O que é o manuscrito Spaulding? Qual é a real fonte do Livro de Mórmon?

por Lance D. Chase

O manuscrito Spaulding é uma história de ficção sobre um grupo de Romanos que, enquanto navegavam para a Inglaterra no quarto século A.D., foram soprados para fora do curso e aportaram no leste da América do Norte. Um deles guardou um registro de suas experiências entre as tribos de índios do leste e meio-oeste americano.

O manuscrito de 175 páginas foi primeiramente publicado como uma monografia de 115 páginas em 1885, uns 70 anos após a morte do seu autor, Solomon Spaulding (algumas vezes soletrado Spalding). O único manuscrito conhecido esteve perdido de 1839 até sua descoberta em Honolulu, Havaí, em 1884. Foi prontamente publicado tanto pelas Igrejas SUD e Reorganizada para refutar a teoria de alguns críticos que serviu como um documento original fonte para o Livro de Mórmon, supostamente fornecido a Joseph Smith através de Sidney Rigdon. 

Spaulding nasceu em Ashford, Connecticut, em 21 de Fevereiro de 1761. Ele serviu na Revolução Americana, mais tarde graduou-se na faculdade Dartmouth, e tornou-se um clérigo. Ele subseqüentemente perdeu sua fé na Bíblia, deixou o ministério, e trabalhou sem sucesso numa variedade de ocupações em Nova York, Ohio e Pensilvânia até sua morte em Pittsburgh em 1816. Mais ou menos em 1812 ele escreveu o Manuscrito Encontrado, o qual ele procurou publicar para aliviar alguns débitos.

Há algumas semelhanças entre o Manuscrito Encontrado e o Livro de Mórmon. A introdução da obra de Spaulding declara que seu autor estava caminhando perto de Conneaut, Ohio (cerca de 250 km a oeste do local em Nova York onde Joseph Smith obteve as placas de ouro), quando ele descobriu uma pedra chata inscrita. Ele a levantou com uma alavanca, descobrindo uma caverna na qual jaziam numa caixa de pedra com vinte e oito rolos de pergaminhos, os escritos estavam em Latim. A história é primariamente secular, tendo virtualmente nenhum conteúdo religioso (refletindo a fase agnóstica da vida de Spaulding). Um dos personagens no romance possuía uma pedra vidente, semelhante aos objetos utilizados por Joseph Smith. No entanto, nenhum dos muitos nomes encontrados em quaisquer dos volumes corresponde a algum outro nome do outro, nem existe a mínima semelhança nos estilos literários.

O primeiro a afirmar que uma conexão direta existia entre o Livro de mórmon e o Manuscrito Encontrado foi o Dr. Philastus Hulburt, que foi excomungado da Igreja em 1833. Desejando desacreditar seus antigos corregelionários, Hulburt pôs-se nos meses subseqüentes a refutar as declarações de Joseph Smith sobre as origens do Livro de Mórmon. Ele entrevistou membros da família Spaulding, que juraram que existiam similaridades precisas entre o Livro de Mórmon e a obra de Spaulding. Ele também localizou o manuscrito abandonado, mas deve ter ficado desapontado em descobrir que não tinha qualquer conexão demonstrável com o Livro de Mórmon. Em 1834, Hulburt esteve envolvido com Eber D. Howe em preparação para uma significante publicação antimórmon, "Mormonism Unveiled" (Mormonismo Desvendado). Seu capítulo final trata da teoria Spaulding da origem do Livro de Mórmon. Howe admite no livro que o único documento conhecido como tendo sido da autoria de Spaulding havia sido descoberto, mas ele declarava que este não era o Manuscrito Encontrado. O Título marcado a lápis na capa de papel marrom era Manuscrito História – Conneaut Creek. (Nenhum dos familiares de Spaulding citavam qualquer outro manuscrito escrito antes desta descoberta...)

            Howe especulou que Spaulding deveria ter então composto um outro manuscrito que serviu como fonte para o Livro de Mórmon, todavia nenhum escrito adicional de Spaulding sequer veio à tona. Nos anos de 1840, a tão chamada teoria Spaulding havia se tornado na principal explicação antimórmon para o Livro de Mórmon.

O manuscrito Spaulding, perdido por quarenta e cinco anos, estava entre os itens embarcados do escritório Telegráfico de Painesville Ohio, pertencente a Eber D. Howe, quando aquele escritório foi comprado em 1839 por L. L. Rice, que mais tarde se mudou para Honolulu. Rice descobriu o manuscrito em 1884 enquanto procurava sua coleção de material abolicionista para o seu amigo James H. Fairchild, presidente da Faculdade Oberlin. Os crentes no Livro de Mórmon sentiram-se justificados por esta descoberta, e publicaram a obra de Spaulding para mostrar ao mundo que ela não era a fonte do Livro de Mórmon.

Desde 1946, nenhum estudante sério do Mormonismo tem dado muito crédito à teoria do Manuscrito Spaulding. Naquele ano, Fawn Brodie publicou "No Man Knows My History" (Nenhum Homem Conhece Minha História). Esta biografia de Joseph Smith, hostil a suas pretensões proféticas, descartou a idéia de qualquer conexão entre Spaulding e Smith ou entre seus escritos. Rigdon encontrou Joseph Smith pela primeira vez em dezembro de 1830, após o Livro de Mórmon ter sido publicado.

Não obstante, alguns continuaram a promover a teoria Spaulding (e.g., ver Holley). Em 1977, grafologistas alegavam ter detectado algumas semelhanças entre a caligrafia de Spaulding e de uns dos escribas que transcreveram algumas partes do Livro de Mórmon a medida que Joseph Smith ditava. Após considerável atenção da mídia e posterior escrutínio, porta-vozes de anti-mórmons reconheceram que eles haviam chegado a conclusões precipitadas. A evidência da caligrafia não apoiava uma conexão entre Solomon Spaulding e Joseph Smith.

Bibliografia

Bush, Lester E., Jr. "The Spaulding Theory Then and Now." Dialogue 4 (Autumn 1977):40-69.

Bushman, Richard L. Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism. Urbana, Ill., 1985.

Fairchild, James H. "Manuscript of Solomon Spaulding and the Book of Mormon." Bibliotheca Sacra, pp. 173-74. Cleveland, Ohio, 1885.

Holley, Vernal. "Book of Mormon Authorship: A Closer Look." Ogden, Utah, 1983; this booklet is reviewed by A. Norwood, Review of Books on the Book of Mormon 1 (1989):80-88.

Encyclopedia of Mormonism, Vol. 3, Spaulding Manuscript

Copyright © 1992 by Macmillan Publishing Company


   Por Jeff Lindsay

Uma das primeiras tentativas para desacreditar o Livro de Mórmon foi o argumento de que fora derivado de um extenso manuscrito escrito por Solomon Spaulding (algumas vezes soletrado Spalding) em 1812. O único manuscrito conhecido por Spaulding, agora chamado Manuscrito Achado, esteve perdido por muitos anos, mas foi descoberto em 1884 e finalmente publicado em 1885 (Ver o artigo, "Spaulding Manuscript" por Lance D. Chase no Vol. III da Enciclopédia do Mormonismo). Agora que sabemos o que estava no manuscrito, é obvio de que ele não poderia ter sido a fonte para o Livro de Mórmon, conforme discorrerei abaixo. A teoria Spaulding pode sobreviver por tanto tempo quanto a evidência esteve escondida.

O manuscrito Spaulding conta da descoberta de um documento Romano perdido numa caverna perto de Conneaut, Ohio, que ficava perto de Kirtland, Ohio, este último servindo como Sede da Igreja por muitos anos num tempo de severa propaganda anti-SUD e perseguição. Algumas pessoas em Conneaut, depois de aprenderem sobre o Livro de Mórmon, alegaram que era muito semelhante ao manuscrito Spaulding e que partilhavam histórias comuns, tratando com Israelitas na Antiga América e compartilhavam nomes tais como Néfi, Leí e Zarahemla.

O amargurado antimórmon Philastrus Hulburt, que havia sido excomungado da Igreja em 1833 por adultério, ajuntou "affidavits" (testemunhos escritos) de membros da família Spaulding sobre o manuscrito e sua relação com o Livro de Mórmon. Estes testemunhos seriam publicados por E.D. Howe no arquétipo livro antimórmon, "Mormonism Unvailed" (Mormonismo Desvendado), de 1834, junto com muitos outros testemunhos escritos que Hulburt coletou contra Joseph Smith de pessoas que declaravam tê-lo conhecido bem. (Interessantemente, muitos dos testemunhos escritos condenando Joseph Smith mostram fortes sinais de autoria comum.)

            Hulbulrt também obteve o manuscrito Spaulding e ficou desapontado ao descobrir que ele era muito diferente do Livro de Mórmon.  Enquanto nunca houvesse existido qualquer indicação que Spaulding tivesse escrito mais do que um manuscrito, Howe e Hulbulrt argumentaram então que Spaulding havia reescrito outra história tratando com Israelitas em um período anterior e sendo numa linguagem mais escriturística. Alegaram que Joseph Smith usou este “outro” Manuscrito Spaulding reescrito para criar o Livro de Mórmon e que Joseph o recebera provavelmente através de Sidney Rigdon (apesar de que Joseph não ter se encontrado com Sidney até após a publicação do Livro de Mórmon). Esta teoria tornou-se um ataque básico antimórmon  ao Livro de Mórmon por muitos anos.

Em 1884, Manuscrito Encontrado, foi finalmente descoberto no Hawai entre os itens embarcados do escritório Telegráfico de Painesville Ohio, pertencente a Eber D. Howe, quando aquele escritório foi comprado em 1839 por L. L. Rice, que mais tarde se mudou para Honolulu. Rice descobriu o manuscrito em 1884 enquanto procurava sua coleção de material abolicionista para o seu amigo James H. Fairchild, presidente da Faculdade Oberlin. O manuscrito foi publicado tanto pela Igreja SUD quanto pela SUD Reorganizada.  Os defensores do Livro de Mórmon sentiram-se justificados por esta descoberta, pois claramente mostrava que não era a fonte do livro de Mórmon (a possibilidade de um segundo documento será discorrida abaixo). Mas havia algumas semelhanças, conforme L.D. Chase explica...

O manuscrito Spaulding é uma história de ficção sobre um grupo de Romanos que, enquanto navegavam para a Inglaterra no quarto século A.D., foram soprados para fora do curso até aportaram no leste da América do Norte. Um deles guardou um registro de suas experiências entre as tribos de índios do leste e meio-oeste americano.

Há algumas semelhanças entre o Manuscrito Encontrado e o Livro de Mórmon. A introdução da obra de Spaulding declara que seu autor estava caminhando perto de Conneaut, Ohio (cerca de 250 km a oeste do local em Nova York onde Joseph Smith obteve as placas de ouro), quando ele descobriu uma pedra chata inscrita. Ele a levantou com uma alavanca, descobrindo uma caverna na qual jaziam numa caixa de pedra vinte e oito rolos de pergaminhos. Os escritos estavam em Latim. A história e primariamente secular, tendo virtualmente nenhum conteúdo religioso (refletindo a fase agnóstica da vida de Spaulding). Um dos personagens no romance possuía uma pedra vidente, semelhante aos objetos utilizados por Joseph Smith. No entanto, nenhum dos muitos nomes encontrados em quaisquer dos volumes corresponde a algum outro nome do outro, nem existe a mínima semelhança nos estilos literários.

Joseph, é claro, encontrou as placas de ouro numa caixa de pedras e o Livro de Mórmon também trata de povos que antigamente navegaram para as Américas e guardaram um registro escrito. Aqui morrem as mais “impressionantes” semelhanças entre o único conhecido Manuscrito Spaulding e o Livro de Mórmon.

Houve um segundo manuscrito? Não desejando publicar o Manuscrito Spaulding que Hulburt havia descoberto, Howe declarou e utilizou testemunhos escritos de três pessoas, de que aqule mansuscrito havia sido reescrito de uma maneira quase idêntica ao Livro de Mórmon. Nenhuma das originais oito testemunhas primárias de Conneaut que falaram da relação entre o manuscrito de Spaulding com o Livro de Mórmon sequer mencionara um segundo manuscrito ou falara de uma revisão. Não há nenhuma menção de um segundo documento ou de uma revisão para linguagem Bíblica até depois que Hulburt retornou com o desapontador manuscrito Spaulding. É Howe quem afirma que não havia nenhuma relação entre o manuscrito conhecido e o Livro de Mórmon, e de que deveria existir um segundo manuscrito. Como B.H. Roberts explica em uma excelente e extensa análise da discussão de Howe (Defesa da Fé e dos Santos, Vol. 2, p.122):

Aquela declaração possui todas as características de um "pensamento posterior", uma tola invenção. Na há um simples pedaço de evidência em tudo que foi escrito sobre o assunto que vá além da data em que Hulburt entregou o "Manuscrito Encontrado" para E.D. Howe, para tornar efetivo que Spaulding havia escrito mais de um documento ou que tivesse o propósito de tratar com um outro manuscrito encontrado ou com antigos habitantes das Américas.

Porque os vizinhos de Spaulding perto de Conneaut não disseram antes que esse manuscrito houvesse sido trazido à luz por Hulburt de que Sapulding houvera escrito vários manuscritos sobre o assunto antigos habitantes das Américas; um que falava de uma colônia romana vindo para a América e estabelecendo-se no vale de Ohio, a história da aventura deles escrita em estilo moderno, mas que esta história foi abandonada e escreveu um outro, indo mais longe em suas datas e atribuindo ao povo uma origem Israelita e escrevendo num estilo de escritura antiga? Quão valiosa tal evidência, antes da data da vinda de Hulburt a Conneaut com o manuscrito de Spaulding seria! Seria, mas ela não existe!

A declaração de Howe não era de que havia um manuscrito perdido completamente novo e não relacionado, mas de que existia um manuscrito perdido que era a revisão daquele encontrado por Hulburt. Mas tal reescrita seria análogo a reescrever um capítulo de Moby Dick e acabar findando com o Livro de Gênesis (ambos mencionam baleias e água). É pura fantasia. Manuscrito Encontrado, marcado com o nome Conneaut na sua capa, era quase certamente aquele que as testemunhas de Conneaut haviam ouvido falar mais de 20 anos antes de ouvirem falar do Livro de Mórmon. A memória e a veracidade das testemunhas, zelosos por defender a ortodoxia religiosa, são altamente questionáveis (ver Roberts, ibid.). Ainda mais decepcionante é a enganação de Howe.

Qualquer argumento que tenta creditar Solomon Spaulding a qualquer coisa do Livro de Mórmon enfrenta o grande obstáculo de estabelecer uma conexão real entre Joseph Smith e Solomon Spaulding. Não há qualquer evidência de que eles sequer se encontraram ou que Joseph sequer ouviu falar do manuscrito de Spaulding antes da publicação do livro de Mórmon. Alguns críticos recentes notaram que o tio de Spaulding viveu em Sharom, Vermont no mesmo tempo que a família Smith viveu. No entanto, os Smiths se mudaram anos antes que o manuscrito existisse, e deixou Vermont antes que Joseph alcançasse os dez anos de idade (Isaac Carter, Reviews on Books on the Book of Mórmon, Vol. 6, No 2, 1994, p. 116). Qualquer relacionamento ou conjectura entre Joseph e Spaulding durante seus anos em Vermont parece implausível.   

 A teoria Spaulding foi rejeitada pela escritora antimórmon Fawn Brodie em 1946, mas continua a ser repetida em muitas publicações antimórmons (junto com muitas outras alegações já refutadas há muito tempo de E.D. Howe e outros antigos anti-Mórmons, cujos escritos são repetitivamente papagaiados). Não há nenhuma substância em qualquer forma de ressuscitar a teoria Spaulding e alegações de um segundo documento perdido. Certamente nada conhecido de Salomão Spaulding poderia dar conta da presença dos elaborados quiasmos no Livro de Mórmon, ou da surpreendente evidência concernente a Península Arábica em I Néfi, ou quaisquer das outras evidências de autenticidade do Livro de Mórmon.

Uma recente tentativa de reviver a teoria Spaulding é o trabalho de 45 páginas de Vernal Holley, Book of Mórmon Authorship: A Closer Look, Zenos Publications, Ogden, Utah, 1883. Esta publicação foi revista por L. Ara Norwood em Review of Books on the Book of Mórmon, Vol. I (1989), pp. 80-88. A revisão de Norwood está agora disponível on-line no site da FARMS. A tentativa baseava-se numa caligrafia desconhecida em algumas páginas do manuscrito do Livro de Mórmon, tentou-se em vão conectar tal caligrafia com a de Sidney Rigdon ou com a de Salomon Spaulding, contudo os historiadores da Igreja mostraram ser ela do próprio Joseph ao compararem algumas revelações de D&C anteriores a dezembro de 1830 (quando Rigdon morava em Mentor-Ohio e Joseph em Fayette-PA) com a mesma caligrafia.

Outras importantes fontes neste tópico incluem:

·                     B.H. Roberts, Defense of the Faith and the Saints, Vol.2;

·                     Lance D. Chase, "Spaulding Manuscript," Encyclopedia of Mormonism, Vol. 3;

·                     Lester E. Bush, Jr., "The Spaulding Theory Then and Now." Dialogue 4 (Autumn 1977):40-69, as cited by Chase;

·                     Richard L. Bushman, Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism. Urbana, Illinois, 1985, as cited by Chase;

·                   James H. Fairchild, "Manuscript of Solomon Spaulding and the Book of Mormon." Bibliotheca Sacra, Cleveland, Ohio, 1885, pp. 173-74, as cited by Chase;

·              Michael T. Griffith, Refuting the Critics: Evidences of the Book of Mormon's Authenticity, Bountiful: Horizon Publishers, 1993;

·                     Francis W. Kirkham, A New Witness for Christ in America, Vol. 2, 1951, pp. 117-158.

A lógica da Teoria Spaulding é seguinte:

A)                O Livro de Mórmon é muito complexo para ter sido escrito pelo nosso jovem (23 anos) e pobre fazendeiro em tão pouco tempo (dois meses). Exige no mínimo um conhecimento bíblico por algum ministro religioso estudado e um razoável período de tempo para que todas as 600 páginas formassem uma história coerente e lógica.

B)                Não existe esse negócio de Deus, anjos, profetas, revelações, etc.

C)                Como ninguém reclamou os direitos autorais em vida além de Joseph Smith, o livro deve ter sido escrito ou por algum ministro já falecido e que não publicou a sua obra ou então por alguém muito próximo a Joseph de bom conhecimento bíblico, que estivesse com Joseph desde o começo da publicação e que guardasse o segredo consigo até a sua morte.

 

Os dois candidatos mais "plausíveis" que os antimórmons sugeriram foram Solomon Spaulding e Sidney Rigdon (pastor Campbelita antes de se tornar mórmon).

 

 Vejamos as palavras de um site antimórmon que procura defender tal teoria:

 

“Nosso estudo tem revelado uma riqueza de informação sobre as fontes do Livro de Mórmon e seu autor. O autor fez uma tentativa consciente de criar uma história sagrada para os Índios, em imitação à Bíblia. Ele não apenas tinha um conhecimento muito preciso da Bíblia, mas também teve de ser fiar nas histórias de Josephus (Historiador Judeu do primeiro século AD), Beda, Geoffrey de Monmouth e nos escritos de Agostinho (estes três são teólogos cristãos da Idade Média, escreveram em latim...)”. O autor era certamente um entusiástico estudante da história Romana e era familiar com os escritos de Lívio, César e Plutarco. Em adição, ele usou as obras de escritores tais como Tácitus, Procópio e Sallust, assim também como Heródoto e Virgílio. Ele também parece conhecer os mitos Irlandeses e Judaicos e consultou obras miscelâneas, tais quais as "Viagens de Gulliver" e as "Rainhas de Faerie". Os comandantes militares do Livro de Mórmon são modelados segundo heróis tais como Alexandre o Grande e Júlio César, e empregam táticas e constroem fortificações muito semelhantes àquelas dos Romanos. O Livro de Mórmon é um trabalho extremamente complexo, e deve ter requerido alguns anos para que o autor pudesse tecer todo o material dele em uma história coerente. "

 

Uma declaração importante! É claro que existem paralelos maiores e mais fortes entre o livro e antigas pseudo-epígrafes e outros apócrifos desconhecidos do público Inglês no começo do século XIX, mas estes não servem para os críticos mórmons formularem uma hipótese naturalista para o Livro. Mesmo desconsiderando estes últimos, a tarefa é ainda quase impossível para nosso Solomon Spaulding, mesmo tendo ele graduado-se na Faculdade Dartmouth. Como Spaulding morreu em Pittsburg, PA em 1816 (Joseph tinha onze anos e já estava em Manchester-NY), o suposto trabalho de Spaulding só poderia ter chegado a Joseph através de algum possível conhecido de ambos. O principal candidato caiu sobre Sidney Rigdon, sendo um líder religioso na região de Kirtland, OH (perto de onde morava alguns parentes de Spaulding) com parentes também em Pittsburg, PA. O problema é que Rigdon foi batizado na segunda semana de Novembro de 1830 pelos missionários que saíram em missão aos lamanitas e só conheceu Joseph em Dezembro de 1830, quase um ano após a primeira edição do livro ficasse pronta e quase um ano e meio depois que Smith conseguisse os direitos de Copyright sobre a obra.

 

No entanto, se isso não é suficiente para ser convincente, então eu gostaria de produzir uma boa negação autenticada da mais convincente e absoluta natureza. John W. Rigdon, filho de Sidney Rigdon, escreveu alguma coisa como uma extensa biografia de seu pai que ele preencheu num formulário manuscrito do escritório de História da Igreja em Salt Lake City. Nesta narrativa ele relata sua própria experiência em conexão com o Mormonismo, de sua tentativa para aprender a verdade de seu pai a respeito de uma antiga conexão anterior com o Livro de Mórmon.

 

Ele conta de sua visita a Utah, em 1863, onde passou o inverno entre o povo Mórmon. Ele não ficou favoravelmente impressionado com a vida religiosa deles (lembrem-se de que Sidney Rigdon e sua família haviam se afastado do corpo principal da Igreja, liderado por Brigham Young, logo após a morte de Joseph em 1844) e chegou a conclusão de que o Livro de Mórmon era mesmo uma fraude. Ele determinou em seu coração de que se chegasse em casa e encontrasse seu pai ainda vivo, ele o indagaria e descobriria o que ele sabia sobre a origem do Livro de Mórmon, "embora", ele acrescenta, "ele nunca contou outra história senão a de que foi Parley P. Pratt e Oliver Cowdery que o apresentaram um volume encardenado daquele livro no ano de 1830, enquanto ele (Sidney Rigdon) estava pregando Campbelismo em Mentor, Ohio".

 

No entanto, o que John W. Rigdon declara ter visto em Utah junto com o fato de que Sidney Rigdon haver sido acusado de ter escrito o Livro de Mórmon, fez com que ficasse suspeito, e ele acrescenta:

 

"Eu concluí que faria uma investigação para a minha própria satisfação e descobriria tudo que pudesse caso ele estivesse durante todos esses anos enganando sua família e o mundo, queria ouvi-lo dizer que aquilo não era verdadeiro, e eu estava ansioso com esse encontro. Se Sidney Rigdon, meu pai, houvera atirado fora sua vida ao contar uma falsidade e trouxe pesar e desgraça sobre sua família, eu queria saber e estava determinado a descobrir os fatos, não importassem quais fossem as conseqüências". Eu cheguei em casa no outono de 1865, encontrei meu pai em perfeita saúde e ele estava muito contente em me ver. Como ele não havia ouvido qualquer coisa de mim por um bom tempo, ele temia que eu houvesse sido morto pelos índios. Pouco tempo depois de chegar em casa, fui até o quarto de meu pai, lá estava ele sozinho, agora era a hora para eu começar minhas inquisições concernentes à origem do Livro de Mórmon, e quanto à verdade da religião Mórmon. Eu lhe disse o que havia visto em Salt Lake e que não tinha me impressionado favoravelmente em relação à Igreja Mórmon, e quanto à origem do Livro de Mórmon eu tinha algumas dúvidas.

"Você tem sido acusado de ter escrito o livro e dado ele a Joseph Smith para apresentá-lo ao mundo. Você sempre me contou uma história, de que você nunca viu o livro até que lho foi apresentado por Parley P. Pratt e Oliver Cowdery; e tudo o que você já soube da origem daquele livro era o que eles lhe contaram e o que Joseph Smith e as testemunhas que atestaram terem visto as placas tinham lhe dito. É isso verdade? Se é, tudo bem; se não é, você deve contar a verdade a mim e a sua família. Você é um homem idoso e logo falecerá, e eu gostaria de saber se Joseph, na sua intimidade com ele por quatorze anos, não disse qualquer coisa a você que o levou a pensar que ele houvesse obtido aquele livro de alguma outra maneira daquela que ele lhe contou. Conte-me tudo o que você sabe sobre isso, para que eu possa saber a verdade". Meu pai, após eu ter terminado de dizer o que repeti acima, olhou-me por um momento, levantou sua mão sobre sua cabeça e vagarosamente disse, com lágrimas brilhando em seus olhos:

 

'Meu filho, eu posso jurar diante do mais alto céu de o que lhe disse sobre a origem daquele livro é verdadeiro. Sua mãe e irmã, (Mrs. Athalia Robinson), estavam presentes quando aquele livro foi entregue em minhas mãos em Mentor, Ohio, e tudo o que sei sobre a origem daquele livro foi o que Parley P. Pratt, Oliver Cowdery, Joseph Smith e as testemunhas que declaravam terem visto as placas me contaram, e em toda a minha intimidade com Joseph Smith ele nunca me contou senão uma única história, e esta foi a de que ele o encontrou gravado sobre placas de ouro em uma colina perto de Palmyra, Nova York, e que o anjo houvera lhe aparecido e lhe orientado onde o encontrar; e eu nunca, para você ou qualquer outro mais, tenho contado senão uma história, e esta eu a repito agora para você. 'Eu acreditei nele, e agora acredito que ele me disse a verdade. Ele também me disse após isto que o Mormonismo era verdadeiro; de que Joseph Smith foi um profeta, e que o mundo descobriria isto algum dia.'

B. H. Roberts, Defense of the Faith and the Saints, Vol.2, p.217

 

Não apenas John W. Rigdon deu realmente esta valiosa declaração quanto à posição de seu pai a respeito do Livro de Mórmon, mas também acrescentou o seguinte de sua mãe:

"Após a morte de meu pai, minha mãe, que sobreviveu após ele muitos anos, estava desfrutando de boa saúde até a hora de sua última doença, estando ela com oitenta e seis anos de idade. Pouco tempo antes da sua morte eu tive uma conversa com ela sobre a origem do Livro de Mórmon, e queria saber o que ela se lembrava sobre sua apresentação a meu pai. Ela me disse naquela conversa que o que me contara sobre o livro ser a ele apresentado era verdadeiro, pois ela estava presente no momento e sabia que era mesmo a primeira vez que ele o via, e que as histórias falando sobre meu pai ter escrito o Livro de Mórmon não eram verdadeiras. Isto ela me disse em sua idade avançada, e quando as sombras da sepultura estavam à sua volta; e eu acredito nela."

B. H. Roberts, Defense of the Faith and the Saints, Vol.2, p.218

 

Mr. Rice (não-mórmon), em cuja possessão o manuscrito Spaulding foi encontrado em 1884, não superestima o problema quando diz: "Eu devo também logo pensar que o livro de Apocalipse foi escrito pelo autor de Don Quixote assim como o autor deste manuscrito foi o autor do Livro de Mórmon". E novamente, ele está certo quando diz: “É improvável que qualquer um que escreveu tão elaborada obra como a Bíblia Mórmon, gastaria seu tempo em conceber uma história tão rasa como esta história aqui" –i.e., a História de Spaulding.