PARALELOS

 

Harold Bloom (não-mórmon), maior crítico literário da atualidade e reitor da  Universidade Yale, ficou perplexo em como explicar os muitos paralelos entre os escritos de Joseph Smith e antiga literatura apocalíptica, pseudoepígrafa e cabalística. Ele escreve, "O gênio religioso de Smith sempre se manifestava através do que pode ser nomeado como acuidade carismática, seu senso real de relevância que governava paralelos bíblicos e Mórmons. Eu posso apenas atribuir ao seu gênio ou a sua inspiração criativa a fantástica recuperação de elementos da antiga teurgia Judaica que haviam cessado de estar disponível ao Judaísmo e Cristianismo normativo e que, apenas havia sobrevivido em tradições esotéricas improváveis de terem tocado Smith diretamente" (Harold Bloom, A Religião Americana (New York: Simon & Schuster, 1992), 101).

 

Nesta seção procurei compilar alguns destes paralelos, creio que chegam a algumas centenas, por enquanto reuni somente 44 e devo acrescentar mais e mais a medida que for encontrando ou traduzindo. Muitos dos paralelos a que Bloom se refere não estão aqui alistados. Por exemplo, Bloom ao se referir à Cabala estava citando os conceitos de Jeová, filho de Elohim e de Sophia, sua mãe celestial trazidos na representação da Árvore da Vida, conceitos introduzidos por Joseph Smith e hoje bem comuns aos S.U.D.. Só colocarei aqui conceitos cujas referências possam ser checadas e avaliadas.

 

 Paralelo 1: João Batista e as chaves do Sacerdócio Aarônico

 

 Paralelo 2: Profecia de José do Egito sobre Moisés e Aarão

 

 Paralelo 3: Artimanhas secretas entre os filhos de Caim

 

 Paralelo 4: Dom Domingo de Juarros

 

 Paralelo 5: As outras tábuas da Lei quebradas por Moisés

 

 Paralelo 6: Adão abençoa sua posteridade justa antes de falecer

 

 Paralelo 7: Visão de Adão de toda a sua posteridade

 

 Paralelo 8: O Livro de Ham (Cam) e o Livro de Abraão

 

 Paralelo 9: A morte de Labão (melhor que um homem pereça...)

 

 Paralelo 10: A capa de José e o estandarte da Liberdade de Morôni

 

 Paralelo 11: Livro de Enoque e admoestação de Samuel o Lamanita

 

 O Livro de Jasar

 

 Paralelo 12: Livro de Jasar: Cainã torna-se sábio aos 40 anos

 

 Paralelo 13: Livro de Jasar: As esposas de Lameque se rebelam

 

 Paralelo 14: Livro de Jasar: Enoque chamado a pregar entre os homens e grande temor entre eles

 

 Paralelo 15: Livro de Jasar: Povo ou cidade de Enoque é transladado

 

 Paralelo 16: Livro de Jasar: Grande fome na época de Matusalém

 

 Paralelo 17: Mundos sem fim criados por Deus

 

 Paralelo 18: O anjo da presença do Senhor em Abraão

 

 Paralelo 19: Deus Crocodilo de Faraó na Mesopotâmia

 

 Paralelo 20: O enforcamento de Zemnarihah

 

 Paralelo 21: Concílio dos Deuses

 

 Paralelo 22: Transladação ou Sepultamento de Moisés pela Mão do Senhor

 

O Livro de Enoque

 

 Paralelo 23: Enoque vê Noé protegido pela mão do Senhor

 Paralelo 24: Enoque vê Todas as Coisas

 

 Paralelo 25: Enoque vê os feitos dos homens

                

 Paralelo 26: Enoque vê todas as Gerações

 

 Paralelo 27: Existência Pré-Mortal

 

 Paralelo 28: A Terra fala

 

 Paralelo 29: Enoque chora

 

 Paralelo 30: Mahijah/Mahujah

 

 Paralelo 31: Enoque um garoto aos 65 anos de idade

 

 Paralelo 32: Enoque recebe o direito ao Trono de Deus

 

 Paralelo 33: A Casa do Senhor será chamada Jerusalém

 

 Paralelo 34: Deus dá Adão o Livre Arbítrio

 

 Paralelo 35: Enoque em possessão do Livro de Adão

 

 Paralelo 36: Restauração do Livro de Enoque predita na Literatura Enoquiana

 

 Paralelo 37: Enoque revestido em glória

 

 Paralelo 38: Enoque vê os Santos se erguerem

 Paralelo 39: Enoque vê o retorno de Sião do Céu (cf. Éter 13:3, 10 e a TJS Gen. 9:21-25)

 

 Paralelo 40: Uma Prisão preparada para os Iníquos

 

 Paralelo 41: Correntes de Satanás

 

 Paralelo 42: Enoque age como um Intercessor para a humanidade

 

 Paralelo 43: Leões (Bestas Selvagens) Rugem

 

 Paralelo 44: Deus chora

 

 Paralelo 45: A Doutrina das Dispensações



Paralelo 1 : João Batista e as chaves do sacerdócio Aarônico

 

Informações sobre João Batista:

O conceito SUD de chaves do sacerdócio não é muito bem documentado na Bíblia. Uma simples passagem põe Jesus Cristo prometendo dar a Pedro "as chaves do reino dos céus" (Mateus 16:19), enquanto o Livro de Apocalipse indica que Cristo possui "as chaves do inferno e morte" e "a chave de David" (Apocalipse 1:18; 3:7; ver Isaías 22:22).

Não obstante, quando João veio ordenar Joseph Smith e Oliver Cowdery ao Sacerdócio Aarônico em 15 de Maio de 1829, ele indicou que este sacerdócio "detinha as chaves da ministração de anjos, do evangelho do arrependimento, e do batismo por imersão para remissão dos pecados" (D&C 13:1). Um documento cristão da Etiópia, cuja data estimada é do décimo quinto século mas contendo conceitos ainda mais antigos, fala de "João Batista a quem foram dadas as chaves do batismo."1

Um outro documento de relacionado interesse vem dos Mandeus, que clamam ser descendentes dos discípulos de João Batista, a quem chamam pelo seu nome arábico Yahya. O texto chamado Haran Gawaitha, diz que João "quando tinha sete anos de idade, [o anjo] Anush>Uthra veio e escreveu o ABC (a ba ga) para ele, até quando ele tinha vinte e dois anos de idade, com quem havia aprendido todos os ofícios sacerdotais (naBirutha)." 2

A idéia de que a uma idade bem jovem João Batista foi visitado por um anjo que lhe deu treinamento no sacerdócio está em concordância geral com D&C 84:28, onde lemos que João "foi batizado enquanto estava ainda em sua infância, e foi ordenado por um anjo de Deus quando ele tinha oito dias de idade."

    Artigo de John A. Tvedtnes

Notas

1.   Sir Ernest A. Wallis Budge, The Book of the Mysteries of the Heavens and the Earth and Other Works of Bakhayla

Mika'el (Zosimas) (Oxford, 1935), 105.

2.   Elisabeth S. Drower, The Mandaeans of Iraq and Iran (Leiden: E. J. Brill, 1962), 4.

 

Paralelo 2: Profecia de José do Egito sobre Moisés e Aarão:

 

Enquanto estava a admoestar seu filho José, Leí lhe conta da profecia proferida pelo seu ancestral José do Egito, que havia previsto que os Egípcios subjugariam os Israelitas em cativeiro. Parte daquela profecia falava de "Moisés, a quem eu [o Senhor] havia dito que levantaria para vós, a fim de livrar meu povo, Oh casa de Israel. E Moisés levantarei eu a fim de livrar teu povo da terra do Egito" (2 Néfi 3:9-10).

Joseph mais adiante declara: "E o Senhor havia dito; Eu levantarei um Moisés; e lhe darei poder em uma vara; a lhe darei julgamento para que escreva. Mas não soltarei sua língua, de modo que não falará muito, pois não o farei poderoso em palavras. Mas lhe escreverei minha lei, pelo dedo de minha própria mão; e providenciarei um porta-voz para ele" (2 Néfi 3:17).

Esta profecia é também encontrada em Gênesis 50:29, 34-35 da Tradução Inspirada de Joseph Smith, que acrescenta que o nome do porta-voz seria Aarão.

A profecia de José sobre Moisés é confirmada na tradição Judaica, notadamente em dois dos targumins do segundo século AD, ou em traduções da Bíblia para o Aramaico.1

Em uma extensiva adição a Gênesis 40:12 no Targum Neofiti, José interpreta os três ramos do sonho do copeiro como representando "Abraão, Isaque e Jacó, de quem os filhos dos cujos filhos seriam escravizados na terra do Egito e que seriam livrados pelas mãos de três líderes fiéis: Moisés, Aarão e Miriã, que serão semelhantes às partes das vinhas."2   

Semelhantemente, no Talmud, Rabi Josué interpretou os três ramos como representando Moisés, Aarão e Miriã (Talmude Babilônico, Hullin 92a).

A partir do relato padrão em Gênesis 50:24-25, parece claro que José estivesse ciente de que os Israelitas iriam algum dia deixar o Egito, embora ele não diga nada sobre o cativeiro pelo qual teriam eles de suportar neste ínterim. Mas Pirqe de Rabi Eliezer 48 cita a passagem do Gênesis e inclui a profecia de José sobre o cativeiro e livramento do Israelitas.3

No targum Pseudo-Jonatã de Gênesis 50:24, José diz a sua família, "Eis que vós sereis escravizados no Egito, mas não façam planos para sairdes do Egito até o tempo em que dois libertadores virão e dirão a vós, 'O Senhor certamente de vós se lembrou.'"4

Isto sugere que José sabia da vinda de Moisés e Aarão para libertar Israel e confirma a adição de Joseph Smith naquele mesmo lugar no relato do Gênesis. Embora a tradição judaica concernente a profecia de José do Egito sobre Moisés e Aarão possa ser traçada até o segundo século AD, estes relevantes textos não estavam disponíveis a Joseph Smith em 1830. A existência dessa profecia tanto no Livro de Mórmon como na Tradução Inspirada de Joseph Smith do Gênesis provê evidência para a historicidade do relato.

 

Notas

1. A palavra Hebraica targum significa "tradução" e refere-se às traduções Aramaicas da Bíblia feita após os Judeus adotarem o Aramaico ao invés do Hebreu como suas línguas nativas durante o cativeiro Babilônico.

2. Martin McNamara, Targum Neofiti 1: Genesis, The Aramaic Bible, vol. 1A Collegeville, Minn.: Liturgical Press, 1992), 182.

3. Rabi Eliezer viveu durante a última parte do primeiro século A.D., mas a maioria dos eruditos acredita que o texto foi realmente escrito no oitavo século A.D.. Isto não obstante reflete uma tradição muito antiga.

4. Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Genesis, The Aramaic Bible, vol. 1B, 166.

 

 

Paralelo 3: Artimanhas secretas entre os filhos de Caim

 

A Segunda Conferência de Abbot Serenos 1, escrito cerca de 426 AD pelo erudito Cristão João Cassiano, derrama mais luz sobre algumas declarações feitas pelo Livro de Mórmon e pelo Livro de Moisés sobre Caim, o qual matou seu irmão Abel. Um contemporâneo no Velho Mundo de Mórmon e Morôni, Cassiano escreveu que "os filhos de Set, que eram os filhos de Deus, viram as filhas daqueles que haviam nascido da linhagem de Caim, e inflamaram seus corações com desejo por causa da beleza e tomaram para si esposas dentre elas, as quais ensinaram seus maridos a iniqüidade de seus pais, e imediatamente os guiaram para longe de suas santidades inatas e da simplicidade de seus ancestrais."

No Livro de Mórmon, é dito que Caim e seus descendentes haviam feito convênios com Satanás a fim de estabelecer as primeiras combinações secretas que mais tarde floresceram entre os Jareditas e os Nefitas (ver Helamã 6:27; Éter 8:15). O mais bem conhecido desses grupos foi chamado "os ladrões e assassinos de Gadianton" (Helamã 6:18). O demônio era considerado em ser o fundador de tais "combinações secretas de assassinato" (ver 2 Néfi 9:9; 26:22). De acordo com Helamã 8:28, o "bando secreto" entre os Nefitas surgiu por intermédio de "Gadianton e do maligno que procura destruir as almas dos homens." O Livro de Moisés confirma o papel do demônio e providencia mais detalhes sobre os juramentos e segredos associados a família de Caim (ver Moisés 5:29-31, 49-52).

Cassiano continua seu relato e nos proporciona material adicional não encontrado na Bíblia mas confirmado no Livro de Mórmon: 

E então, conforme as antigas tradições nos contam, Cam o filho de Noé, que havia sido ensinado nestas superstições e artimanhas iníquas e profanas, sabendo que não poderia possivelmente trazer quaisquer livros sobre esses assuntos para a arca, para dentro da qual ele entraria com seu bom pai e santos irmãos, escreveu estas artes nefastas e artimanhas profanas em placas de vários tipos de metal que não pudessem ser destruídas pelas águas do dilúvio, além de escrevê-las em pedras duras, e quando o dilúvio acabou ele as procurou com a mesma diligência com a qual as havia escondido, e então transmitiu desta forma a seus descendentes uma montanha de profanidades e pecados eternos. Desta forma então, aquela noção comum, de acordo com que os homens acreditavam que anjos entregaram aos homens encantamentos e artimanhas diversas, está em verdade cumprida. A partir destes filhos de Sete e filhas de Caim, conforme havíamos dito, nasceram filhos ainda piores que se tornaram poderosos, caçadores, dos tipos de homens mais ferozes a quem foram chamados de gigantes em razão do tamanho de seus corpos e de suas crueldades e iniqüidades.2

A manutenção de registros em placas de metal é um tema preponderante no Livro de Mórmon, mas igualmente significante é a asserção de Cassiano de que Cam houvera aprendido as "artimanhas iníquas e profanas" de Caim e as havia inscrito em placas metálicas que eles as escondeu antes do dilúvio para mais tarde recuperá-las. A história encontra um paralelo com o relato dos ladrões de Gadianton, os quais "esconderam seus planos secretos na terra" e mais tarde os recuperaram (ver Helamã 11:10, 26).

Um texto medieval Judaico que comenta sobre a Torre de Babel (ver Gênesis 11:2) indica que o povo daquele tempo "encontraram remanescentes da sabedoria secreta que havia sido lá deixado pela geração do Dilúvio, e com isso eles fizeram suas tentativas para provocar o Santíssimo, aquele que é abençoado" (Zohar Gênesis 76a).3 

Embora não possamos com certeza afirmar o que eram estas "antigas tradições" e "sabedoria secreta" às quais Cassiano e Zohar se referem, é interessante notar que esses relatos encontram paralelos em dois livros de escrituras que chegaram até nós através de um profeta moderno, Joseph Smith!

 

Notas

1. Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series (1894; reprint, Peabody, Mass.: Hendrickson, 1995), 11:383.

2. Ibid., 11:384.

3. Harry Sperling and Maurice Simon, trans., The Zohar (New York: Rebecca Bennet Publications, 1958), 1:259.

 

 

Paralelo 4: Don Domingo de Juarros

 

Possível Paralelo do Livro de Mórmon

O historiador Guatemalteco Don Domingo Juarros (1752-1820), baseando-se em antigos documentos, escreveu sobre uma tradição que "os Tultecas eram descendentes da casa de Israel, e foram libertados por Moisés do cativeiro em que o Faraó os detinha," então cruzaram o oceano até o México. Ele então escreveu da divisão do império Quiche em três reinos no tempo do Rei Acxopil e notou que "esta divisão ocorreu em um dia marcado pela extraordinária circunstância de três sóis sendo visíveis ao mesmo tempo, um incidente que induziram algumas pessoas a pensarem que a divisão tomou efeito no dia do nascimento de Nosso Salvador, tal como é comumente declarado que tal fenômeno então ocorreu; mas como um para-hélio é um meteoro que tem sido tão freqüentemente observado, isto não parece ser autoridade suficiente por afixar as divisões das tribos naquele dia em particular" (Don Domingo Juarros, Uma História Estatística e Comercial do Reino da Guatemala na América Espanhola, trans. J. Baily [London: John Hearne, 1823], 163–64).

 

O Livro de Mórmon fala que alguns povos americanos eram descendentes da casa de Israel (Lehitas e Mulequitas) apesar de colocarem as migrações pelo mar um pouco mais adiante da libertação do cativeiro egípcio por Moisés.

O Livro de Mórmon também indica que 30 anos após sinais celestiais marcarem o nascimento de Cristo (uma noite iluminada como se fosse dia…) o governo central dos Nefitas foi destruído e o povo começou a se separar novamente em tribos (ver 3 Néfi 7:1-4). Isto não significa que devemos obrigatoriamente identificar os Nefitas com os Tultecas ou Toltecas, mas é interessante que esta tradição, conectada ao tempo do nascimento de Cristo, deva ter sido preservada em uma área onde muitos eruditos mórmons acreditam que as histórias do Livro de Mórmon aconteceram.

 

 

Paralelo 5: As outras tábuas da Lei quebradas por Moisés.

 

Tradução Inspirada de Joseph Smith - 1833. Êxodo: 34:1-2

Então disse o Senhor a Moisés: Lavra outras duas tábuas de pedra, tais como as primeiras, e as escreverei sobre elas também as palavras da lei, de acordo com que se escreveu nas tábuas que tu quebrastes; mas não será de acordo com as primeiras, porque tirarei de seu meio o sacerdócio; portanto minha santa ordem, assim como suas ordenanças, não irão adiante deles; pois minha presença não irá em seu meio, para que eu não os destrua.

Mas darei a eles a Lei, como nas primeiras, mas será segundo a lei de um mandamento carnal; porque em minha ira jurei que não entrariam em minha presença, em meu descanso, nos dias de sua peregrinação. Portanto faze como te mandei e prepara-te e sobe pela manhã ao monte Sinai; e ali põe-te diante de mim no cume do monte.

 

Compare essa informação com a obtida na epístola de Barnabé, um escrito ortodoxo entre os primeiros Cristãos, traduzido para o Inglês por J.B. Lightfoot e Charles H. Hole respectivamente em 1878 e 1885 na Inglaterra. Acredita-se que esta epístola foi escrita entre os anos 70-130 AD. Tal epístola aparece junto com os outros livros da Bíblia no Códex Vaticanus (4o século) e no Hierosolimitanus (século X). Lembrando aqui que "Testamento" significa "convênio". Ou seja, Novo testamento, seria o Novo Convênio, ou a Nova Lei em aposição a antiga Lei, ou Velho Testamento.

 

Epístola de Barnabé:

Sim [é mesmo assim]; mas vamos inquirir se o Senhor realmente havia dado seu Testamento o qual jurou aos seus pais que Ele daria ao povo. Ele realmente o deu; mas eles não foram dignos de os receber, em conseqüência de seus pecados. Pois o profeta declara, “E Moisés estava jejuando quarenta dias e quarenta noites no monte Sinai, para que pudesse receber o Testamento do Senhor para o povo.” E ele recebeu do Senhor duas tábuas, escritas em espírito pelo dedo da mão do Senhor. E Moisés tendo-as recebido, levou-as para entregar ao povo. E o Senhor disse a Moisés, “Moisés, Moisés, desce rapidamente; pois teu povo pecou, a quem tu trouxeste da terra do Egito.” E quando Moisés compreendeu que eles novamente haviam feito imagens de adoração; ele atirou as tábuas de sua mão, e as tábuas do Testamento do Senhor foram quebradas. Moisés então o recebeu, mas eles se provaram indignos. Aprendei agora como nós o recebemos. Moisés, como um servo, o recebeu; mas o próprio Senhor, tendo sofrido por nossa causa, nos tem-no concedido, para que pudéssemos ser o povo da herança. (Barnabé 14, em ANF 1:146; cf. Barnabé 4, em ANF 1:138-139).

 

Paralelo 6: Adão chama e abençoa sua posteridade justa antes de morrer

 

Joseph Smith 28/03/1835

Três anos antes de sua morte, Adão chamou Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque e Matusalém, todos sumos sacerdotes, e também o restante de sua posteridade que era justa, ao vale de Adão-ondi-Amã; e lá lhes conferiu sua última bênção.

(Doutrina e Convênios | Seção 107:53)

 

O Segundo Livro de Adão e Eva, Cap. VIII:1-2 (traduzido para o Inglês em 1904)

Quando nosso pai Adão viu que seu fim estava próximo, chamou seu filho Sete, que veio a ele na Caverna dos Tesouros, e disse-lhe:

“Sete, meu filho, traze-me teus filhos e os filhos de teus filhos, para que eu possa abençoá-los antes de morrer.”

 

Paralelo 7: Visão de Adão de toda sua posteridade

 

Joseph Smith 28/03/1835

55.  E o Senhor confortou Adão e disse-lhe: Coloquei-te à cabeça; uma multidão de nações procederá de ti e deles serás por príncipe eternamente.

56.  E Adão levantou-se no meio da congregação; e embora curvado pela idade, estando cheio do Espírito Santo, predisse tudo que sucederia a sua posteridade, até a última geração.

(Doutrina e Convênios | Seção 107:55 - 56)

 

Lendas Judaicas da Criação, (Haggadah)

Adão viu toda a história da humanidade em visão imediatamente após sua criação.

“Deus revelou toda a história da humanidade para ele (Adão). Ele lhe (Adão) mostrou (Adão) cada geração e seus líderes; cada geração e seus profetas, cada geração e seus sábios; [etc.]”

(Lendas Judaicas da Criação,  Haggadah,) em TOB, 29

 

Paralelo 8: O livro de Ham (Cam ou Cão em Português) e o Livro de Abraão

 

Entre  1835 e 1840 Joseph Smith traduziu o Livro de Abraão, o qual foi publicado pela 1a vez em Nauvoo em 1842. Tal livro traz mais luz sobre a vida do antigo Patriarca (Venerado pelas três grandes religiões monoteístas do planeta: judeus, cristãos e muçulmanos). Joseph traria por inspiração informações desconhecidas na Bíblia até então, que surpreendentemente seriam corroboradas com a descoberta e tradução de antigos registros nas décadas seguintes e que não se encontravam traduzidas no Inglês. Como primeiro exemplo cito a descoberta do Livro de Ham, o qual traz um registro segundo a perspectiva dos antigos descendentes de Ham e uma opinião crítica com relação aos Hebreus e os descendentes de Sem e Jafé.

O Livro de Ham (Cam) foi descoberto em 1992 (apenas 10 anos atrás) em uma caverna perto de Luxor pelo Dr. Yeben T. Boga,  poeta, erudito bíblico e egiptologista, que o traduziu: (*) Site como fonte de referência:

http://www.yk.rim.or.jp/~elieshoh/index.html

 

No Livro de Abraão aprendemos que a esposa de Ham (Cam ou Cão, em Português) chamava-se Egiptus, e há uma referência indireta indicando a possibilidade de que ela fosse negra. Aprendemos também que esta possuía uma filha também chamada Egiptus e que descobriu e estabeleceu seus filhos numa terra coberta por águas que mais tarde seria chamado Egito. Seu filho mais velho chamava-se Faraó, e foi o primeiro monarca desta terra. Nada no relato bíblico  do Gênesis sugere que a esposa de Han (Cam) era negra e que seus filhos fundariam a nação Egípcia, a não ser por eruditos Bíblicos que reconhecem que o nome de um dos filhos (ou filha) de Ham (Cam), Mizrain, seja um antigo nome para designar a região do Egito.

Agora segue abaixo uma tradução minha para o Português de um pedaço do livro de Ham que encontramos no site acima:

 

“A esposa de Ham (Cam) era negra, desta forma todos os seus filhos tinha pele escura. Seu filho Canaã tinha a pele escura como sua mãe, assim todos os seus descendentes eram negros. Os descendentes de Canaã viveram em suas terras até que foram mortos ou escravizados pelos Hebreus. O Cananita Cush e seu clã escapou deste holocausto ao fugir para o Sul e povoar o continente da África. Os outros descendentes de Han (Cam) foram os povos negros que povoaram a África do Norte e o mundo à leste de Canaã até o vale do Hindu. As primeiras grandes culturas da Mesopotâmia, Egito e do vale do Hindu foram fundadas pelos descendentes negros de Ham (Cam).”

E a menos que você acredite que o pobre fazendeiro Joseph, com apenas três anos de instrução informal tivesse lido e estudado os livros de Heródoto, a informação que ele deu sobre o Egito ser descoberto ainda quando estava grande parte sob águas pode ser corroborada nos escritos do famoso historiador grego. Sacerdotes Egípcios contaram a Heródoto que no reino de Min (possível referência a Miz-ra-in?), o primeiro legislador do Egito, uma vasta área do Egito estava sob água. Em adição, Arrian diz que o rio Nilo era originalmente chamado Egiptus: “O rio deu seu nome à Nação, pois aquele Egiptus era originalmente o nome do rio agora conhecido tanto no Egito como em qualquer lugar do mundo como o Nilo. Há suficiente evidência em Homero, onde encontramos a declaração de que Menelaus atracou ‘na foz do Egiptus’” (Arrian 1971, pág. 264)

(*) Observação: A descoberta do Dr. T. Boga pode ser uma fraude, mas até agora não encontrei nenhuma contestação ao seu trabalho e estou dando um voto de credulidade em que “as inscrições da caverna perto de Luxor existam”. Se alguém souber de algo em contrário, queira fazer o favor de me informar! Obrigado!

 

Paralelo 9: A morte de Labão (Melhor Que um Homem Pereça...)

 

Quando constrangiu Néfi a matar Labão, o Espírito deu a séria justificativa de que "é melhor que um homem pereça do que toda uma nação se desvie e pereça em incredulidade" (I Néfi 4:13). Alma invocou esta mesma justificação quando relutantemente sujeitou Korihor à punição divina (ver Alma 30:47).

Este princípio é peremptoriamente contrário a moderna jurisprudência liberal, mas uma diferente visão prevalecia em alguns casos sob a lei bíblica.

Segundo Samuel 20 é um exemplo pivô. Rei David procurava a vida de Sheba, um rebelde culpado de traição. Quando Sheba refugiou-se na cidade de Abel, Joab, o líder do exército de Davi, exigiu que Sheba fosse entregue a ele.

Ao invés disso o povo de Abel decapitou Sheba e Joab retrocedeu. Este episódio tornou-se um importante precedente legal para justificar a morte de uma pessoa a fim de preservar um grupo inteiro.

Um outro caso do Velho Testamento, preservado mais completamente na tradição oral Judaica, envolveu Jeoaquim, o rei de Judá que se rebelou contra Nabucodonosor.

Nabucodonosor foi para Antioquia e exigiu que o grande conselho Judaico entregasse Jeoaquim ou a nação seria destruída. Jeoaquim protestou, "Põem-se uma vida de lado em favor de uma outra?" Não comovido, o conselho replicou, "Não fez o teu ancestral exatamente isto a Sheba ben Bichri?" 1

Jeoaquim foi entregue a Nabucodonosor, que o levou para Babilônia (ver 2 Crônicas 36:6), onde presumivelmente foi executado. Uma vez que Zedequias se tornou rei menos do que quatro meses mais tarde (ver versículos 9-10), na época dos relatos iniciais do Livro de Mórmon (ver I Néfi 1:4), Néfi estava provavelmente bem ciente de como o princípio do "um por muitos" fora usado para justificar a morte de Jeoaquim. Claramente o caso de Labão e Korihor adequam-se dentro desta tradição.

Ao longo dos anos, o equilíbrio ideal entre os direitos do indivíduo e as necessidades da comunidade vem sendo debatido na Lei Judaica. Em um extremo, os Fariseus sustentavam que nenhum indivíduo fosse jamais entregue pelo bem da comunidade. No outro extremo, os Saduceus, que freqüentemente cooperavam com os Romanos, argumentavam que desde que as autoridades nomeassem uma vítima específica, isto era tudo o que era necessário. Esta lei, conhecida como a Resolução Hadriânica, encontra-se no Talmude Hierosolimitano.2

Tomando uma postura intermediária, a maioria dos eruditos rabínicos tem aceitado o princípio do "um por muitos", mas eles o têm limitado a casos como o de Sheba em que:

(1) a exigência fora feita por um reconhecido líder,

(2) a pessoa requisitada já fosse culpada,

(3) a pessoa fosse identificada pelo nome,

(4) a população do grupo fosse inocente, e

(5) o grupo enfrentaria destruição certa se este se recusasse a entregar o litigante.

É claro, que o princípio do "um por muitos" fora também invocado, ironicamente, por Caifás (um Saduceu) quando argumentou pela morte de Jesus (ver João 11:49-50).3

Enquanto a audiência evidentemente conhecia este familiar princípio, como grupos de Saduceus e Fariseus, eles estavam provavelmente divididos em sua aplicação.

Baseado apenas no Novo Testamento, o princípio do "um por muitos" no Livro de Mórmon pode ter parecido anacronístico. A visão completa de todo o contexto demonstra  contudo que se seguia tal princípio desde muito cedo na cultura Israelita, notadamente na própria época de Néfi. Isto era alguma coisa que Joseph Smith não teria nenhuma maneira de saber, e é um ponto que poucos historiadores legais estão até hoje mesmo cientes.

 

Notas

1. Genesis Rabbah 94/11 on 46:26.

2. Ver TJ Terumot 8:10, 46b.

3. Ver Roger David Aus, "The Death of One for All in John 11:45–54 in Light of Judaic Traditions," em seu Barabbas and Esther and Other Studies in the Judaic Illumination of Earliest Christianity (Atlanta: Scholars Press, 1992).

 

Paralelo 10: A capa de José e o Estandarte da Liberdade de Morôni

 

No relato bíblico, após os irmãos de José terem-no vendido escravo, matam um cabrito, e molham a túnica de José no sangue do animal, e a enviam para seu pai, Jacó, para fazê-lo pensar que José houvera sido morto por uma besta selvagem (ver Gênesis 37:31-33). Mais tarde lemos que José recusa os avanços da esposa de Potifar a fim de manter-se fiel a Deus mas foi não obstante falsamente acusado e aprisionado (ver Gênesis 39).

É interessante que, no,livro de Alma, Morôni diretamente associa seu convênio da liberdade com alguns elementos chaves da história de José. Isto é visto quando Morôni adverte que ele e seus companheiros Nefitas precisam "guardar os mandamentos de Deus, ou nossas vestes seriam rasgadas pelos nossos irmãos, e seremos lançados na prisão, ou vendidos ou mortos" (Alma 46:23).

A túnica ou veste rasgada era uma parte essencial do convênio da liberdade de Morôni. Morôni rasga sua túnica e clama ao povo; então o povo rasga suas vestes "em sinal, ou como um convênio, de que eles não abandonariam o Senhor seu Deus; ou, em outras palavras, se eles transgredissem os mandamentos de Deus, ou caíssem em transgressão, e estivessem envergonhados de tomar sobre eles o nome de Cristo, o Senhor os "rasgaria", mesmo como haviam feito eles com as suas vestes" (Alma 46:21). As vestes rasgadas de Morôni é claramente um símbolo da túnica de José, a qual foi "rasgada pelos seus irmãos em muitos pedaços" (Alma 46:23). No Gênesis, quando Jacó ver a túnica de José tingida de sangue, ele assume que "uma besta selvagem o devorara" e conclui, "José está sem dúvida rasgado em pedaços" (Gênesis 37:33). Embora o relato do Gênesis, diferentemente do relato de Alma, não explicitamente declara como a túnica fora rasgada ou despedaçada, uma versão deste episódio preservada no Livro de Jasar (uma coleção de histórias judaicas do 13o século relatando histórias de um período ainda mais antigo) especificamente declara que os irmãos de José "tomaram a túnica de José e a despedaçaram". 1 O Livro de Jasar também relata que após os irmãos de José despedaçaram a túnica e tê-la embebida em sangue, eles "a pisotearam no chão e enviaram-na ao seu pai." 2  Apesar deste detalhe não ser encontrado na Bíblia, isto pode refletir uma tradição familiar a Morôni no tempo em que ele administrou aos Nefitas o convênio da liberdade.

Morôni orou para que os fiéis Nefitas não fossem "pisados e destruídos" pelos seus inimigos (Alma 46:18). Quando o povo aceitou o convênio da liberdade, "eles lançaram suas vestes aos pés de Morôni, dizendo: Nós fazemos convênio com nosso Deus, que havermos de ser destruídos…se acontecer de cairmos em transgressão; sim, ele [Deus] possa lançar-nos aos pés de nossos inimigos, assim mesmo como temos lançados nossas vestes aos teus pés para serem pisadas sob os pés, caso acontecer de cairmos em transgressão" (Alma 46:22). A significância deste convênio à Nação Nefita é provavelmente refletida pelo fato de que Mórmon mais tarde refere-se aos Nefitas em suas épocas de iniqüidade como tendo sido "pisados ou esmagados sob os pés" (Helamã 4:20; ver Mórmon 5:6).

Parece claro que Morôni conhecia e utilizou elementos da história de José que não mais, ou nunca estiveram, na nossa Bíblia mas que foram preservados tanto pela tradição oral Nefita ou nas placas de latão. Significativamente, algumas destas tradições não-bíblicas parecem ter sido preservadas em tradições judaicas encontradas no Livro de Jasar, uma fonte disponível em Hebreu mas não publicada em Inglês até 1840, dez anos após a primeira edição do Livro de Mórmon.!

 

Notas

Jasar 43:13, conforme aparece no Livro de Jasar (Salt Lake City: J. H. Parry, 1887), 125, ênfase acrescentada.

Ibid., , ênfase acrescentada.

 

 

Paralelo 11: Livro de Enoque e Admoestação de Samuel, o Lamanita

 

31  E eis que se aproxima a hora em que ele amaldiçoará vossas riquezas, para que elas se tornem escorregadias, para que não possais segurá-las; e nos dias de vossa pobreza não podereis retê-las.

(O Livro de Mórmon | Helamã 13:31)

 

33  Oh! Se me houvesse arrependido e não tivesse matado os profetas, nem os tivesse apedrejado nem expulsado! Sim, naquele dia direis: Oh! Se nos tivéssemos lembrado do Senhor nosso Deus no dia em que ele nos deu nossas riquezas, então elas não se teriam tornado escorregadias a ponto de as perdermos; porque eis que nossas riquezas se foram.

(O Livro de Mórmon | Helamã 13:33)

 

Compare estes versículos com os versículos seguintes tirados do Livro de Enoque, o profeta:

 

8. Ai de vós ricos, pois houveste confiado em vossas riquezas, e de vossas riquezas sereis vós separados, porquanto não haveis se lembrado do Altíssimo nos dias de vossas riquezas.

(Enoque 94:8)

 

8. Ai de vós que adquire prata e ouro em injustiça e diz:

“Nós nos tornamos ricos com riquezas e temos possessões;

e temos adquirido tudo o que temos desejado.

9. E agora faremos aquilo é nosso propósito:

 Pois temos ajuntado prata

9c E muitos são os servos em nossas casas.”

9d. E nossos silos estão cheios como se fosse água,

10. Sim e como água vossos enganos irão escoar;

 Pois vossas riquezas não subsistirão mas rapidamente vos abandonam

(Enoque 97:8-10)

 

Repare que Samuel, um profundo estudioso das escrituras pode ter tido acesso aos escritos de Enoque a partir das placas de Latão. A condenação que faz aos Nefitas sobre suas riquezas é bem semelhante àquela de Enoque.

A)        Condena o povo iníquo por  não ter se lembrado do Senhor nos dias de suas riquezas

B)        Amaldiçoa os iníquos com a perda de suas riquezas que irão se tornar escorregadias, ou como água que  rapidamente fluirão e irão embora de suas  mãos

 

Tal tipo de condenação e metáfora não é encontrado em nenhum outro lugar na Bíblia, apenas preservado neste Apócrifo traduzido para o Inglês em 1821 por Richard Laurence e publicado em Londres, de onde tivemos várias edições até a edição revisada de 1883 por Kegan Paul. O Livro de Mórmon foi traduzido em 1829 quando Joseph tinha 23 anos e morava em Manchester, uma cidade do interior de Nova Yorque, acho muito pouco provável que o jovem fazendeiro pudesse ter lido uma cópia da tradução britânica de Lawrence e inserido a condenação de Enoque às riquezas na pregação de Samuel.

Críticos geralmente procuram atentar que a primeira parte do versículo 33 do capítulo 13 de Helamã mostra uma crítica ao assassínio de profetas semelhantes às encontradas no Novo Testamento (Mat. 5:12; 23:31, 34, 37; Luc. 11:47; 13:34; Rom. 11:3; I Tess. 2:15), acham que seria um anacronismo para Samuel, um profeta pré-Cristão ter usado de tais palavras, não obstante condenações semelhantes contra Israel podem ser encontradas em vários profetas do Velho Testamento como Isaías (I Reis 19: 10, 14), Jeremias (Jer. 2:29-30), Neemias (Neh. 9:26)  e Esdras (Apócrifo - IV Esdras 1:32).

 

Paralelos 12, 13, 14, 15 e 16. O Livro de Jasar!
Traduzido de um artigo publicado na “Meridian Magazine” de Jan. 2002 por John P. Pratt

 

O Livro de Jasar tem sido popular entre os membros da Igreja SUD como um suplemento aos seus estudos do Velho Testamento desde quando sua publicação foi anunciada no Times and Seasons em Junho de 1840.[1]

O Livro é a história do mundo desde a criação até o período dos Juízes em Israel. Contém muito mais informação do que se encontra no Gênesis para aquele mesmo período, o que torna a leitura muito interessante e esclarece muitas questões confusas na Bíblia. Foi escrito em sua maioria como uma história secular, mas contém ainda muitas referências sobre os afazeres de Deus. É semelhante aos livros de Josué até Crônicas na Bíblia os quais descrevem muitos eventos históricos tais como batalhas e guerras, mas que também direciona para a mão de Deus nos negócios dos homens.

Talvez o mais próxima menção de um pronunciamento oficial ao Livro de Jasar entre os Santos-dos-Últimos-Dias foi quando o Profeta Joseph Smith o citou como uma fonte que ainda “não havia desqualificada como um mau autor.”[2] Os santos ficam mais enamorados com o livro do que o resto do mundo Judaico-Cristão, e alguns membros da Igreja garantiram os direitos de impressão e republicaram a obra em 1887 na cidade do Lago Salgado. Várias reimpressões fotocopiadas daquela edição ainda estão disponíveis, e o livro também esta inteiramente acessível (em Inglês) na internet[3]

A Igreja SUD nunca tomou uma posição oficial da autenticidade do Livro de Jasar, mas quando os apóstolos fazem listas dos “livros perdidos” da Bíblia, Jasar está geralmente incluído.[4] Um artigo da coluna “Eu tenho uma pergunta” da Ensign (Equivalente a brasileira Liahona) respondeu sobre a questão de sua autenticidade.[5] Após revisar a análise padrão acadêmica de como o livro parece ter sido composto de antigas lendas Judaicas, o artigo conclui com a sábia injunção de tratá-lo conforme o conselho do Senhor sobre como devemos estudar os Apócrifos:

Em verdade, assim vos diz o Senhor com referência aos Apócrifos: Há muitas coisas neles que são verdadeiras e estão, na maior parte, traduzidas corretamente.

 Há muitas coisas neles que não são verdadeiras, que são acréscimos feitos pelas mãos de homens.

 Em verdade vos digo que não é necessário que se traduzam os Apócrifos.

 Portanto, aquele que os ler que compreenda, pois o Espírito manifesta a verdade;

 E aquele que for iluminado pelo Espírito se beneficiará com eles;

 E aquele que não receber pelo Espírito não poderá ser beneficiado. Portanto não é necessário que sejam traduzidos. Amém”. (D&C Seção 91:1 - 6).

 

Qualquer um que ler o Livro de Jasar concordará que ele certamente contém muitas verdades (muitas histórias da Bíblia), e certamente aparenta conter algumas interpolações posteriores de homens, de tal forma que a leitura pelo espírito parece como uma excelente maneira para discernir o que é o quê.

 

História
Referência na Bíblia.
A Bíblia cita o Livro de Jasar como uma fonte confiável. O Livro de Josué inclui o relato de evento nada usual. Um milagre de escala verdadeiramente enorme, se compreendido literalmente, é o “Longo dia de Josué” onde o autor do Livro de Josué declara:

 “E o sol quedou parado, e a lua se deteve, até que o povo tivesse se vingado de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? Destarte o sol se deteve no meio dos céus, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.” (Josué 10:13)

Por que o autor declara que o relato está escrito no Livro de Jasar? Não é porque o milagre parece tal único para que desse uma referência para a fonte desta informação? O real Livro de Jasar era de tal reputação a ponto de ser citado como a fonte de um relato do sol que se deteve em seu movimento.

A outra referência Bíblica trata sobre Davi ter ensinado a arte do arco e flecha a seu exército: (também determinou que fosse ensinado aos filhos de Judá o uso do arco, o qual está escrito no Livro de Jasar.) 2 Samuel 1:18

Novamente, Jasar é mencionado como uma referência, mas desta vez não é imediatamente óbvio porque isto foi incluído. Se Samuel está meramente dando nota do currículo educacional de Davi, por que dar esta referência quando há muitas poucas preciosas fontes para todos os seus demais atos? Era muito incomum para os antigos historiadores providenciar referências, então esta aqui é de alguma forma misteriosa.

 

Outros Livros de Jasar. Existem pelo menos três livros publicados nos tempos modernos que foram chamados de “Livro de Jasar”, os quais são livros inteiramente diferentes. Um é um tratado Hebraico sobre ética, pelo qual ninguém reclama o direito de ser um livro de escritura perdido.[6]

Um outro é uma fraude facilmente detectável, publicada em 1751, a qual diz ter sido traduzida em Inglês por Flaccus Albinus Alcuinus.[7]

Está ainda em impressão, assim se você obter uma cópia do Livro de Jasar, certifique-se de que não seja esta. É algumas vezes chamada de Pseudo-Jasar a fim de distinguir-se do terceiro Livro de Jasar, o qual é um legítimo documento hebraico e é o assunto deste artigo.

 

A Fonte Hebraica. Quando Tito destruiu Jerusalém em 70 A.D., um oficial chamado Sidrus descobriu uma inteira biblioteca escondida com um erudito escondido lá dentro. O oficial teve misericórdia do homem e o levou junto com livros para sua residência no que hoje é Sevilha, Espanha, mas era então chamada Hispalis, capital da província Romana Hispalensis. O manuscrito foi doado à faculdade Judaica de Córdoba, Espanha, e depois que a imprensa foi inventada, os eruditos Judaicos fizeram com que se imprimisse o livro em Hebreu em Veneza em 1625.[8]

A primeira tentativa de tradução para o Inglês foi realizada por um erudito Judeu chamado Sr. Samuel de Liverpool, Inglaterra. Ele estava no processo de tradução quando a acima mencionada obra fraudulenta foi publicada na Inglaterra em 1829. Antes que a visse, ele publicou uma carta declarando que estava traduzindo o mesmo livro, não sabendo que se tratava de uma completa fraude. Por 1833 livretos foram publicados a fim de expor as declarações fraudulentas do Pseudo-Jasar, fazendo com que a Inglaterra fosse um local difícil para ele publicar a legítima versão. Aparentemente notícias desta fraude chegou aos líderes da Igreja SUD pois em 1835 a Primeira Presidência emitiu uma carta declarando que o Livro de Jasar ainda não estava disponível, nem estaria até aquele presente momento."[9] Por causa do clima hostil Britânico, Samuel vendeu sua tradução para Mordecai M. Noah, um editor de Nova York, e o livro foi publicado em 1840, bem longe do escândalo. Foi a primeira tradução Inglesa do Livro de Jasar já publicada. 

Mas é este o Livro de Jasar aquele mesmo mencionado na Bíblia? O prefácio do livro inclui testemunhos de vários eruditos Hebreus afirmando que a tradução é excelente e muito fiel ao original em Hebreu. Eles são cuidadosos, entretanto, em nada dizer sobre a autenticidade da fonte Hebraica. O tradutor, por outro lado, mantém que este é na verdade o livro citado na Bíblia, e até mesmo faz esta declaração na página título.

 

Autenticidade. Então, o que os estudiosos podem dizer sobre a autenticidade do Livro de Jasar? Isto é, dado que seja uma boa tradução do Hebreu, quais são as chances de que seja realmente o livro perdido? Ou é apenas uma boa fonte de autênticas tradições Hebraicas? Se este é o caso, são essas tradições apenas apenas fabricações de uma antiga imaginação fértil? Em outras palavras, há alguma razão para que devêssemos realmente ler e talvez mesmo acreditar neste livro?  

Parece existir nenhuma dúvida na mente de qualquer um de que o livro contenha muitas autênticas tradições Hebraicas.[10] Definitivamente não é uma fraude no sentido de ser uma ficção moderna, assim como era o livro de 1751 de mesmo nome. Gizzberg em sua reputada coleção Lendas dos Judeus cita abertamente dele[11] e é listado nas enciclopédias Judias como uma fonte autêntica.[12] Mas todas essas fontes concordam que o Livro de Jasar foi mais provavelmente escrito na Espanha perto do décimo segundo século A.D.. Pensa-se que deve ter sido composto por um por um autor que estivesse a compilar muitas antigas tradições judaicas (conhecidas como Midrash) datando desde cerca do tempo de Cristo e fabricando umas poucas por conta própria. Então como podemos saber que Jasar está citando a Midrash ao invés da Midrash que se refere ao real livro de Jasar que também é citado no Velho Testamento? Isto é deduzido principalmente do capítulo que descreve onde os descendentes de Noé se estabeleceram, pois nomes Europeus de muitos séculos após Cristo estão incluídos (Jasar 10). Em outras palavras, os princípios de alto criticismo aparentemente exigem que se uns poucos versículos são encontrados na obra que podem definitivamente ser datadas do décimo primeiro século na Espanha, então toda a obra deve ter sido de autoria daquela mesma época.

Se a obra alegasse ter sido produzida por um único autor, tal como o fraudulento Pseudo-Jasar, então esse argumento poderia ser válido. Este livro, por outro lado, está implícito ser um conjunto de anais os quais têm sido passados de mãos em mãos através de uma longa série de autores. Em nenhum lugar existe qualquer implicação de que tudo fosse uma grande revelação dada a um profeta da maneira que Gênesis fora dada a Moisés (Moisés 1:40). Por causa do espírito do livro é daquele de uma continue série de pessoas acrescentando à obra, muito semelhante aos profetas do Livro de Mórmon entregando as placas nas mãos do próximo autor, não ficaria surpreso se interpolações foram feitas de boa fé a fim de atualizar a história de alguma maneira sobre o que houvera acontecido às nações desde o reinado dos Juízes. Desta forma, o método de como eruditos modernos descartam uma obra inteira por causa de umas poucas interpolações e insistência em uma data posterior para suas origens não é assim tão definitivo.

O tradutor da edição de 1840 concorda com nossa avaliação pois sustenta que este livro é verdadeiramente o livro mencionado no Velho Testamento. Ele conclui, “o livro é, com exceção de algumas partes duvidosas, um venerável monumento de antiguidade; e que, não obstante algumas poucas adições possam ter sido feitas nele em comparativamente tempos modernos, ele ainda retém suficiência para prová-lo como uma cópia do livro referido em  Josué 10 e II Samuel 1.” Em outras palavras, uma poucas interpolações posteriores n|ao desqualificam o livro inteiro. Agora vamos dar uma olhada nos dois lugares em que ele aparentemente é citado no Velho Testamento.

 

Josué 10:13.  É fácil encontrar o lugar onde o livro de Josué aparentemente cita o Livro de Jasar.

 “E quando eles estavam lutando, o dia estava declinando em direção ao crepúsculo, e Josué disse à vista de todo o povo, Sol, detenha-te sobre Gibeão, e tu Lua no vale de Absalão, até que a Nação tenha se vingado sobre seus inimigos.”

“E o Senhor ouviu a voz de Josué, e o sol deteve-se no meio dos céus, e permaneceu parado seis momentos e meio, e a lua também parou e não se apressou a descer por quase um dia inteiro.” (Jasar 88:63-64)

O tradutor nota que a palavra que ele escolheu como “momentos” apenas significa “tempos”, um uso que não é familiar. Para mim esta citação, embora exatamente conforme a prescrição médica, não é a prova final pois se alguém quisesse falsificar o Livro de Jasar, este é exatamente o tipo de versículos que seriam fabricados como prova. Vamos agora considerar a outra referência, a qual é muito mais convincente.

 

Samuel 1:18. Conforme vista nas citações desta referência acima, a Bíblia declara que Davi ensinou os filhos de Judá o uso do arco, conforme relatado no Livro de Jasar. Aqui, à primeira vista, parece que o Livro de Jasar não se qualifica, pois sua história termina no reino dos Juízes, muito tempo antes do reinado de Davi. Desta forma, se este livro estivesse meramente tentando parecer ser uma escritura perdida, pareceria que o autor não estivesse ciente desta segunda referência escriturística, o que aparentemente o desqualifica. Na verdade, um crítico rejeitou o livro citando esta fraqueza como sua principal razão.[13]

Mas numa inspeção mais cuidadosa, a referência prometida não está apenas presente mas além disso, o mistério do porquê o autor Bíblico incluiu a fonte é também explicado. A razão é por que o próprio Davi é quem está citando o Livro de Jasar, e não o Livro de Jasar que está meramente registrando as ações de Davi. Jasar contém a injunção para que is filhos de Judá possam aprender a arte do arco e Davi considerava o Livro de Jasar de tão grande autoridade que se este ordenava a ensinar a arte do arco, ele estava determinado a assim o fazer. Isto coloca uma  luz inteiramente nova na questão. Aqui está a citação real, a partir das últimas palavras de Jacó a seu filho Judá:

 “Apenas ensina teus filhos o arco e todas as armas de guerra, a fim de que possam eles combater as batalhas de teus irmãos os quais legislarão sobre seus inimigos.” (Jasar 56:9)

Esta passagem é bem forte como evidência de que este Livro de Jasar é verdadeiramente o Livro de Jasar. A citação, uma vez encontrada, soluciona o mistério do porquê a referência fora necessária (para dar uma fonte de referência para Davi), e ainda era tão obscura que muitos críticos e revisores passaram inteiramente por cima dela sem a perceber, o que proporciona um forte argumento para que o Livro não foi apenas fabricado para que se cumprisse o requisito de ter sido citado.

 

Concordância com a Bíblia.  A maioria dos revisores garante que não há nenhuma discordância significativa entre a Bíblia e o Livro de Jasar. De fato, uma excelente nova e anotada reimpressão adiciona vários apêndices discutindo as clarificações feitas no livro de Jasar [14]. As poucas discordâncias entre o Livro de Jasar e a Bíblia [15] são insuficientes para desqualificá-lo como o autêntico livro perdido mencionado nas escrituras.

 

O Nome “Jasar”.  O que significa o nome Jasar? Freqüentemente se assume que Jasar é o nome do autor. Na verdade, o fraudulento Pseudo-Jasar assumia ter sido escrito por um juiz da antiga Israel chamado Jasar. A palavra hebraica Jasar deriva de “reto” e é freqüentemente como “justo” ou “correto”. Existem pelo menos três sentidos que diferentes tradutores têm usado para esta palavra. Uma tradução Bíblia concede o nome do Livro como “O Livro do Reto,” sugerindo que retidão refere-se ao caráter dos autores.[16] A introdução da edição hebraica de 1625 declara que o nome significa que todos os eventos no livro estão alistados em “correta” ordem cronológica, o que é sem dúvida uma saliente característica, freqüentemente interrompendo o fluxo da história.[17] O tradutor da edição de 1840 interpretou o nome como sendo “o registro justo ou correto,” com “justo” se referindo à acuidade do relato. Isto concorda com uma alegada declaração pelo antigo historiador Flávio Josefo que escreveu no primeiro século A.D.:  

"Que por este livro deve ser compreendido certos registros conservados propositalmente em alguns lugares seguros, dando um relato do que acontecia entre os Hebreus ano após ano, e chamado Jasar, ou o ”Reto”, devido a fidelidade dos anais."[18]

Por razões discutidas logo abaixo, todas as três destas interpretações parecem descrever o livro admiravelmente, desta forma nenhuma tentativa aqui será feita a fim de determinar a correta interpretação.

 

Uma Escritura não Hebraica. Evidência explícita de que o Livro de Jasar não era considerada escritura antigamente é fornecida em seu prefácio em Hebraico. O relato conta que quando Ptolomeu, rei do Egito, requisitou em ter os livros sagrados judaicos, os israelitas sentiram que não poderiam dar aos gentios suas escrituras sagradas, desta maneira eles lhe enviaram o Livro de Jasar. Diz-se que ele o prezou muitíssimo, mas então descobriu que não era a sagrada lei dos judeus. Quando então confrontou os Judeus, eles concordaram em traduzir seu Velho Testamento para o Grego, o que se tornou conhecida como a Septuaginta.[19] Se este relato estiver correto, como aparenta estar,[20] então até mesmo os Apócrifos eram provavelmente considerados mais sagrados do que o Livro de Jasar pois estes foram incluídos na tradução, sendo que o Livro de Jasar não.

 

Revelação Moderna. Após esta longa introdução, vamos agora para a questão central deste artigo. Hugh Nibley declarou:

O Livro de Jasar é de interesse para os Santos dos Últimos Dias, uma de suas primeiras traduções para o Inglês foi publicada na cidade de Lago Salgado. “Não pode haver qualquer dívida de que o Livro de Jasar era um épico nacional,” de acordo com Cyrus Gordon; mas quanto deste livro em particular pertence à obra original? “A época está madura”, diz ele, “para uma renovada investigação de tais fontes genuínas de Escritura, particularmente contra o acervo dos Pergaminhos do Mar Morto.”[21]

A época realmente parece madura para aceitar esse desafio, mas o povo S.U.D. tem alguma coisa ainda melhor do que os Pergaminhos do Mar Morto para comparação. Vamos ao invés comparar o Livro de Jasar com escrituras modernas reveladas. Existem muitos detalhes específicos mencionados no Livro de Jasar que não podem ser encontrados na Bíblia, mas que são encontrados em revelações modernas, especialmente em Doutrina e Convênios (1835) e no Livro de Moisés (tradução inspirada do Gênesis, 1831), ambas foram publicadas antes que o Livro de Mórmon tornar-se disponível ao Profeta Joseph Smith em 1840.[22] A análise que agora será apresentada é extremamente preliminar de um escopo bem limitado. Cobre apenas uns poucos versículos dos primeiros quatro dos 91 capítulos de Jasar. Mas mesmo este pequeno começo mostrou-se suficientemente frutífero a ponto de implicar que um estudo mais exaustivo deve ser feito.

Suponha que você esteja para falsificar um antigo documento que inclua detalhes sobre os patriarcas antes do Grande Dilúvio. A Bíblia lista apenas os seus nomes e idades nos capítulos de genealogia: Adão, Sete, Enos, Cainã, Malalael, Jarede, Enoque, Matusalém, Lameque e Noé (Gen. 5-29). Os únicos detalhes fornecidos sobre qualquer um deles além de Adão e Noé são que Sete era a expressa imagem de Adão, e que Enoque “caminhava com Deus: e já não era; pois que Deus o tomou” o que tem sido interpretado significar que ele foi transladado, para que não pudesse experimentar a morte (Hebreus 11:5) 

Suponha que você decidiu suprir seus leitores com alguns detalhes sobre a vida deles, assumindo que ninguém pudesse jamais checar suas informações pois esses homens viveram tanto tempo atrás que nenhum registro confiável poderia estar disponível a fim de expor a sua fraude. O que você diria? Tome um minuto agora para inventar alguma coisa sobre Matusalém, por exemplo.

Pronto? OK, agora vamos dar uma olhada nos detalhes fornecidos pelo Livro de Jasar, e então compará-los à revelação moderna, onde possamos verdadeiramente checar sobre essas declarações. Você pode checar seu próprio sucesso ao adivinhar corretamente alguma coisa que mais tarde possa ser encontrada na revelação moderna. Aqui estão alguns exemplos, nenhum dos quais podem ser encontradas em qualquer lugar na Bíblia:

 

Evento

Livro de Jasar

Revelação Moderna

Cainã torna-se sábio na idade de 40 anos

"E Cainã cresceu e estava com quarenta anos de idade, e tornou-se sábio e...escreveu sobre tábuas de pedra, o que estava para acontecer no porvir.”

 (Jasar 2:11,13)

"Deus visitou Cainã no deserto no quadragésimo ano de sua vida"

 (D.&C. 107:45)

As esposas de Lameque se rebelam

"as esposas de Lameque separam-se dele” após ele ter matado Caim e Tubal Caim, mas ele insistia que ambas as mortes foram acidentes.

 (Jasar 2:26-36).

Lameque contou às suas esposas sobre as combinações secretas e "elas rebelam-se contra ele" e declararam o segredo abertamente, de tal forma que Lameque foi expulso, senão deveria ser morto. (Moisés 5:53-54)

Enoque chamado a pregar aos homens

"um anjo do Senhor o visitou do céu" e ordenou-o a ensinar aos homens os caminhos de Deus.

 (Jasar 3:3-4)

"E ele ouviu uma voz do céu dizendo: Enoque, meu filho, profetiza a este povo e dize-lhe – Arrependei-vos" (Moisés 6:27)

Temor de Enoque entre os homens

"e todos os filhos dos homens estavam com muito medo de Enoque, e temiam se aproximar dele em razão da fisionomia divina que  estava posta sobre seu semblante; portanto nenhum homem poderia olhar para ele, temendo que pudesse ser punido e morrer" (Jasar 3:20)

"E aconteceu que quando o ouviram, homem algum lhe deitou as mãos; porque o temor se apoderou de todos os que o ouviram; porque ele andava com Deus.... E quando Enoque proferiu as palavras de Deus, o povo tremeu e não pôde permanecer em sua presença..... vi os céus se abrirem e fui revestido de glória;" (Moisés 6:39,47; 7:3)

A cidade de Enoque é transladada

"ele foi adiante e todos os filhos dos homens foram após ele, cerca de oitocentos mil homens;" e após ele "ascenderam aos céus em um redemoinho" os homens que permaneceram com ele todos também nunca mais foram encontrados. (Jasar 3:38)

"E Enoque e todo o seu povo andavam com Deus e ele habitou no meio de Sião; e aconteceu que Sião já não existia, porque Deus a recebeu em seu próprio seio; e daí em diante se começou a dizer: Sião Fugiu.” (Moisés 7:69)

Grande fome no tempo de Matusalém

"E o Senhor estava excessivamente irado contra eles e o senhor continuou a destruir as sementes naqueles dias, de tal forma que não havia nem semeadura nem ceifa na terra. Pois quando semeavam o solo a fim de que pudessem obter alimento para o seu sustento , eis que, espinhos e cardos eram produzidos o que não os permitiam semear" (Jasar 4:5-6)

"E aconteceu que Matusalém profetizou que de seus lombos nasceriam todos os reinos da Terra (através de Noé); e ele tomou a glória para si.  E sobreveio uma grande fome na terra; e o Senhor amaldiçoou a Terra com uma dolorosa maldição e muitos de seus habitantes morreram.”

 (Moisés 8:3 - 4)

 

Paralelo 12 - Cainã. A comparação das passagens acima do Livro de Jasar com as verdades modernas restauradas mostra vários quase perfeitos pontos para o Livro de Jasar. O primeiro é especialmente contundente. O Livro de Jasar reporta que quando Cainã tinha quarenta anos de idade ele se tornou sábio e escreveu profecias. Cinco anos antes que o Livro de Jasar se tornar disponível, o Senhor revelou a Joseph Smith que Deus houvera visitado Cainã em seu quadragésimo ano. Aqui temos duas testemunhas que concordam até no mesmo ano em que Cainã teve uma revelação (D&C) e pudesse assim profetizar o futuro (Jasar). Lembre-se, Cainã viveu muito tempo antes do dilúvio, e não há nenhuma maneira de saber alguma coisa sobre ele exceto que seja através de revelação ou de registros preservados na arca. Além do mais, em todo o arcabouço da revelação moderna que possuímos o único fato novo sobre Cainã que temos, simplesmente acaba por explicar de onde a recém encontrada sabedoria de Cainã mencionada no Livro de Jasar veio. Perceba também que Jasar funciona mais como uma notícia de jornal, que Cainã tornou-se sábio e escreveu tábuas de profecia. Aquilo poderia ter sido o conhecimento publicável. Revelação moderna, pelo outro lado, nos conta a parte secreta, que sua sabedoria veio diretamente de uma revelação de Deus, a qual poderia nunca ter sido revelada ao público.

     

Paralelo 13 - Lameque.  Os outros exemplos também são fortes testemunhas. A história sobre Lameque (não o Pai de Noé, mas u descendente de Caim) não faz qualquer sentido se lermos somente em Gênesis. Para mim é uma evidência convincente que parte da história foi removida de nosso registro sagrado porque ninguém teria escrito isto de forma tão criptográfica. Diz apenas que Lameque contou a suas duas esposas, “Matei um homem porque ele me feriu: e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tornará vingança de Caim; de Lameque, porém, setenta vezes sete” (Gen. 4:23-24). Então de que se trata tudo isso? Por favor tome um minuto e pense sobre apenas o que isso quer dizer.

OK, agora considere o que Jasar acrescenta. Explica que as duas vítimas eram seu ancestral Caim e seu próprio filho Tubalcaim (Gen. 4:22), mas adiciona que Lameque insistia que ambas mortes haviam sido acidentais. Sua defesa é apresentada em Jasar como verdadeira, mas é difícil de acreditar pois seu álibi é que ele havia confundido Caim por um animal, e então quando ele e seu filho descobriram seu erro, eles juntos bateram as palmas de suas mãos tão violentamente que ele acidentalmente também matou Tubalcaim (Jasar 2:26-31). Depois de tomarem conhecimento das mortes, suas esposas procuram matá-lo. Na verdade, um júri da época pode ter seriamente considerado a possibilidade de que ele tivesse matado Caim e então matou seu filho para se proteger. Aparentemente ele finalmente teve sucesso em ter sua história aceita porque eventualmente suas duas esposas retornaram para ele (Jasar 2:32-36), e porque está relacionado como o verdadeiro relato.

O Livro de Moisés nos conta o “resto da história” que não era conhecida do autor de Jasar. Ela clarifica que foi na verdade seu bisavô Irad quem fora morto por Lameque (ao invés de Caim), e de que isto havia sido um assassinato premeditado, realizado a fim de preservar seus juramentos secretos de serem revelados (Moisés 5:49-50). Enquanto os relatos discordam em quem foi assassinado, eles concordam no detalhe de que suas esposas rebelaram-se contra ele por causa disto. Para mim, este é um grande exemplo de como o Livro de Jasar acaba sendo um relato autêntico a partir da história secular (que Lameque matou alguém mas que isto fora um acidente) e que o Senhor acabaria por revelar a parte oculta da história de que o assassinato fora perpetrado para proteger combinações secretas.

Destarte, Jasar parece simplesmente relatar o que se acreditava ter ocorrido. Para mim isto parece convincente de que seja autêntico, mesmo embora inclua alguns erros, da mesma maneira que nossos jornais modernos são autênticos mesmo preenchidos com erros de reportagens. Em outras palavras, não devemos confundir “autêntico” com “verdadeiro”. Note também que a revelação moderna sobre Lameque não procura preencher todas as lacunas do relato, tais como quem era o “rapaz” morto. É quase como se o Senhor esperasse de nós que lêssemos o relato de Jasar e deduzir que Tubalcaim fora também assassinado por combinações secretas.

 

Paralelo 14 e 15 - Enoque. Quanto ao profeta Enoque, o Livro de Jasar e Moisés juntos adicionam mais de duas páginas completas sobre este profeta único. Dois pontos de concordância estão listados na tabela, os quais coincidem em muitos detalhes, tais como o povo tendo um grande temor de Enoque. O último parece ser um relato secular em Jasar de que a cidade inteira de Enoque foi transladada com ele. Apenas reporta os fatos de que após Enoque ter ascendido aos céus em um grande redemoinho, e quando se procurou pelos seus seguidores, tudo o que fora encontrado era um monte de gelo e neve. A área foi varrida em busca dos corpos mas nenhum fora encontrado. Isto soa como o jornal daqueles dias possa ter registrado, pois havia sido apenas anunciado publicamente de que o próprio Enoque haveria de ser levado aos céus.Por outro lado, escrituras modernas nos asseguram de que a sua cidade inteira fora transladada ao céu. Isso parece ser um ponto importante para Jasar em ter acertado este detalhe pois a Bíblia fala somente que apenas o próprio Enoque seria transladado. Ele também adiciona uma nova dimensão à história pois aparentemente seus seguidores pensassem de que poderiam estar arriscando suas vidas em permanecendo com Enoque, não sabendo de antemão de que também seriam transladados.

   

Paralelo 16 - Matusalém. E finalmente, os dois relatos não apenas concordam de que houve uma fome nos dias de Matusalém, Jasar na verdade acrescenta os detalhes de que tipo de “dolorosa maldição” o Senhor havia lançado sobre o solo. Para mim este é outro real “tiro na mosca”. Novamente perceba que Jasar procura relatar os eventos observados (ervas daninhas cresceram ao invés das plantas semeadas) enquanto a revelação inspirada focaliza mais no aspecto celestial (o Senhor amaldiçoou o solo). Os dois relatos juntos nos dar uma mais completa visão.

 

Jasar: A visão secular

Todos estes exemplos têm a característica de que o relato de Jasar é uma versão secular “pública” do que acontecera, sem entrar muito em detalhes sobre a mão de Deus na história, o que poderia levar a descrédito aos olhos de não-crentes. Pelo outro lado, o relato sagrado é muito mais esclarecedor para os crentes e explica o que está acontecendo por trás das cenas. Desta forma parece que Jasar fora todo confeccionado para ser um registro público, que poderia explicar porque este fora ele dado ao Rei do Egito, enquanto o registro sagrado fora mantido guardado. Não que fosse ou tivesse Jasar menos crédito ou acuidade, mas antes que era uma visão mais secular da história, o que servia a um propósito muito importante.

Este registro paralelo da história Secular vs. Sagrado é até mesmo uma reminiscência das placas maiores e menores do Livro de Mórmon. Jasar é como o livro de Alma com crônicas de guerras, e inclui alguns sermões inspirados, mas muito poucas revelações. Os cinco livros de Moisés (Gênesis a Deuteronômio), por outro lado, incluem muitas revelações de Deus, tal como as placas menores de Néfi. Há um arranjo semelhante de livros no Velho Testamento pois os livros são agrupados juntos dependendo se eles são “históricos” (Josué a Éster) ou “proféticos” (Isaías a Malaquias), ao invés de estarem listados em uma ordem cronológica. Desta forma, vemos que existe um padrão ao longo da história de relatos paralelos sacros e seculares, e o Livro de Jasar parece ser o mais secular registro Hebraico.

 

Cronologia

Uma outra testemunha para Jasar vem do campo da cronologia. O Livro de Jasar contém uma cronologia do mundo que é aproximadamente idêntica a uma interpretação da Bíblia. A Bíblia tem várias ambigüidades e o Livro de Jasar as resolve. Algumas destas dificuldades tem causado grandes diferenças nos cálculos das cronologias do mundo.

Por exemplo, qual era a idade de Terá à época do nascimento de Abrão (mais tarde chamado Abraão)? O Livro de Gênesis afirma, “E Terá viveu setenta anos e gerou Abrão, Nahor e Harã” (Gen. 11:26). Eram eles trigêmeos? Era Abrão o primogênito? Então qual era a idade de Terá quando Abrão nasceu? Isto acaba se tornando uma peça de informação vital se alguém estiver tentando construir uma cronologia Bíblica do mundo. Um problema com tais cronologias é que freqüentemente presume-se que os eventos da Bíblia estejam sempre ocorrendo em uma ordem cronológica, o que simplesmente não é verdade.[23]

Como alguém que estudou a cronologia do Livro de Jasar em detalhes, eu posso testificar que a cronologia de Jasar é assombrosamente acurada e auto-consistente. Isto está em pronto contraste com outras fontes não escriturísticas, tais como Josefo, o qual se confunde com erros de cálculo, e o Livro dos Jubileus no qual tem datas que parecem estar totalmente incorretas.

 

Então como Jasar poderia saber?

Há muitos pontos específicos levantados no Livro de Jasar, e não mencionados na Bíblia, o qual batem com verdades detalhadas da revelação moderna. Alguns deste detalhes são relativos a eventos muito tempo antes do Grande Dilúvio, o que no leva a pensar apenas em como o autor do Livro de Jasar poderia ter conhecimento desses detalhes? Qualquer um que declarar que o Livro de Jasar é meramente uma coleção de lendas Judaicas precisa ainda explicar de onde as partes verdadeiras daquelas lendas puderam ter vindo? Foram estas preservadas nos escritos de Noé durante o Dilúvio? Ou é Jasar um produto da tradição oral ou de revelação? Não parecem existir muitas outras escolhas, a menos que o autor do Livro de Jasar fosse um excelente adivinhador, e o Senhor decidiu fazer aquelas adivinhações parecerem como história autêntica ao revelar que elas estavam corretas.

Para mim, Jasar não aparenta ser uma revelação, e ele também não clama para si este direito. Por outro lado, ele realmente aparenta ser uma história secular. Então para mim, parece mais provavelmente que o Livro de Jasar não é apenas autêntico, mas é composto de fontes que foram preservadas na arca de Noé. Se assim for, então sua história da criação é anterior aquela relatada no Gênesis. Abraão teve acesso a tais escritos, e o Livro de Jasar poderia ter passado das mãos de Noé para Abraão (Abr. 1:31). Se este for o caso então a revelação de Moisés poderia ter adicionado um monte de esclarecimentos ao existente Livro de Jasar, tais como indicando que Lameque estava envolvido em combinações secretas. A revelação do Gênesis não deveria tirar o lugar do Livro de Jasar porque era ainda importante ter um registro secular público. Então aquelas partes do Gênesis sobre combinações secretas podem ter sido removidas, talvez por outros ainda envolvidos em combinações secretas, apenas para serem restauradas em nossos dias pelo profeta Joseph Smith (Moisés 1:41). Desta forma, a única resposta plausível que me vem à mente a qual parece explicar todos os fatos, é que o Livro de Jasar começou como um relato particular da história, foi preservado por Noé na Arca e passado de mãos em mãos para Israel através de Abraão. Este livro verdadeiramente parece ter sido citado no Velho Testamento. 

É importante enfatizar que apenas porque o Livro de Jasar está correto em alguns pontos, isto não significa que esteja correto em todos os outros. Ele com certeza contém interpolações de autores posteriores, os quais poderiam estar em erro, e alguns dos mais antigos relatos poderiam ter sido mal copiados.[24]

Antes de concluir, gostaria de compartilhar um pensamento de William W. Phelps, que declarou:

 

"... alguns se voltarão às palavras de vida eterna, para a vida e salvação, se estas possa, ser encontradas na antiga bíblia, livro de Mórmon, no livro perdido de Jasar, ou no livro de Enoque mencionado por Judas. Embora os homens possam estar receosos dos livros de Deus, ou receosos que Deus possa trazer qualquer coisa mais para este mundo, eu espero que quando os mortos, pequenos e grandes, se colocarem diante dele, os livros serão abertos; mesmo os livros de Jeová, e os homens serão julgados de acordo com o que está escrito nos"[25]

Após toda o esforço de pesquisa feito a fim de produzir este artigo, minha conclusão é exatamente a mesma conclusão de Mordecai M. Noah colocou em sua introdução a primeira tradução inglesa em 1840.

"Sem concedê-lo ao mundo como uma obra de inspiração Divina, ou assumindo a responsabilidade de dizer que não seja um livro inspirado, eu não tenho hesitação alguma em pronunciá-lo como uma obra de grande antiguidade e interesse, e uma obra que pode ser intitulada, mesmo que a considerássemos como uma curiosidade literária, estar em grande circulação entre aqueles que tem prazer em estudar as escrituras."[26]

 

Notas

[1]       "Nós teremos brevemente uma curiosidade literária, ou melhor bíblica, ao apresentar o leitor, que podemos com certeza predizer, trará grande interesse entre aqueles que têm prazer em ler e estudar as Escrituras. É o Livro de Jasar que é citado na Bíblia, em Josué e no segundo livro de Samuel, e que esteve em processo de tradução do Hebreu por vários anos na Inglaterra, e agora está completo, e será publicado em poucos dias nesta cidade, em uma bem elegante e estereotipada edição. Tem existido vários simulados Livros de Jasar, uma nota disto encontramos nos comentários do Reverendo Horn acerca do estudo das Escrituras; mas estes não tem qualquer analogia com a presente obra, a qual esta escrita no mais puro Hebreu, e traduzida com uma fidelidade e elegância dos mais altos créditos ao eminente erudito que tem já há muito engajado nesta obra. O prefácio à edição hebraica fala dele como tendo sido trazido de Jerusalém com outros rolos e manuscritos sagrados  na época da destruição daquela cidade, e levada para a Espanha, onde os judeus tinham suas mais renomadas faculdades até o décimo primeiro século. A época de sua descoberta o manuscrito foi copiado e levado até Veneza, onde foi impresso por ordem do Consistório Judaico de Rabinos em 1613, e está agora pela primeira vez traduzido para a língua Inglesa e publicado. A Sociedade Real Asiática possui uma cópia em Calcutá, e deu ordens ao Reverendo, Mr. Adams para traduzi-lo, mas foi abandonando quando da notícia de uma tradução que já estava em andamento. Está repleto de interessantes tópicos e foi escrito com uma calorosa piedade e sagrada devoção, digno de tomar um nível similar de importância com quaisquer outros livros perdidos, não estritamente canônicos. Não difere com a Bíblia em nenhum exemplo, mas amplifica os eventos registrados nas Escrituras, com apenas uma singular diferença em cronologia de alguns 50 a 60 anos, ao fazer Noé e Abraão contemporâneos – começando com a criação de Adão e terminando com a morte de Josué. Josefo refere-se a este livro, e o grande Mendelson extraia copiosamente dels. Recentemente o Livro de Enoque foi descoberto, traduzido do Etíope e publicado na Inglaterra. Prof. Stewart tem ultimamente o revisado. A descoberta de livros perdidos citados nas Escrituras, e os muitos ainda para serem descobertos, unem-se aos singulares sinais dos tempos em relação ao povo escolhido, concede grande interesse a este e obras similares. – Este livro, que totaliza quase trezentas páginas, esclarece alguns pontos alguns pontos que estavam de alguma forma obscuros na Bíblia, e é muito completo em detalhar os eventos do reinado de Ninrode; da construção da Torre de Babel, da confusão das línguas; das causas que precederam a destruição das cidades condenadas por Deus; do sacrifício de Isaque, da vida de José: e tem alguns fatos curiosos sobre o dilúvio. — NEW YORK STAR." Times and Seasons, Vol.1, No. 8 (June 1840), p.127.

[2]       "Mas se acreditarmos em presente revelação, conforme publicada no Times e Seasons da última primavera, Abraão, o profeta do Senhor, foi colocado sobre um divã de ferro para ser morto; e o livro de Jasar, que não foi desqualificado como um falso autor, diz que ele foi atirado no fogo dos Caldeus." Teachings of the Prophet Joseph Smith, (Salt Lake City: Deseret Book, 1976), p. 261, quoting Times and Seasons (1 Sep 1842), 3:902.

[3]       Ver http://www.ccel.org/a/anonymous/jasher

[4]       Por exemplo, Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, "Escrituras Perdidas", p. 454, o lista entre os livros "que não estão agora disponíveis." Uma notável exceção que sugere uma atitude do "espere para ver”  é aquela de Neal A. Maxwell em But for a Small Moment, p. 49, engenhosamente exclui Jasar da lista de livros sabidos estarem perdidos: "Entre estes escritos perdidos estão o escritos de Samuel, o vidente; Natã; os Atos de Salomão; Semaías; Aías; Ido; Jeú; e Enoque. Josué menciona o livro de Jasar (Josué 10:13). "

[5]       Edward J. Brandt, "Eu tenho uma Questão: Recentemente adquiri uma cópia do texto chamado Livro de Jasar, o qual clama ser o livro de escritura perdido a que a Bíblia se refere. Pode-me dizer se ele é autêntico?", Ensign (Junho 1981) pp. 36-37.

[6]       Foi publicado em Veneza em 1544, e reimpresso em Viena em 1811. É apenas o Sefer Hayashar (Livro de Jasar) mencionado na Enciclopédia Judaica (Jerusalem: Macmillan, 1971), vol. 14, p. 1099.

[7]       O livro nada mais é do que uma pobre sinopse de partes do Velho Testamento, e contém muitas falhas glamourosas. Edgar Goodspeed, em seu Modern Apocrypha, Famous "Biblical" Hoaxes [Apócrifos Modernos, Famosas Fraudes Bíblicas] (Boston: Beacon Press, 1956) providencia ampla evidência que isso for a uma “falsificação literária sem-vergonha”. Ver o sumário por John Baskette em http://answers.org/Bible/jasher-book-of.html. Goodspeed menciona um quarto livro de Jasar pelo Rabino Levita datando de 1391, o qual esta além do escopo deste artigo.

[8]       Este relato foi tirado do prefácio da edição Hebraica de 1625 (algumas vezes listado como 1613 provavelmente porque o impressor menciona essa data), cujo prefácio Hebraico foi traduzido e incluído na edição Inglesa de 1840, mas foi omitido na reimpressão de 1887. Há também uma reportada edição hebraica de 1552 impressa em Nápoles, mas todas as versões que hoje temos vieram da edição de 1625. A transferência do manuscrito para Córdoba foi mencionada no prefácio de Mordecai Noah.

[9]       "Não encontramos o Livro de Jasar, nem qualquer outro dos livros perdidos mencionados na Bíblia ainda; nem iremos obtê-los até o momento. Concernente aos Apócrifos, o Senhor nos disse que havia muitas coisas neles que são verdadeiras e muitas coisas que não são, e aqueles que desejarem, será concedido pelo Espírito distinguir o que é verdadeiro daquilo que é falso." Carta datada de 25 de Junho de 1835 assinada pela Primeira Presidência (D.H.C. I:363).

[10]     Por exemplo, Hugh Nibley declarou após citar o material sobre Enoque (Jasar 3:5-10), "Passagens tais como estas as quais seguem de perto tanto o Enoque Eslavônico como o Hebraico demonstram que o livro de Jasar se utilizava de fontes muito antigas e era muito mais do que um romance medieval." Collected Works of Hugh Nibley, Vol. 2, p. 301, fn. 380.

[11]     Ginzberg, The Legends of the Jews (Philadelphia: Jewish Publication Society of America, 1912). Por exemplo, o registro inteiro de Enoque e de sua ascensão (Jasar 3:2-38) está incluído (vol. 1, pp. 127-30). A nota final (vol. 5, pp. 157-8) assume que Jasar é uma compilação a partir de antigas fontes, então se nenhum relato pode ser encontrado em alguma outra parte, a suposta referência mais antiga é dada. Apenas no caso em que o relato não possa ser encontrado em outro lugar é Jasar alistado como a fonte primária, conforme este caso.

[12]     A Enciclopédia Judaica (NY: Funk and Wagnall, 1905), XII: 588-9; Enciclopédia Universal Judaica (NY:Universal Jewish Encyclopedia Co., 1942), 6:41.

[13]     Esta é a conclusão de Brandt (ver nota final 5). Ele declara, “Talvez a fraqueza mais saliente desta obra em particular é que embora ela certamente contenha um relato paralelo de Josué 10:13, o prometido relato mencionado em II Samuel 1:18 não está incluído...acredito que existam amplas evidências para mostrar que o popular Livro de Jasar 1840/1887 não é o livro perdido de escritura mencionado no Velho Testamento."

[14]     Simpson, Wayne, Os autênticos Anais dos Antigos Hebreus (Kearney, NE: Morris Publishing, 1995). Este título é sua tradução do nome “Livro de Jasar”, e ele faz uma bela defesa para que se acreditasse ser o livro aquele referenciado na Bíblia. Em adição a reimpressão do texto inteiro da edição de 1840, ele incluiu três prefácios os quais foram infelizmente omitidos na edição de 1887: um prefácio do editor da tradução de 1840, e outros dos impressores e dos eruditos Hebreus da edição hebraica de 1625 (1613). Ele também acrescentou 8 apêndices que são muito instrutivos. Esta edição é a melhor que já vi até hoje. Está atualmente descrita em http://www.jasher.com .

[15]     Deane Schaub, "The Book of Jasher", alista diferenças, todavia seu pontos são incorretos ou forçados. Por exemplo ele reclama que em Gênesis 17:16 Deus diz a Abraão sobre as promessas do nascimento de Isaque, só que em Jasar diz que um anjo é quem lhe traz esta mensagem (Jasar 18:9). Mesmo se isso fosse incorreto, parece um ponto sem significância pois uma mensagem trazida por um anjo pode igualmente ser identificada como vinda de Deus. Mas a citação de Jasar exatamente corresponde a Gênesis 18:10, onde um anjo também diz novamente a Abraão, desta forma autor de Jasar é mais acurado em detalhes do que seu crítico. Além do mais, Schaub reclama de conceitos não usuais os quais a população S.U.D. possa considerar ser evidência em seu apoio, tais como uma importância sendo atribuída aos “garments” de Adão, ou Enoque sendo chamado para reger sobre “os céus” (Jasar 3:23, compare com Gen. 14:32-36 da versão inspirada onde Melquisedeque é chamado “Rei dos Céus” pois seu povo “fora transladado e elevado aos céus” quando eles procuraram seguir a Enoque).

[16]     Esta é a tradução de Josué 10:13 na The Interlinear Bible (Peabody, Mass.: Henrickson, 1985).

[17]     "Este livro é chamado o Livro de Jasar, porque todas as suas transações estão na ordem como se tivessem acontecido no mundo de acordo com sua prioridade e sucessão, pois tu não encontrarás neste livro nenhuma seqüência de eventos que sejam anteriores, ou prioridade daqueles que estão no fim da seqüência, mas tudo é registrado em seu próprio lugar e tempo”. Tradução do Prefácio Hebraico, dos Anais Autênticos de Simpson, p. xxiv.

[18]     Citado do prefácio de Noé reimpresso em Anais Autênticos, p. xiii. Nem Simpson nem eu conseguimos achar a fonte desta citação.

[19]     Anais Autênticos, p. xxiv.

[20]     Segundo a introdução a Septuaginta (Grand Rapids: Zondervan, 1970), p. ii, "Ptolomeu" refere-se a Ptolomeu Filadelfos e a tradução começou por volta de 285 B.C.. Após considerar todas as tradições concernentes sua origem ela conclui, “A mais razoável conclusão é que foi a versão executada pelo rei Egípcio” e que inclui não somente os cinco Livros de Moisés, mas o Velho Testamento inteiro.

[21]     Hugh Nibley, Collected Works of Hugh Nibley, Vol. 7, p. 40.

[22]     Nenhuma citação será usada a partir do Livro de Abraão o qual foi publicado após Joseph Smith ter lido o Livro de Jasar. (“Joseph Smith começou a traduzir o papiro no início de Julho de 1835. O atual texto do Livro de Abraão foi traduzido por volta do fim daquele mês.” John Gee, A Guide to Joseph Smith Papyri (Provo Utah: FARMS, 2000), 4. Cf. chart on p.5.

[23]     Por causa da ambigüidade, Bispo Ussher, o erudito Católico que  calculou a cronologia do mundo que existe em nossas Bíblias desde 1701, teve que usar alguns outros critérios para responder a questão. Os próximos cinco versículos providenciava exatamente o que ele queria. Nos é contado que o pai de Abraão Terá morreu em Harã na idade de 205 anos (Gen. 11:32) e então conta que Abraão deixou Harã na idade de 75 (Gen. 12:4). Se assumirmos que Abraão saiu no ano da morte de seu pai, então Terá teria 135 anos de idade quando Abraão nasceu. Esta é a premissa que Bispo Ussher assumiu, o que faz uma diferença de 60 anos na cronologia do mundo comparada a uma interpretação direta de Gênesis 11:26 em que Terá tinha na verdade 70 anos quando Abraão nasceu. O Livro de Jasar resolve este problema e explica que Terá tinha realmente 70 anos quando Abraão nasceu (Jasar 7:51), e que tanto Harã como Nahor eram os irmãos mais velhos de Abrão (Jasar 7:22). Após ler Gênesis mais cuidadosamente pode-se ver que a escolha do Bispo Ussher fora apenas uma interpretação pois o Capítulo 11 de Gênesis era uma lista de nascimento e idade dos patriarcas, e não há nenhuma garantia de que todas as coisas no Capítulo 12 aconteceram após os eventos do Capítulo 11. Capítulo 12 começa, “Ora pois o Senhor dissera a Abrão, sai da tua terra...” (Gen. 12:1), onde “dissera” implica que isto aconteceu antes da morte de Terá. Se apenas entendêssemos que Abraão nascera quando Terá estava com setenta, então poderíamos calcular o ano que o Senhor ordenara a Abraão para partir. A interpretação do Bispo Ussher prevaleceu nas Bíblias S.U.D. sob o título de “Cronologia” no Dicionário Bíblico desde a edição de 1979 onde a morte de Abraão está listada em 1996 A.C. (p.636). Na então edição de 1989 isso foi removido, posto em lugar apenas a sugestão para “consultar cronologias já publicadas” acerca de tais informações (p. 635).

[24]     Por exemplo, o usual Livro de Jasar declara que aqueles que seguiram a Enoque no tempo de sua transladação não foram encontrados (Jasar 3:38), concordando com a revelação moderna de que toda a sua cidade fora transladada, não obstante a versão citada por Ginzberg em Lendas dos Judeus declara que seus corpos foram encontrados e que apenas Enoque ascendera! (Vol. 1:130).

[25]     Messenger and Advocate (Jun 1835) William Phelps "Letter No. 8," p.130. Esta deve ter sido a carta que a Primeira Presidência estava respondendo, conforme citado na nota final  11.

[26]     Noah, Mordecai M., prefácio ao Livro de Jasar (New York, 1840), reimpresso em Anais Autênticos, p. xv.

 

 

Paralelo 17: Mundos sem Fim

 

De junho de 1830 a Fevereiro de 1831, Joseph Smith trouxe à luz o Livro de Moisés, analisemos as informações trazidas neste livro sobre a pluralidade dos mundos:

“E mundos incontáveis eu criei; e também os criei para meu próprio intento; e criei-os por meio do Filho, o qual é meu Unigênito.” (Moisés 1:33)

“E o Senhor Deus falou a Moisés, dizendo: Os céus, eles são muitos e são inumeráveis para o homem; mas são enumeráveis para mim, pois são meus. E como uma terra com seu céu passará, assim outra surgirá; e não há fim para minhas obras nem para minhas palavras.” (Moisés 1:37 - 38)

 

Compare esta informação com aquela encontrada em muitos antigos Cristãos e em vários documentos judaicos. Em resposta à questão “O que Deus estava a fazer antes deste mundo começar e se este mundo teve um princípio no tempo?” Orígenes revela que a Antiga Igreja possuía esta mesma crença:

“Dizemos que não foi pela primeira vez que Deus começou seu trabalho quando fez este mundo visível; assim como após sua destruição haverá um outro mundo, da mesma forma acreditamos que outros existiram antes que o presente viesse a acontecer. E ambas destas posições será confirmada pela autoridade da Sagrada Escritura. Pois se haverá outros mundos após esse é ensinado por Isaías, que diz, “Haverá novos céus e uma nova terra, a qual farei habitar diante de minha presença, diz o Senhor;” e de que antes deste mundo outros também existiram é demonstrado por Eclesiastes, nas palavras: “O que foi e o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma cousa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nas eras que se foram antes de nós.”(Eclesiastes 1:9-10)”

[Orígines, De Principiis 3:5:3, em ANF 4:341-342]

 

Na mesma linha, Clemente de Roma declararia:

 “O Criador e Pai de todos os mundos, o Santíssimo, apenas Ele conhece a quantidade e beleza dos mesmos”

[Clemente de Roma, I Clemente 35, em ANF 1:14]

 

E uma antiga lenda da criação Judaica declara:

“Quando Deus fez nosso presente céu e nossa presente terra, ‘o novo céu e a nova terra’ também foram criados, sim, e cento e noventa e seis mil mundos os quais Deus criou em visa de sua própria glória”

[Lendas Judaicas da Criação (Haggadah,) em TOB,17

 

Paralelo 18: O “Anjo da Presença do Senhor” em Abraão

 

O Anjo da Presença de Deus em Abraão 1:15-16

por Barry R. Bickmore

Traduzido com permissão do Autor.

 


Introdução

Um dos mais remarcáveis relatos extrabíblicos no Livro de Abraão é a história do sofrível resgate de Abraão dos sacerdotes idólatras que estavam para sacrificá-lo.

 

"E quando levantavam as mãos sobre mim a fim de sacrificar-me e tirar-me a vida, eis que elevei minha voz ao Senhor meu Deus; e o Senhor escutou e ouviu e encheu-me com a visão do Todo-Poderoso; e o anjo de sua presença pôs-se a meu lado e imediatamente soltou minhas ligaduras; E sua voz disse-me: Abraão, Abraão, eis que meu nome é Jeová e te ouvi e desci para livrar-te e para levar-te da casa de teu pai e de toda a tua parentela para uma terra estranha que não conheces;" (Abraão 1:15-16)

 

Certamente a passagem parece inócua à primeira vista, mas após reflexão certas frases nesta passagem tornam-se enigmáticas. A figura do anjo que vem para salvar Abrãao é identificado como o "anjo da presença [do Senhor]", uma frase bem incomum, mas por  outro lado o anjo identifica-se como Jeová! Era o "anjo da presença" meramente um mensageiro, falando como se fosse Jeová, ou foi isto realmente a manifestação do Deus de Abraão, Isaque e Jacó? A resposta e dada mais adiante quando Jeová diz, "Eu te escutei, e desci a fim de te livrar…" E então podemos estar certos de que o próprio Jeová era o "anjo da presença de Deus".

 

Agora, dentro da telogia SUD, esta designação não é certamente comum ou conhecida, por outo lado isto seria uma designação aceitável para Jeová (ou Yahveh), que era o Cristo pré-encarnado. Desta forma, Jeová é o Verbo, o mensageiro (ou "anjo") da salvação, o Filho de Deus que é um na Deidade com Seu Pai (Elohim ou El Elyon = "Deus Altíssimo"), mas em outro sentido um "segundo Deus", o maior de todos os filhos de Deus. Em outras palavras, para Santos do Últimos Dias não seria uma contradição designar Jeová tanto como um "anjo" e "Deus".

Sem dúvida isto é heresia brava tanto para o Judaísmo moderno como para o Cristianismo tradicional, os quais não fazem nenhuma distinção entre Elohim e Yahveh, todavia recentemente muitos eruditos (não- Mórmons) começaram a reconhecer que não apenas eram o Deus Altíssimo e Yahveh concebidos como seres distintos nos mais antigos extratos do pensamento Israelita e Primitivo-Cristião, mas também que Yahveh (e mais tarde Jesus) receberam a designação "Anjo da Presença". Neste artigo examinaremos algumas das evidências para esta interpretação.

 

            Yahweh e o Anjo de Yahweh

 

Era Yahveh Deus, ou um anjo, ou ambos? Margareth Barker recentemente forneceu uma grande quantidadede evidências de que Ele era considerado originalmente tanto Deus e o anjo chefe em seu livro, O Grande Anjo: Um Estudo do Segundo Deus de Israel.  Segundo Barker, Yahweh era originalmente acreditado ser o maior dos filhos do Deus Altíssimo. Entretanto, após o exílio uma facção se levantou que, em reação aos pantões pagãos, começou a sincretizar Elohim com Yahweh - e desde então algumas das posteriores passagens na Bíblia fazem nenhuma distinção entre os dois. (É perfeitamente aceitável para Santos dos Últimos Dias acreditar que o texto da Bíblia tenha sido desta forma corrompido, mas para nós há outras possibilidades também. Deus pode ter direcionado seus profetas a enfatizarem a unidade da Deidade a fim de desencorajar a crenças e um panteão de deuses rivais uns para com os outros. Ver Alma 29:8; D&C 19:4-12; 3 Néfi 26:8-11; 2 Néfi 31:21)

Esta facção eventualmente tornou-se a maioria em Israel, mas a minoria que ainda acreditava na antiga doutrina nunca foi completamente suprimida, e eventualmente este movimento providenciou a base para a revelação Cristã. A fim de demonstrar que Yahveh era originalmente compreendido tanto como Deus como um anjo, Barker demonstra que uma antiga figura do Velho Testamento conhecida como "O Anjo de Yahveh" fora realmente igual ao próprio Yahveh.

"Era este anjo um agente de Yahveh, ou era o anjo a manifestação de Yahveh? O texto é usualmente lido como se o primeiro caso fosse o verdadeiro, mas há considerável evidência para sugerir que o anjo era realmente o próprio Yahveh. É este anjo a chave para recuperarmos as crenças sobre Elyon [O Altíssimo] e Yahveh e consolidar a origem da fé Cristã sobre Jesus." (1)

Barker segue adiante para apresentar muitas evidências para sua tese, entre as quais está a seguinte:

"Gideão viu o Anjo de Yahveh, e este narrador da história também identificou Yahveh e o Anjo de Yahveh. O Anjo de Yahveh apareceu a Gideão (Juízes 6:11-120, e apresentou-se como Yahveh (Juízes 6:12). É então como Yahveh que ele fala a Gideão (juízes 6:14, 16). O Anjo de Yahveh desaparece, e Gideão percebe a quem havia ele visto. Ele teme pois havia visto ele o Anjo de Yahveh face a face (Juízes 6:22) mas Yahveh lhe assegura que ele não morrerá (cf. Êxodo 33:20, onde Yahveh diz 'Não podes ver a minha face; pois o homem não pode ver minha face e viver'´).(2)

 

Em  textos posteriores o "Anjo de Yahveh" desaparece de vista a medida que Yahveh e Elohim são fundidos, e muitas das funções de Yahveh foram assumidas pelos arcanjos no pensamento popular.

 

"O Anjo de Yahveh não tem nehum herdeiro óbvio em textos posteriores. Embora o tão chamado escritos inter-testamentários estejam cheios de anjos, eles são novos anjos com seus respectivos nomes….Após as reformas do período exílico quando Yahveh haveria de ser fundido com El-Elyon ["Deus Altíssimo"], ele certamente não se tornou um Deus mais distante, mas anjos não foram 'inventados' a fim de preencher o vazio. Os anjos eram aqueles seres celestes que tinham sido anteriormente os filhos de Elyon, da família de Yahveh o Santo. Quando Yahveh torna-se Elyon, seus papéis são preenchidos por outros anjos. Idéias sobre os anjos foram refinadas e elaboradas ao longo dos séculos mas em suas essências permaneceram as mesmas" (3)   


 


O(s) "Anjo(s) da Presença"

 

Portanto, Yahveh era originalmente visto tanto como Deus e anjo, mas quanto a este estranho título, "Anjo da Presença"? Barker salienta que este fora uma vez também um dos títulos de Yahveh, que mais tarde foi dado aos arcanjos (4). Segal explica que quem quer que fosse designado como o anjo chefe na literatura Israelita era também concedido o título "Anjo da Presença":

"É claro, Gabriel e Miguel são frequentemente vistos como dois dos muitos arcanjos. Ainda, sempre que uma configuração de arcanjos aparece, um ou outro (frequentemente Miguel ou Gabriel, alguma vezes Uriel) é designado como o anjo principal (freqentemente chamado "Anjo da Presença") ou visto como superior aos outros" (5)

 

Barker mais adiante explica:

"Nos Hinos de Qumram há os Anjos da Face (1QHVI) entre os quais os homens do convênio esperam se apresentar, sem nenhuma necessidade de um mediador ou um mensageiro para fazer a réplica; um comentário interessante no papel deste anjos. Uma versão do Testamento de Levi diz que levi, quando estava viajando através dos céus, viu os Anjos da Presença 'quem ministram e fazem propiciação para o Senhor por todos os pecados de ignorância dos justos' (Testamento de Levi 3:5)." (6)

Segundo este princípio, Lucas e o livro apócrifo de Tobias referem-se aos anjos que permanecem na presença de Deus. "E o anjo lhe respondeu, Eu sou Gabriel, que permanece na presença de Deus…." (Lucas 1:19, KJV) "Eu sou Rafael, um dos sete anjos que permanecem continuamente na presença do Senhor e entra na presença de sua glória." (Tobias 12:15, NEB)

Todavia, Isaías é o único escritor Bíblico a usar a frase "anjo de sua presença". Falando da bondade de Yahveh para com a casa de Israel, o texto hebreu de Isaías 63:8-9 (seguido pela KJV) lê: "Pois ele [Yahveh] disse, verdadeiramente eles são meu povo, filhos que não dão falso testemunho: então ele era seu Salvador. Em toda sua aflição ele estava aflito, e o anjo de sua presença os salvou… ." É claro do texto que Yahveh salvou seu povo através do "anjo de sua presença", mas não deixa de nenhuma maneira evidente que Yahveh fosse igualizado a este anjo, embora este seja certamente o caso. Os antigos tradutores do Antigo Testamento Grego (Septuaginta ou LXX, traduzida no segundo e terceiro século A.C.) conheciam esta tradição, e portanto não fizeram nenhuma referência ao "anjo de sua presença",  mas traduziram o versículo em questão como, "Não foi nenhum enviado, mas Ele mesmo que os livrou." (Isaías 63:9, NEB) Claramente, Yahveh era o "anjo de sua presença".

 

 


Jesus como Yahweh e o "Anjo da Presença"

 

Conforme Barker indicou, a crença em Yahveh como o segundo Deus de Israel, o anjo chefe, foi a base para a Cristologia dos primeiros cristãos. Muitos versículos poderiam ser citados para demonstrar que Jesus Cristo fora igualado com Yahveh, todavia para nossos propósitos, precisamos apenas referenciar a declaração de Jesus, "Antes que Abraão fosse, Eu sou." (João 8:58, KJV) O grego para "Eu sou" é aqui idêntico a tradução da Septuaginta para Êxodo 3:14 onde Yahveh diz "EU SOU O QUE SOU." Claramente Jesus está identificando a si mesmo como Yahveh.

 

E ainda, em consonância com a mais antiga tradição Israelita, Jesus era também acreditado ter sido o chefe dos anjos. Por exemplo, Paulo chamou Jesus "a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura…." (Colossences 1:15, KJV) No segundo século Justino Mártir chamou Jesus tanto anjo como Deus:

"E que este poder pelo qual a palavra profética chama Deus, como tem sido amplamente demonstrado, e Anjo, não é classificado [como diferente] em nome apenas como a luz do sol mas é na verdade alguma coisa numericamente distinta, eu já antes discorrera brevemente o que havia acontecido; quando em minha asserção de que este poder foi gerado a partir do Pai…." (7)

 

No terceiro século Novatiano também sentiu ser necessário explicar como Jesus poderia ser tanto anjo como Deus:

 

"…pois Ele é de Deus, é corretamente chamado Deus, pois Ele é o Filho de Deus. Mas, porque Ele está sujeito ao Pai, e o Arauto da vontade do Pai, Ele é declarado ser o Anjo do grande Conselho. Portanto, embora esta passagem não esteja adequada a pessoa do Pai, para que pudesse Ele ser chamado um anjo, nem à pessoa de um anjo para que pudesse ser chamado Deus; ainda assim adequa-se a pessoa do Cristo que Ele devesse ser tanto Deus pois Ele é o Filho de Deus, e devesse ser um anjo pois Ele é o Arauto da mente do Pai." (8)

Mesmo mais tarde no começo do quarto século tanto Metodius como Eusébio poderia fazer a mesma declaração:

 

"E este foi Cristo, um homem preenchido com a pura e perfeita Deidade, Deus recebido como homem. Por isto era muito mais adequado que o mais antigo dos Aeons e o primeiro dos Ancanjos, quando estivesse para assegurar comunhão com os homens, devesse habitar no mais antigo e primeiro dos homens, mesmo Adão. E desta forma, quando renovando aquelas coisas que eram desde o princípio, e tomando-as forma mais uma vez da Virgem pelo intermédio do Espírito, Ele emoldura o mesmo justo tal qual no princípio." (9)

"Lembrem-se de como Moisés chamou o Ser, que apareceu aos patriarcas e frequentemente lhes entregava os oráculos escritos nas Escrituras, algumas vezes Deus e Senhor e algumas vezes o Anjo do Senhor. Ele claramente implica que este não era o Deus Onipotente mas um Ser secundário, prontamente chamado o Deus e Senhor dos santos homens, mesmo o Anjo do Altíssimo (do seu Pai)."(10)

 

E ainda mais interessante é a alegação de Jean Danielou de que em certas antigas tradições Judaico Cristãs acreditavam que tanto Jesus e o Espírito Santo eram os dois "Anjos da Presença.":

"Mas há também um outro esquema, de acordo com o qual o Filho e Espírito eram considerados como os dois Anjos da Presença transcendendo todos os outros - como, por exemplo, na Ascensão de Isaías. Neste texto e em II Enoque eles aparecem como uma adaptação das figuras de Miguel e Gabriel, e frequentemente acontesse que estes dois arcanjos estejam separados do resto e tratados em um nível comum mais elevado." (11)


 


Conclusão

Estabelecemos que a identificação de Abraão de Yahveh com o "anjo de sua presença" foi não só consistente com as tradições Israelitas mais antigas, ma também com as mais antigas tradições Cristãs. Mas se assumirmos, como os críticos do Livro de Abraão fazem, que Joseph Smith criou este remarcável documento ao aplicar sua imaginação fértil às fontes que tinha à mão, como pode ele vir com esta estranha designação para Yahveh? A única fonte Bíblica para a frase teria sido Isaías 63:9, mas vimos que este versículo não dá nenhuma dica de que Yahveh fosse igualizado com "o anjo de sua presença". Esta conclusão pode ser apenas sacada quando o texto Grego é comparado com o Hebreu. Entretanto, a Septuaginta não foi traduzida para o Inglês até 1851, então novamente estamos incapazes de achar uma outra fonte para o Profeta senão inspiração ou sorte. Considere também de que nós não somos capazes nem de encontrar até mesmo nenhum outro simples exemplo em que Joseph Smith utilizou este título para designar a Yahveh, fora esta passagem solitária e única no Livro de Abraão. Portanto, somos forçados a concluir que Joseph Smith foi inconcebivelmente muito sortudo nas suas escolhas de palavras, ou de fato o Patriarca Abraão escolheu estas palavras para descrever seu Deus.  

 


Referências

1 Barker, M., The Great Angel: A Study of Israel's Second God, (Louisville, KY: Westminster/John Knox Press, 1992), p. 31.

2 Barker, The Great Angel, p. 34.

3 Barker, The Great Angel, p. 70.

4 Barker, The Great Angel, pp. 85-86.

5 Segal, A.F., Two Powers in Heaven: Early Rabbinic Reports About Christianity and Gnosticism, (Leiden: E.J. Brill, 1977).

6 Barker, The Great Angel, p. 86.

7 Justin Martyr, Dialogue With Trypho 127, in ANF 1:263.

8 Novatian, On the Trinity 18, in ANF 5:628.

9 Methodius, The Banquet of the Ten Virgins 3:4, in ANF 6:318.

10 Eusebius, Proof of the Gospel 1:5, in Barker, The Great Angel, p. 198.

11 Danielou, J., The Theology of Jewish Christianity, (Philadelphia: Westminster, 1977), p. 134.

 

Paralelo 19: O Deus Crocodilo de Faraó na Mesopotâmia


            Na seção sobre o livro de Abraão já comentamos que a identificação do deus-crocodilo Sobek com a figura do Faraó, conforme salientado na figura 1 do livro de Abraão era perfeitamente comum no Egito antigo, mas críticos tem apontado que a cena descrita no fac-símile 1 se passa em Ur dos Caldeus, longe da influência político-religiosa do Médio-Império Egípcio. 

 

Na famosa crusada anti-Mórmon contra o livro de Abraão em 1912, um dos indivíduos envolvidos garantiu que o livro de Abraão não poderia ser verdadeiro porque "Egípcios e Caldeus são indubitavelmente imiscíveis, sendo tão dissimilares e remotos em linguagem, religião e localidades como são Americanos e Chineses. "[1] Esta exagerada opinião foi referendada pelo Reverendo Samuel A. B. Mercer: "Eu desafio qualquer pessoa inteligente que conheça a história Caldéia e Egípcia a ler o primeiro capítulo do dito livro [de Abraão] sem experimentar o mesmo sentimento. Caldéia e Egito são impossivelmente miscíveis …. Ninguém pode acreditar que Abraão possa ter cometido tamanho erro em sua geografia."[2]

 

Embora na época de Mercer eruditos estudassem disciplinas tanto Mesopotâmicas como Egípcias, eles nada sabiam das interações entre as duas culturas. Em 1971, entretanto, o Egiptologista Georges Posener completou uma extensiva e detalhada pesquisa das evidências à disposição e concluiu que interações culturais e a interferência da Egito na área de Síria e Palestina foram extensivas, mesmo embora a natureza precisa da "dominação dos faraós" durante o Médio Império "ainda nos confunda; cinquenta anos atrás era raramente considerada."[3] Ainda assim críticos que claramente deveriam melhor conhecer este assunto ainda estão usando os mesmos argumentos de Mercer e Peters.[4]

 

Confirmação das conecções que Posener descobriu podem ser vistas em recentes evidências arqueológicas encontradas em Ebla. O culto ao deus crocodilo egípcio Sobek floresceu durante o Médio Império (2040-1640 B.C.), conforme é atestado pelos nomes pessoais da realeza durante a décima-segunda (1991-1783 A.C.) e décima tercerceira (1783-1600? A.C. ) dinastias,[5] construções de templos,[6] e inscrições comemorativas.[7]

 

No sítio arqueológico de Ebla na Síria, também conhecido como Tell Mardikh, foram encontradas várias imagens de deuses Egípcios estilisticamente datáveis do Médio Império, e datadas pelos arqueologistas a MB II (1750-1650 A.C.),[8] no período de tempo em que a maioria dos eruditos que acreditam na existência de Abraão o datam. Entre estes deuses estavam Osíris, Hathor, Hórus e Sobek. Isto providencia evidência arqueológica concreta que cultos Egípcios existiam na Mesopotâmia, terra natal de Abraão. Desta forma o livro de Abraão acuradamente descreve um aspecto do mundo antigo sobre o qual Joseph Smith poderia pouco ou nada saber.                  

 

Notas

1. John Peters, letter to Franklin S. Spalding, in F. S. Spalding, Joseph Smith, Jr., As a Translator (1912), 28.

2. Samuel A. B. Mercer, "Joseph Smith As an Interpreter and Translator of Egyptian," Utah Survey 1/1 (1913): 33.

3. Georges Posener, "Syria and Palestine c. 2160-1780 B.C.," Cambridge Ancient History, 1.2:550, 549.

4. Stephen E. Thompson, "Egyptology and the Book of Abraham," Dialogue 28/1 (Spring 1995): 156-60.

5. Jürgen von Beckerath, Handbuch der ägyptischen Königsnamen (1984), 67-73, 159-61, 200-11, 220-2; William Kelly Simpson, Papyrus Reisner I (1963), 89-90; cf. Simpson, Papyrus Reisner II (1965), 59, and Papyrus Reisner IV (1986), 41-2; and William C. Hayes, A Papyrus of the Late Middle Kingdom in the Brooklyn Museum (1955), 23-4.

6. Dieter Arnold, Die Tempel Ägyptens (1992), 97-8, 186.

7. Bulletin de l'Insitut Français d'Archéologie Orientale 56 (1957): 81-95; and 63 (1965): 197-200.

8. Paolo Matthiae, Frances Pinnock, and Gabriella Scandone Matthiae, Ebla (1995), 458-60, 476-7.

Based on research by John Gee.

 

Paralelo 20: Mais sobre o enforcamento de Zemnarihah

O Livro de Mórmon detalha a execução do líder do bando dos ladrões de Gadianton nas seguintes palavras:

 

E capturaram Zemnaria, seu chefe, e enforcaram-no numa árvore, sim, no topo da árvore, até morrer. E depois de o haverem enforcado até morrer, derrubaram a árvore e gritaram em alta voz, dizendo:

Que o Senhor conserve os de seu povo em retidão e santidade de coração; que eles façam cair por terra todos os que procurarem matá-los por causa de poder e combinações secretas, da mesma forma que este homem foi derrubado por terra.(3 Néfi 4:28 - 29)

 

Na lei de Moisés, apedrejamento era o método usual de execução para os israelitas culpados de pecado. Não obstante, há evidentemente provisões para enforcamento em Deuteronômio 21:22-23 : "E se um homem pecado digno de morte cometer, será posto à morte, e o enforcarás numa árvore: Seu corpo não deverá permanecer toda a noite na árvore, mas tu de nenhuma maneira o enterrarás naquele dia."1

 

A maioria dos antigos rabis compreendiam que isto quiseste dizer que os corpos dos malfeitores apedrejados fossem subsequentemente enforcados para demonstração pública e aviso a outros. Alguns deles sustentavam que apenas blasfemadores e adoradores de ídolos fossem sujeitos ao enforcamento.2 Mas um dos Pergaminhos do Mar Morto apóia o enforcamento para certos crimes e podem lançar um pouco de luz no porquê Zemnarihah foi enforcado ao invés de apedrejado. O Pergaminho do Templo clama por execucação pela forca para os crimes de traição:

Se houver um espião contra este povo que traia seu povo para uma nação estrangeira ou cause mal contra seu povo, enforca-lo-eis numa árvore e ele morrerá... . Se houver um homem com um pecado capital e ele escape entre as nações e amaldiçoe seu povo /e/ os filhos de Israel, a ele também enforcareis na árvore e ele morrerá. Seus cadáveres não passarão a noite na árvore, ao invés vós os enterrareis naquele dia pois são amaldiçoados por Deus e pelo homem, aqueles enforcados numa árvore; desta forma vós não desfraldareis a terra que Eu vos dou por herança. 3

O bando de Gadianton liderado por Zemnarihah consistia de "dissidentes" que haviam se voltado contra os Nefitas (Helamã 11:24-26; 3 Néfi 1:27-28). Giddianhi, o predecessor de Zemnarihah como líder do bando, admitia que seu povo era dissidente dos Nefitas (3 Néfi 3:9-11). É também de interesse que Giddianhi amaldiçou "com um juramento" destruir os Nefitas (3 Néfi 3:8), claramente amaldiçoando o povo tal como também é mencionado no Pergaminho do Templo.

Durante a grande guerra com os Lamanitas, os Nefitas regularmente executaram dissidentes que recusaram a defender seu país contra a invasão lamanita (Alma 51:15, 19-20; 62:6-10). Mais tarde, membros do bando de Gadianton foram também executados se eles não recunciassem seus maus caminhos e se reintegrassem à nação Nefita (3 Néfi 5:4-5). Não nos é dito como estes traidores foram executados, mas a história de Zemnarihah, junto com a evidência do Pergaminho do Templo, sugere que eles possam ter sido enforcados.4

 

NOTAS
1. John W. Welch demonstra que a Lei Judaica requeria que a árvore em que um criminoso estivesse enforcado fosse derrubada e enterrada com o corpo, e ele acrescenta que o enforcamento era principalemnte para adequar a punição ao crime. Ele mais adiante demonstra a natureza execracional da execução de Zemnarihah. Veja "A Execução de Zemnarihah," em Reexplorando o Livro de Mórmon ed; Welch, 1992, 250-2, e suas fontes.

 

2. Abraham Chill, The Mitzvot: The Commandments and Their Rationale (1974), 450-1, and his references.

 

3. Temple Scroll (11Q19), col. lxiv, lines 6-13, in Florentino García Martínez, The Dead Sea Scrolls Translated (1996), 178.

 

4. Alguns questionam  se Nehor pode ter sido enforcado, uma vez que Alma 1:15 fala dele reconhecendo suas faltas "entre os céus e a terra." Entretanto, isto pode ter referência com o fato de ter sido ele levado "até o topo da colina Manti." Em qualquer hipótese, nós é apenas relatado que "ele sofreu uma morte ignominiosa."

 

Baseado numa pesquisa de John A. Tvedtness

 

  

Paralelo 21:

O "Concílio dos Deuses"na Antiga Literatura e no Livro de Abraão

por Kerry A. Shirts

 

Capítulos 3 e 4 do Livro de Abraão contêm um relato do "Concílio dos Deuses", incluindo sua discussão da criação, da existência pré-mortal, e da guerra nos céus. Enquanto este tema não é completamente desenvolvido nem coerente na Bíblia ou em qualquer outra literatura disponível no tempo de Joseph Smith, "a partir de Cumorah" uma grande quantidade de trabalhos acadêmicos tem mais uma vez desenterrado o antigo tema do Concílio dos Deuses. E como acabamos descobrindo, o Livro de Abraão trazido à luz por Joseph Smith nos dá um relato claro e extensivo das informações que os eruditos apenas começaram a descobrir em sua plenitude meio século após a sua publicação. Neste artigo examinaremos algumas das informações que os eruditos descobriram sobre este importante evento pré-mortal.

 

R.H. Charles demonstra que o "Bereshith Rabba" ensina que "Deus reuniu-se em conselho com as almas dos justos antes que Ele criasse a Terra." [1] De acordo com a "Sefer Haparshiyot", e o "Midrash Kee Toy", Adão, Noé, Abraão, Enoque e Moisés estavam entre os justos que presenciaram tal Concílio. Destas almas no Concílio dos Deuses nos é dito que estiveram "com Deus antes da criação do mundo," [2] e eles "foram consultados e consultaram a Deus em muitas questões vitais, e especialmente na questão da criação." [3] O Apocalipse Siríaco de Baruque distingue entre os justos e as almas comuns".

 

"Os silos em que o número de almas pré-ordenadas é guardado serão abertos, e as almas irão adiante, e as muitas almas aparecerão repentinamente, como uma hoste em uníssono de mente. Os primeiros rejubilarão, e os últimos não estarão tristes."[4]

 

Mais adiante, o "Midrash Tanhuma Pekude" conta-nos sobre alguns espíritos que "guardaram seus primeiro estados" e portanto sobre eles lhes "foram acrescentado", isto é, entraram em um outro mundo o qual "é muito mais belo do que este aqui." [5] Julian Morgenstern tem discutido o "Concílio dos Deuses" abrangentemente utilizando escrituras do Velho Testamento à luz de recentes descobertas. Outros eruditos também elaboraram sobre este tema de tal forma que agora temos uma melhor e mais completa descrição do Concílio dos Céus. Morgenstern começa demonstrando que o Hebreu "elohim" não pode significar juízes ou legisladores estrangeiros uma vez que o contexto completo de Salmos 82 requer que a palavra "deuses" signifique "seres divinos." [6] estes são "…seres divinos de uma certa classe que foram realmente designados por Yawveh (Jeová) a morrerem, ou pelo menos a se tornarem mortais, como seres humanos."[7]

 

É interessante notar à luz desta explicação que "O Concílio dos Deuses" tem uma função judicial. O termo técnico para "permanecer" (i.e. participar como um membro), na corte é usado tanto em Acadiano -"uzuzzu" e em Hebreu - "ha'omedim" em Zacarias 3:3, o qual se relaciona muito bem com "omed" em I Reis 22:19. [8] O "Puhrum" - "assembléia" dos deuses estava aberto também a deusas. No Épico de Gilgamesh, "Ishtar se repreende por ter advogado o dilúvio na assembléia dos deuses. Lemos que " Em sua (i.e. dos deuses) assembléia suas palavras são levadas em alta estima, é mais adiante; ela se senta entre eles contando (junto com eles) assim com Anum, seu rei. Ela é sábia em inteligência, profundidade e conhecimento" [9] Professor Van Der Woude nota a idéia de que os "Filhos da Luz" são salvos dos "Filhos das Trevas" neste "Concílio" e especificamente, as hostes celestes ajudam Melquisedeque "lutar contra Belial e seus anjos." Este é o famoso tema da guerra nos céus, também encontrado nos Pergaminhos do Mar Morto. [10] Este "Concílio" conforme compreendido por Morgenstern é a assembléia de EL, isto é, aqueles que ajudaram El a favor de seu pai, seja o próprio elohim. O "Adar El" era originalmente o "Concílio de El", embora mais tarde também fosse compreendido como o "Concílio de Yahweh (Jeová)" o que indica "o cenário e contexto mitológico da expressão e suas origens Norte-Semíticas…"[11]

 

A idéia de um conselho de seres divinos, mesmo dos próprios "Filhos de Deus" - (bene Elohim) era uma desconfortável idéia para os antigos judeus após o cativeiro Babilônico. Isto refletia um politeísmo (ou henoteísmo) que seria mais tarde banido, e até mesmo suprimido com mudanças na escritura a fim de apagar quaisquer traços remanescentes, embora estes não foram em sua totalidade destruídos. Morganstern demonstra como os Judeus do pós-exílio tentaram menosprezar o fato de que "Elohim" é uma forma plural ao contenderem pobremente alegando que Salmos 29:1 e 89:7, onde lemos de "Bene Elim" são na verdade "uma formação dupla plural artificial para um singular 'ben el'". Morgenstern alega que esta reconstrução foi perpetrada pelos Judeus do pós-exílio "a fim de reduzir ao máximo possível o politeísmo extremo do original 'bene el'. 'Bar elohim' de Daniel 3:25 seria então a formação singular posterior de um plural Aramaico, 'bere elohim', equivalente ao Hebreu 'bene elohim.'" [12] Isto foi recentemente confirmado de uma maneira cabal através do Criticismo Textual.

 

Emanuel Tov já apontara que a Canção de Moisés (Deuteronômio 32:8) "referindo-se a uma assembléia de deuses (cf. Salmos 82:1; I Reis 22:19). Em que o "Altíssomo, 'Elyon,' estabelece as fronteiras dos povos conforme o número dos filhos do Deus El". Ele continua em admitir que "…o escriba de um texto antigo…não se sentiu confortável com esta possível figura politeística e trocou "Bene El," (filhos de El), por "Bene Yisrael", "Os filhos de Israel," desta forma dando ao texto uma diferente direção pela mudança de uma palavra… Uma mudança semelhante pode ser refletida em todas as testemunhas textuais de Salmos 96:7: 'Designadas ao Senhor, oh famílias dos povos, designados ao Senhor força e glória,' quando comparado com o presumível mas original texto de Salmos 29:1 (politeístico), 'Designados ao Senhor, oh seres divinos, (Bene Elohim), designados à força e glória do Senhor.' Salmos 29, que também em outros detalhes reflete as situações e frases conhecidas a partir de textos Ugaríticos, realmente, neste detalhe, providencia uma perspectiva politeística da assembléia dos deuses." [13]

 

P. Kyle McCarter, Jr., demonstra que a designação "filhos de Deus" em Deut. 32:8 tem o apoio da Septuaginta [O Velho Testamento grego também conhecido por LXX] e de outras versões."O original pode ser tomado como significando que Yahweh (Jeová) foi um dos filhos de Deus a quem Elyon dividiu os povos. A alteração de "h'lhym" (ou talvez 'l ou 'lym) para "ysr'l" suprimiu esta interpretação." [14] A LXX lê: "Quando o Altíssimo dividiu as nações, quando separou ele os filhos de Adão, ele estabeleceu as fronteiras das nações de acordo como os anjos de Deus." [15]

 

Ronald S. hendel simplesmente disse, "…em algum lugar entre a linha de transmissão da Bíblia rabínica padrão alguém sentiu que necessitava limpar o texto por intermédio de literalmente reescrevê-lo e substituir "filhos de Israel" pelo original "Filhos de Deus" em Deuteronômio 32:8". Estes "Filhos de deus" são "verdadeiramente seres divinos." [16] Gerhard von Rad nota que a "criação é parte da etiologia de Israel!" E ele mais adianta acrescenta que "Uma outra raiz de Israel nos planos de Jahweh [Jeová] para o mundo pode ser vista em Deut. 32:8, 'Quando o Altíssimo deu as nações suas heranças, quando separou os filhos dos homens, ele fixou as fronteiras dos povos de acordo com o número de 'entes Elohim'; mas a porção de Jahweh (Jeová) é seu povo, Jacó sua herança designada." [17] William F. Albight acreditava que este versículo devesse ser lido em conjunção com Jó 38:7 - "Quando as estrelas da manhã juntas rejubilavam e todos os filhos de Deus clamaram com grande júbilo." Por quê? "Porque há muitas passagens no Velho Testamento onde as estrelas servem como um similar para 'multidão'; referências específicas a 'contar' as estrelas são encontradas em Gênesis 15:5 [tratando com Abraão] e Salmos 147:4." Uma vez que a idéia aqui é que 'segundo as estrelas," signifique "Deus criou e designou moradas para uma multidão de diferentes nações, mas de todas elas escolheu ele Israel como seu quinhão especial." [18] Retornaremos a este pensamento quando tratarmos com o Livro de Mórmon. Por hora é interessante notar que Mitchel Dahood diz que Salmos 147:4 significa "Para cada estrela Yahweh (Jeová) dar um número e nome…ele que leva adiante sua hoste por número, a todos chama pelo nome." [19]

 

A antiga idéia de um "Concílio dos Deuses" é encontrada também por nós nas religiões Sumerianas e Acadianas. Salmos 29 "…é uma adaptação Yahwística de um antigo hino Cananita ao deus da tempestade Ball…" [20] Desde o começo dos anos de 1900 nós sabemos que os "Sumérios e Acadianos representavam seus deuses em formas humanas, governados por emoções humanas e vivendo no mesmo tipo de mundo assim como viviam os homens. Em quase todo particularidade, o mundo dos deuses é portanto uma projeção das condições terrestriais… Desta forma no domínio dos deuses temos uma reflexão das antigas formas, do estado terrestrial Mesopotâmico como se fosse em épocas pré-históricas. A assembléia que encontramos no mundo dos deuses se fundamenta numa base vasta e democrática…" [21]

 

Professor Cross concorda que na poesia Israelita, a linguagem que citamos como indicativas da assembléia dos deuses "é geralmente aplicada à hoste de seres supernaturais secundários que cercam Yahweh, e se prostram diante dele." [22] Estamos bem certos de que "os antigos poetas de Israel foram fortemente influenciados pelo imaginário poético e os modos de expressão dos povos com quem eles travaram contato." [23]

 

A assembléia dos deuses era freqüentemente melhor conhecida como a assembléia na "Ubshuukkinna," que é, uma grande corte, onde eles encontravam amigos e parentes os quais vinham de longe para participar na assembléia como um importante negócio estivesse para ser negociado, usualmente começando com um abraço de boas vindas à companhia dos deuses. [24] A liderança dos deuses era usualmente encabeçada pelo deus-chefe dos deuses, que iniciava a discussão que estava "largamente nas mãos dos assim chamados 'ilu rabiutum', os 'grandes deuses,' ou ainda melhor, os 'deuses seniores'". [25] Isto é muito semelhante à tradução de Joseph Smith do Gênesis 1:1 - "O cabeça dos Deuses, trouxe adiante os Deuses."[26] A tradução de Joseph Smith da palavra hebraica "Berehiyth" de acordo com Dicionário Hebreu na Concordância de Strong significa "o primeiro, em lugar, tempo, ordem ou rank - começo, chefe, primeiro (frutos, partes, tempo), a coisa principal." [27] A tradução de Joseph Smith viria de 're' shiyth / bara' / 'elohiym / 'eth / hashamayim / y'eth / ha'arts,' significando - "O cabeça dos Deuses organizou os céus e a terra." [28] O Léxico de Genesius nota que o "beth" "refere-se a uma multidão, no meio de…entre." O Léxico demonstra que isto pode significar "entre" como em "entre as nações" (2 Reis 18:5) Também pode significar "diante, na presença de…" [29]

 

Quando a discussão começa, nos é dito, "aos méritos intrínsecos de uma proposta" foram dados devidos processo e consideração, com "sábio conselho" e um "testemunho de inteligência." Os deuses estão constantemente "se perguntado uns aos outros" toda maneira de coisas nas discussões, eventualmente com o resultado de que "questões foram clarificadas e os deuses tiveram a oportunidade de dar a voz suas opiniões pró e contra, algumas vezes desposando propostas que mais tarde eles amargamente se arrependeriam."[30] Isto é precisamente o que encontramos no Livro de Abraão Capítulo 3. "Estes dois fatos realmente existem, que há dois espíritos, sendo um mais inteligente que o outro; haverá um outro mais inteligente que eles; ... eu sou mais inteligente que todos eles." Os deuses então fazem propostas, "Desceremos, pois há espaço lá, e tomaremos destes materiais e faremos uma terra onde estes possam habitar.... Quem enviarei? E um semelhante ao Filho do Homem respondeu: Eis-me aqui, envia-me. E outro respondeu e disse: Eis-me aqui, envia-me. E o Senhor disse: Enviarei o primeiro. E o segundo irou-se e não guardou seu primeiro estado...." (Abraão 3:19, 24, 27, 28, etc.)

 

Como vimos a "função desta assembléia divina era em parte aquela de uma corte de justiça", e "a assembléia é a autoridade que concede realeza."[31] É a mesma figura que encontramos no Livro de Abraão, Capítulo 3! Uma vez que o chefe dos deuses é escolhido a executar uma função particular (Abr. 3:27!) e que deus sendo investido de uma vestimenta especial e tendo-se armado, conduz então a batalha contra os deuses que dele discordaram (Abr. 3:28!). Desta forma, na guerra nos céus as hostes justas "lutam contra Belial e seus anjos."[32] Sabemos ser este o caso pois em Jó 1:6-12 e 2:1-7 encontramos Yahweh(Jeová) congregado com suas hostes celestes, designadas como os "Bene Elohim", literalmente "os filhos de Deus", e "Um dentre estes números, embora um obviamente já destacado para uma importante função, é hasatan." [33] Nomeadamente, "o adversário" ou o "acusador" que toma um "papel de hostilidade fixa contra a humanidade."[34] Morgenstern percebe que a coisa mais importante nesta figura, não é tanto Satã mas Yahweh (Jeová), "a representação da figura de Yahweh, sentado sobre seu trono, rodeado por Suas hostes celestes, os 'bene elohim', seres divinos de rank inferior ao próprio Yahweh(Jeová) seus ministros e atendentes pessoais de Sua vontade e propósito, juntos reunidos como o "adat 'el' a fim de pronunciar o julgamento."[35]

 

Eu não pude achar uma melhor descrição para cenário do Livro de Abraão, todavia Morgenstern está usando um cenário composto pelo Velho Testamento e mitos Ugaríticos, Sumerianos e Acadianos para formar este pano de fundo! "O cenário aqui é idêntico com o de Isaías 5; 1 Reis 22:19-23 e Zacarias 3, "em que sem hesitação designa os atendentes celestiais de Yahweh como 'elohim', 'deuses' obviamente idênticos com os 'bene ha'elohim' de Jó 1:6 e 2:1. "A conexão com o Mormonismo é mais do que óbvia quando vemos Satanás expulso dos céus junto com seus seguidores, "mas apenas alguns, e estes implicadamente apenas um pequeno grupo, das grandes hostes de anjos. O restante, diz explicitamente, restringiram-se."[36] Mórmons reconhecem que apenas 1/3 das hostes celestiais se rebelaram. Quanto ao pecado de Satanás? "Dai-me tua glória!" Ou como Morgenstern o coloca, "E um dentre as fileiras dos anjos, tendo se voltado contra as fileiras que estavam sobre seu comando, concebeu uma idéia impossível, colocar seu trono mais alto do que as nuvens acima da terra, para que ele pudesse se tornar igual em rank ao meu poder."E não cometendo nenhum erro a respeito disto, Satanás foi um dos "Sarim", que significa líderes, os príncipes chefes deste grupo.[37]

 

Mais quanto a esta questão, sabemos agora quem é "nós" em Gênesis 1:26, quem estava envolvido na criação! "Isto pareceria ser um breve fragmento da tradição básica da criação em Gênesis 1, na sua mais antiga forma literária, conforme tem sido a corrente em Israel por algum tempo antes de sua composição ao redor do ano 400 A.C. Acordo com esta tradição Yahweh tomou conselho com suas hostes celestiais concernente à criação [Cf. Livro de Abraão "desceremos pois há espaço lá…"!] do homem." [38] Interessantemente, no comentário de hoje da Torah lemos do editor que a declaração em Gênesis 1:26, "Façamos o homem…" "é falada endereçando uma corte de anjos"![39]

 

Surpreendentemente , descobrimos que Yahweh comissiona mortalidade aos "bene elohim"! A palavra "temutun" significa "vós vos tornareis mortais." [40] E é aos "bene elohim" que Yahweh está isto dizendo, então"…isto significa que eles devem abrir mão completamente de suas naturezas divinas originais, e com isto indubitavelmente quaisquer poderes divinos e prerrogativas que possuírem, e vestirem-se da natureza de seres humanos e em particular tornarem-se sujeitos à morte, tornando-se mortais." [41] Isto é precisamente o que o Livro de Abraão ensina, mas em nenhum lugar encontrei qualquer coisa semelhante impresso na época de Joseph Smith, e ainda é uma heresia suprema para muitos da Cristandade ainda hoje! "Isto têm uma base definitivamente politeística, pelo menos no que tange a premissa de que alguns seres divinos além do próprio deus podem clamar domínio supremo." [42] Que ninguém faria ou comporia uma história como esta pode ser claramente visto pelo fato de que ninguém antes da época de Joseph Smith ou por centenas de anos antes jamais fabricaram uma história semelhante e declaram ser isto escritura! Agora é uma visão que pode ser confirmada graças às recentes descobertas e décadas e décadas de trabalhos e pesquisas acadêmicas. Joseph Smith pôs tudo isto junto de uma forma sucinta e coerente quase que da noite para o dia. E não apenas nada falta neste relato, mas nenhum detalhe extra ou incorreto foi acrescentado.

 

Endnotes

1. R.H. Charles, "The Apocrypha & Pseudepigrapha of the Old Testament," Oxford, 2 vols., reprint, 1979, p. 444, note 5.

2. Rabbi Nissim Wernick, "A Critical Analysis of the Book of Abraham in the Light of Extra-Canonical Jewish Writings," Ph.d Dissertation, Brigham Young University, 1968, p. 22.

3. Wernick, "Ibid.," p. 24.

4. Wernick, "Ibid.," p. 26f.

5. Wernick, "Ibid.," p. 22.

6. Julian Morgenstern, "The Mythological Background of Psalm 82," in "Hebrew Union College Annual," Vol XIV, 1939, pp. 29-34.

7. Morgenstern, "Ibid.," p. 34.

8. Frank M. Cross, Jr., "The Council of Yahweh in Second Isaiah," "Journal of Near Eastern Studies," (hereafter JNES), 1952, p. 274, note 3. Cf. Robert Eisenman, "The Dead Sea Scrolls and the First Christians," Element Books, 1996, "Glossary of Hebrew Terms," p. 424, who maintains that this term, "'omdim", "'amod", etc. means, among other things, "a direct relationship with 'the Standing One' in Jewish/Christian/Elkasite/Ebionite ideology directly related too to the idea of 'the Primal Adam' in these traditions."

9. Thorkild Jacobsen, "Primitive Democracy in Ancient Mesoptamia," in "JNES" July 1943, p. 163, note 22.

10. A.S. Van Der Woude,"Melchisedek als Himmlische Erlosergestalt in den neugefundenen Eschatalogischen Midraschim aus Qumran Hohle XI," in "Oudtestamentische Studien," Deel XIV, E.J. Brill, 1965, p. 365.

11. Morgenstern, "Ibid.," p. 39 note 22.

12. Morgenstern, "Ibid.," p. 39, note 22.

13. Emanuel Tov, "Textual Criticism of the Hebrew Bible, Fortress Press, 1992, p. 269. He notes that H.D. Hummel says Ps. 29:1 refers to "the sons of El" sitting in the assembly of gods because the original text referred to El together with an enclitic mem. (p. 365).

14. P. Kyle McCarter, Jr., "Textual Criticism: Recovering the Text of the Hebrew Bible," Fortress Press, 1986, p. 59.

15. Sir Lancelot C.L. Brenton, "The Septuagint with Apocrypha: Greek and English," Hendrickson Publishing, 5th printing, 1995, p. 276.

16. Ronald S. Hendel, "When the Sons of God Cavorted With the Daughters of Men," in Herschel Shanks, Ed., "Understanding the Dead Sea Scrolls," Random House, 1992, p. 170, 172. Cf. Edwin C. Kingsbury, "Registros completamente explícitos da experiência profética com o Concílio de Yahweh não existem, nem seria suposto tal expectativa. Um paralelo a esta omissão de escritos explícitos pode ser vista nos encadeamentos dos salmos onde há também alusões à idéia do conselho celestial. Tal paralelo entre estes salmos e o material profético nos dá uma pista da data destes salmos. A razão para as omissões é clara; os leitores da época compreendiam claramente as alusões, mas gerações futuras de leitores e editores tanto compreenderam errado as alusões ou então as removeram." (p. 279). Isto é precisamente o que o Livro de Mórmon ensina, que "muitas partes claras e preciosas foram *removidas* do registro do cordeiro." Néfi sabia portanto o que estava falando!

17. Gerhard von Rad, "Theologie des Alten Testaments," trans. by D.M.G. Stalker, 2 vols, Harper & Row, 1962, vol. 1, p. 138, note 5. According to this idea, the various gods (Elohim beings) each got an allottment from heaven! Cf. William F. Albright, "From the Stone Age to Christianity," Doubleday, 2nd ed., 1957, T.J. Meek interpretou isto como significando "Ele designou os reinos das nações às várias deidades!" (p. 269).

18. Albright, "Ibid.," pp. 296f.

19. Mitchell Dahood, "Psalms III," 3 vols., Doubleday, 1970, p. 345.

20. Mitchell Dahood, "Psalms I," 3 vols., Doubleday, 1966, vol. 1, p. 175, note xxix.

21. Jacobsen, "Ibid.," p. 167.

22. Frank M. Cross & David Noel Freedman, "The Blessing of Moses," in Journal of Biblical Literature (Hereafter JBL), Vol. 67, 1948, p. 201.

23. Cross & Freedman, "Ibid.," p. 202.

24. Jacobsen, "Ibid.," p. 167.

25. Jacobsen, "Ibid.," p. 168.

26. Andrew F. Ehat & Lyndon W. Cook, Eds., "The Words of Joseph Smith: The Contemporary Accounts of the Nauvoo Discourses of the Prophet Joseph," BYU Religious Studies Center, 1980, p.341.

27. Ehat & Cook, "Ibid.," p. 397, note 69.

28. Ehat & Cook, "Ibid.," p. 397, note 70.

29. "Gesenius' Hebrew And Chaldee Lexicon," Baker Book House, 1979, p. 97. Cf. Brown, Briggs, Driver, "A Hebrew and English Lexicon," Clarendon Press, Oxford, 1951, pp. 88f.

30. Jacobsen, "Ibid.," p. 168.

31. Jacobsen, "Ibid.," p. 169.

32. Van Der Woude, "Ibid.," p. 365. Sobre Deus sendo vestido com um garment, Jacobsen, "Ibid.," p. 170.

33. Morgenstern, "Ibid.," pp. 41f. Perceba aqui que Satã é realmente um dos "filhos de Deus"! Cf. p. 42!

34. Morgenstern, "Ibid.," p. 42.

35. Morgenstern, "Ibid.," p. 43.

36. Morgenstern, "Ibid.," p. 93.

37. Morgenstern, "Ibid.," p. 99.

38. Morgenstern, "Ibid.," p. 58, note 46.

39. W. Gunther Plaut, "The Torah: A Modern Commentary," Union of American Hebrew Congregations, 1981, p. 19.

40. Morgenstern, "Ibid.," p. 73.

41. Morgenstern, "Ibid.," p. 73.

42. Morgenstern, "Ibid.," p. 105.

 

Paralelo 22: A transladação de Moisés ou seu sepultamento pela mão do Senhor.

 

            No Capítulo 45 de Alma no Livro de Mórmon encontramos a seguinte referência relativa aos profetas Alma e Moisés:

 

Alma 45:19

Eis que o que sabemos é que foi um homem justo; e na igreja espalhou-se o rumor de haver sido ele arrebatado pelo Espírito ou sepultado pela mão do Senhor, como Moisés. Eis que as escrituras, porém, dizem que o Senhor levou Moisés para junto de si; e supomos que ele também recebeu Alma junto de si, no espírito; eis por que nada sabemos sobre sua morte e sepultamento;

 

            Esta informação é intrigante, uma vez que no Velho Testamento encontramos a referência de que Moisés morreu na terra de Moabe, apesar da escritura deixar claro que ninguém conhecia o lugar de sua sepultura até aqueles dias (uma coisa estranha para uma figura tão proeminente em Israel), além de uma breve indicação que foi o próprio Deus Jeová que o sepultara.

 

Deuteronômio 34:5-6

Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor,  que o sepultou no vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura.

 

Contudo o  filósofo heleno-judaico Filo, que viveu em Alexandria, Egito, no começo da Era Comum, oferece o seguinte relato sobre a Vida de Moisés:

 

Depois disto chegou o tempo em que ele (Moisés) deve de fazer sua peregrinação da terra aos céus, e deixar esta vida mortal para a imortalidade, consumada pelo Pai que remodelou sua natureza biunívoca de alma e corpo em uma unidade singular, transformando todo o seu ser em mente, pura como a luz do sol.

 

Flávio Josefo, no século I AD também nós dá informações que Moisés teria sido transladado, i.e., não passara pela morte comum e teria sido arrebatado pelo Senhor para junto de si, além de explicar porque no Devarim (Deuteronômio) estava escrito que Moisés morrera:

 

            Ele (Moisés) despediu-se dos anciãos; e quando ia abraçar Eleazer e Josué, e estava ainda conversando com eles, uma nuvem de repente desceu sobre ele, e desapareceu num certo vale, embora tivesse ele (Moisés) escrito nos livros sagrados que morrera (Deut. 34:5), o que foi feito devido ao receio que eles pudessem porventura dizer, por causa de sua extraordinária virtude, que ele tivesse ido até Deus.(Josefo Antiguidade dos Judeus Livro VIII, Capítulo 13).

 

            Repare que a escritura de Alma dá duas possibilidades para a morte de Moisés, arrebatado pelo Espírito (i.e., transladado) ou então sepultado pela mão do Senhor. Ambas as hipóteses existiam na tradição judaica. Se olharmos simplesmente o Talmude, vemos uma aparente contradição entre Deut. 32:48-50 e Deut: 34:5-6

 

Deuteronômio 32:48-50

Naquele mesmo dia falou o Senhor a Moisés, dizendo: Sobe a este monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que eu dou aos filhos de Israel por possessão; e morre no monte a que vais subir, e recolhe-te ao teu povo; assim como Arão, teu irmão, morreu no monte Hor, e se recolheu ao seu povo;

 

            Repare que segundo Deut. 32:48-50, o Senhor designa o local da morte de Moisés no monte Nebo, na porção de Rúben da terra de Moabe, contudo conforme vimos em Deut. 34:5-6, sua sepultura estaria no vale de Bete-Peor, localizado na porção de Gade da terra de Moabe. As tradições da Midrash explicam esta aparente contradição do Talmude, assumindo que Deus sepultou Moisés, i.e., seu corpo teria sido arrebatado nas asas da Shekhinah (compare esta expressão com a utilizada por Néfi em II Néfi 4:25, expressão única ao Livro de Mórmon, não encontrada na Bíblia mas encontrada amiúde na tradição judaica) e removido do monte Nebo para um local secreto de sepultamento em Bete-Peor.

Paralelos 23 <-> 44. O Livro de Enoque!

O Livro de Moisés com as informações sobre Enoque foi revelado a Jospeh Smith em 1830, como parte da tradução de sua versão Inspirada da Bíblia.

O I Enoque, ou Enoque Etiópico, ou Enoque Eslavônico, foi primeiramente publicado em Inglês na Europa em 1821. Apesar de haver uma possibilidade muito remota de Joseph, longe um oceano e 900 km interior adentro no Novo Mundo pudesse ter lido ou mesmo ouvido falar neste raro livro e pudesse utilizar estas referências no Livro de Moisés, os textos de II & III Enoch, e é claro dos pergaminhos do Mar Morto, estavam completamente indisponíveis, somente seriam descobertos muito mais tarde e traduzidos para o Inglês mais de um século após a versão do Livro de Moisés que hoje temos na PGV.

Apesar do Gênesis na Bíblia discorrre sobre Enoque apenas por um par de versículos, esta passagem foi expandida na TJS para tomar dois capítulos inteiros, onde o profeta nos dá todo um Livro de Enoque por si só.
_____________________

Paralelo 23: Enoque vê Noé protegido pela mão do Senhor

Moisés 7:43—Enoque viu que Noé construiu uma arca; e que o Senhor sorriu diante dela e segurou-a em sua própria mão; mas, sobre o restante dos iníquos vieram as enchentes e tragaram-nos.

I Enoque 67:2—Por este tempo os anjos estarão trabalhando com Madeira (construindo uma arca) e quando estiver completa, Eu pousarei minha mão sobre ela e a protegerei.
______________________

Paralelo 24:Enoque vê Todas as Coisas

Moisés 7:67—E o senhor mostrou a Enoque todas as coisas, sim, até o fim do mundo.

II Enoque 40:1—Agora portanto, meus filhos, Eu conheço todas as coisas; . . . meus olhos viram desde do começo até mesmo ao fim, e do fim até o recomeço.

______________________

Paralelo 25:Enoque vê os feitos dos homens

Moisés 7:41—E aconteceu que o Senhor falou a Enoque e contou a Enoque todos os feitos dos filhos dos homens; portanto Enoque sabia e contemplou as iniqüidades e a angústia deles.

II Enoque 53:2—Vê como eu escrevi todos os feitos de todas as pessoas antes da criação, e estou escrevendo o que é feito entre todas as pessoas para todo o sempre.

_______________________

Paralelo 26:Enoque vê todas as Gerações

Moisés 7:4--(o senhor disse a Enoque): Olha e mostrar-te-ei o mundo pelo espaço de muitas gerações.

III Enoch 45—E eu vi Adão e sua geração, seus feitos e seus pensamentos (etc.) . . . E cada feito de cada geração, quer tenha sido feito ou esteja para ser feito no tempo que está para vir, por todas as gerações, até o fim dos tempos.

________________________

Paralelo 27:Existência Pré-Mortal

Moisés 6:51—E ele chamou nosso pai Adão com sua própria voz, dizendo: Eu sou Deus; eu fiz o mundo e os homens antes que existissem na carne.

II Enoch 23:4-5—Tu (Enoque) senta e escreve—todas as almas dos homens, quaisquer delas que ainda não nasceram, . . . Pois todas as almas são preparadas desde a eternidade, antes da composição desta terra.

________________________

Paralelo 28:A Terra fala

Moisés 7:48-- E aconteceu que Enoque olhou a Terra; e ele ouviu uma voz que vinha de suas entranhas, dizendo: Ai, ai de mim, a mãe dos homens; estou aflita, estou fatigada por causa da iniqüidade de meus filhos.

I Enoque 7:6--(Após uma descrição da iniquidade na terra) E então a terra trouxe uma acusação contra os opressores.

________________________

Paralelo 29:Enoque chora

Moisés 7:44-- E quando Enoque viu isso, ficou com a alma amargurada e chorou por seus irmãos; e disse aos céus: Recusar-me-ei a ser consolado.

2 Enoque 41:1—E eu (Enoque) suspeirei e rompi-me em lágrimas, e disse concernente a sua repreensível depravação, Oh quão miserável. . .

________________________

Paralelo 30:Mahijah / Mahujah

Moisés 6:39-40— E aconteceu que quando o (Enoque) ouviram, ...; porque o temor se apoderou de todos os que o ouviram; porque ele andava com Deus.
E aproximou-se dele um homem cujo nome era Mahíjah e disse-lhe: Dize-nos claramente quem és e de onde vieste.

Pergaminhos do Mar Morto 4QEnGiants 1:20--[Portanto] todos os gigantes [e os nefilins] se encheram de medo e chamaram Mahujah e ele foi até eles: E os gigantes lhe pediram e o enviaram até Enoque[...] dizendo para ele: Vai então [...] e sob a dor da morte tu deves [...] e ouvir a sua voz; e dize-lhe que ele deve explicar-te e interpretar os sonhos.

_______________________

Paralelo 31:Enoque um garoto aos 65 anos de idade

Moisés 6:31—Por que é que encontrei graça aos teus olhos? Sou apenas um menino?

2 Enoque 10:4—E os homens responderam a mim (Enoque), Este lugar, jovem, foi preparado para aqueles que praticam atos impuros e impiedosos sobre a terra.

3 Enoque 3:2--[Enoque] respondeu, tenho setenta nomes; . . . entretanto, meu Rei chama-me Jovem.

3 Enoque 4:2—Por que , então, chamam eles a ti Jovem nas alturas celestiais? Ele respondeu, porque eu sou Enoque, o filho de Jarede.

3 Enoque 4:10—Por que eu sou jovem em companhia deles (os santos anjos) e um mero jovem entre eles em dias e meses e anos—portanto ele me chamam Jovem.

__________________________

Paralelo 32:Enoque recebe o direito ao Trono de Deus

Moisés 7:59--[Enoque para Deus] Fizeste-me e deste-me direito a teu trono.

3 Enoque 10:1-3--[Enoque falando] Aquele que é Santo preparou para mim um trono como o trono de glória . . . Ele o colocou à porta do sétimo palácio e me fez assentar sobre ele.

__________________________

Paralelo 33:A Casa do Senhor sera chamada Jerusalém

Testamento de Levi 10:4 (citando de alguma outra fonte desconhecida sobre Enoque)—Pois a casa que o Senhor escolherá será chamada Jerusalém, conforme o Livro de Enoque o Justo assevera.

Moisés 7:62—pois ali estará meu tabernáculo e chamar-se-á Sião, uma Nova Jerusalém.

____________________________

Paralelo 34:Deus dá Adão o Livre Arbítrio

Moisés 6:56-- E a eles é dado distinguir o bem do mal, de modo que são seus próprios árbitros.

Moisés 7:32-- e no Jardim do Éden dei ao homem seu arbítrio.

2 Enoque 30:15—E eu . . . chamei seu nome Adão. E dei-lhe seu livre arbítrio; e lhe indiquei os dois caminhos—luz e trevas. E lhe disse, Isto é bom para você, mas aquilo é ruim.

____________________________

Paralelo 35:Enoque em possessão do Livro de Adão

Moisés 6:5, 8—Enoque cita extensivamente a partir do Livro de Adão (Moisés 6:51-68) que era mantido por Adão e sua posteridade.

2 Enoque 33:11-12--[Deus para Enoque]—Pois eu lhe darei um intercessor, Enoque; Miguel, um relato de seus manuscritos e dos manuscritos de seus pais – Adão e Sete. Eles não serão destruídos até a era final. Pois ordenei meus anjos a guardarem-nos e ordenarem os elementos do tempo para preservar os manuscritos de seus pais de tal forma que não pereçam no dilúvio que estar por vir.

______________________

Paralelo 36:Restauração do Livro de Enoque predita na Literatura Enoquiana

2 Enoque 35:1-3—E eu deixarei um homem justo (Noé), um membro de vossa tribo, junto com toda a sua casa, a qual há de agir segundo a minha vontade. E de sua semente levantar-se-á uma geração, a última de muitas, e cheia de cobiça. E levantarei para aquela geração alguém que lhes revelará os livros em vossos manuscritos e daqueles de vossos pais, pelos meios dos quais os guardiões da terra mostrar-se-ão aos homens fiéis. E eles serão recontados para aquela geração, e eles serão mais glorificados no final do que no começo.

Moisés 1:41--(Deus para Moisés) E no dia em que os filhos dos homens menosprezarem minhas palavras e tirarem muitas delas do livro que escreverás, eis que levantarei outro semelhante a ti; e elas outra vez estarão ao alcance dos filhos dos homens—entre todos os que crerem.

______________________

Paralelo 37:Enoque revestido em glória

Moisés 7:3-- E aconteceu que eu me voltei e subi ao monte; e enquanto estava no monte, vi os céus se abrirem e fui revestido de glória

2 Enoch 22:8-10—O Senhor disse a Miguel, Toma Enoque, e retira (dele suas roupas terrenas. E unge-o com o formoso óleo, e veste-o em roupas de glória . . . E atentei para mim [Enoque] e havia me tornado como um dos gloriosos, e não havia nenhuma diferença observável.

_______________________

Paralelo 38:Enoque os Santos se erguerem

Moisés 7:56-- E ele ouviu uma alta voz; ...; e os santos levantaram-se e foram coroados à direita do Filho do Homem, com coroas de glória

3 Enoch 44:7—E via as almas dos patriarcas do mundo, Abraão, Isaque e Jacó, e o restante dos justos, os quais haviam se levantado de suas sepulturas e ascendido aos céus.

_________________________

Paralelo 39:Enoque vê o retorno de Sião do Céu (cf. Éter 13:3, 10 e a TJS Gen. 9:21-25)

Moisés 7:63-- Então irás com toda a tua cidade encontrá-los lá; e recebê-los-emos em nosso seio e eles ver-nos-ão; e debruçar-nos-emos sobre seu colo e eles debruçar-se-ão sobre nossos ombros; e beijaremos um ao outro;

1 Enoque 39:1—E acontecerá que naqueles dias que os eleitos e os filhos santos descerão do alto céu, e sua semente torna-se-á uma com a dos filhos dos homens.

_____________________________

Paralelo 40:Uma Prisão preparada para os Iníquos

Moisés 7:57 E todos os espíritos que estavam [b]na prisão/b] saíram e puseram-se à direita de Deus; e o restante foi retido em cadeias de trevas até o julgamento do grande dia.

1 Enoque 10:13-14—E naqueles dias eles o guiarão ao abismo de fogo – e em tormento – na prisão serão trancafiados para sempre. E no devido tempo…, aqueles que colaboraram com os justos serão reunidos com eles desde então até o fim de todas as gerações.

_______________________________

Paralelo 41:Correntes de Satanás

Moisés 7:26 -- E ele viu Satanás; e este tinha uma grande corrente na mão, que cobria de trevas toda a face da Terra.

1 Enoque 53:3-4—Então eu vi os anjos da praga cooperando e preparando todas as correntes de Satanás. E perguntei ao anjo da paz, que estava comigo, para quem estão eles preparando essas correntes?

________________________________

Paralelo 42:Enoque age como um Intercessor para a humanidade

Moisés 7:49-50 Enoque ... clamou ao Senhor, dizendo: Ó Senhor, ... Não abençoarás os filhos de Noé?... Rogo-te ... que tenhas misericórdia de Noé e sua semente.

2 Enoque 18:7—E isto é o porquê Deus os julgou com um grande julgamento; e eles pranteiam por seus irmãos, e eles estarão indignados no grande dia do Senhor. E eu disse…, eu vi vossos irmãos e seus feitos e seus tormentos… e tenho orado por eles.
________________________________

Paralelo 43:Leões (Bestas Selvagens) Rugem

Moisés 7:13— E ...(Enoque) conduziu o povo de Deus; e seus inimigos saíram para batalhar contra ele; e ele proferiu a palavra do Senhor e a terra tremeu ... e o rugido dos leões fez-se ouvir no deserto; e todas as nações temeram grandemente.

4QEnGigantes Frg 8--[Ohyah o inimigo de Enoque) ]... pela força de meu poder, ataquei toda carne e pelejei Guerra contra eles... mas eles vivem em abóbadas santas, e ...eles são mais poderosos do que eu. [Por conseguinte…] vieram o rugido das bestas selvagens e a multidão dos animais selvagens começaram a gritar.


Paralelo 44:Deus chora

Moisés 7:28-29 -- E aconteceu que o Deus do céu olhou o restante do povo e chorou; ... e Enoque disse ao Senhor: Como é que podes chorar, sendo que és santo...?

1 Enoque 9:9-10- Toda a terra estava cheia de sangue e opressão. E agora eis que o Santíssimo chorará.

E do artigo de L. Blau's, "Metatron," (o nome angélico pelo qual Enoque é conhecido) na Enciclopédia Judaica (New York: Funk & Wagnallis, 1904), 8:519, nós temos o seguinte concernente Deus chorando na literature Enoquiana:

Quando Deus chorou sobre a destruição do Templo, Metraton (Enoque) caiu o seu semblante e disse: “Eu chorarei, mas não chores Tu!” Deus respondeu e disse: “Se tu não me permites chorar, irei aonde tu não podes ir e lá eu lamentarei.”

________________________________

Paralelo 45:A Doutrina das Dispensações

 

Dispensações – Um Evangelho para todas as Idades.

O profeta Joseph Smith ensinou que o evangelho de cristo já fora conhecido desde o primeiro Patriarca Adão, que vários profetas antes de Cristo tiveram a oportunidade de se batizarem e conhecerem as doutrinas de salvação do evangelho. Porém devido a sucessivas apostasias e restaurações (um novo profeta era chamado a cada nova dispensação), estas verdades espalharam-se pela Terra e se corromperam de várias formas. Todas as chaves das dispensações passadas foram restauradas na dispensação da plenitude dos tempos D&C 128:18-21

O erudito não-mórmon Heikke Raisanen, achava esta doutrina restaurada pelo profeta Joseph Smith uma coisa “de pura lógica e de perfeita beleza,” pois percebia que conceitos semelhantes poderiam ser encontrado na epístola de Clemente de Roma (ca. 96 AD) e nas Pseudoepígrafes. Verdadeiramente esta doutrina de Joseph Smith concorda com os escritos de muitos antigos Cristãos. Paulo insistia que o evangelho do Senhor havia “prenunciado o evangelho a Abraão, dizendo em ti serão abençoados todos os povos” (Gal. 3:8) E Ignácio de Antioquia concordava que os profetas conheciam e pregavam a Cristo:

“Pois os mais divinos dos profetas viveram de acordo com Jesus Cristo. Por esta conta também foram eles perseguidos, sendo inspirados pela graça para completamente convencer o incrédulo de que havia um Deus, o Todo-Poderoso, quem se manifestou através de Seu Filho Jesus Cristo, o qual é o Seu Verbo, inefável porém essencial” Epístola aos Magnesianos 8, em ANF 1:62

Taciano, Teófilo e Eusébio, todos concordavam que o evangelho não era uma invenção recente, mas, de fato, muito antigo.

“Instituiremos então uma comparação com eles; e descobriremos que nossas doutrinas são muito antigas, não apenas mais antigas do que aquelas dos Gregos, mas desde antes da invenção das epístolas” Taciano, Discurso aos Gregos, 31, em ANF 2:77

“Estes períodos, então, e todos os fatos acima mencionados, sendo vistos coletivamente, pode-se observar a antiguidade dos escritos proféticos e a divindade de nossa doutrina, de que a doutrina não é recente, nem nossos princípios, mas que são antigos e verdadeiros” Teófilo, Teófilo a Autolycus 3:29, em ANF 2:120

“E agora que ninguém suponha que sua (de Cristo) doutrina seja nova ou estranha, como que surgida de alguém de origem recente...podemos dizer que tais princípios foram estabelecidos pela Deidade nos ditames naturais dos homens piedosos de outrora, desde a própria origem de nossa raça... que a primeira e mais antiga religião conhecida, a daqueles homens piedosos ligados a Abraão, é a própria religião mais tarde anunciada a todos nas doutrinas de Cristo.” Eusébio, História Eclesiástica, Cap. IV