A VIDA PRÉ-MORTAL DO HOMEM
Traduzido do original em Inglês
por Evandro M. Faustino
E toda planta do campo, antes de estar na Terra, e
toda erva do campo, antes de brotar. Pois eu, o Senhor Deus, criei todas as
coisas das quais falei espiritualmente, antes que elas existissem fisicamente
na face da Terra.... E eu, o Senhor Deus, havia criado todos os filhos dos
homens; e ainda não havia homem para lavrar a terra, pois no céu os criei...
todas as coisas foram criadas antes; mas espiritualmente foram elas criadas e
feitas de acordo com minha palavra.. Pois era [vegetação] espiritual no dia em
que eu a criei. (Moisés, 3:5,7,9)
A idéia de que
humanos tiveram uma existência espiritual é claramente mostrada em Moisés 3:5 e é sugerida em Moisés 6:51, onde o Senhor diz, “Eu fiz o
mundo e os homens antes que existissem na carne.” O Senhor disse a Joseph Smith
que “O homem
também estava no princípio com Deus” (D &
C 93:29) e que ele foi criado “antes que o mundo fosse feito” (D & C 49:17). “Pois pelo poder de meu
Espírito Eu as criei; sim, todas as coisas, tanto espirituais como temporais—Primeiro
as espirituais, depois as temporais, o que é o começo de minha obra; e também,
primeiro as temporais e depois as espirituais, o que é o fim de minha obra” (D & C 29:31-32). O Cristo pré-mortal
disse ao irmão de Jarede, “todos os homens foram criados, no princípio, a minha
própria imagem” (Éter 3:15).
Talvez a descrição mais clara da existência pré-mortal do homem é encontrada na
visão de Abraão do conselho dos espíritos (Abraão
3:22-23), que é também confirmada nos capítulos 21-22 do Apocalipse de Abraão. Estes textos serão
abordados no capitulo 6, Pré-ordenação.
O Zohar Judaico ensina o mesmo conceito. De
acordo com o Zohar Exodus 150a,
o jardim do Éden foi feito como “uma exata semelhança de seu protótipo, o Paraíso
acima... Todas as imagens e formas de todas as coisas neste mundo foram de lá
moldadas, todas tendo a similitude das coisas deste mundo. E esta é a habitação
dos santos espíritos, aqueles que têm vindo a este mundo , e também todos
aqueles que não vieram ainda para este mundo.” [8] O Zohar Levítico 61b fala do Rabi Hiya
explicando Eclesiastes 3:15 (“O
que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que
passou”) como segue:
Assim
todos aqueles que deveriam vir para este mundo, estavam diante Dele
completamente preparados. Temos aprendido, também, que todos os homens de todas
as gerações permaneceram de pé diante Dele em suas semelhanças antes deles
virem para o mundo, e mesmo todas as almas dos homens foram mapeadas diante
Dele no firmamento na similitude de suas formas neste mundo. Tudo, também, que
eles aprenderam neste mundo eles já conheciam antes que viessem a ele...Temos
aprendido que todos os verdadeiros virtuosos, antes que viessem ao mundo foram
preparados acima e chamado por seus nomes.[9]
O Zohar Exodus 53b diz que “Quando à hora chegou
A ORIGEM DO ESPÍRITO DE ADÃO
A vida pré-mortal do homem é também insinuada pelas palavras de Abraão 5:7, onde lemos que “os Deuses
formaram o homem do pó da terra, e tomou seu espírito (isto é, o espírito do
homem), e o colocou nele.” [11]De
acordo com Ka’ab ‘al-Ahbar, um Judeu
primitivo convertido ao Islã, Deus mandou o espírito de Adão entrar no corpo
que tinha sido criado.[12] O
texto Falasha Tĕ’ĕzĕza
Sanbat indica que depois que Deus fez o corpo de
Adão, “Deus viu seu corpo, e que sua alma não tinha ainda entrado nele.” [13]
Abraão 5:7 traça um paralelo
com Gênesis 2:7, embora Gênesis não insinua que o espírito
de Adão já existia antes de seu corpo. Contudo, é precisamente este
entendimento que é encontrado em vários textos primitivos Judeus. Por exemplo,
de acordo com Pirqe Rabbi Eliezer 11, quando Deus formou
Adão, “ele soprou com o fôlego da alma de Sua boca, e a alma foi lançada nele,
assim com está dito, ‘E ele soprou em suas narinas o fôlego da vida.’” [14]
A mesma história é encontrada
Um dos textos Cristãos Gnósticos descoberto
Os Mandeus tem uma tradição similar concernente
a Adão, em que um ministro (mensageiro) veio dizer a Adão como ele poderia re-conquistar
o mundo de onde ele veio e sentar-se em tronos preparados para ele.[19]
TRADIÇÃO PRIMITIVA CRISTÃ
Um texto Cristão atribuído a Clemente de Roma
(que morreu em
O filósofo Cristão Justino Mártir do segundo
século A.D. notou que “almas são necessariamente geradas” (Diálogo com Trifo 5), contudo existiam antes de tomar residência em um
corpo mortal (Diálogo com Trifo 4).[24]
O apóstolo Paulo notou que o Senhor preferia Jacó
a Esaú mesmo antes dos gêmeos terem nascidos (Gênesis 25:23-26) e que o Senhor
falou de seu amor por Jacob e seu ódio por Esaú (Malaquias 1:2-3). Origines, um
teólogo Cristão do início do terceiro século A.D., recorreu ao uso desta
informação de Paulo em Romanos 9:12-13 e aludiu ao
pronunciamento de Paulo sobre vasos de honra e desonra (2 Timóteo 2:20), escrevendo o seguinte:
Pois o Criador cria
vasos de honra e vasos de desonra, não desde o início de acordo com Seu pré-conhecimento,
uma vez que Ele não condena ou justifique estas coisas de antemão, mas (Ele
cria) aqueles em vasos de honra que purgaram a si próprios, e aqueles em vasos
de desonra que se deixaram permanecer despurgados: portanto, isto é em conseqüência
de causas mais velhas (que operaram) na formação dos vasos para honra e desonra,
por isto um foi criado para a honra, e o outro para a desonra. Mas se uma vez
admitimos que houve certas causas mais velhas (no trabalho) na formação de um
vaso em honra, e de um em desonra, que absurdo existe em retornar ao assunto da
alma, e (na suposição) que uma causa mais antiga por Jacó ser amado e por Esaú
ser odiado existiu com respeito a Jacó antes de assumir um corpo, e com respeito
a Esaú antes que fosse concebido no útero de Rebeca ? (De Principiis 3.1.20, versão
Grega).[25]
Orígenes manteve que a escolha do Senhor sobre
Jacó ao invés de Esaú foi baseada “[N]os desertos de sua vida anterior” (De Principiis 2.9.7).[26]
Em seu Comentário sobre João 2:25, ele citou a Oração de José, na qual Jacó diz, “Eu sou um anjo de Deus, um espírito
ministrador, e Abraão e Isaque foram criados antes de qualquer obra de Deus.”
Ele então perguntou, “como se explica isto se não consideramos as obras feita
antes desta vida, pode ser dito que não existe retidão com Deus quando o mais
velho serve o mais novo e é odiado (por Deus) antes que ele tenha feito
qualquer coisa digna de escravidão ou de ódio”?[27]
Orígenes mais adiante apoiou este conceito ao
notar que João o Batista estava “cheio com o Espírito Santo, mesmo no útero de
sua mãe” (Lucas 1:15) e saltou de alegria
dentro do útero de sua mãe quando Maria, recém grávida com Jesus, veio visitar (Lucas 1:39-44), sugerindo que seu espírito veio a ser antes de seu
nascimento e foi abençoado com discernimento profético (De Principiis 2.9.7).[28]
Em outro lugar, ele argumentou que João Batista,
...foi enviado, do
céu ou do Paraíso, ou de algum outro aposento para este lugar na terra...João
foi enviado de uma outra região quando ele entrou em seu corpo, cujo objetivo era
de que com sua entrada nesta vida ele devesse prestar testemunho da verdade.” Adiante
anotou “aquele que minuciosa e cuidadosamente se conduz de acordo com a
Escritura contra aquilo que é forçado, casual, ou de procedimento caprichoso,
deve necessariamente assumir que a alma de João era mais velha que seu corpo, e
subsistiu por si mesmo antes de ser enviado ao ministério da testemunha da luz ...
Pois se aquela doutrina geral da alma é para ser recebida, a saber, que não é
mostrada ao mesmo tempo com o corpo, mas é antes dela, e é então, por várias
causas, revestida com carne e sangue; então as palavras ‘enviado de Deus’ não parecerão
ser aplicáveis somente a João. (Comentário no Evangelho de João 2.24).” [29]
Orígenes argumentou contra a idéia que a alma
foi formada ao mesmo tempo em que o corpo é habitado, dizendo que “é provado
que foi implantada estritamente de fora” (De Principiis
1.7.4).[30]
Ele manteve que Deus instruiu a alma antes dela ter entrado em seu corpo
terreno (Comentário sobre João 20.7.51). Mais adiante,
aludindo ao estado pré-mortal do homem, ele escreveu:
...Devido a causas
que tem existido previamente, um ofício diferente é preparado pelo Criador para
cada um em proporção ao grau de seu mérito, neste solo (terra), certamente, que
cada um, com respeito a ter sido criado por Deus um espírito racional e de entendimento,
tem de acordo com os movimentos de sua mente e sentimentos de sua alma, ganho para
si mesmo um maior ou menor mérito, e tem se tornado um objeto de amor a Deus,
ou então um de desgosto a Ele...E isto é, no meu parecer, que será visto de
maneira mais clara finalmente, se cada um, seja na esfera celestial ou
terrestrial ou seres infernais, ser dito ter as causas de sua diversidade em si
mesmo e anteriormente a seu nascimento mortal. (De Principiis 2.9.7) [31]
Ao se referir a “seres celestiais (dos céus)
ou terrestres (da terra) ou infernais [literalmente “abaixo da terra,” i.e.,
condenados ao inferno],” Orígenes insinuou uma crença que os espíritos de Deus
criados no início habitavam em três diferentes lugares, alguns dos quais
permanecem em seu lar celestial original, enquanto outros têm vindo à terra, e
ainda outros têm se tornado demônios. Suas palavras são mais explícitas no De Principiis 18.1. onde ele escreveu:
....nem nós devemos
supor que isto é o resultado de um acidente que um determinado ofício seja
designado a um anjo específico ...Pois nós não devemos imaginar que eles
obtiveram estes ofícios de uma outra forma, a não ser por seus próprios
méritos, e pelo zelo e qualidades excelentes que eles separadamente
demonstraram antes que este mundo fosse formado; para que logo após na ordem
dos arcanjos , este ou aquele ofício foi designado para cada um, enquanto
outros mereceram se inscrever na ordem de anjos, e agir sob este ou aquele
arcanjo, ou este líder ou cabeça de uma ordem.
Coisas estas que foram arranjadas, como eu tenho dito, não
indiscriminadamente e fortuitamente, mas pela mais apropriada e justa decisão
de Deus, que as arranjou de acordo com desertos...Todas estas coisas,
asseguradamente, é para se dar crédito, não são realizadas por acidente ou
acaso, ou porque eles (os anjos) foram criados, a menos que nesta perspectiva o
Criador pudesse ser acusado de parcialidade; mas é para se crer que eles foram
conferidos por Deus, o justo e imparcial governante de todas as coisas,
concordando com os méritos e qualidades e vigor mental de cada espírito individual.[32]
No texto De Principiis1.8.4,
Orígenes descreveu
as “posições” daqueles espíritos
portando “os ofícios angélicos,” e
então
continuou a falar de “espíritos malignos, ou
demônios, não da perspectiva de
sua natureza essencial [os quais] tem obtido estes graus no mal em
proporção a
suas condutas, e do progresso que eles fizeram na iniqüidade. E
esta é a segunda
ordem de criaturas racionais, que tem se devotado à
iniqüidade.” Ele então
mencionou que “a terceira ordem de criaturas racionais é
aquela daqueles que são
julgadas de acordo com Deus para povoar a raça humana, i.e., as
almas dos
homens, assumidas em conseqüências de seu progresso moral na
ordem dos anjos;
de quem nós vemos alguns assumirem em grandes números;
aqueles, a saber, que
tem sido feito filhos de Deus, ou os filhos da
ressurreição.” [33]
Um Alexandrino, contemporâneo de Orígenes,
foi o presbítero Pierius. Seus escritos não sobreviveram, embora
alguns de seus ensinamentos foram reportados por Cristãos posteriores. Photius, um escritor do
século nove, notou que Pierius concordou com Orígenes “no assunto da ‘preexistência
das almas’” (Biblioteca).[34]
Tiranius Rufino (início do quinto século
A.D.) foi acusado de seguir os ensinamentos de Orígenes com respeito à
existência pré-mortal da alma, mas se defendeu ao dizer que ele simplesmente
havia traduzido as obras de Orígenes para o Latim e não tomou uma posição neste
assunto. (Apologia dirigida a Anastásio,
Bispo de Roma 1.6-7; apologia dirigida a Apronianus 1.10).[35] Contudo, ele
escreveu que “antes da fundação do mundo, as almas existiram nos céus, e então,
por razões conhecidas somente por Deus, fomos trazidos para este vale de
lágrimas, fomos inseridos neste corpo de morte” (Apologia dirigida
a Apronianus 1.43).[36]
Tertuliano, outro dos contemporâneos de Orígenes,
notando que alguns Gnósticos acreditavam que a alma veio dos céus e retornará,
argumentou que as almas vieram a existir na hora do nascimento. Ele rejeitou a idéia
da alma perder memória de sua existência pré-mortal com Deus, mas ao fazê-lo, e
confirma que outros Cristãos ensinaram este conceito (Tratado sobre a Alma 5-8, 22-24).[37] Por outro lado,
Clemente de Alexandria escreveu que “antes da fundação do mundo nós éramos,
porque [estávamos] destinados a estar Nele, pre-existíamos aos olhos de Deus
antes, - nós, as criaturas racionais do Verbo de Deus, em cujo relato nós
passamos a existir no início; Pois ‘no início era o Verbo’” (Exortação ao Pagão 1, citando João 1:1) [38] Sua declaração
encontra apoio nas palavras de Cristo a Joseph Smith, “E estava no início com o
Pai, e Eu sou o Primogênito...Vós estivestes também no início com o Pai” (D & C 93:22-23).
Outros escritores primitivos Cristãos, que escreveram sobre a existência pré-mortal do espírito do homem, incluem João de Jerusalém (final do quarto século A.D.),[39] Nemésius de Emesa (final do quarto século A.D.),[40] e Photius de Constantinopla (nono século A.D.).[41]
GNOSTICISMO CRISTÃO
Alguns dos textos Cristãos Gnósticos
descobertos
Em outro dos textos de Nag
Hammadi, Cristo declara que “é a Igreja consistindo de muitos homens que
existia antes dos aeons, a qual é chamada, no próprio sentido, ‘os aeons dos
aeons.’ Esta é a natureza dos santos espíritos imperecíveis” (Tratado Tripartidário 1,5 58:29-35).[44] O texto mais
adiante declara, “Como o mundo ele os gerou, subsistindo espermaticamente, e
aqueles a quem ele estava por gerar não haviam ainda se formado por ele (Tratado Tripartidário 1,5 60:34-61:1)”.[45] Um texto
relacionado declara que:
O Pai imortal sabe
que a deficiência da verdade veio a existir entre as esferas eternas e seu
universo, quando ele desejou trazer ao zero os ministrantes da perdição através
das criaturas que eles tinham modelado ele enviou vossa similitude ao mundo da
perdição, a saber, os abençoados pequenos espíritos inocentes. Eles não são alheios
ao conhecimento. Pois todo conhecimento é revestido em um anjo que aparece
diante deles; ele não é sem poder na companhia do pai. E ele os proveu com
conhecimento. (Na Origem dos Mundos 124:5-14) [46]
Este conceito também é encontrado em D& C 93:38-39: “Todo espírito do homem, no princípio, era
inocente; e tendo-o Deus redimido da queda, o homem se tornou outra vez, em seu
estado de infância, inocente diante de Deus. E aquele ser iníquo pela
desobediência e por causa da tradição de seus pais, vem e tira dos filhos dos
homens a luz e a verdade.” Que este conceito era conhecido por muitos dos
primitivos Cristãos “Ortodoxos” é evidente através de um comentário de Ciro,
bispo de Jerusalém (morreu
No texto Gnóstico Evangelho de Tomé, ditado 4 (II,2 33.5-9), o Cristo
ressurreto diz a seus discípulos, “O homem antigo em dias não hesitará
perguntar a uma pequena criança de sete dias de idade sobre o lugar da vida, e
ele viverá,” sugerindo que o bebê tem recentemente chegado da presença de Deus,
como está em João 2:13.[48]
No ditado 49 (II,2 41.27-47.4), ele disse,
“Abençoado são os solitários e eleitos, pois tu encontrarás o reino. Pois tu és
de lá, e para lá retornarás...Se eles disserem a ti, ‘De onde viestes?’, diga a
eles, ‘Nós viemos da luz...Nós somos os filhos dela, e nós somos os eleitos do
Pai vivente.’” “[49]
Outro texto da mesma coleção diz:
...é adequado que a
alma se regenere e torne-se novamente como ela era anteriormente. A alma então se
move por sua própria iniciativa. E ela recebeu a natureza divina do pai para
seu rejuvenescimento, para que ela possa ser restaurada ao lugar onde ela
estava originalmente. Esta é a ressurreição que vem dos mortos. Este é o
resgate do cativeiro. Esta é a jornada direcionada para cima para ascensão aos
céus. Este é o caminho da ascensão ao Pai. (Exegese sobre a alma II.6 134.6-15) [50]
O texto Siríaco Hino da Pérola, um primitivo texto Cristão anexado ao Evangelho de Tomas, é uma alegoria no plano de salvação. Ele conta do
filho de um rei que foi enviado abaixo na terra por seus Pais para encontrar
uma pérola que ele deveria retirar e retornar a seu depositário celestial. Durante
sua estada, ele torna-se corrompido com as coisas mundanas, mas uma carta dos
céus o relembra de sua realeza e de seu propósito. Removendo suas vestimentas,
ele retorna a seus entes queridos com a pérola e coloca sua túnica de glória
que tinha removido antes de sair para sua jornada.[51]
TRADIÇÃO JUDAICA
Muitos textos Judeus primitivos contêm
alusões de uma vida pré-mortal.[52]
Por exemplo, de acordo com Pirque de Rabbi Eliezer 16, Rebeca foi destinada
a ser a noiva de Isaque desde a hora em que ele estava no útero de sua mãe; se
ela era mais jovem do que ele, isto implicaria uma crença na predestinação. Pirque de Rabbi Eliezer 34 é mais explícito,
citando Eclesiastes 12:7 como evidência que a alma de uma pessoa falecida
retorna aos céus, de onde ela tem vindo (cf. Alma 40:11).[53]
O autor do apócrifo Sabedoria de Salomão escreve, “Pois eu
era uma criança engenhosa, e tinha um bom espírito. E antes, sendo bom, eu vim
para um corpo sem mácula.” Sabedoria de Salomão 8:19, Versão do Rei Tiago).
Abot de Rabbi
Nathan (versão A) 31, discutindo as palavras do Senhor a Caim quando ele havia
matado Abel (Gênesis 4:10, “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu
irmão clama a mim desde a terra.”), diz que “embora ele derramou o sangue de
alguém, é dito [no texto Hebreu] damim (“ sangues”) no plural. Que nos ensina que o
sangue dos filhos de Abel e filhos dos filhos e de todos seus descendentes até
o fim de todas as gerações destinadas a provir dele – todos eles permaneceram
de pé chorando diante daquele Um que é Santo, abençoado seja Ele.”[54]
Uma vez que a Bíblia nunca fala que Abel teve descendência, a passagem sugere
uma crença na existência pré-mortal de espíritos, os quais o Senhor pretendia
que nascessem na linhagem de Abel.
Na versão J do livro conhecido como 2 Enoque, um anjo informa o patriarca, “todas as almas dos homens, qualquer
delas que ainda não tenham nascido, e seus lugares, preparados para a
eternidade. Pois todas as almas são preparadas para eternidade, antes da
composição da terra” (2 Enoque J 23:4-5).[55] Mais tarde, o
Senhor diz a ele, “Mesmo antes que qualquer pessoa estivesse no útero de sua
mãe, individualmente Eu preparei um lugar para cada alma...pois com muita
antecedência um lugar foi preparado lá pra cada alma humana.” (2 Enoque J 49:2-3).[56] O verso paralelo na
versão A diz, “antes de qualquer pessoa existir, um lugar de julgamento foi
preparado para ela, e a balança e o peso e os meios em que cada pessoa será
testada foram preparadas lá com antecedência.” [57]
Enoque também declarou, “Veja como Eu tenho escrito todas as ações de cada
pessoa antes da criação” (2 Enoque 53:2).[58] A menos que isto
implique na crença da predestinação, esta passagem deve se referir aos atos
realizados antes da criação. Um texto Eslavônico do século treze intitulado Merilo Pravednoe, inclui partes de 2 Enoque que variam com o
texto padrão. O relato mostra Enoque descrevendo o lugar de julgamento e
pensamento, “Feliz é aquele que nunca nasceu, ou (que), tendo nascido, nunca
pecou contra a face do Senhor, para que ele não viesse a este lugar.” [59]
Isto também, implica que seres humanos existiram antes de seus nascimentos.[60]
Em 3 Enoque, o anjo Metraton
mostra ao Rabi Ismael “as almas dos justos que já tinham sido criados e
retornaram, e as almas dos justos que ainda não foram ainda criados” [i.e., na
carne], e através daquela experiência Ismael entende que a passagem em Isaias 57:16 (em que se lê “o espírito se vestirá em minha
presença, e as almas que Eu criei”.) referem-se, respectivamente, “às almas dos
justos que já tinham sido criadas no reservatório de [mortais] seres” e “às
almas dos justos que não tinham ainda sido criadas no reservatório” (3 Enoque 43:1-3).[61] A passagem implica
que, a fim de retornar à presença de Deus, o espírito pré-mortal deve ser revestido
com um corpo mortal.
Um texto Judeu primitivo sugere que a
ressurreição dos mortos não acontecerá até que todas as almas selecionadas a
vir para a terra tiverem nascidas. Dizem que Deus disse a Baruque, o escriba de
Jeremias, “Pois assim como vós não tendes esquecido o homem que existe e que
morrera, Eu me lembro daqueles que virão. Pois quando Adão pecou e a morte foi
decretada contra aqueles que estavam para nascer, a multidão daqueles que iriam
nascer, estava contada.[62]
E para aquele número um lugar estava preparado onde os viventes pudessem viver
e onde os mortos pudessem ser preservados. Nenhuma criatura viverá novamente a
menos que o número que foi designado seja completo.” (2 Baruque 23:3-5).[63] A mesma idéia é
expressada em 4 Esdras 4:35-37.[64]
De acordo com Midrash Rabbah Gênesis
24:3-4 e o Midrash Rabbah Levítico 15:1, o livro do qual
alguns excertos foram apagados em Salmos 69:28 é o Livro
das Gerações de Adão mencionado em Gênesis 5, que contém os nomes de
todas as almas que Deus criou. Os textos também observam que o Messias Real não
viria até que todos tivessem nascido.[65]
O texto Midrash Rabbah Êxodo 40:2-3 indica que os nomes
de todos que foram destinados a viver na terra foram incluídos no registro dado
a Adão.[66]
Midrash Rabbah Gênesis
14:6 fala de Abraão dizendo que “ele era digno de ser criado antes de Adão”
mas “o Senhor criou [no passado] Abraão no meio das gerações” a fim de que ele
pudesse ser uma benção àqueles que o precederam bem como àqueles vieram depois.[67]
Esta passagem sugere sobre a existência pré-mortal de Abraão e Adão; de outra
maneira, não teria sido possível falar da dignidade de Abraão antes de Adão ser
colocado na terra.
O Talmude declara que “O Filho de Davi [i.e. o
Messias] somente virá quando todas as almas destinadas a [habitar] corpos
[terrenos] forem exauridas” (TB Yehamot 62ª, 63b,[68]
repetida
em Nidah 13b[69] e Abodah Zarah 5a).[70]
O Zohar Gênesis 90b-91b cita esta história
(entre outras) como evidência de que as almas têm a mesma forma como os corpos
que elas ocupam neste mundo e que Adão realmente viu as almas em sua forma pré-mortal.[71]
Que os espíritos de todos que nascem neste mundo existiram nos céus antes de
seu nascimento mortal é afirmado por todo o Zohar.[72] O Zohar Êxodo 1 1a-b diz, “nós fomos ensinados que na hora em que o
corpo de um justo é nascido no mundo, aquele Um que é Santo convoca Gabriel,
que tira do Paraíso a alma ordenada para aquele santo e a[73]
comanda a descer no corpo dela, a qual está para nascer neste mundo; e ele,
Gabriel, é então apontado como guardião daquela alma.” [74]
De acordo com o Zohar Levítico 68a-b “Quando as almas santas descem dos céus para a
terra e os virtuosos do mundo se retiram do Rei e da Matrona, poucos são aqueles
que às vezes permanecem diante do Rei; e, em quem o Rei se digna
Os termos “Rei” e “Matrona” denotam,
respectivamente, Deus e sua esposa; o termo “Matrona” deriva do termo Latim
para “Mãe.” O Zohar Gênesis 245b contém uma passagem
que se assemelha ao Hino da Pérola Cristão mencionado
anteriormente:
As almas dos justos são superiores a todas as hostes celestes e habitações. Você poderia perguntar, se elas são tão transcendentes de ambos os lados (macho e fêmea), porque elas vêm a este mundo para serem logo após removidas dele? Imagine um rei que teve um filho a quem ele enviou a uma aldeia pra ser criado até que ele pudesse aprender as maneiras do palácio do rei. Quando o rei ouviu que seu filho já estava crescido, através de seu amor por ele, ele enviou a Matrona, sua mãe até ele, e o trouxe ao palácio, onde ele se regozijou com ele todos os dias de sua vida. Então, Aquele UM que é Santo, abençoado seja ele, teve um filho da Matrona, a saber, a santa alma celestial. Ele a enviou para a aldeia, a saber, para este mundo, para ser criada nele, e aprender as maneiras do palácio do rei. Quando o rei descobriu que seu filho havia crescido, e que já era hora de trazê-lo de volta ao palácio, por seu amor a ele, o rei enviou a Matrona ao palácio para buscá-lo. Uma alma não deixa este mundo até que a Matrona venha até ele e o traga até o palácio do rei, onde ele permanece para sempre.[76]
O Talmude contém uma oração matinal que provê
evidências de uma crença na existência pré-mortal da alma: “Meu Deus, a alma que tu puseste em mim é pura. Tu a formaste
Textos Judeus Medievais falam do reservatório
celestial (às vezes chamada guf, “corpo”) onde os espíritos são mantidos até a
hora deles nascerem na terra. Entre os textos que abordam este conceito são Sepher ha-Razim,[78]
Bahir 184,[79]Shi
ur Qomah,[80]o
Zohar,[81]
Sifre 143b, Sefer Hparshiyot, and Midrash Ki Tov.[82] O Talmude da Babilônia ensina o mesmo (TB Hagigah
12b-13a; Yebamot 62ª, 63b, Niddah 13b). O texto medieval Revelação
de Moisés fala de um anjo que “estava ensinando as almas que foram criadas por
Deus na época da Criação e quando elas foram colocadas no Paraíso.” [83]
Alguns primitivos textos insinuam que as
almas de todos aqueles que não eram ainda nascidos estavam presentes na
revelação da lei de Moisés no Monte Sinai.[84]
Crônicas de Jeramel 9:1 cita um texto mais
antigo, Yitsirath ha-velad, no sentido que Deus criou todos os espíritos no
princípio e o chama do Jardim do Éden quando é hora de lhes dar um corpo.[85]
A idéia também é encontrada no Zohar Êxodo 13a-b, que observa que
cada um dos espíritos deve aparecer diante do trono celestial antes de descer
para a terra.[86]
O Zohar Levítico 13a-b diz que “Quando
aquele Um que é Santo, abençoado seja Ele, seleciona uma alma para enviá-la à
terra, Ele grava sobre ela muitas advertências e ameaças para manter Seus
mandamentos, e Ele também a leva para um mil e oito mundos para ver as glórias
daqueles que se devotaram ao Torá [lei], e que permanecem diante do rei em uma
túnica de esplendor na forma que eles possuíram neste mundo, contemplando a
glória do Rei e sendo coroados com muitos diademas. Quando é hora de descer à
terra, ela faz sua morada no Paraíso terrestrial por trinta dias para ver a glória
do Mestre da retidão, e então ascende às suas moradas acima e logo após desce
para a terra. Antes dela entrar no corpo de um homem, o santo Rei a coroa com
sete coroas.” [87]
Várias passagens do Zohar indicam que, antes
de ser enviadas à terra, a alma é trazida do reservatório para aparecer diante
de Deus, que faz a promessa de estudar sua lei na mortalidade.[88]
Outras passagens indicam que um ou mais anjos acompanham cada alma até a terra.[89]
O Zohar Levítico 43a-b diz que antes
da vir a nascer na mortalidade, a alma é mostrada os lugares em que os justos e
os iníquos irão, para inspirá-la a escolher retidão.[90]
O Zohar Êxodo 96b declara que quando Aquele UM que é Santo,
abençoado seja Ele, veio para criar o mundo, Ele sentiu satisfação em formar
todas as almas que seriam destinadas e enviadas aos filhos dos homens, e cada
uma era moldada diante dele na figura do corpo que ela iria habitar logo
Quando a hora era chegada, Aquele Um que é Santo decretava dizendo: “Vá, desça
neste tal e tal lugar, em tal e tal corpo.” Mas muitas vezes casualmente aquela
alma respondia, “Senhor do mundo, eu estou satisfeita em estar aqui neste
mundo, e não desejo sair para algum outro lugar onde eu serei escravizada e me
tornar suja.” Então o Santo responderia: “A partir do exato dia de sua criação
tu não tens tido outro destino a não ser de ir naquele mundo.” Com isto a alma,
vendo que deve obedecer, desceria contra sua vontade e entraria neste mundo.[91]
O mesmo conceito é conhecido do Midrash Tanhuma, Pekude , que diz que na hora da concepção, Deus ordena
o anjo que é responsável pelos espíritos para trazer a Ele um especificado espírito
para enviar a terra.[92]
O Talmude declara que na hora que um infante é nascido, ele primeiro vê a luz,
e naquela hora “um anjo se aproxima, dá uma palmada na sua boca e faz com ele
esqueça todo o Torá completamente, mas não antes de ser admoestado, “Seja
justo, e nunca seja iníquo; e mesmo que todo o mundo lhe diga, ‘Você é digno’,
considere-se iníquo” (TB Niddah 30b)”.[93]
Dai vemos que o Judaísmo não somente ensina que nossos espíritos existiram
antes do nascimento, mas que eles entraram em um convênio com Deus, mas passaram
por uma fase de esquecimento daquela existência pré-mortal.
TRADIÇÃO DOS MANDEUS
De acordo com os Mandeus, os quais acreditam
serem descendentes dos discípulos de João Batista, as almas descem do yardna
celestial (Jordão, águas viventes) no corpo de uma criança cinco meses depois
da concepção e se parecem com a criança na hora do nascimento.[94]
No Livro de Oração Canônico dos Mandeus 68, “Uma dos filhos da
salvação em sua bondade tomou (aceitou) seu destino (dever). Ele me dobrou em
embrulhos de esplendor , tomou (me) e me entregou a Adão. Adão, em sua
simplicidade, porquanto, sem saber ou entender, tomou e me moldou em um corpo
físico.” [95]
O Zohar Judeu Êxodo
98b fala de uma alma retornando à sua “primeira morada (lar)” nos céus.[96]
A mesma expressão é usada em vários textos Mandeus, num dos quais se lê, “Levanta-te,
levanta-te Alma, ascende à tua Primeira Morada (Lar). A tua Primeira Morada
(Lar) ascende, ao Lugar de onde foste plantado, a teu tipo de Morada dos Uthras.
Acorda por ti mesma, veste tua vestimenta de esplendor e coloca tua coroa de
flores resplandecentes. Senta-te
Em um outro documento Mandeu, a alma
desencarnada, tendo acabado de deixar o mundo, é dita, “Sobe, levanta-te ao nível de teu antigo lar, para tua excelente
habitação com os Uthras. Vive entre os Uthras, teus irmãos, senta-te em seu
meio como tu foste ensinado a fazer. Busca a Casa de teu Pai e amaldiçoa o
mundo de falsidades, onde tu viveste...Que o teu trono possa ser estabelecido,
assim como costumava ser.”[98]
A alma declara, “Com este propósito estou eu destituída de minha glória, trazida,
lançada e revestida em vestimenta mortal?
Sou eu lançada em uma vestimenta mortal, que ele colocou e tirou? [99]
De um outro texto, Adão, após sua morte, “voou para longe e chegou ao seu lugar
de destino, a morada de onde ele foi transplantado, o lugar de onde ele foi
transplantado e quando sua forma (ou: seu homólogo) tinha brilho.”[100]
E ainda outro: “Levanta-te, levanta-se, alma, ascende para tua primeira terra.
Para tua primeira terra, ascende, <para o lugar de onde foste transplantada>
para a excelente morada dos Uthras. Entra em ação, coloca tuas vestimentas de
glória e coloca tua coroa resplandecente. Senta-te no trono de fulgor, onde a
vida foi estabelecida para ti no Lugar da Luz.”
NO
MISDRASH R., O MESSIAS NÃO VIRÁ ATÉ QUE TODAS AS ALMAS TENHAM NASCIDAS.
Midrash Rabbah – Eclesiastes 1:12
R. Hiyya b. Tanhum disse (alguns reportam que
ele disse isto no nome de R. Johannan): O Rei Messias não virá até que todas as
almas tenham aparecido [na terra] que sob o plano Divino foram criadas, e elas
são as almas mencionadas no livro de Adão2; como é dito, Este é o livro das
gerações de Adão (Gen. V,1). (P.19). Mais um outro foi visto
antes deste no Midrash Rab.
SUMÁRIO
O conceito da existência pré-mortal do homem,
rejeitada pela maioria do Cristianismo hoje, porém ensinada por Joseph Smith, é
conhecido entre um grande número de textos do Oriente Médio, tanto antigos quanto
medievais. Através destes textos, é
claro que tanto os primitivos Judeus quanto Cristãos acreditavam que os espíritos
dos homens existiram antes de seus nascimentos na terra. Joseph Smith restaurou
este conceito antigo ao mundo moderno.
Baseado nas pesquisas feitas por Kevin L. Barney, Barry R. Bickmore, S. Kent Brown, Michael
Hickenbotham, Joseph Fielding McConkie, Hugh Nibley, Matthew P. Roper, e John
A. Tvedtnes.
For further reading:
Kevin L. Barney,
“On Preexistence in the Bible,” posted at http://anti-mormonism-revealed.com/jp3.htm.
Gayle, Oblad
Brown, “Pré-mortal Life,” in Daniel H. Ludlow, gen. ed., Encyclopedia of
Mormonism (New York: Macmillan, 1992)
S. Kent Brown,
“Souls, Preexistence of,” in David Noel Freedman, ed., Anchor Bible
Dictionary (New York City: Doubleday, 1992), 6:161.
Joseph Fielding
McConkie, “Pré-mortal Existence, Foreordinations, and Heavenly Councils,” in C.
Wilfred Griggs, ed., Apocryphal Writings
and the Latter-day Saints (Provo, Utah: Brigham Young University Religious
Studies Center, 1986), 173-98
Hugh Nibley,
“Treasures in the Heavens: Some Early Christian Insights into the Organizing of
Worlds,” chapter 7 in his book Old
Testament and Related Studies (Salt Lake City: Deseret and FARMS, 1986),
171-214.[101]
Blake Osatler,
“The Idea of Pre-Existence in the Development of Mormon Thought,” Dialogue:
A Journal of Mormon Thought 15/1 (Spring 1982): 59-78.
David Winston,
“Preexistence in Hellenic, Judaic and Mormon Sources,” in Truman G. Madsen,
ed., Reflections on Mormonism:
Judaeo-Christian Parallels (Provo: Brigham Young University Religious
Studies Center and Bookcraft, 1978). Winston, though not a Latter-day Saint,
sees ancient evidence for the concept.
[1] For a non-LDS treatment, see Robert G. Hammerton-Kelly, Pre-Existence, Wisdom, and the Son of Man: A
Study of the Idea of Pre-Existence in the New Testament (Cambridge
University, 1973). Many modern Christians, while acknowledging that the spirit
continues to exist after death, believe that God creates the spirit of man at
the time of one’s mortal birth. Some of the proof-texts used by Latter-day
Saints to support the concept of a premortal existence are read otherwise by
those who hold to a late creation of the spirit. Thus, Ecclesiastes 12:7 (“Then
shall the dust return to the earth as it was: and the spirit shall return unto
God who gave it” while probably referring to a premortal life, is not strong
evidence for it, since some would read it as merely meaning that the spirit,
which was created at the time of birth, returns to God because it was he who
created it. Because of their ambiguity, some Bible passages used by Latter-day
Saints are excluded from this present study.
[2] Alexander Roberts and James Donaldson, eds., Ante-Nicene Fathers (reprint
[3] William G. Braude, Pesikta
Rabbati, Yale Judaica Series, vol. 18 (New Haven: Yale University Press,
1968), 2:547.
[4] The same interpretation has been attached to such passages as
Ephesians 1:4 and Romans 8:29-30. But the Ephesians passage must refer to man’s
premortal life, since the preceding verse (3) speaks of the Father “who hath
blessed us with all spiritual blessings in heavenly places in Christ.” This
seems to allude to the premortal council (see chapter 3), in which Christ was
presented as our Savior. Latter-day Saints are wont to also quote Ecclesiastes
12:7, which does not necessarily imply that our spirits existed before we
became mortal, only that God gave the spirit and it returns to God. Many
Christians believe that the spirit is created at the same time as the body.
This belief seems to have been first suggested by St. Irenaeus, if the
attribution to him on one of the Nitrian Collection of Syriac manuscripts in
the
[5] In verse 25 the Jewish leaders tell the man, “Thou wast altogether
born in sins.”
[6] Florentino Garcíia Martínez, The
Dead Sea Scrolls Translated (2nd ed.,
[7] James H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha (Garden City, NY: Doubleday, 1985), 2:55.
[8] Harry Sperling et al., The Zohar (New York: Rebecca Bennet Publications, 1958), 4:25-26.
[12] W. M. Thackston, Jr., transl., The
Tales of the Prophets of al-Kisa'i (Boston: Twayne, 1978), p. 14 (2.5).
[13] Wolf Leslau, Falasha
Anthology (New Haven: Yale, 1951), 13.
[14] Gerald Friedlander, translator, PirKê
de Rabbi Eliezer (New York: Hermon Press, 1965), 78.
[15] Ibid., 258
[16] Harry Sperling et al., The
Zohar 4:338.
[17] James M. Robinson, The Nag
Hammadi Library (2nd ed.,
[18] Ibid., 279.
[19] G. R. S. Mead, The Gnostic John
the Baptizer: Selections from the Mandeu John-Book (London: John M.
Watkins, 1924), 89-91.
[20] Alexander Roberts and James Donaldson, eds., Ante-Nicene Fathers (reprint,
[21] Ibid., 8:316.
[22] Ibid., 8:85.
[23] Ibid. Other early Christian texts that support the concept of man’s premortal life are discussed in chapter 3, The Council in Heaven. Theodotus, an early Gnostic Christian, argued against the premortal existence of human spirits, saying, “God made us, having previously no existence. For if we had a previous existence, we must have known where we were, and how and why we came hither. But if we had no pre-existence, then God is the sole author of our creation . . . He made us who had no existence . . . But see the power of God, not only in the case of men, in bringing to existence out of non-existence . . . but also in saving those who believe” (Excerpts 17-18, ibid., 8:45).
[24] Alexander Roberts and James Donaldson, Ante-Nicene Fathers, 1:196-7.
[25] Ibid., 4:325-6.
[26] Alexander Roberts and James Donaldson, Ante-Nicene Fathers, 4:292. See also De Principiis 2.9.7 (ibid., 4:293) and 3.1.21 (ibid., 4:327). In
his Commentary on the Gospel of John 2.25, Origen again drew on the
passages from Gênesis, Malachi, and Romans, and wrote, “Consider whether the
celebrated question about Jacob and Esaú has a solution. We read. ‘The children
being not yet born, neither having done anything good or bad, that the purpose
of God according to election might stand, not of works but of him that calleth,
it was said, “The elder shall serve the younger.” Even as it is written: “Jacob
I loved, but Esaú I hated.” What shall we say, then? Is there unrighteousness
with God? God forbid.’ If, then, when
they were not yet born, and had not done any-thing either good or evil, in
order that God's purpose according to election might stand, not of works, but
of him that calleth, if at such a period this was said, how if we do not go
back to the works done before this life, can it be said that there is no
unrighteousness with God when the elder serves the younger and is hated (by
God) before he has done anything worthy of slavery or of hatred?” (ibid., 9:341).
[27] Ibid., 9:341. For more on Origen’s views of man’s premortal life
and God’s selection of certain spirits to become leaders in mortality, see
chapter 6, Foreordination, and chapter 47, Ministering Angels Belong to This
Earth. The Prayer of Joseph is discussed in the latter.
[28] Ibid., 4:292.
[29] Ibid., 9:339-40. For Origen’s contention that John the Baptist was
an angel sent by God, see chapter 45, Ministering Angels Belong to This Earth.
See also chapter 6, Foreordination.
[30] Alexander Roberts and James Donaldson, Ante-Nicene Fathers, 4:263-4. Origen’s views on man’s premortal
existence were condemned at the Second Council of Constantinople in A.D. 553,
following an earlier condemnation of the concept by the emperor Justinian a
decade earlier. For a study of Origen’s views on the premortal existence of the
spirit, see, “The Church of the Pre-Existence and the Fall,” chapter 11 of
Henri Crouzel (transl. A. S. Worrall), Origen
(Edinburgh: T. & T. Clark, 1989). For the anathemas against Origen’s
teachings, see Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series (reprint, Peabody,
MA: Hendrickson, 1994), 14:318-20; also Adolph Harnack, History of Dogma
(New York: Dover, 1961), 4:245, 347-9; Philip Hughes, The Church in Crisis:
A History of the General Councils, 345-1870 (Garden City, NY: Doubleday,
1964), 117-8.
[31] Ibid., 4:292-3.
[32] Ibid., 4:265.
[33] Ibid., 4:266.
[34] Ibid., 6:157.
[35] Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, 3:431, 439.
[36] Ibid., 3:459
[37] Ibid., 3:, 184-5, 203-5. Later Christians were more vehement in their denunciation of Origen and he was posthumously excommunicated in A.D. 543.
[38] Ibid., 2:173.
[39] See
[40] On the Nature of Man,
in George Wither, The Nature of Man (
[41] Bibliotheca, cited in Alexander Roberts and James Donaldson,
Ante-Nicene Fathers, 6:157.
[42] James M. Robinson, The Nag
Hammadi Library (3rd rev. ed.,
[43] Ibid., 32
[44] Ibid., 64.
[45] Ibid., 65. Jesus is called “the Word” in John 1:1, 14.
[46] Ibid., 187. The Gnostics believed that human bodies were created by
a lesser god (the demiurge) rather than the higher God who created their
spirits.
[47] Philip Schaff and Henry Wace, eds., Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, 7:23.
[48] Ibid., 126. The age of seven days may be based on the fact that
circumcision occurs on the eighth day following birth (Gênesis 17:12; 21:4;
Leviticus 12:3; Luke 1:59; 2:21; Acts 7:8; Philippians 3:5). See also the
discussion in chapter 33, Nonaccountability of Young Children.
[49] Ibid., 132.
[50] Ibid., 196
[51] Wilhelm Schneemelcher (translator R. McL. Wilson), New Testament Apocrypha (revision,
[52] Josephus reported that the Jewish sect known as Essenes believed
“that the souls are immortal, and continue for ever; and that they come out of
the most subtle air, and are united to their bodies as in prisons, into which
they are drawn by a certain natural enticement; but that when they are set free
from thebonds of the flesh, they then, as released from a long bondage, rejoice
and mount upward” (Wars of the Jews 2.8.11). Contrast this with D&C
45:17, where the Lord says, “ye have looked upon the long absence of your
spirits from your bodies to be a bondage.”
[53] Latter-day Saints have often cited Ecclesiastes 12:7 as evidence
that all humans lived with God as premortal spirits, but the passage is not
that explicit, saying only, “Then shall the dust return to the earth as it was:
and the spirit shall return unto God who gave it.” It could be argued that this
merely alludes to the fact that God creates our spirits, but that he does so at
the time of human conception or birth. Consequently, it is interesting to see
that so many ancient writers read such passages in the same manner as
Latter-day Saints.
[54] See
[55] James H. Charlesworth, The
Old Testament Pseudepigrapha, 1:140.
[56] Ibid., 1:176.
[59] Ibid., 1:220
[60] A similar thought is found in Justin Martyr’s First Apology 28, in which he wrote that God “foreknows that some
are to be saved by repentance, some even that are perhaps not yet born.”
Alexander Roberts and James Donaldson, eds., Ante-Nicene Fathers 1:172.
[61] James H. Charlesworth, The
Old Testament Pseudepigrapha, 1:294.
[62] The Jewish and Muslim tradition that God gave Adam a vision of all
of his descendants (discussed in chapter 21, The Prophecy of Adam) may suggest
that their spirits already existed when Adam was placed on the earth.
[63] Ibid., 1:629.
[64] Ibid., 1:531.
[65] H. Freedman
and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah, 10
vols. (London: Soncino Press, 1961), Gênesis vol. 1, 201 and Leviticus vol.,
188.
[66] Ibid., Exodus vol., 461-2.
[67] Ibid., Gênesis vol. 1:114. The same story is told in the commentary
on Ecclesiastes 3:14 (Ecclesiastes vol. 8:88).
[68] Jacob Neusner, transl., Talmud of
[69] Jacob Neusner, transl., Talmud of
[70] Jacob Neusner, transl., Talmud of
[71] Harry Sperling et al., The
Zohar, 1:298, 300.
[72] See the following Zohar
passages: Prologue 13a, in Harry Sperling et al., The Zohar, 1:54-5; Gênesis 83a (ibid., 1:276); Gênesis 91b (ibid.,
1:300); Gênesis 130b (ibid., 2:20-21); Gênesis 197a (ibid., 2:249); Gênesis
198a (ibid., 2:253); Gênesis 205b-206a (ibid., 2:280); Gênesis 209a (ibid.,
2:291); Gênesis 229b (ibid., 2:333); Exodus 12a (ibid., 3:36); Exodus 98b
(ibid., 3:299-300); Exodus 199a (ibid., 4:173); Exodus 197a (ibid., 4:165-166);
219b-220a (ibid., 4:248-249); Leviticus 104a-b (ibid., 5:137); Deuteronomy
233b-284a (ibid., 5:370).
[73] The Hebrew word is feminine in gender; one can also translate it as
“it.”
[74] Ibid., 3:34.
[75] Ibid., 5:62.
[76] Ibid., 2:379.
[77] Jacob Neusner, transl., Talmud
of
[78] Michael A. Morgan, transl., Sepher
ha-Razim, The Book of the Mysteries (Chico, CA: Scholars Press, 1983), 81.
[79] Aryeh Kaplan, The Bahir
(York Beach, ME: Samuel Weiser, 1989), 71.
[80] See Martin
Samuel Cohen, The Shicur
Qomah: Liturgy and Theurgy in Pre-Kabbalistic Jewish Mysticism (New York:
University Press of America, 1983), 248.
[81] See the following passages in Harry Sperling et al., The Zohar: Gênesis 197a (2:249); Exodus 53b (ibid., 3:164); Exodus 127a (ibid., 3:360); Leviticus 42a (ibid., 5:5); Leviticus 68a-b (ibid., 5:62-63
[82] Both Sefer Haparshiyot, and the Midrash Ki Tov list
various patriarchs who were “with God before the creation of the world.” See Rabbi
Nissim Wernick’s 1968 Brigham Young University PhD dissertation, “A Critical
Analysis of the Book of Abraham in the Light of Extra-Canonical Jewish
Writings,” 22.
[83] Published in Hebrew in Gedulath
Mosheh (Amsterdam, 1854) and reprinted in Adolf Jellinek, Beth‑hamiddrash 2, with English
translation by Moshe Gaster in his Studies
and Texts (reprint, New York: Ktav 1971), 132.
[84] Midrash Rabbah Exodus 28:4; Tanhuma Yitro 11; Pirqe de
Rabbi Eliezer 41; Zohar Gênesis
91a.
[85] Moses Gaster, The Chronicles
of Jerahmeel (reprint,
[86] Harry Sperling et al., The
Zohar, 3:40.
[87] Ibid., 4:349. The passage is attributed to Rabbi Jose, who then cites
Song of Songs 2:17 and explains that “this is a warning to the soul to repent
and purify itself before the day of this world shall cool off and be followed
by that awful day on which God shall call her to account when she departs from
this world.”
[88] See Zohar Gênesis 227b (ibid., 2:329); Gênesis 233b (ibid., 2:345); Exodus 161b (ibid., 4:57-58).
[89] Zohar Prologue 12b (ibid., 1:53); Exodus 11a-b
(ibid., 3:34).
[90] Ibid., 5:6-7.
[91] Ibid., 3:291
[92] Rabbi Nissim Wernick cited a portion of the text in his “A Critical
Analysis of the Book of Abraham in the Light of Extra-Canonical Jewish
Writings,” 22.
[93] Isidore Epstein, ed., The
Babylonian Talmud (London: Soncino Press, 1948), Seder $ohoroth part 1:212.
[94] E. S. Drower, The Mandeus of
Iraq and Iran (photomechanical reprint,
[95] E. S. Drower, The Canonical
Prayerbook of the Mandeus (Leiden: Brill, 1959), 54.
[96] Harry Sperling et al., The Zohar, 3:299-300
[97] Robert Haardt, Gnosis:
Character and Testimony, translated by J. F. Hendry (Leiden: Brill, 1971),
385.
[98] Werner Foerster, Gnosis: A
Selection of Gnostic Texts, translated by R. McL. Wilson (Oxford:
Clarendon, 1974), 2:254.
[99] Ibid., 255.
[101] Originally published as “Treasures in the Heavens: Some Early Christian Insights into the Organizing of Worlds,” in Dialogue: A Journal of Mormon Thought 8 (Autumn/Winter 1973): 76-98, and reprinted in Hugh Nibley On the Timely and the Timeless (Provo: BYU Religious Studies Center, 1978), 49-84.