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Reflexões em Louisville:
Movimento Cristão Apologético em Conversação
Estudos Acadêmicos Mórmons, Apologética,
e Negligência Evangélica: Perdendo a Batalha sem o saber?
Por Carl Mosser e Paul Owen
Este artigo foi publicado no Trinity Journal (Outono '98, p. 179 – 205).
Nota: O Trinity Journal é um dos mais respeitáveis periódicos da comunidade
evangélica mundial.
Gostaria de incluir este artigo aqui pois é a opinião de dois eruditos evangélicos que estudaram o Mormonismo. Apesar de suas intenções principais são de despertar e chamar os evangélicos à batalha, eles reconhecem em suas conclusões de que “editores evangélicos precisam cessar de publicar trabalhos que são desinformados, enganosos ou de alguma maneira inadequados”, o que é um grande avanço no relacionamento inter-religioso e um ‘puxão de orelha’ naqueles que gostam de publicar acusações contra outras religiões as quais pejorativamente chamam de seitas (vou chamá-los nesta tradução de anti-sectários, acho que seria a melhor tradução para “anticultists”, do Inglês).
Carl Mosser é um recém graduado da
Talbot School de Teologia em La Miranda, Califórnia, onde obteve seus mestrados
em Teologia, Novo Testamento e Filosofia da Religião e Ética,
Paul
Owen é um candidato a Ph.D na Universidade de Edinburgh, Escócia, onde está
estudando no departamento de linguagem do Novo Testamento, Literatura e Teologia. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Uma avaliação incomum franca e honesta
de como estão as coisas no momento. Eu tenho certeza de que muitos de vocês
têm visto isto, e soa como estes caras conhecem o “placar real”. Isto soa como um tom claro e austero para ambos
os lados. Faz-me lembrar de Mórmon 6:7... quando os Nefitas vêem os Lamanitas
vindo se levantar para o tempo final
e eles percebem “que é – viver ou morrer”...e eles suspeitam que seja “morrer”
– [iniciais removidas a pedido]
Estudos Acadêmicos Mórmons, Apologética, e Negligência Evangélica: Perdendo a Batalha sem o saber?
Carl
Mosser e Paul Owen 1997 Encontro Anual da Sociedade Evangélica de Far West,
25 de Abril de 1997.
Introdução: Guerra Espiritual
é uma realidade. Batalha no reino da espiritualidade não é travada com canhões
ou tanques na maneira do mundo. Esta é uma guerra de idéias que lutam pela
mente dos homens. O apóstolo Paulo nos diz que as armas com que lutamos têm
o poder divino para demolir tais barricadas. Dos Cristãos ele diz que, "nós
demolimos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento
de Deus" (II Cor. 10: 5). No entanto, para acabar com os argumentos infere-se
que alguém precisa primeiro conhecer quais são os argumentos. Este trabalho
procura descrever os argumentos acadêmicos e apologéticos de um grupo, o que
nós, como evangélicos, acreditamos, inibem o verdadeiro conhecimento de Deus.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Mormonismo, tem, nos
últimos recentes anos, produzido um substancial corpo de literatura defendendo
suas crenças. Este trabalho não discute a completa amplitude defensiva e ofensiva
erudita dos Santos dos Últimos Dias (SUD). Ao invés, focalizaremos nossa discussão
sobre aquelas disciplinas que caem sob as vastas categorias dos estudos bíblicos
e da História da Igreja. Nós escolhemos estas duas categorias por causa da
importância que elas significam em entender as origens Cristãs e a natureza
dos Cristianismo Primitivo. Tanto o Mormonismo quanto o evangelismo clamam
ser a Igreja que Cristo fundou. Ambos clamam ser herdeiros da Cristandade
do Novo Testamento. Ambos não podem estar corretos. É então apropriado focalizar
nestas disciplinas porque conhecer quais eram as práticas e crenças dos cristãos
primitivos e se ou não a Igreja, que Cristo fundou, apostatou é o ponto central
da discussão. Nós percebemos que todos especialmente alguns no movimento contra-seitas
(passarei a chamá-los de contra-sectários) não darão boas-vindas ao que estamos
dizendo. Alguns podem nos criticar por dar crédito demais aos Mórmons e ser
tão duros com nossos companheiros evangélicos. Todavia, mais semelhante a
testificarmos contra um ente querido numa corte, nós não podemos esconder
os fatos desta questão. Nesta batalha os Mórmons estão lutando valentemente.
E quanto aos evangélicos? Parecem que podemos estar perdendo a batalha sem
o saber. Mas esta é uma batalha que não podemos dar o luxo de perder.
É nossa mais profunda esperança que este trabalho irá, de alguma maneira,
servir para despertar os membros da comunidade evangélica para a importante
tarefa que têm à mão.
Seção A: Mormonismo
I. Mitos Evangélicos e Cinco Conclusões:
Há muitos mitos evangélicos concernentes aos trabalhos eruditos Mórmons.
O primeiro é que existem poucos, se algum, tradicional erudito Mórmon com
treinamento em campos pertinentes aos debates evangélico-Mórmons. Isto é simplesmente
falso. É um mito que quando Mórmons recebem treinamento em historiografia,
linguagens bíblicas, teologia e filosofia eles invariavelmente abandonam tradicionais
crenças SUD na historicidade do Livro de Mórmon e no chamado profético de
Joseph Smith. É um mito que Mórmons liberais têm abalado os alicerces da fé
SUD e que o Mormonismo está caindo aos pedaços. È um mito que Mórmons neo-ortodoxos
têm influenciado a teologia de sua Igreja a tal ponto que ela logo abandonará
ênfases tradicionais e seguirá um caminho similar ao da SUD Reorganizada ou
da Igreja de Deus Mundial (ambas derivadas do Mormonismo) 1. Estes são mitos
baseados na ignorância e leitura seletiva. Evangélicos responsáveis precisam
abandonar estes mitos.
O título deste trabalho reflete cinco
conclusões que chegamos concernentes aos debates Mórmon-evangélicos. O primeiro
é que existem, contrário a popular percepção evangélica, legítimos eruditos
Mórmons. Usamos o termo "erudito" no seu sentido formal de "intelectual,
especialista; habilitado em investigação intelectual; treinado em línguas
antigas". 2 De uma forma geral, os acadêmicos Mórmons podem ser divididos
em quatro categorias: tradicionais, neo-ortodoxos, liberais e culturais. Estamos
nos referindo ao maior e mais influente das quatro categorias – eruditos Mórmons
tradicionais. É um fato que Santos dos Últimos Dias não são um grupo
antiintelectual como as Testemunhas de Jeová. Mórmons, em distinção a grupos
como as TJs, produzem trabalho que possuem mais do que a mera aparência de
erudição. A segunda conclusão a que chegamos é que eruditos Mórmons e apologistas
(nem todos os apologistas são eruditos) têm, com vários níveis de sucesso,
respondido a maioria do usual criticismo evangélico. Freqüentemente estas
respostas adequadamente refutam criticismo particulares (menores). Onde o
criticismo não tem sido refutado a questão tem usualmente assumido características
muito mais complexas.
Uma terceira conclusão a que chegamos
é que atualmente existem, até onde estamos cientes, nenhum livro de perspectiva
evangélica que interaja com escritos eruditos e apologéticos SUD contemporâneos.
3 Numa pesquisa em vinte recentes publicações evangélicas criticando o Mormonismo
descobrimos que nenhuma interage com este crescente corpo de literatura. Apenas
um punhado demonstra alguma ciência de trabalhos pertinentes. Muitos dos autores
promovem criticismo que há muito tempo tem sido refutado; alguns são sensacionalistas
enquanto outros são simplesmente ridículos. Um grande número destes livros
clama ser "o livro definitivo" sobre a questão. Que eles não realizam
nenhuma tentativa de interagir com trabalhos acadêmicos SUD contemporâneos
é um estigma sobre a integridade dos autores e leva alguém a se perguntar
sobre suas credibilidades.
Nossa quarta conclusão é que o nível
acadêmico dos evangélicos está perdendo o debate com os Mórmons. Nós estamos
perdendo a batalha e não o estamos sabendo. Nos anos recentes a sofisticação
e erudição da apologética SUD tem crescido consideravelmente enquanto as respostas
evangélicas não. 4 Aqueles com as habilidades necessárias para esta tarefa
raramente demonstram um interesse nestas questões. Freqüentemente eles nem
mesmo sabem que existe uma necessidade. Na maior parte isto é devido inteiramente
à ignorância de literatura relevante.
Finalmente, nossa quinta conclusão
é que a maioria dos envolvidos nos movimentos contra-seitas possui falta de
habilidade e treinamento necessário para responder à apologética acadêmica
Mórmon. A necessidade é grande de treinados eruditos evangélicos bíblicos,
teólogos, filósofos e historiadores para examinar e responder ao crescente
corpo de literatura produzido por tradicionais apologistas e eruditos SUD.
II. Os Objetivos dos Trabalhos Acadêmicos
Mórmons.
Nós percebemos que nossas cinco conclusões podem ser controversas. Não
obstante, tendo lido uma imensa quantidade de literatura publicada (tanto
de "fonte" SUD quanto não SUD) por intelectuais Santos dos Últimos
Dias 5; tendo lido uma grande quantidade de material apologético produzido
pela Fundação para Pesquisa Antiga e Estudos Mórmons (FARMS); e tendo lido
ou examinado a maioria dos trabalhos evangélicos sobre Mormonismo, achamos
que nós estamos justificados em nossas conclusões. A erudição dos escritores
Mórmons é freqüentemente rigorosa. No mínimo seus trabalhos merecem um exame
mais cuidadoso. Além do mais, tivemos um grande número de oportunidades para
conversar com vários líderes acadêmicos SUD. No último verão nós até mesmo
passamos três dias na BYU (A universidade Mórmon) assistindo a Conferência
Internacional sobre os Pergaminhos do Mar Morto com o apoio da FARMS/BYU.
Por causa de nossas oportunidades de interagir com eruditos SUD acreditamos
que possamos (em parte) ver de onde eles vêm e onde estão aquartelados.
Então o que os eruditos apologistas
SUD estão tentando provar? De que maneiras intelectualmente plausíveis estão
eles apoiando seus singulares sistema doutrinário e cânon de escrituras? A
maior parte deste trabalho é devotada a ilustrar a resposta para esta questão.
Os objetivos Mórmons são bem direcionados. Primeiramente, eles acreditam ser
o Livro de Mórmon um texto antigo escrito por um povo de linhagem Judaica.
Um número de estudos tem sido feitos que tentam revelar técnicas literárias
Hebraicas, características lingüísticas, padrões culturais e outros marcadores
que, argúem-se, Joseph Smith não teria sido capaz de fabricar. Segundamente,
Santos dos Últimos Dias acreditam que outros textos antigos foram restaurados
através de Joseph Smith (e.g. os livros de Moisés e Abraão na Pérola de Grande
Valor).
Como resultado, eruditos Mórmons têm tomado uma grande quantidade de interesse no estudo de Pseudoepígrafes do Velho Testamento, nos Pergaminhos do Mar Morto e nos textos de Nag Hammadi. O objetivo aqui é salientar características que estes antigos documentos compartilham com suas próprias literaturas sagradas. Em terceiro lugar, é uma convicção da Igreja SUD que o Cristianismo primitivo sofreu uma apostasia substancial a partir do primeiro século até o fim do segundo século. Esta apostasia é usualmente igualada ao processo da Helenização pós-apostólica. Sob esta teoria eles mantêm que as originais doutrinas da antiga Igreja não foram todas perdidas de uma só vez. Destarte Santos dos Últimos Dias têm tomado um interesse especial nas crenças e práticas da primitiva Igreja pós-apostólica. Atenção especial tem sido dada aos escritos dos Patriarcas Patrícios num esforço para demonstrar semelhanças com a prática e crença Mórmon. Essas similaridades não são intencionadas a mostrar que os primitivos Cristãos eram protomórmons, mas antes mostrar que remanescentes de crença verdadeiramente pré-helenizada permaneceram por um tempo após a apostasia. A esse respeito, acadêmicos Mórmons (junto com muitos eruditos não SUD) têm tomado grande interesse na "bifurcação dos caminhos" entre Judaísmo e Cristianismo.
III. Hugh Nibley: O Pai da Apologética Mórmon Erudita
Hugh Nibley é sem dúvida o pioneiro
da erudição e apologética SUD. Desde que obteve seu Ph.D. na Universidade
da Califórnia em Berkeley em 1939, Nibley tem produzido uma aparente infinidade
corrente de livros e artigos cobrindo um impressionante e vasto conjunto dos
assuntos relatados. Ora escrevendo sobre os Patrícios, Pergaminhos do Mar
Morto, Apócrifos, cultura do Oriente Próximo ou Mormonismo, ele demonstra
um impressionante domínio das linguagens originais (Dotado com uma mente brilhante,
Nibley domina com maestria o Árabe, Grego, Hebreu, Latim, Alemão, Francês,
Espanhol, Cóptico e Egípcio, dando-lhe ferramentas que muitos poucos possuem
para estudar os trabalhos patrícios), de textos primários e de literatura
secundária. Ele estabeleceu um padrão que intelectuais SUD mais jovens conseguem
seguir a duras penas. Não há espaço aqui para qualquer investigação exaustiva
dos trabalhos de Nibley 6. Nós devemos concordar com Truman Madsen, Professor
Emérito de Filosofia e Religião da Universidade Brigham Young: "Para
aqueles que o conhecem melhor, no mínimo, Hugh W. Nibley é um prodígio, um
enigma, e um símbolo."7
Os poucos evangélicos que estão cientes
de Hugh Nibley freqüentemente o dispensam como uma fraude ou como um pseudo-erudito. Aqueles que gostariam
de rapidamente dispensar seus escritos fariam bem em ouvir o conselho de Madsen:
"Críticos mal intencionados têm suspeitado ao longo dos anos que Nibley
esteve jogando com suas fontes, escondendo-se atrás de suas notas de rodapé
e lendo em antigas línguas que nenhum responsável jamais checaria. Infelizmente,
poucos têm a habilidade necessária para fazer a verificação" 8. A parte
central do trabalho de Nibley tem permanecido incontestada pelos evangélicos
apesar do fato que ele têm publicado material relevante desde 1946. A atitude
de Nibley em relação aos evangélicos é: "Nós precisamos de mais livros
antimórmons. Eles nos mantêm nas pontas dos pés". 9
Sem dúvidas existem falhas no trabalho de Nibley, mas a maioria dos contra-sectários não possui as ferramentas para as demonstrarem. Poucos tentaram 10. Está além do escopo deste trabalho criticar a metodologia de Nibley ou descrever o cerne de sua apologética. 11 Quaisquer que sejam as falhas que possam existir em sua metodologia, Nibley é um erudito de alto calibre. Muitos dos seus mais importantes ensaios primeiramente apareceram em periódicos acadêmicos tais quais o "Revue de Qumran, Vigilae Christianae, Church History, e o Jewish Quartely Review. 12 Nibley também tem recebido louvor de eruditos não SUD tais como Jacob Neusner, James Charlesworth, Cyrus Gordon, Raphael Patai e Jacob Milgrom. 13 O ex-reitor da "Divinity School" de Harvard, George MacRae, certa vez lamentou enquanto ouviu-o palestrar, "É uma obscenidade para um homem conhecer tudo aquilo! 14" Nibley não tem trabalhado em um mosteiro. É assombroso que poucos eruditos evangélicos estão cientes de seu trabalho. À luz do respeito que Nibley tem ganhado no mundo erudito não SUD é ainda mais assombroso que contra-sectários possam tão negligentemente dispensar seu trabalho.
Por muitos anos Nibley pode ter sido o único erudito conservador do Mormonismo de reputação. Todavia, devido à
influência de Nibley como um professor motivador, hoje existem muitos mais.
Durante os anos que Nibley lecionou na BYU muitos estudantes SUD seguiram
o seu exemplo ao saírem para adquirir um grau necessário a fim de ganhar uma
audiência na comunidade acadêmica. Por exemplo, Stephen E. Robinson foi para
Universidade Duke para adquirir um Ph.D em Estudos Bíblicos sob a tutela de
W.D. Davies e James Charlesworth. 15 Outros seguiram em diferentes direções:
S. Kent Brown tomou um doutorado da Universidade Brown, focalizando sua pesquisa
nos textos de Nag Hamadi; C. Wilfred Griggs recebeu um Ph.D. em história antiga
pela Universidade da Califórnia em Berkeley e é um especialista em antiga
Cristandade Egípcia; 16 sob a supervisão de David Noel Freedman e Frank Moore
Cross, Kent P. Jackson obteve um doutorado em estudos do Oriente Próximo pela
Universidade de Michigan após completar sua dissertação na linguagem Amonita;
17 Avraham Gileadi obteve seu Ph.D com R. K. Harrison servindo como primeiro
leitor de sua dissertação concernente a estrutura literária de Isaías; 18
Stephen D. Ricks recebeu um doutorado em Religiões do Oriente Próximo da Universidade
de Berkeley, Califórnia e União Teológica Graduada sob Jacob Milgrom; 19 Donald
W. Parry recebeu seu Ph.D em Hebreu em conjunto com a Universidade Hebraica
de Jerusalém e a Universidade de Utah; John Gee está atualmente completando
um Ph.D em Egiptologia na Universidade Yale (já completou). Muitos mais exemplos
de eruditos Mórmons com idênticas credenciais poderiam ser alistados. Atualmente
uma outra tropa de tradicionais intelectuais Mórmons, em parte fundeados pelos
camaradas de Hugh Nibley da FARMS, está obtendo graus elevados de estudo em
Oxford, Duke, Claremont, UCLA, Universidade da Carolina do Norte – Chapel
Hill, Universidade Católica da América e em outros lugares. Seus campos de
estudo são bastante relevantes: Novo Testamento, Siríaco, Cristandade Primitiva,
culturas e linguagens do Oriente Próximo e outras disciplinas. A significância
destes fatos é simples: Mórmons possuem o treinamento e habilidades para produzirem
robustas defesas de sua fé.
IV. O Livro
de Mórmon: Um texto Antigo?
A crescente sofisticação da apologética erudita SUD é vista claramente na suas pesquisas relacionadas ao Livro de Mórmon. Não apenas eles utilizam estudos acadêmicos para defender o Livro contra criticismos comuns, mas também estão tentando colocá-lo e adequá-lo dentro de um contexto antigo do Oriente Próximo. Ë tese deles de que o Livro de Mórmon reflete a cultura, linguagem e costumes de antigos povos semitas. Esta reflexão é vista não apenas na linha principal da história mas também de maneiras sutis e importantes as quais, argúem eles, Joseph Smith (ou qualquer um mais vivendo no século dezenove) não poderia ter extrapolado da Bíblia.
Por exemplo, Paul Y. Hoskisson (Prof.
Assistente de Escritura Antiga na BYU) escreveu um importante trabalho intitulado,
“Evidências Textuais para o Livro de Mórmon 20". Hoskisson começa seu
estudo apontando: "A fim de que o material no Livro de Mórmon seja evidência
suficiente para um "vorlage" do Oriente Próximo, conforme estou
utilizando adequadamente o termo aqui, precisa ser demonstrado que o material
do texto é de uma antiguidade do Oriente Próximo e que isto não estava disponível
para Joseph Smith.”21 O ponto a ser feito é que enquanto certas características do texto pudessem
ser explicadas como apontando para uma origem do antigo Oriente Próximo, nem
todas de tais evidências qualificariam como suficiente evidência. Vemos então
um erudito SUD tentando estabelecer algum controle metodológico para o que
constitui “prova” no debate do Livro de Mórmon. O primeiro item de evidência
examinada relaciona-se com a declaração, “suas almas se expandiram” em Alma
5:9. No contexto o significado parece aproximar-se de “eles ficaram contentes,”
à luz do paralelismo estrutural com a frase ‘e cantaram o amor que redime’
para celebrar sua liberdade 22.”Hoskisson indica que a Bíblia do Rei Tiago
não usa a palavra alma em conjunção com expandir, embora o Livro de Mórmon
fala também da alma dilatar-se e inchar-se em Alma 32:28 e 34 (respectivamente).
Ele acrescenta: "Esta frase parece ser não usual. Por que deveria uma
alma expandir-se? Se esta frase é única no Inglês do Livro de Mórmon, poderia
a frase refletir um antigo padrão do Oriente Próximo ao invés de ter suas
origens no Inglês?"23 Após indicar uma falta de evidência para esta frase
em qualquer extensão de fonte Inglesa pré-1830, ele segue para apontar exemplos
desta metáfora em fontes Ugaríticas e Acadianas. Todavia, completamente esta
não é caracterizada como sendo uma evidência suficiente, pois a frase "expandir
a alma" ocorre em Alemão, e o Inglês pertence as línguas do grupo Germânico.
Hoskisson admite: “Portanto, embora a frase ‘expandir a alma’ não ocorra em
qualquer texto Inglês pré-1830 prontamente disponível, e embora seja uma autêntica
frase semítica do Oriente Próximo, uma vez que ela é atestada em alemão, devemos
concluir que a frase ‘suas almas se expandiram’ é antes uma melhor evidência
necessária para um autêntico padrão semítico do Oriente Próximo para o Livro
de Mórmon, mas não é evidência suficiente”24.
Seguindo essa discussão, Hoskisson
providencia três exemplos de que ele acha são “suficientes” evidências: 1)
o repetido uso do cognato acusativo no Livro de Mórmon (e.g. 2 Néfi 5:15;
Mosías 9:8; 11:13; 23:5); 2) A ocorrência do nome judeu Alma numa transação
de terra encontrada em Nahal Hever, datando do tempo da revolta de Bar-Kochba
; 25 e 3) o conceito das águas oceânicas como sendo as fontes dos rios, o
que é típico do antigo pensamento do Oriente Próximo, e ocorre em I Néfi 2:9.
Um segundo estudo que gostaríamos de dar uma olhada
foi realizado por C. Wilfred Griggs (Professor Associado de Clássicos,
História e Escritura Antiga e diretor de Estudos Antigos da Universidade Brigham
Young). Seu trabalho é intitulado, "O Livro de Mórmon como um Livro Antigo."
26 Ele começas seu estudo ao lançar um desafio aos críticos do Livro de Mórmon:
"Ele declara ser um livro antigo, e ele precisa ser examinado e criticado
nos termos em que declara...Desde que ninguém poderia dentro do possível inventar
uma obra do tamanho do Livro de Mórmon que representasse acuradamente
uma antiga sociedade do Oriente Próximo..., sujeitar o livro ao teste
de integridade histórica seria uma tarefa bem fácil para qualquer especialista
engajar." 27 Griggs continua com uma reclamação que poderíamos concordar
é de alguma forma justificável: "É esta dimensão de criticismo histórico,
no entanto, que tem sido negligenciada nas tentativas de estabelecer o livro
como uma fraude." 28 Como um exemplo de alguma coisa paralelo ao Livro
de Mórmon, Griggs indica a descoberta de 1958 por Morton Smith da atribuída
carta de Clemente de Alexandria a um certo Teodoro. O conteúdo desta carta
era previamente desconhecido do mundo acadêmico, e não há nenhuma menção de
Teodoro em quaisquer dos extensos escritos de Clemente. A data da cópia, que
foi descoberta no monastério de Mar Saba, perto de Jerusalém, foi facilmente
estabelecida como perto de 1750. Todavia, após um estudo detalhado deste documento
com outras antigas fontes, Morton Smith concluiu que isto foi verdadeiramente
uma carta autêntica de Clemente. Griggs comenta: "Se um texto de duas
páginas e meia podem licitar 450 páginas (a extensão do estudo de Morton Smith)
de análise e comentário numa tentativa de determinar sua autenticidade, não
se esperaria menos a partir do mundo erudito no caso do Livro de Mórmon."29
Griggs vai adiante a partir daí para
um exame do sonho da Árvore da Vida registrado em I Néfi 8-15 contra o panorama
de textos Mediterrâneos que datam aproximadamente do tempo de Leí. (sexto
século AC). Sua discussão menciona numerosos exemplos de textos religiosos
e mágicos escritos em tabuletas de ouro, prata e bronze. De interesse particular
são as tão chamadas "placas de ouro Órficas" que datam aproximadamente
do quinto século AC e que têm sido encontradas em áreas esparsas como Itália,
Grécia e Creta 30. Eruditos concordam que estas placas de ouro demonstram
influência estrangeira, mas não chegaram a um consenso quanto ao que foi tal
influência. Griggs nota, entretanto, "A influência foi certamente do
antigo Oriente Próximo, mesmo se não existe nenhum acordo de onde as idéias
foram originalmente encontradas" 31. Tendo percebido isto, o restante
do exame envolve uma comparação dos rituais conectados com estas placas aos
materiais no Livro Egípcio dos Mortos e no sonho de Leí no Livro de Mórmon,
a mais possível e plausível explicação para as características internas compartilhadas
pelo Livro de Mórmon é que o Egito do sétimo/sexto século AC é o lugar comum
de coalizão para as duas tradições"32.
Não há espaço aqui para um estudo detalhado
de exemplos adicionais de defesa erudita para o Livro de Mórmon. Mas existem
muito mais que realmente merecem atenção. John Welch (professor de Hebreu
na BYU e um membro da Equipe Internacional de Edição dos Pergaminhos do Mar
Morto) tem publicado um estudo exaustivo sobre estruturas poéticas hebraicas
no texto do Livro de Mórmon 34. Roger R. Kelleer, um ex-ministro Presbiteriano
armado com um Ph.D em Estudos Bíblicos pela Universidade Duke, escreveu uma
monografia argüindo sobre as bases de usos distintos de palavras segundo as
quais o Livro de Mórmon não pode ser um produto de um simples autor do século
dezenove, mas antes é um produto de vários escritores antigos 35. John Tvedtness,
gerente sênior de projetos da FARMS, tem escrito estudos técnicos sobre Hebraísmos
e variantes de Isaías no Livro de Mórmon 36. Vários estudos envolvendo análise
de estrutura literária crítica também requerem alguma atenção. Stephen D.
Ricks, Professor de hebreu e linguagens semíticas na BYU, escreveu um artigo
detalhado discorrendo sobre a coroação do Rei Benjamim em Mosías 1-6 contra
um cenário de um tratado de literatura do antigo Oriente Próximo 37. Blake
T. Ostler tem examinado o relato da visão de Leí em I Néfi 1 contra um cenário
das "formas literárias de um chamado" em teofanias similares na
Bíblia Hebraica e Pseudoepígrafe do Velho Testamento 38. Existem muito mais
exemplos que poderiam ser mencionados, mas isto deve ser suficiente para demonstrar
que acadêmicos SUD estão produzindo pesquisa séria que necessita desesperadamente
de ser criticamente examinada por uma informada perspectiva evangélica.
V. Os Pergaminhos do Mar Morto, Pseudoepígrafes e a Pérola
de Grande Valor.
Eruditos Bíblicos estão bem cientes
do impacto que as descobertas de Qumran e vizinhanças adjacentes tem tido
nos estudos de tanto do Novo quanto do Velho Testamento 39. Os Pergaminhos
do Mar Morto têm grandemente intensificado nossa compreensão do criticismo
textual do Velho Testamento, bases primárias Aramaicas para o Novo Testamento
e a complexidade de vários judaísmos que existiram na Palestina do primeiro
século. Seria difícil superestimar a importância da pesquisa sobre os Pergaminhos
do Mar Morto para nossa compreensão da Bíblia.
Recentemente eruditos Mórmons têm aparecido na primeira fronte de pesquisa
dos Pergaminhos do Mar Morto. FARMS e BYU regularmente dão apoio a conferências
internacionais sobre os Pergaminhos em Israel ou nos U.S. freqüentadas por
eruditos de renome mundial. Pelo menos cinco [sic] Santos dos Últimos Dias
estão na Equipe Internacional de Edição dos Pergaminhos do Mar Morto comandadas
por Emmanuel Tov 40. O trabalho de Santos dos Últimos Dias sobre os Pergaminhos
é prontamente aceito pela grande comunidade acadêmica e eles são freqüentemente
requisitados para colaborar, contribuir ou editar livros com eruditos não
SUD 41. O interesse Mórmon nos pergaminhos não está limitado à mera curiosidade.
Eles usam o fruto de suas pesquisas para promover sua fé 42. Mórmons tomaram
um grande interesse nos pergaminhos por diversas razões. A principal entre
estas, eles desejam apoiar um retrato da Cristandade primitiva a qual é firmemente
arraigada num Judaísmo apocalíptico. Nibley escreve que “esta tradição comum
não era aquela do Judaísmo convencional, muito menos da filosofia Helenística;
era a tradição antiga dos poucos justos que fugiam para o deserto com suas
esposas e filhos para se prepararem para a vinda do Senhor e escapar de perseguição
pelas mãos da religião oficial” 43. Nibley sente que há uma linha de continuidade
entre os sectários do deserto, representados por Leí e sua família (cf. I
Néfi 2), a comunidade de Qumran, Cristandade primitiva e o gnosticismo do
segundo século. O argumento que está sendo colocado não é de que os Essênios
de Qumran fossem protomórmons, mas simplesmente de que o Mormonismo tem mais
em comum com o sistema apocalíptico de crença de Qumran do que com aquele
da Cristandade Helenizada. Nibley continua: “Agora com a descoberta e admissão
da existência de expressões típicas do Novo Testamento, doutrinas e ordenanças
bem anteriores ao tempo de Cristo, este antigo e efetivo argumento contra
o Livro de Mórmon entra em colapso” 44. Em outro lugar ele indica dez paralelos
entre a literatura de Qumran e o Livro de Mórmon. O décimo exemplo é dado
conforme segue: “Pela primeira vez nós agora aprendemos do antigo contexto
judaico (1) da linguagem teológica do Novo Testamento
e dos apócrifos Cristãos, (2) suas doutrinas escatológicas, e (3) suas instituições
litúrgicas e organizacionais. Todas as três recebem suas completas exposições
em 3 Néfi, aonde o próprio Messias vem e organiza sua Igreja nos alicerces
já deixados para isto” 45. Nibley não está sozinho ao indicar paralelos entre
os textos de Qumran e escrituras Mórmons. William J. Hamblin reclama que “os
críticos [do Mormonismo] nunca explicaram por que encontramos paralelos lingüísticos
e literários próximos entre a figura de Mahujah nos fragmentos Aramaicos dos
Pergaminhos do Mar Morto sobre o livro de Enoque e Mahijah questionando Enoque
no Livro de Moisés (Moisés 6:40)” 46. Sua comunidade era liderada por um conselho
de doze homens com três sacerdotes governantes, eles possuíam refeições sagradas
do pão e vinho administradas pelos sacerdotes, 49 e eles acreditavam em revelação
contínua através de um líder profético. Ele escreve, “Tudo isto guia-nos à
conclusão de que em muitas maneiras os Essênios podem ter estado mais perto
do evangelho [Mórmon] do que outros grupos judaicos” 50. Como defesas do Livro
de Mórmon, mais exemplos poderiam ser listados. À luz da crescente participação
de eruditos SUD na pesquisa dos pergaminhos, nós podemos ter certeza de que
muito mais será trazido à nossa atenção.
Eruditos Mórmons têm tido também um interesse nas pseudoepígrafes do Velho
Testamento. Seu envolvimento nos estudos das pseudoepígrafes pode ser visto
em dois volumes de Pseudoepígrafes do Velho Testamento, editado por James
H. Charlesworth 51. O pivô deste trabalho declara: "Eruditos, estudantes
da Bíblia, profissionais de todos os grupos religiosos e denominações, e clérigos
– na verdade, todos aqueles que podem ser identificados como 'Povo do Livro,'
[Velho Testamento] Cristãos, Judeus, Mórmons e Muçulmanos – estarão interessados
nestas traduções" 52. O prefácio do editor contém um agradecimento ao
Centro de Estudos Religiosos da Universidade Brigham Young pelo financiamento
parcial do projeto. Stephen E. Robinson, um estudante de Charlesworth, foi
responsável pela tradução e comentário do Apócrifo de Ezequiel, do Testamento
de Adão e de IV Baruque 53.
Onde o interesse SUD nos Pergaminhos
do Mar Morto é primariamente relacionado ao desejo de arraigar o Cristianismo
primitivo no solo do Judaísmo apocalíptico; as pseudo-epígrafes oferecem pontos
mais específicos de contato entre escrituras SUD e várias fontes antigas.
Os Mórmons não estão geralmente tentando dizer que existe uma relação literária
genética entre estes textos, mas antes que há significantes paralelos conceituais
que apontam para um antigo contexto histórico para o Livro de Mórmon e para
a Pérola de Grande Valor.
Em um painel de discussões uma questão foi levantada concernente a conexões
entre escrituras Mórmons e antigas fontes tais como os Manuscritos do Mar
Morto, as Pseudoepígrafes e os textos de Nag Hamadi. Em resposta S. Kent Brown
apontou para duas áreas principais. Primeiro de tudo, existem pontos de contato
a respeito de personagens chaves específicos. Adão (Moisés 6:45-68; cf. fragmentos
da Vida dos Gigantes, e os livros Etiópicos, Eslavônicos e Hebreus sobre Enoque),
Melquisedeque (Alma 13:14-19; cf. 11Q Melquisedeque e com a obra de Melquisedeque
de Nag Hammadi), Abraão (Livro de Abraão; cf. O Testamento de Abraão e Apocalipse
de Abraão) e José (2 Néfi 3:5-21; cf. Testamento de José). Em segundo lugar,
existem paralelos em termos de temas chaves tais como o relato da Criação
(Moisés 3:21 – 5:21; cf. 4 Esdras 6:38-54 e o Gnóstico, 'Sobre a Origem do
Mundo e a Hipóstase dos Arcontes'), a noção de uma existência pré-mortal das
almas (Abraão 3:18-28; cf. o Apócrifo de Tiago e o Evangelho de Tomé, dito
4), e uma idéia de uma restauração escatológica seguindo um período de apostasia
(cf. O Apocalipse de Pedro na biblioteca de Nag Hammadi). 54
O espaço não permite uma extensa discussão do uso SUD das pseudoepígrafes do Velho testamento, dos Apócrifos do Novo Testamento e dos textos de Nag Hammadi 55. Todavia, vários estudos merecem menção. Hugh Nibley num trabalho do tamanho de um livro sobre a existente literatura de Enoque 56. Stephen E. Robinson, em um artigo muito sério, menciona vários pontos interessantes: O uso aparente de Paulo da Sabedoria de Salomão, que ensina sobre a existência pré-mortal das almas (8:19 ff.) e sobre a criação do mundo a partir de matéria não organizada (11:17); a Narrativa de Zósimo (também conhecida como a História dos Recabitas) a qual contém uma interessante tradição sobre Judeus deixando Jerusalém no tempo de Jeremias, e viajando através do oceano para uma terra de promessa; 57 o Testamento de Adão (3:1-5), que contém um relato semelhante ao que se encontra em Doutrina e Convênios 107:53-56; e o Evangelho de Filipe que descreve um rito de iniciação de três estágios os quais correspondem às três câmaras do templo de Jerusalém 58. Em outro estudo interessante, S. Kent Brown compara os títulos Homem de Santidade e Homem do Conselho em Moisés 6:57 e 7:35 com material na Bíblia Hebraica e dois documentos posteriores, Eugnostos, o Abençoado e A Sofia de Jesus Cristo 59.
Escritores SUD não estão sozinhos em
notar os vários paralelos entre estes textos antigos e a literatura Mórmon.
James H. Charlesworth, em uma palestra proferida na Univerdade Brigham Young
intitulada, " Messianismo nas Pseudoepígrafes e no Livro de Mórmon",
aponta para o que ele descreve como "paralelos importantes...que merecem
um exame cuidadoso." Ele cita exemplos de 2 Baruque, 4 Esdras, Salmos
de Salomão e o Testamento de Adão. 60 Se a autoridade líder mundial em escritos pseudoepígrafos acha que tais exemplos
merecem "cuidadoso exame," deve ser sábio para os evangélicos começarem
a fazer alguns exames. George Nickelsburg têm também percebido um mais interessante
paralelo entre o Qumrâmico Livro dos Gigantes e o Livro SUD de Moisés na Pérola
de Grande Valor. 61 Harold Bloom da Universidade Yale ficou perplexo em como
explicar os muitos paralelos entre os escritos de Joseph Smith e antiga literatura
apocalíptica, pseudoepígrafa e cabalística. Ele escreve, "O gênio religioso
de Smith sempre se manifestava através do que pode ser nomeado como acuidade
carismática, seu senso real de relevância que governava paralelos bíblicos
e Mórmons. Eu posso apenas atribuir ao seu gênio ou daemon sua fantástica
recuperação de elementos da antiga teurgia Judaica que haviam cessado de estar
disponível ao Judaísmo e Cristianismo normativo, e que apenas havia sobrevivido
em tradições esotéricas improváveis de terem tocado Smith diretamente"
62.
VI. Mormonismo e Cristandade Primitiva: Evidência de uma Apostasia?
É um princípio central do Mormonismo
que a Igreja Original estabelecida por Cristo apostatou. Eruditos Santos dos
Últimos Dias (entre outros) sustentam que a Igreja do período pós-apostólico
diferem substancialmente da Cristandade mais primitiva. Nisto os eruditos
Mórmons têm, em grande parte, adotado os pareceres de Adolph Harnack e Walter
Bauer 63. O espírito de apostasia e a crescente influência da Helenização
contribuíram para um declínio espiritual e doutrinário no segundo e terceiro
séculos. De acordo com esta tese, o resultado foi que a Cristandade original,
arraigada no Judaísmo apocalíptico, foi transformada numa mistura sintética
de "Cristandade" e filosofia pagã Platônica. O processo de Helenização
foi tão severo que literalmente matou a religião fundada por Cristo e a substituiu
por alguma outra coisa. Stephen E. Robinson sumariza esta visão quando escreve:
Essencialmente, o que aconteceu é que temos boas fontes para a cristandade
do Novo Testamento (os próprios documentos do Novo Testamento); então as luzes
se apagam (isto é, nós temos muito poucas fontes históricas), e na escuridão
ouvimos os sons surdos de uma grande luta. Quando as luzes se acendem novamente
mais ou menos uns cem anos depois, descobrimos que alguém rearranjou toda
a mobília e que a Cristandade é alguma coisa muito diferente daquilo que foi
no princípio. Aquela diferente entidade pode ser acuradamente descrita pelo
termo Cristandade Helenizada 64.
Mórmons têm escrito vários estudos
nesta área 65. Como sempre, Hugh Nibley liderou o caminho 66. Ele começou
com um livro publicado sob o título, O Mundo e os Profetas. Este livro é o
transcrito editado de uma série de palestras originalmente divulgadas para
uma rádio de audiência SUD entre Março 7 e Outubro 17, 1954 intitulado, "Tempo
Justifica os Profetas" 67. Neste livro, de acordo com o prefácio por
R. Douglas Phillips, Nibley "descreve com grande clareza o processo pelo
qual a Igreja mudou de uma organização com profetas inspirados para uma totalmente
diferente e estranha instituição construída sobre a sabedoria dos homens.
Ele mostrou como profetas foram substituídas por eruditos, revelações por
filosofia, prédica inspirada pela retórica" 68. Qualquer que seja o que
alguém possa pensar sobre as conclusões de Nibley, a amplitude de conhecimento
mostrada nestas palestras é, francamente, intimidadora. Nelas ele discorre
centenas de passagens de Papia, Clemente, Ignácio, Ireneu, Clemente de Alexandria,
Origines, Atanásio, Augustinho e Crisóstomo (entre outros). No estilo clássico
de Nybley com todas as referências pessoalmente traduzidas a partir dos originais
latinos e gregos.
Intelectuais mórmons não confinam sua reconstrução da história da Cristandade primitiva a audiências Santos doa Últimos Dias. Em uma tentativa de alcançar uma mais vasta audiência acadêmica C. Wilfred Griggs publicou uma história da extensão de um livro sobre a Cristandade Egípcia antiga com E.J. Brill 69. Devido a sua freqüente listagem bibliográfica em referências de livros sobre a História da Igreja, parece que a obra de Griggs tem sido recebida favoravelmente 70. Embora de nenhuma maneira uma apologética explícita ao Mormonismo, este livro empresta muito apoio à tese SUD. Nele ele argúe que a Cristandade mais antiga, conforme foi introduzida no Egito no primeiro século, não foi da mesma espécie que foi posteriormente identificada como "ortodoxa". Griggs declara que "uma bifurcação radical da Cristandade em ortodoxia e heresia não pode ser mostrada ter existido no Egito durante os primeiros dois séculos" 71. Seu estudo de muitos papiros Gnósticos e Cristãos Primitivos encontrados no Egito durante os últimos cento e cinqüenta anos levam Griggs a concordar com a tese principal de Bauer 72. Isto é, certas manifestações da Cristandade que a Igreja posteriormente renunciou como heresias "originalmente não tinham de modo algum sido assim caracterizadas, mas ao mínimo aqui e ali, eram apenas a forma da nova religião – isto é, para aquelas regiões elas eram simplesmente 'Cristianismo'" 73. O que heresiologistas posteriores como Irineu identificaram, como "Gnosticismo" no Egito era simplesmente "Cristianismo" para os Egípcios 74.
Griggs retrata uma versão da Cristandade primitiva bastante diferente do nascente Catolicismo que mais tarde desenvolveu-se em “ortodoxia”. Esta versão tem uma tradição literária mais extensa, tendências teológicas mais abrangentes, e mais prática de ritual esotérico 75. Ele sustenta que a evidência arqueológica aponta para uma versão da Cristandade “baseada numa tradição literária abrangendo tanto obras canônicas como não-canônicas (ambas categorias são nomeadas como tais aqui à luz de seu último status conforme definido pela tradição Católica)... .Cristãos Egípcios realmente aceitavam a tradição literária Apocalíptica tão notavelmente rejeitada pela Igreja Ocidental, especialmente ao que se refere aos textos do Ministério da Ressurreição, mas não às custas da tradição dos evangelhos e das epístolas da emergente Igreja Católica” 76. Esta versão da Cristandade vicejava no Vale do Nilo por algum longo tempo 77. Seu crepúsculo começou no fim do segundo século com o Bispo de Alexandria sendo influenciado por ‘Ireneu Contra as Heresias’. O Bispo e seus sucessores, em busca de prestígio, crescentemente se alinharam com os poderosos episcopais “ortodoxos”. Como o poder do episcopado Alexandrino se entendia sobre uma maior área geográfica, a forma original apocalíptica de Cristandade foi paulatinamente condenada como herética. Quando os bispos Alexandrinos finalmente obtiveram poderes eclesiásticos por todo o Egito, versões rivais da Cristandade foram sistematicamente eliminadas 78. A correspondência com a doutrina SUD da Apostasia deve ser óbvia 79. Tão bem quanto argüindo sobre uma radical Helenização da Cristandade, eruditos SUD encontram muitos paralelos entre o Cristianismo primitivo e doutrinas e práticas SUD particulares 80. Por exemplo, Willian J. Hamblin tem escrito um detalhado estudo comparando cerimônias de investiduras dos templos dos Santos dos Últimos Dias com materiais conhecidos a partir de certas fontes Gnósticas e do tão chamado Evangelho Secreto de Marcos. Hamblin argumenta, em concordância com Morton Smith, John Dominic Crossan e Hans-Martin Schenke, que o Evangelho Secreto de Marcos preserva material que pré-data o canônico Marcos. Hamblin nota: “Antes da recente descoberta da carta de Clemente, tinha sido usualmente mantido por eruditos modernos que os teólogos da Cristandade Alexandrina foram influenciados por conceitos Helenísticos e Gnósticos. A nova carta de Clemente mostra que os Grandes Mistérios e Ensinamento de Hierofante não foram copiados pelos Alexandrinos a partir dos Gnósticos ou dos Gregos Pagãos, mas, conforme mantido por Shenke, faziam parte das mais antigas idéias e práticas da Cristandade Alexandrina” 81. Ele move daí para uma discussão de ritos esotéricos que conhecemos a partir da biblioteca de Nag Hammadi e dos escritos de Irineu, notando doze paralelos com a investidura do templo SUD os quais ele sente serem significantes 82.
Um outro exemplo vem do artigo de
David L. Paulsen na Revista Teológica de Harvard intitulado, "Antiga
Crença Cristã numa Deidade Corporal: Orígenes e Agostinho como Testemunhas
Relutantes". O estudo de Paulsen começa apelando para Harnack por apoio
ao ponto de vista de que a Igreja do segundo século substituiu o Deus pessoal
da Bíblia por uma deidade incorpórea devido a influência do Platonismo. Paulsen
escreve, “Harnack identifica várias fontes de crença Cristã primitiva em um
Deus corporificado, incluindo idéias religiosas populares, metafísico-estóicas,
e ditados do Velho Testamento, literalmente compreendidos... .Mas sem dúvida
os escritos bíblicos contribuem mais significativamente para um corporealismo
dos Cristãos primitivos; pois para eles deus é descrito em termos decididamente
antropomórficos.” O restante do artigo de Paulsen contém uma discussão de
certos escritos polêmicos de Orígenes e passagens de Agostinho que indicam
que era comum aos Cristãos do seu tempo visualizarem Deus como uma deidade
corporificada (embora Orígenes e Agostinho não o vissem assim) 83.
VII. Onde está a Bíblia?
Em resposta aos tópicos que temos estado discutindo alguém pode fazer a asserção de que eles são simplesmente irrelevantes para a questão em pauta. Afinal, se os Mórmons não podem sustentar suas crenças na Bíblia não importa se eles encontram ou não apoio para elas entre os Pergaminhos do Mar Morto (PMM), pseudoepígrafes ou história da Igreja. Sem a Bíblia não importa se eles estão usando seus conhecimentos em história do Oriente Próximo, culturas e linguagens para defender um possível cenário de fundo do Oriente Próximo para o Livro de Mórmon. Nós concordamos que há verdade nesta objeção. Mas, as questões não são tão simples e não podem ser dispensadas desta maneira.
Uma das questões fundamentais debatidas
por evangélicos e Mórmons é sobre a própria interpretação da Bíblia. Ambos
os partidos clamam que a Bíblia é a Palavra de Deus. Ambos clamam acreditar
em cada verso da Bíblia 84. Ambos os partidos reclamam apoio bíblico para
sua religião. Então, teoricamente, a maior parte do debate poderia ser resolvida
por um apelo à Bíblia. Mas antes que isso pudesse ser feito deveria haver
concordância nas regras básicas da hermenêutica. Parece em grande parte que
evangélicos e Mórmons estão de acordo que a Bíblia deveria ser interpretada
de acordo com o seu senso gramático-histórico. Escrevendo sobre as similaridades
da visão evangélica e SUD sobre a natureza das escrituras, Stephen E. Robinson
diz, “Nós [SUD] tomamos as escrituras como sendo literalmente verdadeiras,
e mantemos o simbólico, figurativo ou a interpretação alegórica ao mínimo,
aceitando os eventos miraculosos como históricos e os ensinamentos morais
e éticos como comprometedores e válidos” 85. Esta declaração é muito próxima
da Declaração de Chicago em Hermenêutica Bíblica 86. A questão então não é
de metodologia.
Logicamente então, o que precisa ser estabelecido nos diálogos Mórmons-evangélicos é o contexto histórico-cultural em que os textos bíblicos foram escritos. Isto é exatamente o que os Mórmons estão fazendo em seus estudos dos Pergaminhos do Mar Morto, das pseudoepígrafes e das origens do Cristianismo. Eles estão construindo a superestrutura contextual necessária para uma própria interpretação da Bíblia, particularmente irão, se falhas não forem demonstradas, garantir uma interpretação do Novo Testamento que é tanto historicamente e culturalmente baseada e em vantagem com a teologia evangélica.
Embora a maior parte da energia está
sendo dispensada no estudo dessas outras áreas, Mórmons não negligenciaram
estudos bíblicos apropriados. Um exemplo que deveria fazer eruditos evangélicos
do Velho Testamento cientes dos seus camaradas SUD foi o trabalo escrito em
honra de R. K. Harrison. Produzido em 1988 por uma casa de publicação evangélica,
“Apostasia de Israel e Restauração” contém vários trabalhos de vários líderes
eruditos evangélicos assim como três trabalhos escritos por Mórmons (entre
outros). O volume foi editado por nenhum outro senão Avraham Gileadi 87. E
como a erudição dos autores SUD se saiu em comparação? O trabalho deles não
é de forma alguma inferior 88. De fato, pelo menos um teólogo evangélico citou
em concordância com esses trabalhos em seus próprios escritos 89. Isto nos
chama atenção de que estranhamente nenhum erudito evangélico pensou que fosse
esquisito para Mórmons editarem e contribuírem para este livro. Parece-nos
que alguém teria investigado para ver se esses Mórmons estiveram usando suas
habilidades em defesa de sua fé. Como foi feito este próprio livro, realmente
apóia, de maneira bem sutil o Mormonismo. Primeiramente, todos os três ensaios
SUD emprestam apoio a algum aspecto da teologia SUD 90. Em segundo lugar,
o tema do livro e seu título refletem a crença mórmon de que a história humana
é uma série de apostasias e restaurações da verdadeira fé (a última sendo
a Restauração da Igreja por Joseph Smith).
Parece que há uma infundada pressuposição
entre evangélicos de que não existe nenhum respeitável erudito bíblico SUD.
Isto freqüentemente cega as pessoas de perceberem o trabalho que os eruditos
SUD tem realizado. Ainda, assim como os teólogos acima mencionados, os evangélicos
citam eruditos Mórmons em apoio mais do que eles pensam. Isto não quer dizer
que a prática de per si esteja errada (não está), ou de que eruditos Mórmons
não possam algumas vezes salientar pontos válidos. (Há uma analogia aqui com
citações evangélicas de liberais eruditos Católicos e Judeus) O ponto a que
queremos chegar é que: É inconsistente para evangélicos insistirem de que
grupos heterodoxos como os Mórmons não possuam nenhum erudito bíblico, e então
se utilizarem desses mesmos eruditos cuja existência eles negam. 91
Assim como o Livro de Mórmon, PMM e
pseudoepígrafes, nós poderíamos descrever vários exemplos de trabalhos bíblicos
acadêmicos SUD, mas o espaço não permite. Em um tratamento completo do assunto
nós poderíamos descrever, em adição acima, o trabalho SUD que tem sido feito
sobre lei hebraica, 92 estruturas quiásticas, 93 o papel da mágica no Velho
Testamento, 94 a unidade de Isaías, 95 teologia Paulina 96 assim como outros
97. É suficiente dizer que eruditos SUD não procuram participar na ingênua
prova de escritura que caracteriza a média do missionário Mórmon ou dos membros
leigos.
Secção B: Evangelismo
1.
Onde estão es Evangélicos?
Nós esperamos a esta altura que conseguimos convencer alguns de nossos
leitores de que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias está
atualmente produzindo um robusto material apologético para suas crenças. Seus
eruditos são qualificados, ambiciosos e prolíficos. O que estamos fazendo
em resposta? O silêncio tem se tornado ensurdecedor. E está ficando cada vez
mais alto. As únicas duas tentativas significantes (tirando os Tanners) são
um artigo por James White e um livro recente por Dr. John Ankerberg e John
Weldon.
O artigo de James White, "Sobre
Cidades e Espadas: A Tarefa Impossível da Apologética Mórmon" foi uma
tentativa de apresentar aos evangélicos a apologética SUD, o trabalho da FARMS,
e, no processo, criticar o grupo 99. Este artigo é falho em todos os três
pontos. Ele não descreve acuradamente o trabalho da FARMS ou dos acadêmicos
SUD em geral. Ele passa aos leitores a impressão errada de que sua pesquisa
não é respeitada na vasta comunidade acadêmica. Acreditamos que conseguimos
demonstrar que simplesmente este não é o caso. Sua tentativa crítica apanha
dois dos mais fracos exemplos. Não apenas ele escolhe fracos exemplos, ele
nem mesmo dá a estes uma crítica adequada. Isto nada mais é do que argumentação
do "espantalho" (Nota: "Straw-man Phalacy". Falácia do
espantalho, são silogismos lógicos em que alguém estabelece um ponto crítico
e apanha frases isoladas de seu oponente para justificar sua premissa, ignorando
todo o resto do argumento de seu oponente que não sustente sua tese.)
O livro de John Ankerberg e John Weldon,
"Por Trás da Máscara do Mormonismo; De seus Primitivos Esquemas até Suas
Modernas Decepções", é de longe pior 100. Nós temos lido uma grande quantidade
de literatura evangélica sobre o assunto. Este livro, segundo nossa estimativa,
está entre as mais horríveis, mais não-cristãs e enganosas polêmicas impressas.
O autor constantemente menospreza seus oponentes – sempre questionando tanto
suas inteligências quanto suas integridades. Particularmente frustrante é
o apêndice, que foi adicionado à edição atual. Eles acusam os Mórmons de estarem
indispostos "de considerar os estabelecido fatos teológicos, textuais,
históricos e arqueológicos que permeiam o Mormonismo e o Cristianismo 101".
O problema de fato é que nossos irmãos evangélicos quem mostram neste livro
suas próprias indisposições de dar qualquer consideração a tais questões 102. Nem pretendem
fazê-las. Eles escrevem: "Não é que os evangélicos tenham uma objeção
para avaliar todos os argumentos e trabalhos acadêmicos citados pelos críticos
Mórmons. Alguns apologistas Mórmons acham que todos os críticos do Mormonismo
deveriam dispensar milhares de dólares e homens trabalhando [como os Mormos
estão fazendo?] a fim de permanecerem a par do mais moderno em defesa acadêmica
Mórmon em suas numerosas formas de ramificação.... Qualquer um familiar com
a Bíblia e História do Cristianismo sabe que a doutrina cristã bíblica, ortodoxa está estabelecida
e documentada. Para o Mormonismo alegar que a doutrina Cristã é falsa, é preciso
primeiro providenciar no mínimo algumas evidências a fim de apoiar suas asserções
103."
É um assombro, em vista da massiva
quantidade de apropriada evidência que
tem sido publicada pelos SUD, que eles pudessem fazer tal declaração. Não apenas parecem assumir que eruditos Mórmons
não devem realmente estar "familiarizados com a Bíblia e história do
Cristianismo", mas parecem dizer que não há nenhuma necessidade em dispensar
qualquer quantidade de tempo significante ou recursos para respondê-los. Em
nossa opinião os pontos de vista aqui expressos simplesmente equivale a uma
recusa em realizar uma séria investigação acadêmica. Isto tanto é resultado
de apatia ou de incapacidade. O máximo de que são capazes de fazer é oferecer
um entusiástico endossamento da antologia de Brent Lee Metcalfe, Novas Aproximações
sobre o Livro de Mórmon, e anunciar finda a batalha 104.
O mundo evangélico precisa despertar e responder às pesquisas contemporâneas
Mórmons. Se não, nós perderemos a batalha sem nem mesmo ficar sabendo. Nossas
sugestões são as seguintes: Primeiro, evangélicos precisam superar pressuposições
imprecisas sobre o Mormonismo. Segundo, contra-sectários evangélicos necessitam
referenciar trabalhos acadêmicos SUD que estão além de suas capacidades de
refutar a pessoas qualificadas. Terceiro, acadêmicos evangélicos precisam
fazer do Mormonismo, ou de alguns aspectos dele, uma área de interesse profissional.
Quarto, editores evangélicos precisam cessar de publicar trabalhos que
são desinformados, enganosos ou de alguma maneira inadequados. Quinto,
eruditos na comunidade evangélica deveriam colaborar em vários livros tratando
das questões levantadas neste artigo. Relacionados a isto, periódicos profissionais
deveriam encorajar artigos nestes mesmos tópicos. Finalmente, deveríamos sugerir
que membros de organizações tais como da Sociedade Evangélica Teológica começarem
a formar Grupos de Estudos do Mormonismo. O fato é de que o crescimento do
Mormonismo está superando mesmo as mais altas predições de sociologistas profissionais
de religião, e continuando desta forma, dentro de oitenta anos, tornar-se-á
a primeira religião mundial desde o islamismo no século sétimo 105. Com tal
crescimento, as necessidades que foram expressas neste trabalho tornar-se-ão
ainda mais urgentes à medida que se aproxima o século vinte e um.
Conclusão
Os sentimentos que tentamos expressar neste artigo são adequadamente atestados nas palavras de um proeminente teólogo evangélico com as quais nós iremos concluir:
A batalha espiritual pode ser considerada sob a égide de um duelo de deuses, um negligenciado tema bíblico que gostaria de recuperar.... As várias religiões e seus deuses parecem estar rogando pela fidelidade do povo. Competição em religião não é apenas bíblica, é empiricamente evidente. Religiões vitais sempre competem com alegações de outras. Se você puder achar uma religião que não é competitiva, você encontrará uma religião em suas últimas pernas. Uma religião dinâmica sempre quer contar sua história, cujos aderentes acham que seja a melhor história já contada e aquela de um compromisso de maior valia.
De acordo com a Bíblia, a história é o teatro de um duelo de deuses. Deuses estão em conflito um com os outros. Isto opera uma espécie de sobrevivência dos mais adequados entre eles. Alguns caem para a derrota, enquanto outros se movem à ascendência... História é um cemitério de Deuses. O Deus vivo sobreviverá a todos os demais, provando a si mesmo ser o verdadeiro Deus. Uma vez que este momento de revelação vem no fim da história, e não estará claro a todos até então, nossa tarefa missionária neste meio tempo é testar a pressuposição concernente à identidade de Deus e conduzir o duelo. Nós dizemos: deixem as alegações serem feitas, deixe a informação ser compartilhada, deixem as questões serem ponderadas, e deixe tomar lugar o diálogo. 106
___________________________________
1. Isto
para não dizer que não tem havido nenhuma mudança importante na teologia dos
Santos dos Últimos Dias. Mais notavelmente, Santos dos Últimos Dias estão
enfatizando a papel da graça na salvação, a pessoa de Cristo, e a centralidade
do Livro de Mórmon na formulação da doutrina. É esta última ênfase que assegura
que o Mormonismo não abandonará completamente seus históricos distintivos.
2. Cf. O Dicionário Oxford de Inglês 2a ed., s.v. “scholar”& “scholarly.” É claro, um método erudito não garante conclusões corretas.
3. Jerald e Sandra Tanner, Respondendo Eruditos Mórmons 2 Vols. (Cidade do Lago Salgado: Utah Light House Ministry, 1994, 1996) pode parecer ser uma exceção. No entanto, este trabalho é primeiramente uma resposta a várias revisões de seus livros que aparecem em Revisão de Livros sobre o Livro de Mórmon. Os Tanners são estudantes assíduos da história Mórmon, mas não têm as habilidades necessárias para uma refutação em larga escala dos trabalhos acadêmicos Mórmons. A única verdadeira exceção é Francis J. Beckwith e Stephen E. Parrish, O Conceito Mórmon de Deus: Uma Análise Filosófica (Lewiston, NY: Edwin Mellen Press, 1991). O foco deste livro é bem restrito. É também difícil de obter. Para revisões SUD veja David L. Paulsen e Blake T. Ostler em Filosofia da Religião 35 (1994): 118-120; James E. Faulconer em BYU Studies (Outono 1992): 185-195; e especialmente Blake T. Ostler em FARMS Revisão de Livros 8 no. 2 (1996): 99-146.
4. Novamente, em seu limitado tópico, Beckwith e Parrish são as únicas exceções.
5. A maioria dos intelectuais SUD é afiliada à Universidade Brigham Young ou a alguns de seus campos satélites. Contudo, esta declaração resumida inclui uns poucos eruditos SUD que lecionam em faculdades e universidades não SUD. Philip L. Barlow, Ph. D (Harvard) é um exemplo de erudito Mórmon que leciona em uma instituição não-Mórmon. Ele ensina no departamento de teologia da Faculdade Hanover (Presbiteriana).
6. FARMS está atualmente trabalhando numa coleção de 20 volumes das obras de Nibley, dez das quais estão já publicadas (abrev. CWHN).
7. Truman Madsen, prefácio para Nibley em :Timely and the Timeless: Ensaios Clássios de Hugh W. Nibley, editado por Madsen (Provo: Centro de Estudos Religiosos da BYU, 1978), ix.
8. Ibid., xiv.
9. Citado por Madsen, ibid., xi.
10. De fato, a única interação evangélica substancial que vimos até esta data é o trabalho de 56 páginas (espaço simples) de James White disputando sobre a sintaxe própria do pronome authV em Mateus 16:18. Este artigo pode ser adquirido do sítio da Internet dos Ministros do Alfa & Omega.
11. Para uma curta crítica da metodologia de Nibley a partir de uma perspectiva SUD veja Kent P. Jackson em Estudos BYU 28 no. 4 (Outono 1988): 114-119.
12. Referências específicas podem ser encontradas em John M. Lundquist e Stephen D. Ricks, eds., Pelo Estudo e Também pela Fé: Ensaios em Honra de Hugh W. Nibley (Cidade do Lago Salgado: Desret Book Co. e FARMS, 1990), lxviii-lxxxvii.
13. Veja as contribuições por esses homens no volume um do clássico de Nibley "Pelo Estudo e Também pela Fé".
14. Veja Philip L. Barlow, Mórmons e a Bíblia (Oxford: Oxford University Press, 1991), 147 n. 105.
15. As dissertações de Robinson foram publicadas como O Testamento de Adão: Um exame das Tradições Gregas e Siríacas (SBL Série de Dissertações; Chico, CA: Scholars Press, 1982). Outras obras incluem: "A História Apócrifa de Melquisedeque," Periódico para o Estudo do Judaísmo no Período Persa, Helenístico e Romano 18 (Junho 1987): 26-39; "O Testamento de Adão e a Liturgia Angélica [4QsirSabb], "Revue de Qumran 12 (1985): 105-110; "O Testamento de Adão: Um atual 'Arbeitbericht'," Periódico paara o Estudo de Pseudoepígrafes 5 (Outubro, 1989): 95-100. Ele tem também contribuído para o Dicionário Bíblico Anchor e para as Pseudoepígrafes do Velho Testamento.
16. Veja C. Wilfred Grigs, Cristandade Egípcia Primitiva: De Suas Origens até 451 D.C., Séries de Estudos Cópticos, ec. Martin Krause, no, 2 (New York: E. J. Brill, 1990). Este livro será discutido abaixo.
17. Kent P. Jackson, A Linguagem Amonita da Idade do Ferro (Monografia Semíticas de Harvard; Chico: Scholars Press, 1983).
18. Para um exemplo de seu trabalho em Isaías veja Avraham Gileadi, A Mensagem Literária de Isaías (New York: Hebraeus Press, 1994). É significante que este livro recebeu endossos de doutores como David Noel Freedman e R. K. Harrison.
19. Para um exemplo do alto conhecimento de Rick com as linguagens Semíticas, veja seu Léxico do Inscricional Oatabaniano (Roma: Editrice Pontifício Instituto Bíblico, 1989).
20. Paul Y. Hoskisson, "Evidências Textuais para o Livro de Mórmon," no Livro de Mórmon: Primeiro Néfi, O Fundamento da Doutrina, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Jr (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1988), 283-95.
21. Ibid., 283.
22. Ibid., 284-85.
23. Ibid.
24. Ibid., 287.
25. Hoskisson nota: "Desde a publicação do Livro de Mórmon, outros nomes Semíticos orientais terminando com Aleph (primeira letra do alfabeto hebreu) apareceram, indicando que o terminal Aleph em Alma não é único de seu nome" (p. 249 n. 29). Em apoio ele cita um estudo pelo companheiro Santo dos Últimos Dias Kent P. Jackson, "Nomes Pessoais Amonitas no Contexto do Onomasticon Semítico Oriental," em "A Palavra do Senhor Seguirá Adiante: Ensaios em honra de David Noel Freedman em Celebração do Seu Sexagésimo Aniversário ed. Carol L. Meyers and M. O'Connor (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1983), 507-21. Também, Hoskisson, "Uma Introdução à Relevância de uma Metodologia para um Estudo dos Nomes Próprios no Livro de Mórmon," em 'Pelo Estudo e Também pela Fé, 2:126-35.
26. C. Wilfred Griggs, "O Livro de Mórmon como um Livro Antigo," em Autoria do Livro de Mórmon: Nova Luz sobre Origens Antigas, ed. Noel B. Reynolds (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1982), 75-101.
27. Ibid., 77.
28. Ibid.
29. Ibid., 78.
30. Ibid., 81.
31. Ibid., 82.
32. Ibid., 91.
34. Donald W. Parry, O Texto do Livro de Mórmon Reformatado de acordo com Padrões Paralelísticos (Provo: FARMS, 1992).
35. Roger R. Keller, Autores do Livro de Mórmon: Suas Palavras e Mensagens (Provo: Centro de Estudos de Religião – BYU, 1996).
36. Veja John Tvedtnes, “O Pano de Fundo Hebraico do Livro de Mórmon,” em Redescobrindo o Livro de Mórmon ed. John L. Sorenson e Melvin J. Thorne (Cidade do Lago Salgado: Deseret Book Co. e FARMS, 1991), 77-91; idem, “Variantes de Isaías no Livro de Mórmon,” em ‘Isaías e os Profetas’ed. Monte S. Nyman (Provo: Centro de Estudos Religiosos da BYU, 1984), 165-77.
37. Stephen D. Ricks, “O Padrão Tratado/Convênio no Discurso do Rei Benjamin (Mosías 1-6)”, Estudos da BYU (Primavera 1984): 151-62.
38. Blake T. Ostler, “A Teofania do Trono e o Comissionamento Profético em I Néfi: Uma Análise Crítica Formal,” Estudos da BYU (Outono 1986): 67-87.
39. Veja por exemplo Joseph Fitzmyer, “Os Pergaminhos de Qumran e o Novo Testamento após Quarenta Anos,” ‘Revue de Qumran Tome 13’ (Outubro 1988): 609-620.
40. Donald W. Parry, Andrew Skinner, Dana M. Pike, Stephen J. Pfann [sic] e David Rolph Seely.
41. Veja Florentino Garcia Martinez e Donald W. Parry [SUD], eds. Uma Biografia dos Achados no Deserto de Judá, 1970-1995 (New York: E. J. Brill, 1996); Emmanuel Toy, Stephen J. Pfann [SUD {sic}], eds. Os Pergaminhos do Mar Morto em Microficha (Autoridade de Antiguidades de Israel, 1993); idem, Volume Acompanhante para os Manuscritos do Mar Morto na Edição de Microficha (Autoridade de Antiguidades de Israel, 1995); Donald W. Parry [SUD], “Recontando Samuel: Ecos dos Livros de Samuel nos Pergaminhos do Mar Morto,” Revue de Qumran Tomo 17 (1996): 293-306; Stephen J. Pfann [SUD {sic}], “4QDaniel” (4Q115): uma Edição Preliminar com Notas Críticas,” Revue de Qumran Tomo 17 (1996): 37-72; David Rolph Seely [SUD], "O 'Coração Circumciso" em r!434 Barki Nafshi," Revue de Qumran Tomo 17 (1996): 527-536; Dana M. Pike [SUD], eds., Descobertas no deserto da Judéia XXXIII (Oxford: Clarendon Press, a ser lançado); Donald W. Parry [SUD] e Stephen D. Ricks [SUD], eds., Pesquisa Atual e Desenvolvimentos Tecnológicos nos Pergaminhos do Mar Morto (New York: E. J. Brill, 1996). Deste volume veja: Donald W. Parry [SUD], "4Qsama e o Tetragramaton" (pp. 106-125); Dana M. Pike [SUD], "O Livro de Números em Qumran: Textos e Contextos" (pp. 166-194); David Rolph Seely [SUD], "Os Textos de Barki Nafshi Texts (4Q434-439)" (pp. 194-214); Scott R. Woodward [SUD], e outros, "Análise de Fragmentos de Papiros do Deserto da Judéia Usando Técnicas de DNA" (pp. 215-238); Donald W. Parry [SUD] e Steven Booras [SUD], "Os Pergaminhos do Mar Morto, Projeto de Database em CD-ROM" (pp. 239-250). Este último ensaio descreve o lançamento do banco de dados para computadores da Biblioteca de Referência Eletrônica dos Pergaminhos do Mar Morto Vol. II produzido pela FARMS e BYU. Colaboradores adicionais ao projeto incluem a Oxford University Press, E.J. Brill, Israel Antiquities Authority e o Ancient Biblical Manuscript Center.
42. Interesse SUD nos pergaminhos pode ser visto em projetos de pesquisa tais como Robert A. Cloward, Os Apócrifos do Velho Testamento, Pseudoepígrafes e os Pergaminhos do Mar Morto: Uma Seleta Bibliografia de Textos Adicionais e Traduções em Inglês (Robert A. Cloward, 1988, disponível pela FARMS); e mais Donald W. Parry e Dana M. Pike, eds., Perspectiva SUD nos Pergaminhos do Mar Morto (Provo: FARMS, a ser lançado). Em conversações pessoais os eruditos Mórmons têm descrito os seguintes como pobres exemplos de uso SUD dos pergaminhos: Vernon W. Mattson, Os Pergaminhos do Mar Morto e Outras Importantes 2a edição (Salt Lake City: Buried Record Productions, 1979); Eugene Seaich, Mormonismo, os Pergaminhos do Mar Morto e os Textos de Nag Hammadi (Midvale, UT: Sounds of Zion, 1980); Keith Terry e Steve Biddulph, Pergaminhos do Mar Morto e a Conexão Mórmon (Maasai: 1996). Nós concordamos que exista uma vasta diferença qualitativa entre estes escritos e aqueles mencionados acima. Entretanto, estes últimos exemplos verdadeiramente ilustram o fato de que o interesse Mórmon nos Pergaminhos está crescendo a um nível popular. Edições dos PMM estão prontamente disponíveis para os leigos comprarem na maioria das livrarias SUD.
43. Hugh W. Nibley, "Mais Vozes do Pó", em Velho Testamento e Estudos Relacionados CWHN vol. 1 (Salt Lake City: Deseret Book Co. e FARMS, 1986), 243.
44. Nibley, "Mais Vozes", 242.
45. Nibley, "Os Pergaminhos do Mar Morto: Algumas Perguntas e Respostas", em Velho Testamento e Estudos Relacionados, 250.
46. William J. Hamblin, "Um Apologista para os Críticos: Premissas e Metodologias de Brent Lee Metcalfe", Revisão de Livros sobre o Livro de Mórmon 6 no. 1 (1994): 484-485. Hamblin está se referindo ao fragmento do Livro dos Gigantes rQ203, rQ530 e 6Q8. Para uma extensa discussão deste e outros paralelos veja Hugh W. Nibley, "Igrejas no Deserto", de Nibley no Timely and the Timeless ed. Truman G. Madsen (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1978): 155-86.
47. Gaye Strathearn, "A Experiência da Esposa/Irmã: Apresentação de Jeová a Faraó," em 'Teu Povo Será meu Povo e Teu Deus Meu Deus ed. Paul Y. Hoskisson (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1994). O artigo contém uma extensa discussão destes e outros textos.
48. Isto é achado ser significante, pois é um exemplo de Judeus batizando por imersão antes do Novo Testamento, mostrando desta forma não ser a prática no Livro de Mórmon um anacronismo.
49. O ponto aqui é ilustrar distintivamente ordenanças Cristãs com raízes no Judaísmo pré-cristão.
50. Stephen E. Robinson, "Cenário de fundo para os Testamentos", The Ensign (Dezembro 1982).
51. James H. Charlesworth, ed., Pseudoepígrafes do Velho Testamento (New York: Doubleday, 1985).
52. Ênfase Acrescentada. Perceba como o Mormonismo e listado aqui com três das grandes religiões mundiais. Veja nota 105 abaixo.
53. Veja OTP, 1:487-495; 1:989-995; 2:413-417.
54. Veja S. Kent Brown e outros, "A Tradução de Joseph Smith da Bíblia: Um Painel", em Escrituras para o Mundo Moderno ed. Paul R. Cheesman e C. Wilfred Griggs (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1984), 81-83.
55. Para um bom exemplo de como eruditos Mórmons se utilizam tais fontes, notem em especial os cautelosos ensaios por Stephen E. Robinson e S. Kent Brown em Escritos Apócrifos e os Santos dos Últimos Dias ed. C. Wilfred Griggs (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1986).
56. Hugh Nibley, O Profeta Enoque CWHN vol. 2 (Cidade do Lago Salgado: Deseret Book Co. e FARMS, 1986).
57. Neste, especialmente veja John W. Welch, "A Narrativa de Zózimo e o Livro de Mórmon" BYU Estudos 22 (Verão, 1982): 311-332
58. Veja Stephen E. Robinson, "Cenário de Fundo para os Testamentos".
59. S. Kent Brown, "Homem e filho do Homem: Questões de Teologia e Cristologia", em A Pérola de Grande Valor: Revelações de Deus ed. H. Donl Peterson e Charles D. Tate (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1989), 57-72.
60. James H. Charlesworth, "Messianismo nas Pseudoepígrafes e o Livro de Mórmon", em Reflexões sobre o Mormonismo: Paralelos Judeu-Cristãos ed. Truman G. Madsen (Provo: BYU Centro de Estudos Religiosos, 1978), 99-137. Os eruditos bíblicos não SUD Jacob Milgrom, David Noel Freedman, W. D. Davies and Krister Stendahl também contribuíram para este volume.
61. W. D. Davies writes: "Como um paralelo no corpus de Enoque, George Nickelsburg chamou minha atenção para 4QEnGiants... 8.3: prsgn lwh'tny [n] (''the copy of the sec[on]d tablet')." W. D. Davies, "Rwflexões sobre o 'Cânon' Mórmon", Harvard Theological Review 79:1-3 (1986): 51 n. 18. O paralelo aqui é com Moisés 6:46: "Pois um livro de memórias temos escrito entre nós, segundo os padrões dados a nós pelo dedo de Deus."
62. Harold Bloom, A Religião Americana (New York: Simon & Schuster, 1992), 101 (ênfase acrescentada).
63Veja Adolph von Harnack, História de Dogmas 7 vols. (New York: Dover, 1961); e Walter Bauer, Ortodoxia e Heresia na Cristandade Primitiva (Philadelphia: Fortress Press, 1971).
64. Stephen E. Robinson, "Cristandade Primitiva e 1 Néfii 13-14", em O Livro de Mórmon: Primeiro Néfi, O fundamento da Doutrina, 188. A Influência da filosofia Grega na Cristandade "ortodoxa" é um tema repetido no recente diálogo de Robinson com o erudito evangélico Craig Blomberg [Craig L. Blomberg e Stephen E. Robinson, How Wide the Divide? Uma conversação Mórmon e Evangélica (downers Grove: InterVarsity Press, 1997)]. Nesta questão Robinson e outros Santos dos Últimos Dias estão inclinados com Edwin Hatch, A Influência das Idéias e Costumes Gregos sobre a Igreja Cristã (London: Williams and Norgate, 1895; reimpresso, Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 1995).
65. Nós não estamos nos referindo aqui ao nível popular do uso dos Patriarcas patrícios exemplificado nos debates de Van Hale, nem ao extremamente pobre manuseio de fontes em Michael T. Griffith, Um Senhor, Uma Fé: Escritos dos Primitivos Patriarcas Cristãos como Evidências da Restauração (Bountiful, UT: Horizon Publishers, 1996). Estes exemplos não representam a força da apologética SUD a partir da História da Igreja.
66. O trabalho mais importante de Nibley nesta área: The World and the Prophets CWHN vol. 3 (Salt Lake City: Deseret Book Co. and FARMS, 1987) e Mormonism and Early Christianity CWHN vol. 4 (Salt Lake City: Deseret Book Co. and FARMS, 1987).
67. Estas palestras foram gravadas e estão disponíveis sob o título original na maioria das livrarias SUD e da FARMS [P.O. Box 7113, University Station, Provo, UT 84602]. Nós recomendamos a compra destas séries como uma excelente introdução a Nibley. Seu domínio das fontes Patrícias é o mais impressionante. O Livro contém uns poucos ensaios adicionais e citações para todas as referências, mas falha em transmitir o completo vigor das palestras originais.
68. Phillips, "Prefácio," The World and the Prophets, x, xi.
69. C. Wilfred Griggs, Early Egyptian Christianity: From Its Origins to 451 C.E., Coptic Studies Series, ed. Martin Krause, no. 2 (New York: E.J. Brill, 1990).
70. Por exemplo, O livro de Griggs é listado em várias bibliografias na Enciclopédia da Igreja ed. Angeli Di Bernardino, traduzido por Adrian Walford (New York: Oxford University Press, 1992).
71. Griggs, Early Egyptian Christianity, 45.
72. Deve ser mencionado que Griggs tem escavado alguns dos mais importantes sítios para o estudo da antiga Cristandade no Egito, especialmente no Fayum, e ele mesmo descobriu alguns dos papiros.
73. Ibid., citando Walter Bauer, Orthodoxy and Heresy, xxii.
74. Ibid., 32-33.
75. Ibid., 80, 82.
76. Ibid., 33.
77. Ibid, 83.
78. Ibid, 45-116 passim.
79. Griggs nada mais nada menos declara a visão SUD quando escreve, "Assim como era situação em qualquer lugar da antiga Cristandade, a real ameaça aos crentes era considerada vir de dentro da organização. Membros da Igreja que haviam se voltado contra a verdadeira fé e estavam em rebelião (o significado da palavra grega Apostasia) eram uma ameaça muito maior do que as forças externas." Ele segue esta declaração com uma citação antiga que "identifica os reais apóstatas com aqueles que detinham autoridade eclesiástica." Ibid., 85.
80. Por causa do constante apelo da Igreja Primitiva à doutrina da teosis (deificação) ser bem conhecido, nós escolhemos não a incluir neste estudo. Ao invés, escolhemos descrever dois conhecidos exemplos menores. Deve ser notado, todavia, que a pesquisa SUD neste tópico é mais extensiva do que mera leitura através dos Patriarcas Patrícios. O mais profundo estudo da teosis a partir de uma perspectiva Santos dos Últimos Dias é Keith Norman, "Deification: The Content of Athanasian Soteriology" (Ph.D. dissertation, Duke University, 1980).
81. William J. Hamblin, "Aspects of an Early Christian Initiation Ritual," em By Study And Also By Faith 1:211.
82. Da significância do Evangelho Secreto de Marcos para os Santos dos Últimos cf. Stephen E. Robinson , "Are Mormons Christians?" (Salt Lake City: Bookcraft, 1991), 99-101.
83. Veja David L. Paulsen, "Early Christian Belief in a Corporeal Deity: Origen and Augustine as Reluctant Witnesses," Harvard Theological Review 83 no. 2 (1990): 106. Também veja a réplica de Kim Paffenroth's ("Paulsen on Augustine: An Incorporeal or Nonanthropomorphic God?") e a contra-réplica de Paulsen ("Reply to Kim Paffenroth's Comment") in Harvard Theolgoical Review 86 no. 2 (1993): 233-239. Também veja David Paulsen, "Must God Be Incorporeal?" Faith and Philosophy 6 no. 1 (Jan. 1989): 76-87.
84. Recently Stephen E. Robinson escrevera, "Freqüentemente Evangélicos assumem que nós SUD aceitamos o Livro de Mórmon em lugar da Bíblia, isto é incorreto. Não há um único versículo na Bíblia que eu não aceite ou creia, embora eu verdadeiramente a forçada interpretação imposta na Bíblia pela igreja Helenizada após os apóstolos saírem de cena". Blomberg and Robinson, How Wide the Divide? 59.
85. Ibid., 55.
86. Conselho Internacional de Inerrância Bíblica, The Chicago Statement on Biblical Hermeneutics (1982): Esp. articles VIII, XIII, XIV, XV.
87. Avraham Gileadi, ed., Israel's Apostasy and Restoration: Ensaios em Honra de Roland K. Harrison (Grand Rapids: Baker Book House, 1988).
88. Os ensaios SUD são Avraham Gileadi, "The Davidic Covenant: A Theological Basis for Corporate Protection;" Stephen D. Ricks, "The Prophetic Literality of Tribal Reconstruction," and John M. Lundquist, "Temple, Covenant, and Law in the Ancient Near East and in the Hebrew Bible."
89. A citação do ensaio de Stephen D. Ricks "The Prophetic Literality of Tribal Reconstruction" aparece em Robert L. Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1993), 226 n. 11.
90. O artigo de Ricks é significativo porque uma coligação literal de Israel para a Terra prometida foi profetizada por Joseph Smith. [Veja os Ensinamentos do Profeta Joseph Smith ed. Larry E. Dahl and Donald Q. Cannon (Salt Lake City: Bookcraft, 1997), 329.] À luz da importância que tomam templos, convênios e leis do evangelho na vida religiosa Mórmon deveria ser aparente porque Lundquist focalizaria seu estudo neste tópico. O ensaio de Gileadi também se conecta com a teologia SUD no que diz respeito à salvação vicária.
91. Três recentes exemplos de citações involuntárias podem ser visto em Mark F. Rooker, "Datando Isaías 40-66: O que Diz a Evidência Lingüística?" Westminster Theological Journal 58 no. 2 (Fall 1996): 307 n. 15 (referenciando um estudo em mudanças de linguagem em Hebreu bíblico por William J. Adams and L. LaMar Adams); A. Boyd Luter and Michelle V. Lee, "Philippians as Chiasmus: Key to the Structure, Unity and Theme Questions," New Testament Studies 41 no. 1 (Jan. 1995): 99 n. 34 (referencia o livro de John W. Welch's em quiasmos, o qual, incidentalmente, tem um capítulo inteiro sobre quiasmos no Livro de Mórmon); e, Randall Price, Secrets of the Dead Sea Scrolls (Eugene, OR: Harvest House, 1996), 115 (citando o trabalho de Avraham Gileadi em Isaías).
92. Como autor de muitos estudos nesta área, seu domínio da literatura é demonstrado em John W. Welch, ed., A Biblical Law Bibliography, Toronto Studies in Theology, no. 51 (Lewiston, NY: Edwin Mellen Press, 1990).
93. Veja especialmente John W. Welch, "Chiasmus in the New Testament," in Chiasmus in Antiquity, 211-249.
94. Stephen D. Ricks, "The Magician as Outsider: The Evidence of the Hebrew Bible," em New Perspectives on Ancient Judaism ed. Paul V. M. Flesher (Lanham, MD: University Press of America, 1990), 125-134. Este estudo é significante por causa de que as conclusãoes de Rick poderiam ser usadas em um argumento acumulativo a fim de justificar o uso de mágica por Joseph Smith.
95. Veja nota 18.
96. Para um exemplo, veja Richard Lloyd Anderson, Understanding Paul (Salt Lake City: Deseret Book, 1983).
97. Veja os seguintes inserto de autoria SUD noAnchor Bible Dictionary: Egypt, History of (Graeco-Roman); Egyptian, the (person); Sayings of Jesus, Oxyrhynchus; Souls, Preexistence of; Truth, Gospel of [S.K. Brown]; Khirbet Kerak Ware [S.J. Pfann {sic}]; Jaakobah; Jaareshia; Jaasu; Jaaziah; Jaaziel; Names, Hypocoristic; Names, Theophoric [D.M. Pike]; Abortion in Antiquity; Sheba (Person); Sheba (Queen of) [S. D. Ricks]; Adam, The Testament of; Baruch, Book of 4; Joseph, Prayer of [S.E. Robinson]; Arabah; Shur, Wilderness of; Sin, Wilderness of; Zin, Wilderness of [D.R. Seely]; Rephidim; Succoth [J.H. Seely].
98. Usamos o termo "pessoa leiga" livremente quando se referindo aos Mórmons que não são eruditos. Tecnicamente todos Mórmons são leigos, pois não possuem um clero profissional.
99. James White, "Of Cities and Swords: The Impossible Task of Mormon Apologetics," Christian Research Journal (Summer, 1996): 28-35.
100. John Ankerberg and John Weldon, Behind the Mask of Mormonism: From Its Early Schemes to Its Modern Deceptions (Eugene, OR: Harvest House, 1992).
101. Ibid., 452.
102. Não apenas não há nenhuma interação séria com os trabalhos Mórmons neste livro, o pouco que há é quando citando em segunda mão de Jerald e Sandra Tanner. Uma leitura pela notas de rodapé torna isso abundatemente claro. Parece que Ankerberg e Weldon, longe de dispensar milhares de homens-hora e milhares de dólares nesta questão, foram também eles mesmos bastante indesejosos de gastar alguns dólares e algumas horas lendo um pouco de livros pertinentes.
103. Ibid., 453.
104. Ibid. See Brent Lee Metcalfe, ed., New Approaches to the Book of Mormon (Salt Lake City: Signature Books, 1993). Tem-se tornado comum para evangélicos referirem-se a este livro. Isto é bem preocupante. Os autores deste volume são, em sua maior parte, naturalistas ferrenhos. A metodologia que empregam para desmantelar tradicionais perspectivas do Livro de Mórmon pode ser igualmente utilizada para atacar a Bíblia. David P. Wright, um dos colaboradores da obra, escreve, "Isto, por acaso, mostra que as conclusões aqui sobre o livro de Mórmon não podem ser utilizadas para trazer Mórmons à Cristandade fundamentalista. É o máximo da inconsistência metodológica achar que o método crítico de estudo pode ser aplicado ao Livro de Mórmon e que seus resultados possam ser aceitos enquanto deixa-se a Bíblia isenta de um estudo (p. 212 n. 105, ênfase acrescentada). Nós somos deixados a nos perguntar quão bem Ankerberg e Weldon (entre outros) leram este livro que eles tão entusiasticamente endossam.
105. Veja Rodney
Stark, "The Rise of a New World Faith," Review of Religious Research
26 no. 1 (September, 1984): 18-27. Stark originalmente
estimou 265 milhões de Mórmons pelo ano 2080.