações das autoridades patriarcais, e Schaff discute os
argumentos escriturísticos mais cuidadosamente.”)
Schaff: Jakobus Alphäi, und
Jakobus der Bruder des Herrn. Berlin, 1842 (101 pages).
Mill: The Accounts of our Lord’s Brethren in the New Test. vindicated. Cambridge,
1843. (Advoga a teoria-primo da igreja Latina)
Lightfoot: The Brethren of the Lord. Excursus in his
Com. on Galatians. Lond. 2d ed. 1866, pp. 247–282. (A
mais hábil defesa da teoria-meio-irmão da Igreja Grega.)
H. Holtzmann: Jakobus der Gerechte und seine Namensbrüder,
in Hilgenfeld’s “Zeitschrift für wissenschaftl. Theol.” Leipz. 1880, No. 2.
Junto
a Pedro, que era o líder ecumênico do Cristianismo Judaico, figura Tiago, o
irmão do Senhor (também chamado pelos
escritores pós-apostólicos "Tiago o Justo," e "Bispo de
Jerusalém"), como o cabeça local da mais antiga igreja e líder da porção
mais conservadora da Cristandade Judaica. Ele parece ter assumido o lugar de
Tiago, o filho de Zebedeu após seu martírio, A.D. 44. Ele se tornou, com Pedro
e João, um dos três "pilares" da igreja da circuncisão. E após a
partida de Pedro de Jerusalém Tiago presidiu sobre a igreja mãe da Cristandade
até sua morte. Embora não sendo um dos Doze, ele desfrutou, devido ao seu
relacionamento com nosso Senhor e a sua piedade fervorosa, de uma autoridade
quase apostólica, especialmente na Judéia e entre os conversos Judeus. [1] Em
uma ocasião até mesmo Pedro cedeu a sua influência e a dos seus representantes,
e foi mal direcionado a uma conduta não caritativa em relação aos irmãos
Gentios.[2]
Tiago
não era um crente antes da ressurreição de nosso Senhor. Ele era o mais velho
dos quatro "irmãos" (Tiago, José, Judas e Simão), de quem João
reporta com tocante tristeza: "Nem mesmo seus irmão nele
acreditavam."[3] Foi uma das primeiras e constantes provações do Senhor no
dias de sua nominação de que ele era sem honra entre seu compatriotas, sim
"entre os de sua própria parentela e de sua própria casa."[4] Tiago
estava sem dúvida imbuído com os desvirtuados conceitos Messiânicos dos Judeus,
e impaciente com a demora e não envolvimento com as coisas deste mundo pelo seu
irmão divino. Daí então sua ameaçadora e quase desrespeitosa linguagem:
"Parte daqui e vai para a Judéia….Se tu fazes estas coisas, manifesta-te
ao mundo." A crucificação pode apenas aprofundar esta dúvida e tristeza.
Mas uma especial aparição pessoal do Senhor ressurreto trouxe a sua conversão,
assim também como a de seus irmãos, que após a ressurreição apareceram em
companhia dos apóstolos.[5]
Esta
mudança em sua vida é breve mas significativamente aludida por Paulo, o qual
foi ele mesmo também convertido através de uma aparição pessoal do Cristo.[6] É
mais completamente registrado em um
interessante fragmento do "Evangelho segundo os Hebreus" (um dos mais
velhos e menos fabulosos dos Evangelhos Apócrifos), o qual mostra a sinceridade
e ansiedade de Tiago mesmo antes de sua conversão.[7] Ele havia jurado, aqui
nos é dito, "que ele não comeria pão desde a hora em que o Senhor houvera
bebido do cálice [de sua paixão] [8] até que ele pudesse vê-lo ressurreto
dentre os mortos." O Senhor lhe apareceu e comungou com ele, dando pão a
Tiago o Justo e dizendo: "Meu irmão, coma teu pão, pois o Filho do Homem é
levantado daqueles que dormem."
Em
Atos e na Epístola aos Gálatas, Tiago aparece como o mais conservador dos
conversos Judeus, a frente da ala de extrema direita; apesar de reconhecer
Paulo como o apóstolo aos gentios, dando-lhe a mão direita da irmandade, como
Paulo reporta de si mesmo, e não desejoso de impor aos Cristãos gentios o jugo
da circuncisão. Ele não deve portanto ser identificado com os heréticos
Judaizantes (os precursores dos Ebionitas), que odiavam e opunham-se a Paulo, e
faziam da circuncisão uma condição de justificação e de afiliação à igreja. Ele
presidiu no Concílio de Jerusalém e propôs o acordo que salvou a igreja de um
cisma. Ele provavelmente preparou a carta sinótica a qual concorda com seu
estilo e tem a mesma fórmula de saudação que lhe é peculiar. [9]
Ele
era um santo Cristão Judeu honesto, consciencioso, eminentemente prático e
conciliador, o homem certo no lugar certo na época certa, embora restrito em
sua visão mental tal como em sua esfera local de trabalho.
A partir de um comentário
acidental de Paulo nós podemos inferir que Tiago, como Pedro e os outros irmãos
do Senhor, for a casado.[10]
A
missão de Tiago era evidentemente permanecer como uma ponte entre a sinagoga e
a igreja, liderar os discípulos de Moisés gentilmente até Cristo. Ele era o
único homem que poderia fazer isto naquela época crítica da aproximação do
julgamento da cidade santa. Enquanto houvesse qualquer esperança de conversão
dos Judeus como uma nação, ele orava por isto e fazia a transição tão fácil
quanto fosse possível. Quando aquela esperança feneceu sua missão estava
cumprida.
De
acordo com Josefo ele foi, devido a instigação do jovem Ananus, o sumo
sacerdote do partido dos Saduceus, a quem ele chama "o mais sem
misericórdia de todos os Judeus na execução de julgamentos," apedrejado
até a morte com alguns outros, como "quebradores da lei," i.e.
Cristãos, no intervalo entre a procuração de Festo e a de Albino, isto é, no
ano 63 AD. O historiador judaico acrescenta que este ato de injustiça criou
grande indignação entre aqueles mais devotados à lei (os Fariseus), e que eles
induziram Albino e o Rei Agripa a depor Ananus (um filho de Anás mencionado em
Lucas 3:2; João 18:13). Josefo então nos fornece um testemunho imparcial da
alta estima de Tiago mesmo entre os Judeus.[11]
Hegesipo,
um historiador Judaico-cristão perto do ano de 170 AD, coloca o martírio uns
poucos anos mais tarde, um pouco antes da destruição de Jerusalém (69).[12] Ele
relata que Tiago foi primeiro atirado do pináculo do templo pelos Judeus e
então apedrejado até a morte. Sua última oração foi um eco daquele de seu irmão
e Senhor na cruz: "Deus, Pai, perdoai-lhes; pois não sabem o que
fazem."
O
dramático relato de Tiago por Hegesipo [13] é uma cena extraída da metade do
segundo século, colorida por traços Judaizantes que podem terem sidos derivados
das "Ascensões de Tiago" e de outras fontes apócrifas. Ele transforma
Tiago em um sacerdote Judeu e santo Nazirita (compare seu conselho a Paulo,
Atos 21:23,24), que não bebia nenhum vinho, comia nenhuma carne, nunca se
barbeava ou cortava cabelo, nem tomava banho e vestia-se apenas de linho. Mas o
Tiago bíblico é antes Farisaico e legalista do que Essênico e ascético. Nos
registros pseudo-Clementinos ele é elevado até mesmo acima de Pedro como o
cabeça da santa igreja dos Hebreus, como "o senhor e bispo dos
bispos," como "príncipe dos sacerdotes." De acordo com a
tradição, mencionada por Epifâneo, Tiago, tal como São João em Éfeso, usavam o
petalão sumo-sacerdotal, ou placa dourada na testa com a inscrição:
"Santidade ao Senhor" (Ex. 28:36). E na Liturgia de São Tiago, o irmão de Jesus é alçado a dignidade de
"irmão do próprio Deus" (ajdelfovqeo"). Lendas reúnem-se em
volta da memória de grandes homens, e revelam a profunda impressão que fizeram
sobre seus amigos e seguidores. O caráter que brilha através destas lendas
sobre Tiago é de um consistente Cristão Hebreu leal, zeloso e devoto, quem por
sua pureza e santidade pessoal assegurou a reverência e afeição de todos em
volta de si.
Todavia
devemos cuidadosamente distinguir entre a superestimativa Judaico-Cristã, ainda
que Ortodoxa, de Tiago na igreja Oriental, conforme a encontramos nos
fragmentos de Hegesipo e na Liturgia de São Tiago, e a perversão herética de
Tiago como um inimigo de Paulo e do evangelho da liberdade, tal como aparece em
algumas ficções apócrifas. Temos aqui o mesmo fenômeno dos casos de Pedro e
Paulo. Cada apóstolo líder tem a sua caricatura e sombra apócrifa tanto na
igreja primitiva e na reconstrução crítica moderna de sua história. O nome e
autoridade de Tiago foram abusados pelo partido judaizante em detrimento da
obra de Paulo, não obstante o acordo fraterno dos dois em Jerusalém.[14] Os
Ebionitas no segundo século continuaram este maligno assalto sobre a memória de
Paulo sob a cobertura dos honrados nomes de Pedro e Tiago; enquanto uma certa
classe de críticos modernos (embora usualmente de ponto de vista oposto ultra
ou pseudo-Paulinos) aventuram-se a provar o mesmo antagonismo a partir da
Epístola de Tiago (desde que eles a admitam antes de tudo como genuína).[15]
A Epístola
em nosso cânon, que propõe ter sido escrita por "Tiago, um co-servo de
Deus e de Jesus Cristo, às doze tribos da dispersão," embora não
geralmente reconhecida na época de Eusébio e Jerônimo, tem fortes evidências
internas de que são genuínas. Ela precisamente se adequa ao caráter e posição
do Tiago histórico conforme o conhecemos a partir de Paulo e de Atos, e difere
largamente do Tiago apócrifo das ficções Ebionitas.[16]
Ela saúda
indubitavelmente a partir de Jerusalém, a metrópole teocrática, no meio do
cenário da Palestina. As comunidades cristãs aparecem não como igrejas, mas
como sinagogas, consistindo em sua maioria de pessoas pobres, oprimidas e
perseguidas pelos ricos e poderosos Judeus. Não há nenhum traço de cristãos
gentios ou de qualquer controvérsia entre eles e os cristãos judeus. A epístola
fora talvez uma companheira ao original Evangelho de Mateus aos Hebreus, assim
como a primeira epístola de João era tal companheira ao seu Evangelho. É
provavelmente a mais antiga das epístolas do Novo Testamento.[17] Ela
representa, em todos os eventos, o mais antigo e magro, ainda que um tipo de
Cristianismo eminentemente prático e necessário, com seriedade profética,
sentenciosidade proverbial, muito recente e em belo Grego. Não é dogmático mas
ético. Tem uma forte semelhança aos discursos de João Batista e do Sermão da
Montanha do Senhor, e também ao livro de Eclesiastes e da Sabedoria de Salomão.[18]
Ela nunca ataca os Judeus diretamente, mas ainda menos do que São Paulo, ao
menos não em sua genuína doutrina. Ela caracteristicamente chama o evangelho a
"perfeita lei de liberdade,"[19] conectando-o desta forma com a
dispensação Mosaica, ainda que elevando-o por implicação muito acima da imperfeita lei do cativeiro. O autor tem
muito pouco a dizer sobre Cristo e os profundos mistérios da redenção, mas
evidentemente pressupõe um conhecimento da história do evangelho, e
reverentemente chama Cristo "o Senhor da glória," e humilha-se como
seu "conservo.” [20] Ele representa a religião completamente em seus
aspectos práticos como uma exibição de fé pelas boas obras. Ele indubitavelmente
difere largamente de Paulo, ainda que não o contradiz, mas o complementa, e
preenche um importante lugar no sistema Cristão de verdade que compreende todos
os tipos de piedade genuína. Há multidões de obreiros Cristãos, sinceros,
ansiosos e fiéis que nunca se alçaram ao nível de Tiago ou as sublimes alturas
de Paulo e João. A igreja Cristã nunca teria dado à Epístola de Tiago um lugar
no cânon ela tivesse achado que ela fosse irreconciliável com a doutrina de
Paulo. Até mesmo a igreja Luterana não seguiu seu grande líder em seu
desfavorável julgamento à Epístola, mas ainda retém Tiago entre os livros
canônicos.
Após
o martírio de Tiago ele foi sucedido por Simeão, um filho de Clopas e primo de
Jesus (e de Tiago). Ele continuou a dirigir a igreja de Jerusalém até o reinado
de Trajano, quando morreu mártir na avançada idade de cento e vinte anos. [21]
Os próximos treze bispos de Jerusalém, que vieram, entretanto, em rápida
sucessão, eram da mesma forma de descendência Judia.
Ao
longo deste período a igreja de Jerusalém preservou fortemente seu lado
Israelita, mas agregou com ele "o genuíno conhecimento de Cristo," e
permaneceu em comunhão com a igreja Católica (Universal), da qual os Ebionitas,
como Cristãos judeus heréticos, foram excluídos. Após a linha de sucessão de
quinze bispos circuncisos ter acabado, e Jerusalém foi uma segunda vez deixada
vazia sob Adriano, a massa de Cristãos Judeus gradualmente fundiu-se na Igreja
Grega ortodoxa.
Notas
I. Tiago e os irmãos do Senhor. – Há três, talvez
quatro, eminentes personagens no Novo Testamento portadores do nome de Tiago
(derivado de Jacó, o que desde memórias patriarcais era o nome mais comum entre
os Judeus exceto por Simeão ou Simão e José ou Josias):
1. Tiago
(o filho) de Zebedeu, o irmão de João e um dos três favoritos apóstolos, o
proto-mártir entre os Doze (decapitado em 44 AD, ver Atos 12:2), uma vez que
seu irmão João foi o último sobrevivente de todos os apóstolos. Eles foram
chamados os "filhos do trovão."
2. Tiago (o filho) de Alfeu, que
também era um dos Doze, e é mencionado nas quatro catalogações dos apóstolos,
Mateus 10:3; Marcos 3:10; Lucas 6:15; Atos 1:13.
3. Tiago o Pequeno, Marcos 15:40
(oJ mikrov", não, “o Menor,” como nos E. V.), provavelmente assim chamado
por sua équena estatura (como Zaqueu, Lucas 19:3), o filho de uma certa Maria e
irmão de José, Mat. 27:56 (Maria hJ tou' jIakwvbou kai; jIwsh;f mhvthr );
Marcos 15:40, 47; 16:1; Lucas 24:10. Ele é usualmente identificado com Tiago o
filho de Alfeu, sob a premissa de sua mãe Maria fosse a esposa de Cleopas,
mencionado em João 19:25, e que Cleopas fosse a mesma pessoa de Alfeu. Mas esta
identificação é no mínimo muito problemática.
4.
Tiago, simplesmente assim chamado, como o mais
distinto após a prematura morte de Tiago o Maior, ou com o honorável epíteto de
Irmão do Senhor (oJ ajdelfo;" tou' Kurivou), e entre escritores
pós-apostólicos, o Justo, e também Bispo de Jerusalém. O título conecta-o
imediatamente com os quatro irmãos e as não nomeadas irmãs de nosso Senhor, os
quais são repetidamente mencionados nos Evangelhos, e ele como o primeiro entre
eles. Aqui jaz a complicada questão da natureza deste relacionamento. Embora eu
tenha discorrido bastante sobre este intricado assunto aproximadamente quarenta
anos atrás (1842) no ensaio de pesquisa Alemão acima mencionado, e então
novamente em minhas anotações para Lange sobre Mateus (Am. Ed. 1864, pp.
256-260), eu brevemente resumirei mais uma vez os principais pontos com
referência às mais recentes discussões (de Lighfoot e Renan).
Existem
três teorias acerca de Tiago e os irmãos de Jesus. Eu as chamaria de
teoria-irmão, teoria-meio-irmão e teoria-primo. Bispo Lightfoot (e Canon
Farrar) as chamam segundo seus advogados chefes, a Helvidiana, a Epifâniana e a
Hieronimiana (segundo Helvídio, Epifâneo e Jerônimo). A primeira é confinada
aos Protestantes, a segunda é a Grega e a terceira e a visão Romana.
(1) A
teoria-irmão toma o termo "adelfoiv" no sentido usual, e enxerga os
irmãos como irmãos mais novos de José e Maria, conseqüentemente como irmãos
verdadeiros de Jesus no olhos da lei e na opinião do povo, embora realmente
apenas meio-irmãos, em vista de sua concepção supernatural. Este é
exegeticamente a mais natural visão e favorecida pelo significado de "ajdelfov"
(especialmente quando usado como uma fixa designação), a constante companhia
destes irmãos com Maria (João 2:12; Mateus 12:46; 13:55), e pelo significado
óbvio de Mateus 1:25 (oujk ejgivnwsken aujth;n eJw" ou}, compare Mateus
1:18 privn h] sunelqei'n aujtouv") e Lucas 2:7 (prwtovtoko"),
conforme explicada a partir do ponto de vista dos evangelistas, os quais
utilizaram estes termos na completa visão da subseqüente história de Maria e
Jesus. A única séria objeção a ela é de natureza doutrinária e ética, viz., a
premissa da virgindade perpétua da mãe do Senhor e Salvador, e o
comprometimento de Maria aos cuidados de João na cruz ao invés de seus filhos e
filhas (João 19:25). Se não fossem estes dois obstáculos a teoria-irmão seria
provavelmente adotada por todo exegeta justo e honesto. A primeira destas
objeções data a partir da superestimação da virgindade ascética pós-apostólica,
e não pode ser sentida em Mateus e Lucas, senão teriam eles evitado esses
termos ambíguos que acabamos de indicar. A segunda dificuldade atinge também as
outras duas teorias, apenas em um nível menor (Por que João cuidaria de Maria e
não seus sobrinhos e família imediata?). Pode portanto ser resolvida sob outras
suposições, nomeadamente, a profunda simpatia espiritual e congenialidade de
João com Jesus e Maria, a qual alçava-se acima dos relacionamentos carnais, o
provável parentesco de João (baseado na própria interpretação da mesma
passagem, João 19:25), e a incredulidade dos verdadeiros irmãos na época do
comprometimento.
Esta
teoria foi sustentada por Tertuliano (a quem Jerônimo sumariamente dispõe como
não sendo um “homo ecclesiae,” i.e. um sismático), defendida por Helvídio de
Roma em 380 AD (violentamente atacado como um herético por Jerônimo), e por
vários indivíduos e sectos opostos a incipiente adoração da Virgem Maria; e
recentemente pela maioria dos exegetas Protestantes Alemães desde Herder, tais
como Stier, De Wette, Meyer, Weiss, Ewald, Wieseler, Keim, também por Dean
Alford e Canon Farrar (Vida de Cristo, I
97 sq.). Eu advoguei a mesma teoria em meu tratado Alemão, mas admiti
depois em minha Hist. of Ap. Ch., p.
378, de que não dei suficiente peso à segunda teoria.
(2) A
teoria meio-irmão olha os irmãos e irmãs de Jesus como filhos de José através
de uma esposa anterior,
conseqüentemente como sem absolutamente nenhuma relação sanguínea, mas apenas
assim simplesmente designado como José era chamado o pai de Jesus, por um
excepcional uso do termo adaptado ao fato excepcional da miraculosa encarnação.
Esta tem a vantagem dogmática de salvar a virgindade perpétua de mãe de nosso
Senhor e Salvador; diminui um pouco mais a dificuldade implícita de João 19:25;
e tem um forte e tradicional suporte nos Evangelhos Apócrifos e na igreja
Oriental. Também explicaria mais facilmente o tom patronal em que os irmãos de
nosso Senhor em João 7:3,4. Mas ela não explica tão naturalmente o relato da
constante companhia desses irmãos com Maria; assume um casamento anterior de
José que não é aludido em nenhum lugar nos Evangelhos, e faz de José um homem
velho (já com seis filhos!) e protetor ao invés de marido de Maria, e
finalmente não está livre de suspeitas
tendências ascéticas, como sendo o primeiro passo em direção ao dogma da
virgindade perpétua. A estas objeções pode ser acrescentado, de acordo com
Farrar, de que se os irmãos fossem filhos mais velhos de José, Jesus não
poderia ser visto como o herdeiro legal do trono de David (Mateus 1:16; Lucas
1;27; Roma. 1:3; 2 Tim. 2:8; Apo. 22:16).
Esta
teoria é encontrada nos escritos apócrifos de Tiago (o Protevangelium Jacobi,
as Ascensões de Tiago, etc.), e então entre os principais Patriarcas gregos
(Clemente de Alexandria, Orígenes, Eusébio, Gregório de Nyssa, Epifâneo e
Cirilo de Alexandria); esta corporificada nos serviços Gregos, Siríacos e
Cópticos, os quais designam diferentes datas a comemoração de Tiago o filho de
Alfeu (Out 9), e Tiago o irmão do Senhor (Out 23). Pode-se portanto ser chamada
a teoria da Igreja Oriental. Foi igualmente sustentada por alguns pais Latinos
antes de Jerônimo (Hilário de Pitiers e Ambrósio), e foi recentemente
habilmente advogada pelo Bispo Lightfoot (l.c.), seguido por Dr. Plumptre (na
sua introdução aos seus Comentários da
Epístola de Tiago).
(3) A teoria-primo encara os
irmãos como parentes ainda mais distantes, nomeadamente, como filhos de Maria,
a esposa de Alfeu e irmã da Virgem Maria, e identifica Tiago, o irmão do
Senhor, com Tiago o filho de Alfeu e Tiago o Menor, desta forma fazendo dele
(assim como a Simão e Judas) um apóstolo. A exceptiva "eij mhv", Gal.
1:19 (mas eu vi apenas Tiago), não prova isto, mas antes exclui Tiago dos
próprios apóstolos (compare com eij mhvin Gal. 2:16; Lucas 4:26, 27).
Esta
teoria foi primeiramente avançada por Jerônimo em 383, em um jovial e polêmico
tratado contra Helvídio, sem qualquer suporte tradicional, [22] mas com o
objetivo dogmático e professo para salvar a virgindade tanto de Maria e José, e
reduzir sua relação marital a uma conexão estéril meramente nominal. Em seus
escritos posteriores, entretanto, após sua residência na Palestina, ele trata a
questão com menos confiança (ver Lightfoot, p. 253). Pela sua autoridade e
ainda o peso maior de Santo Agostinho, quem primeiramente (394) oscilou entre a
segunda e terceira teorias, mas depois adotou aquela de Jerônimo, ela se tornou
a oficial teoria da igreja Latina e foi corporificada nos serviços Ocidentais,
a qual reconhece apenas dois santos denominados Tiago. Mas esta é a menos
provável de todas as teorias e deve ser abandonada, principalmente pelas
seguintes razões:
(a) Ela
contradiz o significado natural da palavra "irmão," quando o Novo
Testamento tem um termo próprio para primo (Col. 4:10, compare também
"suggenhv" Lucas 2:44; 21:16; Marcos 6:4, etc.)
(b) Ela assume que duas irmãs possuíam o mesmo
nome, Maria, o que é extremamente improvável.
(b) Ela
assume a mesma identidade para Clopas e Alfeu, o que é duvidoso; pois "Alfai'o" é um nome Hebreu (jlpy),
enquanto Klwpa'", tal como Kleovpa", Lucas 24:18, é uma abreviação do
Grego Kleovpatro", como Antipas é uma
contraçao de Antipatros.
(d) É absolutamente irreconciliável com o fato
dos irmãos de Jesus, Tiago entre eles, eram antes da ressurreição descrentes,
João 7:5, e conseqüentemente nenhum deles poderia ter sido um apóstolo, como
esta teoria assume que dois ou três dos seus irmãos foram.
Teoria
de Renan - Devo notar em conclusão, uma original combinação da
segunda e terceira teoria por Renan, que discute a questão dos irmãos e primos
de Jesus em um apêndice ao seu Les
évangiles, 537-540. Ele assume quatro Tiagos, e distingue o filho de Alfeu
do filho de Clopas. Ele sustenta que José foi casado duas vezes, e que Jesus
teve vários irmãos mais velhos e primos conforme segue:
1. Filhos de José do
primeiro casamento, e irmãos mais velhos
de Jesus:
a. Tiago, irmão do Senhor,
ou Justo, ou Obliam. Este é aquele que
é mencionado em Mateus 13:55; Marcos 6:3; Gal. 1:19;
2:9, 12; 1 Cor. 15:7; Atos 12:17, etc.; Tiago 1:1 Judas 1:1, e em Josefo e
Hegesipo.
b. Judas, mencionado em
Mateus 13:55; Marcos 6:3; Judas 1:1; Hegesipo e em Eusébio’ Hist. Eccl. III. 19, 20, 32. Deste
existiram dois netos, bispos de diferentes igrejas, que se apresentaram ao
imperador Domiciniano como descendentes de Davi e parentes de Jesus. Hegesipo
em Eusébio III. 19, 20, 32
c. Outros filhos e filhas
desconhecidos. Mateus 13:56; Marcos 6:3; 1 Cor. 9:5.
2.
Filhos de José (?) de seu casamento com Maria:
Jesus.
3. Filhos
de Clopas, e primos de Jesus, provavelmente
pelo lado paterno, uma vez que Clopas, de acordo com Hegesipo, era irmão de
José, e pode ter se casado com uma mulher por nome de Maria (João 19:25).
a. Tiago o Pequeno (oJ
mikrov"), assim chamado para distinguí-lo de seu primo mais velho de mesmo
nome. Mencionado em Mateus 27:56; Marcos 15:40; 16:1; Lucas 24:10; desconhecido
de outra forma.
b. José, Mateus 27:56;
Marcos 15:40, 47, mas erroneamente (?) enumerado entre is irmãos de Jesus:
Mateus 13:55; Marcos 6:3; desconhecido de outra forma.
c. Simeão, o segundo bispo
de Jerusalém (Hegesipo em Eusébio III. 11, 22, 32; IV. 5, 22), também
erroneamente (?) colocado entre os irmãos de Jesus por Mateus 13:55; Marcos
6:3.
d. Talvez outros filhos e
filhas desconhecidos.
II.
A descrição de Tiago por Hegesipo (de Eusébio, H. E.
II. 23).” Hegésipo também, que floresceu perto dos dias dos apóstolos, dar (no
quinto livro dos seus Memoriais) este
relato mais acurado sobre ele:
“Ora
Tiago, o irmão do Senhor que, por haver muitos com este nome, era chamado Justo
por todos (oJ ajdelfov" tou' Kurivou jIavkwbo" oJ ojnomasqei;"
uJpo; pavntwn divkaio") desde os tempos do Senhor até o nosso, recebeu o
governo da Igreja juntamente com os apóstolos. Este era santo desde o ventre de
sua mãe. Ele não bebia vinho nem bebida fermentada, e se abstinha de alimento
animal; nenhuma navalha passava sobre sua cabeça; jamais se ungia com óleo e
jamais ia aos banhos [provavelmente o luxo do banho Romano, com seus
sudatorium, frigidarium, etc, mas não excluindo a usual ablução praticada por
todos os devotos judeus]. Somente ele tinha permissão de entrar no santuário
[não no santo dos santos, mas na corte dos sacerdotes]. Jamais vestia roupas de
lã, mas de linho. Ele costumava entrar sozinho no templo, sendo com freqüência
visto de joelhos, intercedendo para que o povo fosse perdoado, de modo que seus
joelhos ficaram duros como os de um camelo por causa de suas súplicas
habituais, ajoelhando-se diante de Deus. Assim, por sua piedade extrema era
chamado Justo e Oblias (ou Zadique e Osleã) que significa justiça e proteção do
povo, conforme os profetas declaram a seu respeito. Assim, alguns das sete seitas dentre o povo, mencionados acima
por mim em meus Comentários, inquiriram-lhe qual seria a porta [provavelmente a
estimativa ou doutrina] para Jesus, e ele respondeu que ele era o Salvador.
Pelo que alguns creram que Jesus é o Cristo. Mas essas seitas acima mencionadas
não criam nem na ressurreição nem que alguém viria para dar a cada um de acordo
com suas obras; entretanto, os que nisso acreditaram, acreditaram por causa de
Tiago. Ora, desde que muitos, mesmo dos
governantes também creram, houve um tumulto entre judeus, escribas e fariseus,
dizendo que todo o povo estava em perigo ao esperar Jesus como o Messias. Assim
reuniram-se e disseram a Tiago: ‘Rogamos que refreies o povo que se extravia
após Jesus como se ele fosse o Cristo. Rogamos que persuadas corretamente a
respeito de Jesus todos os que vêm para o dia da Páscoa, pois todos nós
confiamos em ti. Pois nós e todo o povo testificamos que és justo e não fazes
acepção de pessoas. Assim, persuade o
povo a não ser desviado por Jesus, pois nós e todo o povo depositamos grande
confiança em ti. Assim, coloca-te sobre o pináculo do Templo, para que possas
estar bem visível no alto e para que tuas palavras possam ser ouvidas
facilmente por todo o povo, já que por causa da Páscoa todas as tribos estão
reunidas, e também alguns dos gentios.’ Assim, os já mencionados escribas e
fariseus colocaram Tiago sobre o pináculo do Templo e gritaram para ele: ‘Ó
justo, em quem todos devemos acreditar, uma vez que o povo está se desviando
após Jesus que foi crucificado, declara-nos: Qual é a porta para Jesus que foi
crucificado?’ E ele respondeu em alta voz: ‘Por que me perguntais a respeito de
Jesus o Filho do Homem? Ele está assentado nos céus, à destra do grande Poder e
está para vir nas nuvens do céu’. E muitos foram confirmados e glorificavam
pelo testemunho de Tiago dizendo: ‘Hosana ao Filho de Davi’. Então os mesmos
sacerdotes e fariseus disseram uns aos outros: ‘Fizemos mal em conceder tal
testemunho a Jesus, mas vamos e o lancemos do alto para que temam crer nele’. E
gritaram dizendo: ‘Ah, ah, o próprio Justo está enganado’, e cumpriram o que
está escrito em Isaías: ‘Tomemos o Justo, pois nos causa repulsa; portanto eles
comerão o fruto de suas obras.” [Comp. Isaías 3:10.] Assim subiram e lançaram o Justo dizendo uns aos outros:
‘Apedrejemos Tiago, o Justo’, e começaram a apedrejá-lo, uma vez que não morreu
de imediato quando lançado, mas virou-se e se ajoelhou, dizendo: ‘Imploro a ti,
ó Senhor Deus e Pai, que os perdoes, pois não sabem o que fazem’. E assim o
apedrejavam quando um dos sacerdotes dos filhos de Recabe, filho de Recabim, de
quem testemunhou o profeta Jeremias (Jeremias 35:2), clamou, dizendo: ‘Parai!
Que estais fazendo? O Justo está orando por vós’. E um deles, lavadeiro, abriu
a cabeça do Justo com o malho que usava para bater roupas. Assim Tiago sofreu
martírio e o sepultaram no lugar junto ao templo, e seu túmulo ainda permanece.
Ele tornou-se verdadeiramente testemunha tanto a judeus como a gregos de que
Jesus é o Cristo. Logo depois disso Vespasiano invadiu e tomou a Judéia”.
“Esse,” acrescenta Eusébio, “é o testemunho mais
detalhado de Hegésipo, em que concorda plenamente com Clemente. Tiago era de
fato tão admirável e tão celebrado entre todos por sua retidão, que mesmo os
mais sábios dos judeus pensavam ter sido esta a causa imediata do cerco de
Jerusalém, que ocorrera por nenhum outro motivo, senão o crime contra ele.
Josefo também não hesitou em colocar este testemunho em suas obras: ‘Essas
coisas,’ disse ele, ‘aconteceram aos judeus para vingar Tiago o Justo, que era
irmão daquele chamado Cristo, e a quem os judeus mataram apesar de sua
destacada retidão.’ O mesmo autor relata também narra sua morte no vigésimo
livro de suas Antiguidades, com as seguintes palavras...”
Então Eusébio dá o relato de Josefo.
[1] Em seu relacionamento
com os Doze e com Jesus, veja a primeira nota no fim desta seção.
[2] Gal. 2:12.
[3] Mar. 6:3; Mat. 13:55;
Jo. 7:5.
[4] Mar. 6:4; Mat. 13:57;
Luc. 4:24; Jo. 4:44.
[5] Atos 1:13; comp. 1 Cor.
9:5.
[6] 1 Cor. 15:7: e[peita
w[fqh jIakwbw/.
[7] O fragmento é preservado
por Jerônimo, De vir. ill. cap. 2. Comp. Hilgenfeld,
Nov. Test. extra can. rec. IV. 17 e
29; e Nicholson, The Gospel according to
the Hebrews (1879), pp. 63 sqq.
[8] Eu sigo aqui com Credner
e Lightfoot a leitura de Dominus para
Domini, correspondendo a tradução
Grega, que lê "oJ kuvrio", e com o contexto que aponta para a morte
do Senhor ao invés da última Ceia como o ponto de partida para o voto. Veja Lightfoot, Ep. to the Gal., p. 266. Se
lêssemos "hora qu biberat calicem
Domini," o autor do Evangelho dos Hebreus
deve ter assumido ou que Tiago era o mesmo que Tiago Alfeu, ou que
a Última Ceia não foi confinada aos
doze apóstolos somente. Nenhuma destas opções é provável. Tiago é imediatamente
após chamado "o Justo." Gregory de Tours (Histor. Francorum, I.
21), em relação a esta história, acrescenta, de acordo com a tradição Grega: "Hic est Jacobus Justus, quem fratrem Domini
nuncupant, pro eo quod Josephi fuerit
filius ex alia uxore progenitus." Ver
Nicholson, p.
[9]
"Greeting,"caivrein, Atos 15:23, and Tiago 1:1, ao invés do
específico Cristão cavri" kai; eijrhvnh.
[10] 1 Cor. 9:5.
[11] Josefo chama Tiago
"o irmão de Jesus, o tão chamado Cristo"
(to;n ajdelfo;n jIhsou' tou' legomevnou Cristou', jIakwbo" o[noma aujtw'/
), mas estas palavras are vista por alguns críticos (Lardner, Credner, e
outros) como uma interpolação Cristã.
[12] Neander, Ewald, e Renan
dão a preferência para a data de Josefo. Mas de acordo com literatura
pseudo-Clementina Tiago sobreviveu a Pedro.
[13] Ver abaixo, Nota II.
[14] Gal. 2:12. Quão longe
os não-nomeados mensageiros de Tiago de Jerusalém, os quais se reuniram com
Pedro e Barnabé em Antioquia, agiram sobre autoridade de Tiago, isto não
podemos saber; mas é certo a partir de 2:9, assim como do livro de Atos, que
Tiago reconhecia a peculiar divina graça e sucesso de Paulo e Barnabé na
conversão dos Gentios; ele não podia portanto sem uma grande inconsistência
fazer causa comum com seus adversários.
[15] Mesmo Lutero, em um
descuidado momento (1524), chamou a epístola de Tiago uma "epístola de
palha," pois não conseguia harmonizá-la com a doutrina de Paulo da
justificação pela fé.
[16] Ewald (vi. 608) comenta
que é justamente o tipo de carta que poderíamos esperar que viria do centro da
Cristandade naquele período, quando a maioria dos Cristãos eram pobres e
oprimidos pelos ricos Judeus.
[17] A data da composição
ainda é um problema não resolvido, e
críticos variam entre 45 e 62 AD. Schneckenburger, Neander, Thiersch, Huther,
Hofmann, Weiss, e Beyschlag, e entre estudiosos Ingleses, Alford, Bassett (que,
entretanto, erroneamente atribui a Epístola a Tiago, o filho de Zebedeu), e
Plumptre lhe atribui uma data muito mais antiga antes do Concílio de Jerusalém
(50) e sobre a controvérsia da circuncisão, para qual não há nenhuma alusão.
Por outro lado Lardner, De Wette, Wiesinger, Lange, Ewald, e também aqueles
comentaristas que vêem na Epístola uma referência polêmica a Paulo e seus
ensinamentos, trazendo-a para 62 AD. Em todo caso, foi escrita antes da
destruição de Jerusalém, o que teria sido percebido por um escritor mais
adiante. A escola de Tübingen (Baur, Schwegler, Hilgenfeld) nega sua
genuinidade e a coloca entre os anos de 80 ou 90 AD. Renan admite a genuinidade
da Epístola de Tiago e Judas, como contra-manifestos da Cristandade Judaica
contra o Paulinismo, e atribui o excelente estilo Grego à ajuda de um
secretário Grego.
[18] Ver as listas de
passagens paralelas em Plumptre, pp. 7-9 e 33.
[19] Tiago 1:25. oJ
parakuvya" eij" novmon tevleion to;n thÀ" ejleuqeriva".
[20] Tiago 2:1 e[cete th;n
pivstin tou' kupivou hJmw'n JIhsou' Cristou' th'" dovxh" inscrição,
1:1, o Senhor Jesus Cristo está associado com Deus.
[21] Hegesipo apud Euseb. H. E. III., 11, 22, 32; IV., 5, 22. Const. Apost. VII. 46. Hegesipo assume que Clopas, o pai de Simeão,
foi, I irmão de José e tio de Jesus. Ele nunca chama Simeão "irmão do
Senhor", mas apenas Tiago e Judas (II. 23; III. 20).
[22] A passagem citada de
Pápias "Maria Cleophae sive Alphaei
uxor, quae fuit mater Jacobi episcopi et apostoli," é tomada de Jerônimo
e não pertence ao sub-apostólico Papias de Hierápolis (como fora suposto até
mesmo por Mill e Wordsworth), mas a um medieval Pápias, o escritor de um
Dicionário Elementar no décimo primeiro século. Ver Lightfoot, p. 265 sq.