Perguntas respondidas nesta seção:
1) Por que Joseph praticou poligamia? É poligamia uma prática errônea?
3) Joseph cometeu assassinato?
4) E quanto às profecias de Joseph?
5) Joseph "profetizou" sobre habitantes da Lua?
6) Joseph foi engando pelas placas de Kinderhook?
7) Pode Joseph ser chamado de mártir?
1)
Não
enviou Joseph vários homens ao estrangeiro para que pudesse roubar suas esposas?
Não é a poligamia uma prática errônea, como a Igreja
pode viver esta lei?
Resposta:
Apesar de toda sorte de acusações quanto ao seu caráter feita
pelos seus inimigos, principalmente baseadas na lei de poligamia, os homens que
foram enviados ao estrangeiro para cumprir missões foram os seus mais leais e
fiéis seguidores (Brigham Young, Wilford Woodroof, Heber C. Kimbal, etc.). A
tentativa de restaurar os "elos quebrados" de selamento, fizeram com
que os primeiros líderes geralmente "selassem para eternidade" parte
de uma família membro (filhos, esposas, mães, etc.) a outros membros que
possuíam recomendação templária, daí a confusão dos primeiros registros de
selamento e do número exagerado de esposas de Joseph. A grande maioria dos
casamentos plurais no período de Nauvoo não envolvia um relacionamento
conubial, mas teriam validade apenas como selamento após esta vida terrena.
A revelação sobre poligamia fora
dada antes, desde 1831, mas Joseph temendo a perseguição que viria devido à
ignorância do povo quanto a esta Lei, manteve-a afastada do público e
explicou-a somente aos líderes da Igreja, mesmo sabendo que muito deles se
apostatariam e se aproveitariam disso para difamá-lo e procurar destruir sua
obra.
Apenas 3% dos membros masculinos da
Igreja puderam ter condições de praticar esta Lei, uma vez que tinham que
prover o sustento para mais de uma "família" (e não simplesmente
"mulher"), isto até 1890 quando ela se extinguiu. Não obstante, isso
foi o suficiente para que até então o Congresso dos U.S.A. aprovasse a lei
Edmund-Tucker, visando destruir a Igreja (as propriedades e terrenos da Igreja
foram confiscados pelo Governo Federal. Vários membros da Igreja foram levados
para a prisão de Utah e também qualquer das esposas destes que ousassem
testemunhar a favor da lealdade e integridade do seu marido polígamo). Está
claro que tais leis tinham apenas o intento de destruir a Igreja, pois até hoje
nos U.S.A. existem grupos polígamos e na época de Brigham Young a poligamia era
uma prática comum entre as tribos indígenas americanas e estas leis não tiveram
eficácia contra eles, uma vez que ferem o princípio constitucional de liberdade
de crença e de pensamento nos U.S.A.
Para se ter uma idéia desta perseguição, quando a polícia de Utah prendeu vários líderes federais antimórmons em Salt Lake City numa casa de prostituição, esses homens foram levados diante do mesmo juiz que estava enviando mórmons polígamos para a cadeia para que também tivessem o mesmo destino, mas o juiz federal, um não-mórmon, absolveu-os sob a alegação de não poder interferir em suas vidas íntimas. Até aí tudo bem, mas e quanto aos chefes de famílias polígamos? Quer dizer então que Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Gideão, Elkana, David mereceriam todos ir para a prisão, mas Herodes que mandou prender João Batista por denunciar o seu adultério, era mais justo do que todos aqueles outros profetas e merecia claramente sua liberdade!
Cerca de 1300 membros da Igreja foram levados à prisão estadual de Utah em virtude da lei Edmund-Tucker! Da esquerda para a direita: Francis A. Brown, Freddy Self, Moroni Brown, Amos Milton Musser, George H. Kellog, Parley P. Pratt Jr., Rudger Clawson e Job Pingree. A direita, o Governo Federal oferecia prêmios em dinheiro pela captura de líderes SUD polígamos, como se fossem foras-da-lei comuns.
A Lei da Poligamia não é um erro,
como já foi citado acima, vários profetas de Deus a praticaram. Se eles estivessem
errados Deus não os escolheriam para serem profetas e guiar o seu povo aqui na
Terra.
Em II Samuel 5 vemos o relato de
como a poligamia não era vista como uma iniqüidade pelo Senhor, no versículo 13
nos fala:
“Tomou Davi mais concubinas e mulheres de
Jerusalém, depois que viera de Hebrom, e nasceram-lhe filhos e filhas”.
Um pouco mais adiante os filisteus fazem guerra contra Israel, Davi
consulta ao Senhor e recebe revelação e instrução de como deve agir pelo próprio
Jeová, se Davi estivesse em pecado o Senhor não estaria ao seu lado. Versículos
19 e 23:
“Davi
consultou ao Senhor, dizendo: Subirei contra os Filisteus? Entregar-nos-ás nas
mãos? Respondeu-lhe o Senhor: sobe, porque certamente entregarei os Filisteus
nas tuas mãos...”
“Davi
consultou o Senhor, e este lhe respondeu: Não subirás; rodeia por detrás deles,
e ataca-os por defronte das amoreiras.”
Mas tarde, o profeta Natã lembra Davi que as muitas esposas foram dadas pelo próprio Deus (II Samuel 12:7-8) e que fora altamente favorecido pelo Senhor, sendo somente por este advertido e condenado quando cometeu adultério com Batsheba e manipulou a morte de Urias (II Samuel 12:9). Inclusive nos capítulos 11 e 12 de II Samuel, na alegoria utilizada pelo profeta Natã, o homem rico não é condenado por ter várias "ovelhas", mas sim por ter tomado a "única ovelhinha" do seu vizinho!
O profeta que escreveu o livro de Reis (provavelmente Jeremias), ao descrever os atos de Davi, não viu nenhum pecado nas concubinas e mulheres que tomou de Jerusalém, depois que veio de Hebron, conforme citado acima (II Samuel 5:13), atribuindo o caso de Urias como o único grande pecado de Davi:
"Porquanto
Davi fez o que era reto perante o SENHOR, e não se desviou de tudo quanto
lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o
heteu." (I Reis 15:5)
Pela passagem de Marcos 12: 18-22, vemos que a Lei do Levirato estava em
vigor no tempo de Cristo entre os Judeus, a qual implicava em poligamia, pois o
cunhado, casado ou não, tinha de tomar a esposa de seu irmão falecido a fim de
lhe levantar posteridade. Alguns dos primeiros Cristãos devem ter sido
igualmente polígamos. Mesmo depois da lei judaica ter sido completamente
abandonada entre os Cristãos, a poligamia ainda existia na Igreja Primitiva,
sendo necessário que um dos Cânones do Concílio de Laodicéia na Frígia sobre
esse assunto discorresse:
Cânon
1: “Está certo, de acordo com o Cânon eclesiástico, que
a Comunhão deva ser dada por indulgência àqueles que espontânea e legalmente
uniram-se em segundos casamentos, não tendo antes entrado em casamento secreto;
(ou seja, que não adulteraram antes do segundo casamento ser legalizado) após
um breve espaço de tempo o qual deve ser por estes devotados ao jejum e à oração.”
Vemos então por este Cânon que membros bígamos gozavam de perfeita comunhão com os outros membros, aliás, a Igreja Cristã Primitiva, nunca condenou a prática da bigamia, ou poligamia (esta prática somente seria condenada muito mais tarde, no Concílio de Trento realizado entre 1545-1563). Assim tivemos os reis Árabes Cristãos do sexto século de Lakhm e Ghassam polígamos, assim como seus contemporâneos da Etiópia (Margoliouth – 1905: 38,160). O Papa Clemente VII, temendo um divórcio que poderia dividir um continente, propôs a bigamia a Henrique VIII como solução para que este pudesse se casar com Ana Bolena (Holst –1967: 212, n.2). Martinho Lutero, em Setembro de 1531, deu o mesmo conselho ao embaixador do rei Henrique, Robert Barnes (Enders – 1903, 9:80-99). Uma década mais tarde, Lutero aconselharia o príncipe eleitor da Saxônia, Felipe de Hess a tomar Margaret von Sale como segunda esposa. O casamento foi realizado publicamente em Março de 1540 pelo capelão luterano do príncipe Felipe e na presença de dos tenentes-generais de Lutero, Felipe Melanchton e Martin Bucer. Lutero teria escrito em sua carta a Felipe: “um Cristão não é livre para se casar com várias esposas a menos que Deus o ordene a ir além da liberdade que é condicionada pelo amor” (Tappert – 1955: 276. O paralelo aqui com Jacó 2:27-30 é bem óbvio). Mais tarde, no século XVIII, Friedrich Wilhelm II da Prússia tomou esposas plurais em pelo menos duas ocasiões, citando o conselho de Lutero a Felipe de Hesse como precedente e com a aprovação de seu próprio capelão Luterano (Heinrich –1981: 257).
Nota: Para uma análise de como o ocidente ver hipocritamente esta questão, favor ler o artigo da Sociedade Islâmica do Rio de Janeiro: Poligamia, uma visão segundo o Islã.
Como diria Frei Leonardo Boff: "Ponto de vista é apenas a vista a partir de um ponto!"
2) Como um profeta de Deus
mandaria imprimir dinheiro? E, segundo seus opositores
"algumas destas cédulas existem ainda, e os mórmons não se envergonham
dessa deliberada perfídia".
Resposta:
Infelizmente o autor desta acusação
cometeu um grande equívoco em não saber a diferença entre uma nota promissória
(um título privado) e uma cédula de papel-moeda. Estas notas promissórias foram
emitidas pela Sociedade Bancária de Kirtland, da qual Joseph Smith era
conselheiro presidente (daí sua assinatura nas notas). Esta Sociedade tinha
direitos de emissão de bônus assim como qualquer Banco de Investimento hoje
pode emitir CDBs, Debêntures, e outros títulos privados a fim de capitalizar
recursos no Mercado.
Depois que o Estado de Ohio desaprovou a continuidade desta sociedade
bancária, estes títulos viraram pó e a sociedade faliu.
3) Não é verdade que Harold Schindler, sumo-sacerdote de Melquisedeque, revela como Joseph e
Porter Rockwell afogaram uma senhora de mais de 70 anos de idade no Rio
Mississipi, porque falara muito nas aventuras de casamentos
"celestiais" de Smith no templo de Nauvoo?
Resposta:
Em
primeiro lugar o templo de Nauvoo só ficou pronto depois da morte de Joseph. Em
segundo lugar, Schindler não acusa Joseph em seu livro, pelo contrário, através
de uma pesquisa séria, defende-o da acusação acima.
Quando estive em Nauvoo, comprei o livro de Schindler sobre a biografia
de “Orrin Porter Rockwell – Man of God/ Son of the Thunder. Como um
historiador, Schindler revela de uma forma bem imparcial os rumores que os
inimigos de Joseph espalhavam na época. Na página 105 da 2a. Edição, Schindler
cita o caso acima, conforme foi escrito no livro de Wilhelm W. Wymetal, Mormon
Portraits, pp. 47-49. Segundo este Wymetal, o velho Richard Rushton, empregado
fiel da "Nauvoo Mansion" (última residência de Joseph Smith) lhe
contara a suposta conversa que ouvira entre Smith e Rockwell logo após o
igualmente suposto assassinato:
"… Eu sinto muito, disse o
profeta, se eu tivesse pensado nisso uns poucos minutos mais cedo, você (Porter
Rockwell) não teria afogado a Irmã _ _ _ _ _ _ _".
Diante de uma acusação tão séria,
Schindler acrescenta: “Wymetal não dá nenhuma razão por ter suprimido a
identidade da vítima”, nem consegue explicar por que seus familiares ou amigos
não sentiram sua falta.
Um pouco mais adiante Schindler
relata: “Wymetal fez um último esforço para obter evidências sobre o suposto
assassinato em uma entrevista com Willian Law (antigo conselhereiro de Joseph
que houvera se apostatado e se juntado aos Higbees e Fosters, arquitetos do
futuro martírio de Joseph e Hyrum), publicada no Salt Lake Tribune, 31 de Julho de 1887. Ele perguntou: “Você ouviu
falar de uma velha senhora que foi afogada em interesse da Igreja?” Law
replicou: “Eu ouvi falar de uma mulher que foi posta de lado. Diziam que ela
havia sido trazida à tona do rio Mississipi e enterrada em uma ilha perto da
margem ou na outra margem do rio perto da água. Mas naquela época eu não
acreditava uma palavra em rumores desse tipo e não os investiguei”.
Ao que Harold Schindler, como um bom
historiador, conclui: “Deve-se notar aqui que as óbvias tentativas de Wymetal
em desacreditar os Mórmons colocam o seu trabalho sob suspeita”.
Ou seja, eu também posso acusar
deliberadamente Wymetal de ter violentado uma criança, que provas teria eu para
consubstanciar o fato? Quando aconteceu e principalmente quem foi a
vítima? Se não consigo nem identificar
o nome da vítima, é mais fácil eu ser preso por perjúrio e difamação do que o
meu suposto acusado!
4) As predições de Smith falharam? Salém não foi entregue para a Igreja como previsto em
D&C 111:4 e a seção 130:15 diz que a 2a. Vinda se daria em 1890.
Resposta:
Muitas das predições do profeta
Joseph Smith já se cumpriram (ver Profecias Cumpridas
de Joseph Smith) e algumas restantes ainda se esperam por cumprir.
Na profecia da Seção 111 diz
"no devido tempo" a cidade seria entregue e que o Senhor reservava
"diversos tesouros" para a Igreja. É claro que esses tesouros foram
conversos para a Igreja Restaurada e não ouro e prata como alguns insinuam.
Na seção 130 Joseph inquire ao
Senhor sobre o tempo da 2a. Vinda (provavelmente devido ao movimento de Glen
Miller afirmando que de acordo com a profecia das 70 semanas em Daniel, Cristo
retornaria em 1843 ou 1844!) e recebe a resposta que se (ênfase no
condicional) vivesse até 1890 veria a face do Senhor, contudo o mesmo Smith
afirma na seção que não sabia se aquele seria o tempo da 2a. Vinda ou apenas mais
uma revelação do Senhor, concluindo apenas na mesma seção que o Milênio nem a
2a. Vinda se dariam antes desta data, no que ele estava completamente certo!
5) Não
“profetizou Joseph” a Oliver B. Huntington sobre habitantes da Lua?
Na bênção Patriarcal de Oliver B. Huntigton,
dada pelo pai de Joseph, não havia a promessa de que essa “profecia” seria
cumprida?
Resposta:
A declaração de Oliver Huntigton
apareceu pela primeira vez em 1892, refere-se a uma possível conversação com Joseph
em 1837, quase 55 anos depois do episódio acontecido.
Oliver Huntigton deveria ter apenas
11 anos na época em que conheceu o Profeta, se esta conversa realmente existiu
ou se Joseph falou de habitantes da Lua para o garoto apenas para brincar com sua
imaginação ou para com a de ambos, não o sabemos.
Sabemos apenas que a crença em habitantes da Lua era comum no início do
século XIX. As revelações de D&C 76 e Moisés 1 declaravam a possibilidade
de muitos mundos habitados criados por Deus, se alguns membros da época
(incluindo Brigham ou Hyrum) especulavam sobre a possibilidade de selenitas,
seriam apenas idéias refletindo o contexto social de seu tempo. Assim ao lermos
diversas vezes os profetas na Bíblia falar em: "pensamentos do
coração", refere-se à crença antiga do coração como o centro dos
pensamentos, não o cérebro (Gênesis 6:5; Juízes 5:15; I Crônicas 29:18; Jó
17:11; Salmos 33:11; Jeremias 23:20; Daniel 2:30; Mateus 15:19; Lucas 2:35;
Hebreus 4:12). Moisés ao classificar o morcego como uma ave, ao invés de
mamífero (Levíticos 11:13-19 e Deuteronômio. 14:11-18), reflete apenas o
contexto de sua época, muito tempo antes das primeiras classificações
taxonômicas de Aristóteles.
Sabemos, contudo, que Joseph não recebeu nenhuma revelação quanto ao assunto
e jamais ensinou isto em público ou em particular para algum líder da Igreja,
pois nenhum líder posterior ensinou alguma doutrina sobre homens na Lua.
Quanto à interpretação dada por
Huntigton de sua bênção patriarcal, vejamos as palavras de sua bênção conforme
registrado no Livro de Bênçãos Patriarcais (na verdade está registrada como
sendo dada por seu próprio Pai, e não pelo pai de Joseph, contudo sabemos que
ambos estavam dando bênçãos patriarcais no mesmo dia e lugar (1836, Kirtland),
o que pode ter originado a confusão entre o que está registrado e a memória de
Oliver Huntigton -10 anos na época):
"Eu
ponho minhas mãos sobre ti e te abençôo com uma bênção patriarcal... tu serás
chamado a pregar o evangelho a esta geração... antes de completares 21 anos tu
serás chamado para pregar a plenitude do evangelho, terás poder com Deus mesmo
para transladar a ti mesmo aos céus, e pregar aos habitantes da lua ou dos
planetas, se isto te for requerido..." (Patriarchal Blessing Books, 9: 294, 295)
Apesar das bênçãos patriarcais referirem-se a bênçãos reservadas ao
indivíduo se permanecer fiel e diligente em adquiri-las, elas não são
necessariamente profecias. A linguagem empregada na bênção de Oliver Huntigton
sobre habitantes da Lua e planetas me parece mais como uma forma de retórica
para enfatizar a extensão do poder de Deus se aquilo fosse de fato
requerido. Provavelmente, Oliver Huntigton não interpretou bem aquelas
palavras.
Resumindo, fico com duas possibilidades:
a) Joseph nunca falou com Huntigton sobre
habitantes da lua, mas uma interpretação errônea de sua bênção patriarcal e a
crença de habitantes em outros mundos segundo Moisés 1 e D&C 76 levou a
supor depois de 55 anos que Joseph lhe ensinara isso.
b) Mesmo que Joseph tivesse tido essa conversa com
o garoto de 11 anos, jamais ensinou isso como doutrina ou revelação, pois
nenhum líder subseqüente a repetiria, refletindo apenas idéias ou imaginações
correntes próprias de seu tempo.
6) Não foi Joseph Smith enganado pelas fraudulentas Placas de Kinderhook? Isto não prova que ele não traduziu pelo poder de Deus?
Resposta por Jeff Lindsay
Estou surpreso que este antigo argumento continua a ser usado. Se você
tem acesso aos periódicos SUD, um excelente e extensivo artigo sobre as placas
de Kinderhook foi escrito pelo
Dr. Stanley B. Kimbal na Ensign de Agosto, 1981, pp. 66-74.
A conclusão é que não há nenhuma prova de que Joseph Smith caiu no esquema da
aparente fraude das placas de Kinderhook. Ele aparentemente não mostrou nenhum
interesse nelas após sua exposição inicial – se ele realmente as viu!
Críticos apontam para uma anotação supostamente feita por Joseph Smith na oficial História da Igreja datada de Maio de 1843, que estabelece que Joseph traduziu parte das placas de Kinderhook e descobriu ser elas escritas por um descendente de Ham e do Faraó do Egito. No entanto, esta declaração é na realidade do diário de William Clayton. A citação do diário de William Clayton foi adicionada à edição em série da “História de Joseph Smith” impressa no Deseret News em Utah em 1856, muito tempo após a morte de Joseph, embora fosse alterada para ficar na primeira pessoa segundo a perspectiva de Joseph Smith: “Eu traduzi…” ao invés de “Presidente J. traduziu…” É bem conhecido, de acordo com Kimball, “que a edição em série da ‘História de Joseph Smith’ consiste largamente de itens tirados de fontes de diários de outras pessoas ou de outras fontes, coletadas durante o período de vida de Joseph Smith e continuou após os Santos terem se mudado para Utah, depois editada e ajuntada para formar a história da vida do profeta ‘em suas próprias palavras.’” Kimball nota que esta estranha prática era comum naquele século para biógrafos.
A
fonte das idéias expressas por Clayton é desconhecida, mas parece consistente
com o alto nível de especulação entre muitos membros da Igreja sobre a
significância do achado de Kinderhook. Alguns diziam que aquelas placas
tratavam sobre povos do Livro de Mórmon, outros falavam Egípcios. Muitos
falavam de uma tradução que eles esperavam iria acontecer. O ponto significante
é que não há nenhuma evidência de que Joseph mostrou algum interesse nelas.
Nenhuma tentativa de tradução foi tomada, nenhuma tentativa foi feita para
comprar as placas (como ocorreu com os autênticos pergaminhos Egípcios e múmias
que foram trazidas a Joseph, parte da história do Livro de Abrão). Elas
deixaram Nauvoo sem fanfarra e aparentemente sem nenhuma objeção – uma reação
estranha caso Joseph tivesse achado que elas fossem alguma espécie de tesouro
sagrado. Talvez Joseph ou outros possam ter percebido algumas similaridades
superficiais entre os caracteres das fraudulentas placas de Kinderhook e
aqueles que eles haviam visto nas placas de ouro ou no pergaminho egípcio. Nenhuma
apologia é necessária da parte de Joseph Smith.
Os detalhes da História das placas de Kinderhook são interessantes e
intrigantes. Elas parecem ter sido fabricadas por vários conspiradores em uma
possível tentativa de ganhar dinheiro através da venda delas como artefatos
antigos. É comumente assumido que elas foram feitas a fim de expor Joseph Smith
e que Joseph caiu na deles. Por exemplo, um livro antimórmon bem popular mas
extremamente enganoso, The God Makers (Os fabricantes de Deus) não providencia
nenhuma documentação para estas infundadas declarações. Na verdade, a mais
antiga referência conhecida (corrija-me se existe alguma anterior) às placas de
Kinderhook como uma fraude é uma carta
particular de W.P. Harris datada de 25 de Abril de 1855, uma carta que não foi
descoberta e tornada pública até 1912.
Nessa carta, Harris declarava ser um dos nove homens que orquestraram a
fraude a fim de expor Joseph Smith. Um outro homem que alegava estar por dentro
da fraude, W. Fugate, escreveu seu testemunho em 1879 alegando que havia sido
uma fraude. Ambas as fontes são intrigantes. Se Joseph caiu na armadilha de
Fugate em 1843, por que ele esperou 36 anos para declarar isso? Por que ele
esperou até depois da morte dos outros oito homens que ele alegava terem
participado com ele da fraude de Kinderhook? Da mesma forma, se a carta de 1855
de Harris é autêntica, por que esperou ele doze anos para registrar que ele
havia exposto Joseph Smith? Se nove homens haviam realizado seu objetivo e
provado com sucesso em 1843 que Joseph Smith poderia ser apanhado numa fraude
grotesca, você pode apostar que provavelmente todos eles teriam feito isto
larga e rapidamente conhecido – não anos após a morte de Joseph. Estariam em
publicações, cartas, jornais e em todos os lugares. Mas nada está registrado
senão após muitos anos mais tarde. Isto realmente não faz o menor sentido.
Gilbert Scharffs em “The Truth About ‘The God Makers’” (A verdade sobre ‘Os fabricantes de Deus’ - Publishers Press, Salt Lake City, Utah, 1986, pp. 146-148) oferece como uma possibilidade o que Joseph disse e quis dizer conforme se encontra na História da Igreja (embora ele pareça desconhecer que a passagem do diário de Willian Clayton foi a fonte aparente para o texto atribuído a Joseph). As placas “desapareceram” após a descoberta e tentativa de venda (um dos descobridores, R.S. Wiley, tentou vendê-las ao Instituto Nacional em 1843 – talvez um intuito de lucro ao invés de uma intencional exposição de Joseh Smith precisa ser considerado). Mais tarde, 1920, uma única placa suposta de ser uma das placas de Kinderhook foi obtida pela Sociedade Histórica de Chicago. Esta placa de latão realmente parece ser uma fraude – mas Scharffs questiona se ela é realmente uma das placas de Kinderhook. Fugate dizia ser elas de cobre, não de latão. É também diferente em tamanho da descrição dos originais. Para Scharffs, permanece incerto o que eram realmente as placas de Kinderhook e se eram uma fraude. Pessoalmente, todavia, eu acho que seja razoável concluir que elas eram fraudulentas.
Certamente não há nenhum documento original de Joseph Smith conhecido mencionando as placas de Kinderhook, as quais deveriam ser de grande importância se ele realmente pensasse que novos registros antigos tivessem sido descobertos.
As placas de Kinderhook não são realmente a questão. Se Joseph Smith foi uma fraude, ele nos deu mais de 500 páginas de detalhada informação no Livro de Mórmon as quais facilmente o exporiam. Não há nenhuma necessidade de confiar em fontes espúrias, inverificáveis e apresentando pobre material como as placas de Kinderhook. Nem você e nem eu consegue escrever 10 páginas de “escritura” baseados num ambiente totalmente estranho, sobre o qual nós nada conhecemos e realizar qualquer coisa diferente do que oferecer prova a todo mundo que seríamos fraudes cômicas. O poder e magnificência da palavra de Deus no Livro de Mórmon é uma prova ampla de que alguma coisa mais profunda está acontecendo aqui, muito mais do que simplesmente um jovem fazendeiro tentando fabricar uma desesperançosa fraude. Minha opinião, é claro – mas ponha a prova vocês mesmos e vejam como isto se encaixa - é de que é um livro assombroso e maravilhoso.
11 – Mórmons freqüentemente
falam de Joseph Smith como um “mártir” que morreu por suas crenças religiosas. Mas
Smith lutou contra a multidão em Carthage com uma pistola, matando dois deles
no processo, o que o desqualifica como mártir. Um verdadeiro mártir espontaneamente dá sua
vida por Cristo.
O termo mártir é uma
palavra Grega significando “testemunha.” Muitas testemunhas antigas de Cristo
morreram por causa de suas crenças, levando a uma posterior identificação da
palavra com alguém que morre por uma causa. Mas, uma pessoa não precisa morrer
para ser um mártir, assim como uma pessoa pode morrer sem ser um mártir.
Bibliografia Utilizada nesta janela
The truth about the God-Makers
“Orrin Porter Rockwell – Man of God/ Son of the Thunder. Harold Schindler
Regras de Fé
Obras-
padrão
History of the Church
A Igreja Restaurada
Encyclopedia of the Mormonism
Offenders for a Word (Daniel C. Peterson & Stephen D. Ricks, pp.
153-155)
por
Élder Moreira: Missão Porto Alegre Sul (1990-1992)