Perguntas sobre Bíblia e doutrinas SUD:
1) Pode existir mais escrituras além da Bíblia?
2) Qual o valor da Bíblia para os Mórmons?
3) E quanto à versão inspirada de Joseph sobre o Apocalipse?
4) Não existem "milhares" de pergaminhos que atestam a correta tradução do Apocalipse?
5) Não é Cristo o único sacerdote de Melquisedeque?
6) Os mórmons voltarão a fazer sacrifícios de animais?
7) Poderiam Pedro, Tiago e João aparecer a Joseph?
9) Sacerdócio foi idéia de Sidney Rigdon?
10) Doutrina da existência Pré-mortal é bíblica?
11) Brigham Young ensinou que Adão era nosso Pai Celestial?
12) Joseph Smith será nosso juiz final ao invés de Jesus?
13) Praticam os mórmons expiação pelo sangue de seus pecados?
14) Não foi Jesus gerado pelo Espírito Santo?
15) Acreditam os mórmons na Imaculada Concepção de Maria?
16) Código Bíblico prova ser a Bíblia perfeita?
17) Como vocês explicam Gálatas 1:6-8?
18) Como vocês explicam Isaías 43:10, em que ensina sobre a não existência de outros deuses?
19) E quanto a outras escritura de Isaías afirmando que não há outros deuses fora Iahweh (Jeová)?
2) Se existem famílias na eternidade por que Mateus 22:23-30 ensina que seremos como anjos?
22) Deuteronômio 18:22 não estabelece um padrão para se determinar um profeta de Deus?
23) Como podem vocês acreditar que Jesus e Lúcifer são espíritos irmãos?
25) A alma vive depois da Morte? Sobre a doutrina aniquilacionista.
1) Por que os S.U.D. possuem mais escrituras além da Bíblia. Apocalipse 22:18-19 não condena isso !?
Na verdade, a
maioria das críticas e acusações contra a Igreja pode ser resumida em um único
argumento: “Não pode existir mais revelações além da Bíblia!”, argumento
apoiado principalmente na declaração final do livro de Apocalipse. Desse
argumento vem os corolários de não poder existir mais profetas, novas
escrituras, novas doutrinas, etc.
Em
primeiro lugar quero explicar como surgiu a Bíblia (= livros;
plural
do grego “Biblos” = livro). João
Crisóstomos, por volta do século IV d.C. usou este termo para designar as
escrituras canônicas (= “padrões”) judaicas junto com alguns dos escritos e
cartas dos apóstolos e discípulos de Jesus Cristo.
Mas sempre houve e há discussões até hoje entre os mais eruditos
teólogos sobre a autenticidade destes escritos. Os atuais 66 livros da Bíblia Hebraica
são aceitos como únicos pelos protestantes cristãos desde a "Reforma"
de Martinho Lutero (se bem que este último repudiou a autenticidade divina da
Epístola de Tiago, uma vez que ela ia de encontro a sua doutrina da
"Justificação pela Fé”, contradizendo ao que é ensinado em Tiago 2:24 - História da Civilização -
“AS REFORMAS - Vol. VI”; Willian & Ariel Durant),
as Igrejas Católicas (Romana e Ortodoxa) aceitam também como doutrinários e
inspirados os livros comumente chamados de apócrifos (I e II Macabeus, Tobias,
Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico de Sirac, etc.).
A questão é, “Quem decidiu sobre a divina autenticidade dos livros até então: profetas de Deus ou Concílios de homens?” A História dos fatos infelizmente levam-nos a última opção. Então, para por fim ao assunto entre os leigos, os eruditos deslocaram o Apocalipse para o final da Bíblia e, a maioria das igrejas cristãs aceitou como definitiva a declaração final de que nada mais poderia ser acrescentado ou retirado, senão sob pena de pragas ou excomunhão de Deus. Novamente, acrescentado ou tirado a quê? A Bíblia? "Sim", responde a ingenuidade de muitos, mas, é óbvio que o Apocalipse é uma carta de João às 7 igrejas da Ásia e que também não foi o último livro escrito da Bíblia (o evangelho de João e provavelmente a epístola de Judas são posteriores à revelação em Patmos!) e muito menos a Bíblia existia no tempo desta revelação como existe hoje em dia, sendo ela somente compilada 3 séculos mais tarde. Fica claro, portanto que o Senhor está se referindo a nada alterar da revelação dada, isto sempre foi um procedimento comum do Senhor, como podemos ver em Deuteronômio 4:2. Não ficaria surpreso se visse algum judeu acusando um cristão de anátema por acrescentar todo um Novo Testamento às revelações de Moisés e utilizar esta última escritura como "prova"!
2) É verdade que os S.U.D. não dão valor à Bíblia? Por que a Igreja SUD não publica a versão inspirada
de Joseph Smith? Acaso as profecias sobre o próprio Smith na versão inspirada
trariam embaraço à Igreja de Jesus Cristo SUD?
Nos folhetos antimórmons geralmente os autores distorcem a verdade ao
afirmar que os membros da Igreja não dão importância à Bíblia e acreditam que
esta está "repleta de erros". De fato há alguns erros, contradições e
omissões (v. tabela abaixo), mas isto não tira o caráter inspirado da Bíblia,
sendo tais discrepâncias admitida às fragilidades humanas de autores e
tradutores. Dos quatro anos do currículo do estudo do evangelho nas classes de
Instituto, Seminário e Escola Dominical, dois anos são reservados à Bíblia, um
ao Livro de Mórmon e outro à História da Igreja e Doutrina & Convênios.
Outros Livros não encontrados na Bíblia,
mas citados por esta:
O
Livro dos Convênios
Êxodo
24:7
O
Livro das Guerras do Senhor
Números
21:14
O
Livro de Jasar ("O Reto")
Josué
10:13
O
Livro dos Atos de Salomão
I
Reis 11:41
Os
Livros de Natã e Gade
I
Crônicas 29:29
O
Livro das Profecias de Aías e o das Visões de Ido II Crônicas 9:29
O
Livro de Semaías
II
Crônicas 12:15
O
Livro de Jeú
II
Crônicas 20:34
O
Livro dos Atos de Uzias
II
Crônicas 26;22
O
Livro dos Ditos dos Videntes
II
Crônicas 33:19
Uma
epístola anterior de Paulo aos Coríntios
I
Coríntios 5:9
Uma
epístola anterior de Paulo aos Efésios
Efésios
3:3
Uma
epístola de Paulo de Laodicéia
Colossenses
4:16
Epístola
anterior de Judas
Judas
3
Profecia
de Enoque
Judas
14
Algumas
‘contradições’ encontradas na Bíblia:
Visão
de Paulo Atos 9:7 x Atos 22:9
Morte
de Judas Mateus 27:5 x Atos 1:18
Deus
se arrepende Números 23:19 x Gênesis
6:6 e Jonas 3:9,10
I
Samuel 15:29 x I Samuel 15:35
Uma
lista mais completa com cerca 300 contradições Bíblicas pode ser encontrada em:
http://www.skepticsannotatedbible.com/contradictions.html
Contudo, referencio a
este sítio com ressalvas, os seus autores são profundamente antibíblicos e
naturalistas ferrenhos. Muitas das supostas contradições lá citadas podem ser
explicadas simplesmente devido a um caráter independente dos autores sobre um
determinado acontecimento relatado ou devido às variantes de interpretação de
uma determinada palavra. Por exemplo, “arrepender-se” em hebraico, tem a mesma
raiz e significado de “condoer-se”, “lastimar-se”, os quais se aplicariam
melhor a Deus ou Jeová quando este se “arrependia” nas escrituras acima
citadas.
Outro argumento contra a Igreja é que Joseph Smith traduziu sua própria
versão da Bíblia e que os mórmons não a publicam pelo embaraço que as profecias
sobre o próprio Smith nela contidas trariam embaraço para a Igreja hoje.
De fato, Joseph Smith iniciou uma Versão Inspirada e todo membro
esclarecido da Igreja sabe disso e que a Igreja não publica difundidamente tal
versão por dois principais motivos:
1o.) Os originais da Versão Inspirada se encontram na mão da Igreja
Reorganizada e quaisquer publicações feitas pela I.J.C.S.U.D. teriam obrigações
autorais a ver com aquela.
2o.) O próprio profeta Joseph Smith disse que teria de voltar à Versão
Inspirada a fim de completá-la e corrigi-la, logo a Versão não havia sido
sancionada pelo profeta do Senhor quando este foi assassinado a sangue frio,
junto com seu irmão, deixando assim a obra inacabada.
As acusações de que a Versão Inspirada traz embaraços para a Igreja uma
vez que contém profecias sobre o próprio Smith é totalmente improcedente, uma
vez que no Livro de Mórmon há profecias semelhantes ou referentes ao próprio
profeta Joseph (II Néfi 3:6-7; II Néfi 3:11, 13-15; II Néfi 27:9, 12-15; etc.)
e este livro é o mais largamente publicado pela Igreja em todo mundo desde a
sua restauração em 1830. Se fosse para trazer embaraços para a Igreja já os
teriam trazido há muito tempo, mas pelo contrário tem cada vez mais resistido a
ataques e enfrentado o mundo (V. Livro de Mórmon).
Quanto à
profecia sobre José, filho de um também José nos
últimos dias
que aparece na Versão Inspirada do Gênesis e no Livro de
Mórmon é digno de nota
a informação abaixo tirada da Liahona de maio de 1973,
artigo do Dr. W. Cleon
Skousen:
"Os judeus ortodoxos conservaram no Talmude, no Midrash e no Targum judaico, uma tradição de suma importância. Desastradamente, essa tradição foi retirada da Bíblia, conforme nos foi entregue".
"Dizem as referências judaicas acima citadas que o servo de Deus nos últimos dias seria chamado José, filho também de José, que ele seria descendente de José (do Egito) através da semente corporal de Efraim, que seu advento se daria ao tempo do retorno de Elias (Malaquias 4:5-6), o qual viria numa época de Páscoa (até hoje, os Judeus reservam uma cadeira vazia na época da Páscoa para o retorno de Elias) e que ele, José, seria morto junto com um outro".
W. Cleon Skousen
colheu estas preciosas informações da obra do Dr. Joseph Klausner, intitulada
"A idéia Messiânica em Israel" capítulo 9, parte 3, publicado em New
York, 1955 pela Macmillan Co. Joseph Smith Jr., era filho de Joseph Smith Sr.,
descendente de Efraim. Recebeu a visita de Elias no templo de Kirtland na
páscoa de 1836, e foi assassinado junto com seu irmão Hyrum Smith em 1844!
Estátua em homenagem a Joseph e Hyrum que existe hoje no centro de visitantes em frente à cadeia de
Carthage-IL, onde Joseph e Hyrum foram assassinados!
Nos Pergaminhos do
Mar Morto, encontram-se também várias referências a este José nos Últimos Dias,
profecia esta bem conhecida entre os judeus no 1° século A.C., assim entende-se
melhor a passagem descrita no evangelho
de João.
João 1: 19-23; 25 .
... 25 E perguntaram-lhe, e
disseram-lhe: Porque batizas pois, se tu não és o Cristo, nem Elias,
nem o (aquele) profeta ?
o Cristo : O Messias esperado da tribo de Judá, que
seria o salvador e rei de Israel
Elias: Elias o profeta tisbita, quem retornaria antes do grande e terrível
dia do Senhor para converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos
pais (Malaquias 4: 5-6)
o Profeta : O servo do Senhor nos últimos dias, o Ungido
da tribo de José que viria para preparar a obra do Senhor antes do grande e
terrível dia do Senhor.
Os homens podem negar a verdade dos fatos, mas Deus certamente não o fará!
Para entender como os judeus do tempo de Jesus interpretavam as referências
messiânicas, não deixe de Ler o texto: O Messias
Oculto
Para saber mais sobre esta questão do Messiah ben Yosef (O Messias filho de José), favor ler os dois asrtigos seguintes:
Joseph Smith : O Ungido do Senhor
O Messias filho de José (Efraim)
3) Ok! Até posso aceitar outros Livros inspirados além daqueles que existem na Bíblia hoje, mas e quanto a versão inspirada de Joseph da Bíblia? Não cobriu ele também o livro de Apocalipse quando o autor deste advertiu tão severamente para que nada fosse alterado do texto daquela profecia?
Apesar da versão inspirada não ter sido sancionada
pelo profeta, a pergunta é pertinente
e merece consideração adequada. Contudo, a questão assim levantada está inferindo
e se baseando sobre duas premissas:
a) Os originais do apocalipse de João existem e nenhuma mudança poderia ser feita neles:
b) Seria possível traduzir literalmente da língua original deste manuscrito (grego, aramaico, ...) para o inglês do tempo de Joseph Smith sem ser preciso nenhuma inserção ou alteração.
Infelizmente estas duas premissas não são verdadeiras, os originais de apocalipse não existem, os mais antigos manuscritos bíblicos são:
Autor |
Data em que
foi Escrito |
Mais antiga
cópia |
Tempo de hiato |
|
|
||||
Manuscrito Madalena (Mateus 26) |
1o
século |
50-60
AD |
co-existente
(?) |
|
John
Rylands (João) |
90
AD |
130
AD |
40
anos |
|
Bodmer Papyrus II (João) |
90
AD |
150-200
AD |
60-110
anos |
|
Chester Beatty Papiro (NT) |
1o século |
200
AD |
150
anos |
|
Diatessaron por Tatiano (Evangelhos) |
1o século |
200
AD |
150
anos |
|
Codex
Vaticanus (Bíblia) |
1o século |
325-350
AD |
275-300
anos |
|
Codex Sinaiticus (Bíblia) |
1o século |
350
AD |
300
anos |
|
Codex Alexandrinus (Bíblia) |
1o século |
400
AD |
350 anos |
|
Nota 1: Devemos
lembrar que sabemos da existência dos livros do NT já no século I, uma vez
que é citado várias vezes pelos padres Patrícios já no segundo século.
No
papiro de Chester Beatty temos apenas pequenos pedaços esparsos do Apocalipse
que vão de Ap. 9:10 até Ap. 17:2 (sendo que Ap. 11:4 e Ap. 16:16 não se
encontram neste papiro!), encontraremos o mais antigo manuscrito de
Apocalipse somente no Códex Sinaiticus
(O Codex Vaticanus só vai até Hebreus!), trezentos anos depois do original,
todavia as melhores cópias legíveis do Apocalipse aparecerão somente no
Codex Alexandrinus, três séculos e meio após o original ter sido escrito
pelo evangelista. Os manuscritos do Museu John Rylands e de Bodmer guardam
manuscritos antigos do evangelho de João e de uma de suas cartas
respectivamente.
Quanto ao processo de tradução de uma língua para
outra, é inerente em várias ocasiões erros ou a não compreensão total do
texto em questão. Gostaria de citar aqui três exemplos de nossa versão do
rei Tiago em inglês e da versão Almeida em Português, ambas traduções a
partir do Textus Receptus, a Bíblia grega impressa e publicada no começo do
século XVI:
Eclesiastes
3:4
Inglês:
“A time to weep, a time
to laugh; a time to mourn, and a time to dance”
Português
(Almeida Revista e Atualizada, Editora mundo Cristão):
“tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria”
Ou seja,
“to dance” em Inglês virou “saltar” em Português, algumas Bíblias
chegam mesmo a traduzir como “pular”, seria isso alguma influência de um
tradutor protestante que consideraria a dança profana uma ofensa a Deus?
João
1:21
Inglês:
“And they
asked him, What then? Art thou Elias? And he saith, I am not. Art thou that
prophet? And he answered, No.”
Português
( Almeida Corrigida e Revisada, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil):
“E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias?
E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.”
O
que aconteceu com o pronome “that”(=aquele) que aparece na versão
em Inglês? Não ficaria estranho João negar que fosse um profeta quando o próprio
Cristo disse não apenas que ele era profeta, mas o maior de todos os profetas
(Lucas 7:28)!? João só negou que fosse um outro profeta específico,
esperado pelos judeus daquela época além do Messias (já haviam perguntado e
João negado nos versículos 19 e 20) e de Elias.
Efésios
3:9
Inglês:
“And to make all men see what is the fellowship
of the mystery, which from the beginning of the world hath been hid in God,
who created all things by Jesus Christ:”
Português
(Almeida Revista e Atualizada, Editora mundo Cristão):
“e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos oculto em Deus, que criou todas as cousas,”
O que aconteceu com o “by Jesus Christ”(=
por meio(intermédio) de Jesus Cristo)!? Por que não aparece na versão
Portuguesa? Será que algum tradutor que tivesse uma visão
trinitarista não gostasse desta passagem por distinguir Deus de Jesus Cristo
na criação!?
Como
vê, citei apenas três exemplos de alterações ou omissões da versão do
rei Tiago em Inglês e em Português, duas línguas modernas, imagine o que
pode ter acontecido em se traduzir do Aramaico (língua dos apóstolos) para o
Grego, Siríaco ou Latin (línguas vernáculas). Em geral essas línguas
antigas não possuem nem mesmo sinal de pontuação, nossos amigos adventistas
citam costumeiramente um exemplo de como uma simples vírgula pode
alterar completamente o sentido da frase, por exemplo:
Lucas 23:43
“E
disse-lhe Jesus: Na verdade te digo (que) hoje estarás comigo no Paraíso”;
ou
“E
disse-lhe Jesus: Na verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso”
Uma vírgula
que muda totalmente o sentido na frase, no primeiro exemplo temos Cristo
ensinando sobre a imortalidade da alma ao ladrão na Cruz, no segundo exemplo
(como preferem adventistas,
testemunhas de Jeová, membros da Congregação Cristã do Brasil, etc.)
Cristo não ensina sobre a imortalidade da alma, mas dá apenas uma
esperança futura do ladrão estar junto com ele no Paraíso após a ressurreição
deste. Não seria interessante
que tivéssemos um profeta inspirado que pudesse decidir qual versão seria
melhor ou então que algum escriba mais esperto pudesse ter acrescentado no
final “antes de amanhã”, ou “na ressurreição” para sabermos com
certeza o real significado desta passagem?!
Na verdade, na versão Inglesa da Bíblia, todas
as palavras em itálicos, são palavras acrescentadas pelos tradutores a fim
de clarificar o texto ou torná-lo mais compreensível na língua moderna,
apesar de tais palavras não se encontrarem no papiro ou pergaminho que serviu
de base à tradução (na Bíblia em Português, os tradutores não se deram a
este trabalho). Por exemplo, em Apocalipse capítulo 16 teremos a adição de:
“upon”,
versículo 2; “man”, versículo 3; “are”, versículo 7; “come”,
versículo 13; “which”, versículo 14; “is”, versículo 15; “and”,
versículo 18; “every stone”, versículo 21.
No capítulo 11, teremos ainda “and the angel
stood” (versículo 1) e “power” (versículo 3). Temos muito mais nos
restantes dos capítulos.
Dez pequenas “adições” ao texto daquela profecia a fim de clarificar o texto na tradução, enquanto Joseph não chegou a acrescentar ou alterar nada nestes dois capítulos. Por que ficaríamos cabreiros com as inserções de Joseph ao texto de apocalipse em sua versão inspirada mas ignoraríamos ou seríamos indulgentes com os tradutores da versão do Rei Tiago, os quais viram-se obrigados a inserir muito mais palavras ao texto do que o próprio Smith em sua versão!?
Ao fazer uma análise textual sobre estes versículos (Apocalipse
21:18-19), percebemos ainda que a palavra traduzida como
"acrescentar", "epitithemi" em grego, seria melhor
traduzida como por, colocar ou ainda como "colocar-se contra ou em oposição
a", a outra passagem que fala em "retirar palavras", do grego
"aphairo logos", pode ser entendida como "apartar-se do
discurso ou doutrina". Ou seja, a advertência seria contra uma postura
de oposição ou mudança de sentido do texto da doutrina explicada na Revelação
do evangelista. Já li dezenas de interpretações de passagens do Apocalipse,
cada uma diferente da outra, vejo uma certa hipocrisia em alguns quando dizem,
"OK! Interpretem como quiserem, mas não mexam em nenhuma palavra do
texto!" Simplesmente não faz sentido para mim!?
Em suma, devemos ter
em mente que a declaração final de Apocalipse 22:18-19 (assim como a de
Deuteronômio 4:2) refere-se a mudar ou alterar o sentido e a essência
daquela profecia, as alterações de Joseph procurariam apenas restaurar o
sentido original do autor. Lembrando mais uma vez que Joseph é um profeta
restaurador, e utilizando as suas próprias palavras:
“Creio na Bíblia tal como se encontrava ao sair da pena de seus escritores originais. Os tradutores ignorantes, os copistas descuidados e os sacerdotes intrigantes e corruptos cometeram muitos erros” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 319)
4) Mas quanto aos milhares de manuscritos sobre o Novo Testamento, não testificariam eles da exatidão das palavras do texto do Apocalipse, pelo menos no texto original grego? A versão de Joseph restauraria “as palavras” do texto original?
O Livro de
apocalipse não foi muito bem recebido em muitos círculos Cristãos. Apenas
Justino no segundo século o defendia como canônico. No terceiro século, o
presbítero Romano Gaius atacava o livro em violentos termos, atribuindo sua
autoria ao inimigo tradicional de São João, o herético Cerintus. O livro só
vai ser aceito mais tarde no cânon do Novo Testamento, sendo durante muito
tempo classificado como antilegomena, a classe dos livros disputados
mas não completamente rejeitados como espúrios (junto com Tiago, 2 Pedro,
Judas, e outros).
Devido a
hesitação em aceitar o Apocalipse, este texto não é tão atestado nos
manuscritos gregos antigos como os outros livros. Enquanto existem mais de
5000 manuscritos contendo pelo menos uma porção do Novo Testamento em grego,
apenas 250 destes contém partes do Apocalipse. Como já citei, o texto está
faltando no Códex Vaticanus, aparece muito mal escrito no Sinaiticus e apenas
aos pedaços nos papirus de Chester Beatty, ficando o Códex Alexandrinus como
a melhor testemunha para este livro.
Destes 250 manuscritos, apenas um pequeno número são anteriores aos século X (sete ou oito ancials, e uma ou duas minúsculas). Dos manuscritos utilizados para fazer o Textus Receptus, de onde as versões Inglesa do Rei Tiago e a Portuguesa Almeida foram traduzidas, apenas manuscritos posteriores ao décimo segundo século foram utilizados como base. Sendo os textos da Família 1 (essencialmente Bizantinos) a base para nossa Bíblia atual (Veja Tabela abaixo).
Manuscrito |
Século |
Classificação
de Von Soden |
1eap
|
XII
|
e:
Família 1; ap: Ia3 |
1r
|
XII
|
Andreas
|
2e
|
XII/XIII |
Kx (Wisse registros Kmix/Kx)
|
2ap |
XII |
Ib1 |
4ap |
XV |
|
7p |
XI/XII
|
Op18
|
Como o
Apocalipse não era muito bem aceito na Igreja Oriental, a maioria dos
textos Bizantinos não o possuía em seu próprio cânon e este nunca seria utilizado em sua
liturgia. A Peshita, ou a versão Siríaca do Novo Testamento também nunca o
incorporou em seu cânon.
Quando Desiderius Erasmus iniciou o trabalho do seu Textus Receptus,
baseou-se principalmente no manuscrito 1eap para o
corpo do Novo Testamento, como este manuscrito não continha o livro da Revelação
de João, recorreu este então ao manuscrito 1r , mas este
também não possuía os seis últimos versículos do final de Apocalipse,
Erasmus estão tomou uma versão da Vulgata Latina, e verteu diretamente do Latim para o
grego este final.
Joseph em sua versão não procurou traduzir
“as palavras” gregas ou aramaicas do texto original, mas procurou
restabelecer e esclarecer “o sentido” original do texto em questão.
Apesar da versão inspirada ser bem utilizada como fonte de referência na
Igreja, ela não faz parte ainda do nosso cânon, uma vez que o próprio
Joseph admitiu que teria de voltar e fazer algumas correções ao texto antes
de sancioná-lo como escritura, infelizmente este trabalho foi interrompido
pela sua morte abrupta.
5) O
sacerdócio Aarônico não deixaria de existir com a vinda de Cristo?
Não é Cristo é o único
portador do Sacerdócio de Melquisedeque e ele o possui para sempre, logo não
deu este para mais ninguém? (pelo raciocínio do autor desta questão, se uma
vela acesa passa a sua chama para uma outra segunda vela, necessariamente
a primeira tem de se apagar!)
Resposta:
O autor desta questão
provavelmente usa Hebreus 8:3 que diz "todo sumo sacerdote é constituído
para oferecer dons e sacrifícios", os sacrifícios cessaram, mas os dons
continuariam (Marcos 16:17, 18), logo o raciocínio tomado pelo autor para
a abolição completa do sacerdócio Aarônico não se justifica.
Concordamos com o autor
de que o sacerdócio de Melquisedeque, o qual Jesus possuía era superior ao
de Aarão, mas discordamos completamente em afirmar que Ele era o seu único
portador. O que dizer então do próprio Melquisedeque e os da Ordem
de Melquisedeque. Ordem entende-se por um grupo ou organização onde todos
têm em comum algo, no caso tratado o Sacerdócio Maior de Melquisedeque.
Parece também claro
de que quem ordena um outro ao sacerdócio não o deixa de possuir este. O sacerdócio
é como uma "senha" dada aos homens para agirem nas coisas sagradas,
é o próprio poder de Deus dado aos seus filhos para agirem em Seu nome aqui
na Terra.
O autor deveria ter lido que o próprio Pai ordenou
o seu Filho Unigênito a esse Sacerdócio "Ele, porém, a recebeu daquele
que lhe disse... Tu és meu Filho, hoje eu te gerei... Tu és sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hebreus 5:5, 6). E que também
ninguém pode tomar sobre si esta honra (o sacerdócio) senão aquele que foi
chamado por Deus, como Aarão (Hebreus 5:4); e como foi Aarão chamado? Moisés
o consagrou (Êxodo 40:13-15)!
Que ambos os sacerdócios existiam na Igreja Primitiva é bem claro em Atos 8:12-18. Por que Felipe não pode impor as mãos sobre aqueles a quem havia batizado em Samaria, mas teve de esperar Pedro e João chegarem de Jerusalém? A resposta parece simples: Felipe possuía apenas o Sacerdócio Aarônico, que não lhe dava autoridade para conferir o Espírito Santo, dois dos apóstolos que possuíam o sacerdócio Maior (Melquisedeque), tiveram de vir de Jerusalém para o fazer.
6) É
verdade que os mórmons voltarão a fazer sacrifícios de animais em seu templo?
Isto é uma distorção
da afirmação de Joseph sobre sacrifício de um Cordeiro. Por revelação Joseph
declarou que o Sacerdócio Aarônico (ou Levítico) não irá ser tirado da Terra
até que os filhos de Levi ofereçam em retidão novamente um sacrifício ao Senhor
(D&C 13). Isto se dará somente no Milênio quando Cristo reinará
pessoalmente sobre a Terra e todos terão o Sacerdócio Maior, fazendo com que o
Sacerdócio Menor (ou preparatório) não tenha mais necessidade, pois seu papel
estaria cumprido (ou seja: preparar todos para receber a plenitude do
Sacerdócio Divino).
Também é claro que
este sacrifício será feito por judeus, descendentes literais de Levi, no templo
que será reerguido em Jerusalém, cumprindo assim a profecia bíblica: “Mas quem
suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá quando ele aparecer? E porque
ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavadeiros. E
assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi,
e os afinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão ofertas em
justiça. E a oferta de Judá e de Jerusalém será suave ao Senhor, como nos dias
antigos, e como nos primeiros anos.
(Malaquias 3:2-4)”.
Interessante notar
que esta profecia só será cumprida nos últimos dias. O Historiador Will Durant,
conta um fato interessante em sua História da Civilização sobre uma tentativa
que os judeus fizeram para reconstruir seu templo e retornar aos sacrifícios em
361 a.D. sob a proteção do imperador romano Juliano, mas que foi
extraordinariamente interrompida:
“... (Juliano) Perguntou aos dirigentes judeus por que haviam abandonado o sacrifício de animais; quando eles responderam que sua lei não permitia tal ato senão no templo de Jerusalém, ordenou que este fosse reconstruído com fundos do Estado. Jerusalém foi novamente franqueada aos judeus; eles se reuniam ali, procedentes de todos os cantos da Palestina, de todas as Províncias do Império; homens, mulheres e crianças davam os seus trabalho à reconstrução, suas economias e jóias para mobiliar o novo templo, podemos imaginar a felicidade de um povo que durante três séculos haviam orado por este dia. Mas quando os alicerces estavam sendo cavados, irromperam chamas do chão e vários trabalhadores morreram queimados. O trabalho foi pacientemente reiniciado, mas uma repetição do fenômeno – provavelmente devido à explosão de gás natural – interrompeu e desanimou o empreendimento. Os cristãos rejubilaram-se ante aquilo que parecia uma proibição divina; os judeus ficaram espantados e lastimaram-no.”(História da Civilização - “A IDADE DA FÉ – Vol.IV”; Willian & Ariel Durant, págs 313-314).
Tradições
Judaicas sobre o Terceiro Templo
A posição geralmente aceita entre Judeus Ortodoxos é que
a plena ordem dos sacrifícios será reassumida com a construção
do Templo. Embora Maimônides tenha escrito na sua obra “O Guia dos Perplexos”,
“que Deus deliberadamente moveu os judeus para longe dos sacrifícios
em direção às orações, as orações
como uma forma maior de adoração,” seu livro definitivo “A Torah
Mishneh” – a qual é considerada por alguns como tendo força de
lei – estabelece que os sacrifícios de animais tomarão lugar
no terceiro templo, e dá detalhes em como isto irá ocorrer.
Preservação
dos Kohanim e Levi'im
O Judaísmo
Ortodoxo preserva os Kohanim, descendentes da família
sacerdotal de Aarão, e os Levi’im (Levitas), descendentes das tribos
de Levi, intactos para o serviço no templo a ser restaurado. Kohanim
e Levitas são vistos como sendo ainda dedicados ao Serviço Divino
e obrigados a comparecer ao dever para os serviços do Templo a qualquer
momento, caso seja ele reconstruído. Kohanins estão ainda sujeitos às
restrições Bíblicas de purificação as quais
incluem a proibição de se casarem com divorciadas ou prosélitas
e restrições para não entrarem em cemitérios.
7)
Não estão Pedro, Tiago e João em seus sepulcros aguardando a ressurreição
dos justos, que se dará só na 2a. Vinda, logo eles
não poderiam ter dado o sacerdócio de Melquisedeque a Joseph?
Resposta:
E por que Pedro,
Tiago e João já não poderiam ter sido ressuscitados como muitos outros profetas
que ressuscitaram logo após a Ressurreição de Cristo? (Mateus 27:52, 53).
A primeira
ressurreição dos justos já começou logo após a ressurreição de Cristo e
culminará durante a 2a Vinda do Messias.
8) Porque
ao mencionar os vários encargos da Igreja o apóstolo
Paulo não mencionou o sacerdócio (Efésios 4:11, 12)?
Resposta:
O sacerdócio não é
um encargo da Igreja, todos os cargos que existiam na Igreja Primitiva
(apóstolos, profeta, pastores, mestres, bispos, etc.) e que são encargos do
sacerdócio, ou seja, é apenas a autorização divina para agirem nestes encargos.
Daí se entende por que não havia mulheres nestes encargos, uma vez que estas
não eram investidas do poder do sacerdócio, apesar de poderem compartilhar as
bênçãos do mesmo através de seus líderes, esposos e filhos.
9) Não
foi a doutrina do sacerdócio incutida na Igreja por Sidney Rigdon,
quando este nela ingressou e já havia mais de 2000 pessoas que haviam sido
batizadas na Igreja?
Resposta:
O sacerdócio foi
restaurado em 1829 a Joseph e a Oliver Cowdery, estes ordenaram outros a esse
mesmo sacerdócio. A Igreja foi restaurada em 6 de Abril 1830. Tudo isto está
bem documentado na História da Igreja, seja através dos diários dos primeiros
santos (Joseph, sua família, Oliver Cowdery e outros), ou seja, mesmo através
de cartas de não-membros da época contando sobre as visões de Joseph.
Esta idéia
antimórmon de que toda a doutrina da Igreja começou só mais tarde através de
Sidney Rigdom é antiga, mas já está sendo abandonada pelos próprios antimórmons
depois de tantos documentos em contrário. No próprio Livro de Mórmon (publicado
no começo de 1830, antes da restauração da Igreja) fala sobre esta doutrina e
dos Sacerdotes segundo a Ordem do Filho de Deus (antigo nome do Sacerdócio de
Melquisedeque - ver D&C 107:2-4) e de suas pré-ordenações (ver Alma 5:3; 6:1;
13:1-11 etc.).
A ordem da
restauração do sacerdócio e de seus ofícios pode ser encontrada abaixo:
1. Sacerdócio Aarônico: 15 de Maio de 1829
(D&C 13)
2. Sacerdócio de Melquisedeque: Maio ou Junho de
1829 (D&C 128:20)
3. Apóstolos, élderes, sacerdotes, mestres e diáconos:
Abril de 1830 (D&C 20:38-60)
4. Batismo de Sidney Rigdon: 2a Semana de Novembro de 1830
5. Bispo: 4 de fevereiro de 1831 (D&C 41:9-10)
6. Sumo sacerdote: Junho de 1831 (cabeçalho de
D&C 52)
7. Primeira Presidência: 1832-1833 (D&C 81;
90)
8. Patriarca: 18 de Dezembro de 1833 (Ensinamentos
do Profeta Joseph Smith, s/d, pp. 40-41)
9. Sumo conselho: 17 de fevereiro de 1834 (D&C
102)
10. Quórum dos Doze Apóstolos: 1835 (D&C 107:23-24)
11. Setentas: 1835 (D&C 107:25)
12. Primeiro Quórum dos Setenta: 1835 (D&C 107: 26, 93-97)
10) O mormonismo ensina que cada qual existe conscientemente no "Mundo
dos Espíritos" antes de nascer neste mundo.
Não são estas doutrinas mórmons anti-escriturísticas e anticristãs?
Resposta:
A doutrina da
Existência Pré-Mortal é perfeitamente escriturística e esclarece muitas
passagens bíblicas, a saber:
Como Jeremias,
conhecido e consagrado profeta por Deus antes mesmo de nascer e de se formar no
ventre de sua mãe (Jeremias 1:5)
Do Espírito após a
morte "voltar" para o Deus que o deu; Ecls. 12:7
Das nações de
nascimento já pré-determinadas por Deus; Atos 17:26-27
Dos discípulos
acreditarem que um cego de nascença poderia ter pecado antes de vir a esta
Terra; João 9:1-3
De Deus ter preferido a Jacó e não ao primogênito Esaú desde o nascimento de ambos, antes mesmo de poderem ter escolhido o bem ou o mal nesta vida terrena (Romanos 9:9-13)
Para um análise mais completa da doutrina da existência pré-mortal, bem como de suas raízes no antigo judaísmo e cristianismo, não deixe de ler o texto:
A VIDA PRÉ-MORTAL DO HOMEM (traduzido original em Inglês por Evandro M. Faustino)
11) É
verdade que Brigham Young pregou no Tabernáculo que "Adão
é nosso Pai e nosso Deus, e... o único Deus com quem temos de haver?”
Resposta:
Se o autor leu todo
o discurso deve saber que os mórmons acreditam que podem receber a exaltação de
Deuses (Salmos 82:6; João 10:34-36; Gênesis 3:5 junto com Gênesis 3:22 e
Apocalipse 2:7; Romanos 8:14-18; Mateus 5:48; I Coríntios 8:5, 6; etc.) e que
Adão como primeiro profeta e patriarca de toda a Terra (logo, neste contexto
mais específico ele é nosso Pai e o único Deus com quem nós temos de
haver!) terá uma posição de destaque na exaltação, ele é o Ancião de Dias na
visão de Daniel 7:9-14 que se apresentará e entregará todas as chaves do poder
diante do Filho do Homem (Jesus Cristo), sua
grandeza é exaltada no livro de Eclesiástico de Sirac:
"Sem e Set
foram glorificados entre os homens, mas acima de todo ser vivente está
Adão" (Eclesiástico 49:16 - apesar deste livro não ser considerado
canônico pelos protestantes ele é aceito como doutrinário pelos católicos).
Está claro também
que o único Deus de Adoração que devemos ter é o Pai Celestial, mas isto não
implica que não existam outros "deuses", seres exaltados, co-herdeiros
de todas as coisas do Pai, exceto de sua glória e adoração de seus filhos.
Outra coisa, o "Journal of Discourses" não é considerado doutrina oficial da Igreja, Brigham Young sabia que as palavras de um profeta são escrituras, mas nem sempre o que o taquígrafo entendeu e o que ele pôs no papel é. Brigham ensinou que precisava rever o que foi registrado de seus discursos para considerá-los como escritura. O que me parece bizarro é que alguns antimórmons tomam emprestados desta literatura secundária para "ler a mente" de Brigham ou de algum outro líder para atestar que eles acreditavam em alguma teoria incomum como a do Adão Deus. O que mais impressiona é que ignoram ou fingem não ver outras inúmeras passagens nesta mesma literatura onde o ponto de vista é exatamente o oposto.
12) Não
ensina o mormonismo que Joseph Smith será o porteiro
do Reino Celestial, e que ninguém entrará sem a sua aprovação (cita-se geralmente
Brigham Young em um pequeno trecho do Journal of Discourses)?
Novamente distorce-se
a doutrina baseada apenas em uma frase fora de contexto de Brigham Young.
Todo mórmon sabe que Jesus Cristo é nosso advogado e mediador diante de Deus
e que só entraremos no Reino Celestial com o seu consentimento. A que Brigham
Young se referia é que Joseph, como primeiro profeta desta dispensação
iria julgar os santos desta dispensação. Cristo, o grande juiz
delegará
13) Não ensina o mormonismo
que existem pecados demasiado graves para que o sangue
de Cristo faça expiação por eles? Nestes casos deve o mórmon pedir a um ou
mais companheiros mórmons a, por favor, corta-lhe o pescoço e deixar que o
sangue embebeda a terra, a fim de fazer expiação de seu pecado. Esta prática
é defendida e mencionada tantas vezes nos sermões publicados no Journal of Discourses que é evidente ter havido
numerosos casos em que se ministrou esse "princípio do evangelho".
Todo cristão sabe que o pecado contra
o Espírito Santo é tão grave que nós não teremos perdão se o cometermos (Mateus
12:31, 32). É o que aconteceria a Joseph Smith ou a qualquer das testemunhas
das placas de ouro do Livro de Mórmon se elas negassem em algum momento de
suas vidas de que viram as placas ou de que um anjo lhas mostrou, mesmo quando
ridicularizados ou ameaçados de morte, preferindo todos eles a serem escarnecidos,
humilhados e enfrentarem a morte diante de seus inimigos a terem de negar
uma coisa que eles realmente viram, sabiam que era verdadeira e que realmente
viera de Deus.
Quanto ao fato do
mórmon cortar o pescoço (acusação tirada de um panfleto anti-mórmon), acho que o autor
desta acusação deve ter assistido muito a sua mãe
preparar "galinha ao molho pardo" a ponto de ficar tão impressionado e
criado uma imaginação tão fértil. Se esta prática é citada tantas vezes no
"Journal of Discourses" por que é que o autor (do panfleto antimórmon de onde tirei tal
asserção) não pegou ao menos uma citação como o fez anteriormente duas vezes em
seu folheto e mais uma vez depois com citações de Brigham Young, ou então por
que não tirou fotos das cicatrizes nos pescoços dos mórmons, ou mais sutil
ainda, alguns relatos de médicos que atenderam e cuidaram de alguns pescoços
mórmons? A resposta me parece simples, porque ela não existe. O máximo que
existe no "Journal of Discourses" é a expressão "blood
atonement" que traduzida ao pé da letra quer dizer expiação de sangue em
Português. Todavia o contexto em que esta expressão é usada refere-se à pena
capital existente em um regime teocrático como o da antiga Israel, foi uma
forma retórica usada em alguns discursos para salientar a gravidade do
homicídio e de alguns pecados, mas daí pular para uma afirmação de que os
mórmons cortavam os pescoços de uns aos outros no século XIX é simplesmente
puro sensacionalismo dirigido a assustar mentes menos críticas e sugestionáveis.
14) Nega
o mormonismo que Jesus foi milagrosamente gerado pelo
Espírito Santo?
Ora, o mormonismo
ensina Jesus Cristo é o Unigênito do Pai Celestial (João 3:16; João 1:14 e I
João 4:9). E o que quer dizer Unigênito?
Unigênito =
Então Jesus é o
Filho Único de Deus? Não somos todos nós filhos de Deus?
É claro que Deus é
nosso pai, pois fomos todos gerados espiritualmente por ele (Hebreus 12:9).
Cristo é então o filho único gerado por Deus "na carne". Tendo uma
mãe mortal (Maria) e um pai imortal (Deus), Cristo era o único que poderia
morrer para depois vencer a morte, pois herdara simultaneamente uma mortalidade
materna e uma imortalidade paterna. “Ninguém a (sua vida) tira de mim, mas eu a
dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la” (João 10:17).
Logo, Deus é o Pai
de Jesus Cristo na carne! Na concepção de Jesus, a virtude do Espírito Santo
envolveu Maria, para protegê-la e para que dela fosse fecundado um filho, mesmo
que ela permanecesse virgem (Lucas 1:28-35).
15) Não é verdade que Bruce R. McConkie ensinou que Jesus foi concebido
normalmente como qualquer outro ser humano? Não envolveria isto uma relação
sexual?
Vamos ver a
declaração de McConkie de onde os antimórmons tiram estas conclusões:
“Deus o Pai é um perfeito, glorificado, santo Homem, um Personagem
imortal. E Cristo foi gerado no mundo como o literal Filho deste Ser Santo; ele
nasceu no mesmo sentido real, pessoal e literal do que qualquer outro filho
mortal nasce de um pai mortal. Não há nada figurativo sobre sua paternidade;
ele foi gerado, concebido e nascido na forma natural do curso dos eventos, pois
ele é o Filho de Deus, e a designação significa exatamente o que diz” (Élder
Bruce R. McConkie, Doutrina Mórmon, p.742)
Vemos que McConkie fala de gerado, concebido e nascido de uma forma natural, não fala de “fecundado” naturalmente. Ao afirmar que o curso dos eventos foi normal, apenas significa que após receber a semente da deidade o zigoto se desenvolveria normalmente até a concepção. Cristo receberia seu cromossomo Y de Deus e o seu X do óvulo de Maria. Uma partenogênese humana ou qualquer outra hipótese teria de explicar como Cristo obteve o seu cromossomo Y, o que seria uma forma bem antinatural do desenvolvimento do bebê Jesus. Se você quer tirar a dúvida de que McConkie quis dizer exatamente isto, bastaria ler algumas páginas mais adiante para saber sua opinião sobre a Imaculada Concepção.
“Ensinamentos modernos negando o nascimento de uma virgem são peremptoriamente apóstatas e falsos".(Élder Bruce R. McConkie, Doutrina
Mórmon, p.822, ênfase acrescentada).
Esta
passagem está no mesmo Livro de onde antimórmons tiraram aquelas
sensacionalistas conclusões. Este é um exemplo clássico de como eles gostam de
trabalhar. Distorcem algumas frases isoladas da literatura oficial e não
oficial da Igreja, formulam uma teoria fabulosa e sensacionalista para chocar
os leitores sobre o que os mórmons realmente acreditam, e ignoram as
evidências ou as explicações que as contradizem.
Para finalizar esta questão, gostaria de finalizar com Joseph F. Smith:
“Nosso Senhor é a única pessoa mortal que nasceu de uma virgem, porque ele é a única pessoa mortal que já teve um Pai imortal. Maria, sua mãe, “foi arrebatada no Espírito” (I Néfi 11: 13-21), foi “envolvida” pelo Espírito Santo, e a concepção que aconteceu “pelo poder do Espírito Santo” resultou no surgimento do literal e pessoal Filho de Deus o Pai. (Alma 7:10; 2 Néfi 17:14; Isaías 7:14; Mateus 1:18-25; Lucas 1: 26-38) Cristo não é o Filho do Espírito Santo, mas do Pai. (Doutrinas de Salvação, vol. 1, pp. 18-20)
16) Os recentes estudos relativos ao Código
da Bíblia, não vindicam o caráter divino e inspirado
da Bíblia, pois as próprias palavras dispostas no texto original em hebraico
escondem profecias milenares só descobertas recentemente através de computadores?
O Livro de Mórmon poderia repetir tal feito para justificar seu caráter divino-inspirado?
Resposta:
O Código Bíblico é uma das mais recentes Lendas ou Mitos Urbanos que surgiram neste século relativo à Bíblia ou Religião (Outros Mitos famosos são 1) Computadores da NASA confirmam o dia perdido de Josué e os 40min de Isaías, 2) Pescador inglês é resgatado com vida após 1 dia dentro do ventre de uma baleia nas ilhas Malvinas, confirmando assim a plausibilidade da história de Jonas, 3) A arca de Noé é fotografada no topo do Monte Ararat, etc...um em especial Mórmon é sobre uma profecia de Lutius de Gratius sobre a restauração da Igreja e do Sacerdócio mais de cem anos antes de acontecer conforme registrado no seu livro “L ‘Espoir de Sion” achado na Biblioteca da Basiléia por um tal Élder Teasdale... ).
Uma resposta adequada à pergunta acima foi dada pelo Dr. Tvedtness:
Os
inerrantistas estão de novo na
moda, referindo-se ao tão chamado estudos do
“Código Bíblico” realizado em
Israel como evidência de que o texto da Bíblia permanece
como foi revelado
diretamente por Deus milhares de anos atrás. Vários
artigos e um livro acabaram
resultando a partir do estudo do “Código
Bíblico”, que têm o propósito de
demonstrar que o que está oculto no texto Hebraico do Pentateuco
– os primeiros
cinco livros do Velho Testamento – são profecias de
eventos futuros. Os
pesquisadores sugerem que, porque apenas Deus pode conhecer o futuro,
esta é a
evidência que até mesmo as palavras do Pentateuco foram
inspiradas por Deus. Judeus
Ortodoxos e fundamentalistas Cristãos têm igualmente
louvado o estudo como
evidência da autenticidade divina da Bíblia. Eles apontam
para o fato de que a
maioria dos pesquisadores do “Código Bíblico”
são estatísticos, não teólogos, o
que lhes dá alguma neutralidade quanto a questões
religiosas.
A fim de avaliar o estudo,
precisamos primeiro compreender como este foi conduzido. Os pesquisadores
desenvolveram um programa de computador que tomava o texto Hebraico da Bíblia,
então pulavam um número específico de letras e imprimia sempre, por exemplo, a
décima letra (o número de letras puladas era definido no início, podia ser 15,
213, 1276, ou…). Estas letras assim escolhidas eram disponibilizadas numa
matriz retangular (A x B, número de linhas e colunas também definidas a gosto
do freguês), depois do que, poder-se-ia procurar por palavras, como nos
populares jogos de caça-palavras. As palavras podiam então ser lidas
horizontalmente, verticalmente ou diagonalmente. As palavras formadas por esse
método são, por elas mesmas, insignificantes. Foi quando os pesquisadores
descobriram várias palavras relacionadas dentro da mesma matriz o que eles
acharam que demonstravam suas hipóteses.
Uma das mais importantes descobertas é o nome de Yitzhak Rabin
(lido verticalmente) e as palavras: “assassino assassinará” (lidas
horizontalmente) lidas dentro de uma mesma matriz. As “profecias” que podem ser
encontradas usando este método variam de acordo com o número de letras que são
puladas. Desta forma, uma longa passagem bíblica poderia, teoricamente,
produzir mais de uma mensagem, dependendo de quantas letras puladas (10, 11 ou
12 fossem escolhidas).
Há muitos problemas com esta metodologia. O primeiro é que a definição
da proximidade de várias palavras é bem arbitrária de acordo com o design da
matriz (número de linhas e colunas). Um outro problema envolve a natureza do
texto hebraico. Não há simplesmente uma única versão dos livros de Gênesis até
o Deuteronômio. Embora haja um texto padrão utilizado nas sinagogas, diferentes
manuscritos antigos variam em suas leituras. Por exemplo, entre os Pergaminhos
do mar Morto, existem várias versões do livro de Êxodo que variam abertamente.
A omissão ou mudança de uma simples palavra pode afetar os resultados da busca
do computador.
Temos ainda a questão da ortografia. Algumas palavras possuem mais de um
jeito possível de serem soletradas na Bíblia e, de fato, são soletradas
diferentemente dentro da mesma passagem em vários manuscritos. Originalmente,
algumas letras Hebraicas foram usadas apenas para representar as semivogais “Y”
e “W”, assim como o “H”, mas foram depois
utilizadas para também denotar o som das vogais (“I”, “O” ou “U”, e
“A”). Isto leva a alguns desvios de leitura em alguns manuscritos posteriores
que também afetariam a busca do computador.
Mas o golpe de misericórdia veio quando a questão do “Código Bíblico”
foi examinada por dois eruditos Bíblicos nas páginas da edição de Agosto do “Bible Review”. Ronald S. Hendel da Universidade Metodista do Sudeste intitulou
sua revisão de “A Fraude do Código Bíblico”. Rabino Shlomo Sternberg, que leciona matemática em Harvard, chamou seu artigo de “Óleo de Cobra
a Venda!”
Examinando a questão do assassinato de Yitzhak Rabin, Sternberg percebeu
que o computador achava aquela combinação se pulasse cada 4772 letras. Em
outras palavras, havia um “yod” (letra hebraica correspondente ao “Y”), a primeira letra de Yitzhak, seguida por 4772 letras posteriores até a segunda letra, e assim por
diante até terminar o nome. Isto significa que se você imprimir as letras do
Pentateuco Hebreu (usando a edição de Koren) em linhas de 4772 letras
de comprimento, o nome de Yitzhak Rabin aparecerá em uma coluna vertical. Para Sternberg isso é forçar nossa credulidade longe demais.
Sternberg também tomou o desafio lançado pelo principal pesquisador do
“Código Bíblico”, Michael Drosnin, em um artigo publicado em 9 de Junho de
1997, edição da Newsweek, em que ele diz, “Quando meus críticos encontrarem uma
mensagem sobre o assassinato de um primeiro ministro criptografada em “Moby Dick”, aí então eu acreditarei neles.” Sternberg
pediu a um professor de matemática Australiano, Brendan McKay, “para procurar em ‘Moby Dick’ por tais mensagens criptografadas. Ele encontrou 13 ‘predições de
assassinatos de figuras públicas, muitos deles primeiros ministros, presidentes
ou equivalentes. Dois exemplos aparecem no artigo de Sternberg, Um tem uma
mensagem que lê, “Pres – Somoza – dies – he was shot – gun.” (Pres. Somoza – morre – ele foi alvejado – revólver). O outro tem “I
Gandhi” em uma linha vertical interceptada por uma linha horizontal onde se lê
“the-bloody-deed” (o
ato sangrento). Utilizando a mesma forma de raciocínio para o estudo de
Sternberg conforme foi empregado pelos pesquisadores do “Código Bíblico”, nós
temos de concluir que Deus ditou Moby Dick e que Herman Melville foi um profeta! A verdade, entretanto, e que
com permutações suficientes, pode-se achar tais mensagens proféticas em
qualquer texto extenso o suficiente para tais buscas.
Infelizmente, alguns Santos-dos-Últimos-Dias compraram a idéia absurda do “Código Bíblico” e freqüentemente eu recebo perguntas sobre o assunto. Alguns até mesmo querem rodar o programa no texto do Livro de Mórmon para provar sua autenticidade. Alguns críticos têm mesmo nos desafiado a fazer exatamente isso, acreditando que o teste falhará e então provar que a Bíblia é divinamente inspirada enquanto o Livro de Mórmon é obra do homem. Nenhum deles pararam para pensar que os estudos do “Código Bíblico” foram feitos sobre o texto Hebreu, não em uma tradução secundária do Inglês, e que realizar tal teste na versão Inglesa do Livro de Mórmon não provaria nada. Ainda, em vista do fato de que “Moby Dick” provou ser “profético”, eu suspeito que até mesmo a versão Inglesa do Livro de Mórmon providenciaria alguns interessantes resultados. Mas eu tenho coisas melhores para fazer do que perder meu tempo com este tipo de absurdo.
17) Como vocês explicam Gálatas 1:6-8 onde Paulo denuncia quem pregar outro evangelho e mesmo considera anátema se um anjo do céu vier e pregar além do que foi pregado por ele?
Gostaria de comentar um pouco sobre esta epístola de Gálatas junto com o capítulo 14 de I Coríntios.
Para se entender melhor o que se passa nesta epístola, necessitamos de um “back-ground” histórico para reconhecer os pontos cruciais daquela epístola.
Esta epístola é considerada pelos estudiosos Bíblicos como tendo sendo escrita pouco antes do Concílio de Jerusalém (Atos 15, cerca de 50 AD). Naquela época havia uma grande disputa entre os Cristãos judaizantes em relação aos novos gentios conversos ao Cristianismo. Estes “judaizantes” acreditavam que as “obras da Lei” Mosaica ainda eram importantes e deveriam ser reverenciadas, sendo que até mesmo a circuncisão, o pacto Abraâmico, deveria ser requerido dos gentios incircuncisos que se convertiam ao Cristianismo. Paulo prega abertamente contra estes ensinamentos e chega mesmo a repreender Pedro (um dos colunas da Igreja junto com Tiago e João, Gálatas 2:9) por fazer corpo mole tentando ser político para com os judaizantes (Gálatas 2:11-14).
Esses judaizantes mais tarde foram chamados de Ebionitas na História, não aceitavam a mudança do Sábado para o Domingo e achavam ser Paulo um falso apóstolo, que tão abertamente pregava contra às obras da Lei (Gálatas 2 :16).
A advertência de Paulo então em Gálatas 1:6-8, refere-se então ao fato de que os recém conversos da Galácia pudessem aceitar tão abertamente estas idéias dos judaizantes, afirmando que se até mesmo um anjo do céu viesse e anunciasse um outro evangelho diferente (algumas versões vem com além) do que ele (Paulo) houvesse a eles pregado, que os considerassem anátemas (ou seja, apóstatas da Igreja).
A advertência em Gálatas 1:8, não deve ser entendida como uma advertência contra mais escrituras uma vez que esta epístola foi uma das primeiras a serem escritas do nosso atual cânon do Novo Testamento, sendo posterior talvez apenas ao Livro de Tiago (veja tabela abaixo) ou de não mais existir revelações posteriores de anjos, já que João em seu Apocalipse viu anjos para chuchu!
Ordem (mais provável) escrita dos Livros do Novo Testamento – Fonte: A Bíblia Anotada – Editora Mundo Cristão
Tiago 45-50 AD
Gálatas 49
1 e 2 Tessalonicenses 51
Marcos 50-60
I Coríntios 56
2 Coríntios 57
Romanos 58
Lucas 60
Colossenses, Efésios
Filipenses e Filemon 61
Atos 61
Mateus 60-70
I Timóteo 63
I Pedro 63
Tito 65
2 Timóteo 66
2 Pedro 66
Hebreus 64-68
Judas 70-80
João 85-90
Apocalipse 90 *
1, 2, 3 João 90-100 *
* Nota, a Bíblia Anotada coloca Apocalipse como sendo escrito depois das epístolas de 1,2 e 3 João, contudo, em suas mesmas anotações ela se confunde ao afirmar que o Apocalipse foi provavelmente escrito durante o reinado cruel de Domiciano (81-96 AD) quando João estava exilado na ilha de Patmos e depois afirma que as epístolas 1,2 e 3 de João foram escritas de Éfeso, última morada de João.
Tudo bem, vamos agora supor que a advertência em Gálatas 1:8 fosse em nada mudar em relação ao que Paulo ensinasse senão seria considerado anátema.
Vamos agora para I Coríntios 14:34-35
“Conservem-se as mulheres caladas nas Igrejas, porque NÃO LHES É PERMITIDO FALAR; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem a seus próprios marido, porque para a mulher é vergonhoso falar na Igreja.”
Ora, 99,9% da Cristandade não aceita este ensinamento de Paulo. Eu pergunto, com que autoridade desprezam eles o ensinamento de um apóstolo ou de uma escritura, acaso tem eles escrituras modernas ou apóstolos com autoridade suficiente a fim de revogar este ensinamento de Paulo? Não deveriam então ser todos eles considerados anátemas por pregarem um evangelho diferente daquele que Paulo pregara?
Até mesmo as Igrejas mais fundamentalistas que acreditam que as mulheres não devam cortar seus cabelos segundo a determinação de Paulo , aceitam hoje que as mulheres falem em suas Igrejas e indaguem sobre dúvidas em suas classes dominicais (existem algumas poucas exceções de Igrejas que querem mesmo levar a termo este dois versículos, contudo não têm sido elas muito populares, principalmente entre o público feminino...).
Quanto a uma análise dos versículos, vemos algumas diferenças entre o evangelho de Cristo ensinado por Paulo em Gálatas e o evangelho ensinado pelo conhecimento de homens.
Versículo 1:
Evangelho de Cristo: Vêm de apóstolos da Parte de Cristo
Evangelho dos Homens: Vêm por intermédio de Homens
Versículo 10:
Evangelho de Cristo: Não procura agradar aos homens
Evangelho dos Homens: Agrada aos homens (principalmente teólogos)
Versículo 12:
Evangelho de Cristo: Aprendido através de revelação
Evangelho dos Homens: Aprendido através de conhecimento humano
Versículo 13:
Evangelho de Cristo: É perseguido pelas crenças tradicionais
Evangelho dos Homens: Persegue a verdadeira Igreja e o evangelho
Versículo 14:
Evangelho de Cristo: contradiz as presentes tradições religiosas
Evangelho dos Homens: apóia-se sobre tradições
Versículo 14-16:
Evangelho de Cristo: É pregado às outras nações
Evangelho dos Homens: Geralmente limita-se ao seu próprio país
Versículo 14-16:
Evangelho de Cristo: Não requer treinamento temporal e humano
Evangelho dos Homens: Requer treinamento temporal e humano
Como vêem, o evangelho Restaurado SUD aproxima-se muito mais do evangelho ensinado conforme Paulo do que a normal corrente Cristã atual.
18) Como vocês
explicam Isaías 43:10, que diz:"...antes
de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá."
E também Mosías
12:35, diz: “Não terás outro Deus diante de mim.” Certamente Alma também afirmou
que só há um Deus, porque então a Igreja S.U.D. afirma que existiram outros
deuses e que podemos ser deuses?
Vamos
clarificar os conceitos:
Politeísta:
Acredita em vários deuses, vários indivíduos capazes de adoração,
chegando mesmo a competir entre si pela adoração dos filhos dos homens.
Exemplo: Mitologia Greco-Romana.
Henoteísta:
Acredita em vários deuses, mas só um é sujeito de adoração (do grego orar
para), ou seja, só um para quem devemos nos voltar, nenhum Deus diante dele. Um
único Salvador a quem devemos prestar culto e nos relacionar. Exemplo: Judaísmo
primitivo e Mórmons
Monoteísta:
Acredita na existência de um só Deus, a quem deve honrar e prestar reverência.
Exemplo: Judeus modernos e muçulmanos
Os
católicos, apesar de seu credo de Nicéia, aproximam-se muito mais do
conceito de politeísta, pois permitem a adoração (ou oração para) dos
santos, apesar de não haver disputa entre estes pela adoração dos filhos dos
homens
Protestantes
procuram se aproximar do conceito do monoteísmo, mas a elevação de Jesus a
categoria de Deus é rejeitada por Judeus e Muçulmanos. Estes últimos riem
da confusão do Credo de Nicéia, ou de que Deus possa ser expresso em três
emanações distintas mas únicas em substância, mais ou menos como água no
estado sólido, líquido e gasoso... Riem mais ainda quando vêem a
dificuldade destes em tentar explicar Atos 7:55-56, onde Deus e Jesus, ambos
deuses, aparecem lado a lado.
Isaías está falando para Israel, que vire e mexe esquece seu Deus para se juntar em cultos sensuais de deuses como Baal, Dagon e Ashtatarote. Vejamos os versículos seguintes de Isaías:
43:11 " Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador."
43:12 " Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor Deus. (Do Hebraico <Jeohovah El>)"
Os versículos mostrados advertem Israel de que Deus é único em adoração e culto. Para Israel, não haveria outro Deus a quem deveriam prestar culto ou inclinar-se.
Todo o fim do capítulo 10 "...antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá" foi tirado somente de quatro palavras do Hebraico Original:
{Paniym'} = antes, diante
{'el} = Deus
{yatsar} = formado, feito, confeccionado
{'achar}= depois, após, em seguida, atrás
A palavra hebraica [Pawnin]
traduzida como "antes de mim", pode ser perfeitamente ser traduzida como
"diante de mim", ou
em frente de mim. Aliás, ela dá muito mais a idéia de "posição"
ou "localização" do que de "tempo". A palavra final
Mesmo que aceitemos o “antes” de mim, nosso modo de ver o tempo pode ser bem diferente de Deus. Uma eternidade para o Homem ou para Israel, pode ser bem diferente do Conceito de Eternidade em Eternidade para Deus, o que não invalidaria o conceito Mórmon de vários deuses.
Aliás gosto muito de:
Deuteronômio 10:17 “Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores...”
Salmos 8:5 “ Fizeste-o (o Homem), um pouco menor do que os anjos (Elohim)”
A
palavra hebraica para “anjos”é Elohim, a mesma palavra usada para Deus
criador no início do Gênesis, que a terminação “im” em Hebraico
significa plural (mesma terminação de Urim e Thumim –“luzes e
verdades”), que melhor traduzido seria por deuses ou Deus dos deuses?
Salmos 82:1 “Deus assiste na congregação divina, no meio dos deuses estabelece o seu julgamento”
Além é claro, da própria escritura de Atos 7:55-56, onde coloca dois
deuses, Pai e Filho, lado a lado! Interessantemente, sempre lado a lado,
"à destra de Deus", nunca diante nem por detrás!
"o qual (Cristo), depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades e poderes". O original grego para anjos é aggelos {agg-el-os}, provavelmente derivado do Hebraico:
{'agg-o} = guia, condutor, mensageiro...
{'el} = deus
{os} = designação plural do próprio grego.Ou seja, anjos são como "deuses ministradores" ou "mensageiros a serviço de Deus". Outro fato interessante é que Pedro distingue entre anjos, potestades e poderes, este último tendo uma conotação de poder e autoridade temporal, mas o segundo, traduzido por "potestades", vem da palavra grega: {dunamis} = seres com poderes inerente, residindo neles pela virtude de suas naturezas, com poderes de realizar milagres, almas de grande excelência moral. Ou seja, deuses, no conceito mórmon, também submissos ao grande Jeová (estariam "abaixo", nem diante ou detrás...?) e não sujeitos a adoração.
19) E quanto a outras escrituras de Isaías que afirmam que não há outros deuses fora Yahweh (Jeová)?
Críticos Cristãos tradicionais alegam que a Doutrina Mórmon da Deidade e a crença na theosis são incompatíveis com as múltiplas declarações em Isaías de que “Não há nenhum Deus além do Senhor [Jeová]" Estas passagens incluem Isaías 43:10-11; Isaías 44:6,8; Isaías 45:5-6; Isaías 45:21-22; e Isaías 46:9-10.
Em Isaías 44:6 temos:
“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos:
Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus.”
Passagens tais como Isaías 44:6,8 e 45:5,21 onde se lê "fora
de mim não há Deus" ou uma variação dessa
frase são tradicionalmente interpretadas pelos anti-mórmons
tradicionais como querendo dizer que absolutamente não existe nenhuma
outra forma de deidade além de Yahweh, incluindo homens exaltados.
Este tipo de interpretação à primeira vista parece óbvio,
não obstante ao considerarmos passagens semelhantes em outras partes
da escritura fica claro que tal interpretação está incorreta.
Por exemplo, Isaías 47:8-10 descreve a cidade de Babilônia como
dizendo:
"Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas
tão
segura, que dizes no teu coração: Eu o sou, e fora
de mim não
há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei
a perda de filhos.
Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo
dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre
ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande
abundância dos teus muitos encantamentos.
Porque confiaste na tua maldade e disseste: Ninguém me pode ver; a
tua sabedoria e o teu conhecimento, isso te fez desviar, e disseste no teu
coração: Eu sou, e fora de mim não há outra."
Estas passagens usam exatamente as mesmas expressões tal como são
usadas em Isaías 44 e 45, ainda que elas certamente não excluam
a existência de qualquer outra cidade além da cidade de Babilônia.
A cidade de Nínive estaria muito descontente caso foste este o caso,
conforme Sofonias descreve Nínive em Sofonias 2:15 dizendo:
"Esta é a cidade alegre, que habita despreocupadamente, que
diz no seu coração: Eu sou, e não há outra
além
de mim; como se tornou em desolação, em pousada de
animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua
mão."
Mais uma vez está claro que esta frase não exclui a própria
existência de outras cidades. São frases que denotam proeminência
entre um conjunto, não exclusividade ou um conjunto unitário.
Usando estas frases paralelas torna-se claro que Isaías não
está excluindo a mera existência de qualquer outra deidade quando
ele cita Yahweh declarando “não há Deus fora (além)
de mim”. Há, de fato, várias escrituras no Velho Testamento
que implicam que Yahweh é de fato um entre um número de deuses,
embora seja supremo entre eles.
"E os céus louvarão as tuas maravilhas, ó SENHOR, a tua fidelidade também na assembléia dos santificados. Pois quem acima no céu se pode igualar ao SENHOR? Quem entre os filhos de Deus (tradução literal do hebraico) pode ser semelhante ao SENHOR? Deus é muito formidável no concílio dos santificados, para ser reverenciado por todos os que o cercam. Ó SENHOR Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, SENHOR, com a tua fidelidade ao redor de ti?" (NIV Salmos. 89:5-8).
"Entre todos os deuses não há semelhante
a ti, Senhor, nem há obras
como as tuas."(Salmos 86:8)
"DEUS toma seu lugar na congregação
divina; no
meio dos deuses exerce seu julgamento." (Salmos 82:1)
Estas escrituras falam de seres divinos, “deuses” que são os “filhos
de Deus(es)”, quem são seres celestiais que habitam nos céus.
Estes não podem ser ídolos ou falsos deuses (nem juízes
mortais...). Yahweh habita entre eles, reina sobre eles, e exerce seu julgamento
em seu meio.
Outra escritura favorita dos críticos da doutrina SUD da exaltação é Isaías
43:10. Ela parece contradizer esta doutrina quando diz:
“Vós sois as minhas testemunhas, do Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais e entendais que eu sou o mesmo; antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.”
Se esta passagem está se referindo a falsos ídolos que representam deidades que não existem, ou se ela se refere a seres reais divinos que co-existem e são subordinados a Yahweh, não é crucial para a resposta deste criticismo particular. A passagem especificamente fala de "antes" e "após" Yahweh. Desde Yahweh sempre existiu, e desde que Ele sempre existirá, nenhum homem poderia nunca ser exaltado “antes” ou “após” Yahweh. Todos os homens que são exaltados à deidade serão contemporâneos de Yahweh, e nunca precederam ou sucederão a existência de Yahweh. Eles tornar-se-ão parte do conselho divino sobre o qual Ele preside.
Portanto, como está escrito, eles [os habitantes do Reino Celestial]
são deuses, sim, os filhos de Deus (D&C 76:58).
Conclusão
Estas escrituras em Isaías claramente têm a intenção
de asseverar a supremacia, autoridade, e superioridade de Yahweh sobre não
apenas os falsos ídolos, mas também sobre tudo o mais, incluindo
os deuses reais.
As passagens de Isaías não podem ser utilizadas para “desprovar”
as crenças SUD em seres divinos separados na Deidade ou na doutrina
da theosis. O ponto principal destas escrituras é encorajar Israel
para que parem de adorar outros seres divinos ou ídolos em contrapartida
para que adorem somente a Yahweh (ver Isaías 41:29, Is. 42:8, Is.
43:10, 12, 24, Is. 44:8, 9, 10, 17, 19, Is. 45:9, 12,16, 20, 22.)
Quaisquer outros usos destas passagens distorcem o intento e significado
de Isaías.
20) Como vocês podem falar em famílias eternas se Cristo ensinou em Mateus 22:23-30 que seremos como anjos na ressurreição? Acaso os antigos Cristãos possuíam alguma crença semelhante?
Para
entendermos um pouco melhor a passagem de Mateus 22:23-30 devemos ler o que
diz a posição oficial da Igreja a respeito de casamentos eternos:
“Portanto, se um homem se casar com uma mulher no
mundo e não se casar com ela por meu intermédio nem por minha palavra; e
fizer convênio com ela enquanto estiver no mundo e ela com ele, seu convênio
e casamento não terão valor quando morrerem e quando estiverem fora do
mundo; portanto não estarão ligados por lei alguma quando estiverem fora do
mundo. Portanto quando estão fora do mundo não se casam nem são dados em
casamento, mas são designados anjos no céu, anjos esses que são servos
ministradores, para ministrar em favor daqueles que são dignos de um peso
muito maior, imensurável e eterno de glória. Porque esses anjos não
guardaram minha lei; portanto não podem crescer, mas permanecem separados e
solteiros, sem exaltação, no seu estado de salvação, por toda a
eternidade; e daí em diante não são deuses, mas anjos de Deus para todo o
sempre.”
(Doutrina e Convênios | Seção 132:15 - 17)
Quando os saduceus impuseram a questão do casamento dos setes irmãos (segundo a Lei do Levirato) com uma mulher e perguntaram a Cristo de qual dos sete seria ela esposa, Cristo responde:
“Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Por que na ressurreição nem casam nem se dão em casamento, são porém como anjos do céu.”
Primeiro ponto importante aqui é que Cristo utilizaria as palavras “gamousin” {=entrar em convênio de casamento} e depois “gamozotai” {=o mesmo sentido de gamousin, só que utilizando no que é chamado de Voz Média em Grego, ‘dar-se em casamento’}. Em nenhuma das primitivas versões conhecidas, Cristo usa a palavra “gamésas” {= aquele que é casado}, utilizada em I Cor. 7:33. Esta deveria ser a palavra se Cristo quisesse dizer que a “instituição casamento” não existiria no mundo vindouro.
Para entender ainda mais este ponto, devemos atentar às palavras “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. Para nós fica claro que o poder de Deus tudo pode, quer seja ressuscitar um homem, que seja uni-lo a sua família para toda a eternidade, mas o que Cristo quis dizer ao referir-se a “errais não conhecendo as Escrituras”, que Escrituras do Velho Testamento estava Cristo ou os Saduceus a se referirem? Alguma escritura sobre sete irmãos casando-se sucessivamente com uma mulher ou alguma outra falando sobre que os sete maridos seriam como anjos do céu?
Felizmente nossos amigos Católicos preservam em suas Bíblias o livro deuterocanônico de Tobias, onde lemos que uma jovem, Sara, que havia sido dada em casamento a sete maridos (todos irmãos), cada um dos quais havia sido morto por um espírito maligno na noite anterior às núpcias, não concretizando assim o casamento. Mas na história (Tobias 6:10-8:9) Sara finalmente casa com um oitavo marido, Tobias, filho de Tobias, quem, seguindo às instruções do arcanjo Rafael, administra para que se expulse o espírito maligno e portanto não é morto. De especial interesse é o fato do arcanjo (que de acordo com Tobias 3:17, havia sido enviado para preparar os arranjos do casamento) diz ao jovem Tobias que sua esposa havia sido designada para ele “desde o princípio” (Tobias 6:17). Isto implica que ela não havia sido selada a nenhum de seus antigos maridos, o que explica o porquê de nenhum deles poder reclamá-la na ressurreição, conforme explicara Jesus. Mas se ela fosse selada a Tobias a situação mudaria. Assumindo que os Saduceus (cuja questão central era ressurreição, não casamento) estivessem aludindo a esta história, mas deixaram uma parte de lado (a parte concernente a Tobias), isto explicaria porque Jesus lhes disse “errais não conhecendo as Escrituras...”
Quanto a escrituras ou referências referindo-se a esta ordenança eterna restaurada nestes últimos dias por um profeta moderno, mas que todavia se perdeu durante a apostasia da Igreja Primitiva, podemos encontrar em Orígenes (século III, aquele mesmo que seria excomungado postumamente pela Igreja de Roma) uma crítica a alguns cristãos que nela acreditavam, mais precisamente aqueles com um background judaico, não grego...:
"Algumas pessoas... são da opinião que o cumprimento das promessas do futuro são uma perspectiva de luxúria e prazeres do corpo... E conseqüentemente diz eles, que após a ressurreição haverão casamentos e a geração de filhos, imaginam a si mesmos que a cidade terrena de Jerusalém será reconstruída...Tais são as perspectivas daqueles que, embora acreditem em Cristo, compreendem as Escrituras em uma espécie de sentido Judaico, sacando delas nada digno das divinas promessas."
Se soubéssemos que Orígenes foi um daqueles que seguiu literalmente a Escritura “há alguns que se fazem eunucos por causa do Reino de Deus”, ou seja, em sua juventude emasculou-se, castrou-se para assim melhor servir a Deus, entendemos por que Ele não gostava da idéia de casamentos eternos e achava isto uma luxúria...Contudo temos a referência clara que alguns Cristãos de sua época, mais precisamente aqueles que procuravam ater-se às escrituras judaicas possuíam uma perspectiva semelhante aos S.U.D. hoje.
Outras referências vêm dos livros da Biblioteca de Nag Hammadi, descoberta no Egito em 1945. Em particular gostaria de citar algumas referências do Livro de Felipe sobre este assunto de particular interesse ao S.U.D. que já passou pela cerimônia do templo.
“...Por isso Cristo veio ao mundo, para anular a separação que
existia desde o princípio, para unir a ambos e para dar vida àqueles que
haviam morrido na separação e uni-los de novo. Pois bem, a mulher se une ao
marido na câmara nupcial” (Felipe 78-79)
Câmara nupcial esta descrita como espelhada,
“ Recebem-nos [tanto as potencialidades masculinas como femininas] a partir da câmara nupcial espelhada” (Philip in Robinson, The Nag Hammadi Library, 139)
E como na doutrina S.U.D. esta cerimônia não poderia deixar de ser aceita na mortalidade para se recebê-la mais tarde:
“Se qualquer um se torna filho da câmara nupcial, ele receberá a luz. Se qualquer um não a receber enquanto está por estes lugares, ele não será capaz de recebê-la algures” (Philip in Robinson, The Nag Hammadi Library, 151)
E o resultado desta união mística acredita-se ser a capacidade de gerar filhos:
“Mais numerosos são os filhos do homem celestial que os do homem terreno. Se são numerosos os filhos de Adão – apesar de mortais – quanto mais os filhos do homem perfeito, que não só não morrem como podem ser engendrados sempre!” (Felipe 28)
Também na minha Bíblia de Jerusalém, no Livro de Tobias encontro mais duas referências a famílias eternas. Tobias, logo após apresentar-se a Raguel e Edna, mãe de Sara, pede-a em casamento. Raguel concede com as seguintes palavras:
"...Está bem, e a ti que ela deva ser dada segundo a Lei de Moisés, e o céu decreta que ela te seja dada. Recebe tua irmã. A partir de agora tu és seu irmão e ela é tua irmã (termo usado para designar "esposa" em Tobias 5:21; 8:4,7,21 ou "noiva" em Cantares 4:9; 5:1-2 e cf. 8:1). Ela te é dada a partir de hoje e para sempre...recebe-a, pois ela te é dada por esposa, segundo a lei e a sentença escrita no Livro de Moisés"
(Tobias 7:11-12)
E mais adiante Raguel, ao confirmar sua condição de sogro, declara a Tobias:
"...Tem confiança, filho! Sou teu pai, e Edna (esposa de Raguel) é tua mãe; junto a ti estaremos e junto de tua irmã (vide parênteses acima), desde agora e para sempre." (Tobias 8:21)
Mais uma vez vemos o pobre jovem fazendeiro Joseph Smith, ensinando escrituras diametralmente antagônicas aos Cristãos do seu tempo que somente com uma abordagem mais profunda das escrituras, contextualizando textos apócrifos e outros recentemente descobertos provam-se plausíveis e surpreendentemente semelhantes.
Vejamos duas versões Bíblicas para esta passagem:
“...tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela
fé que UMA VEZ foi dada aos santos.” [Sociedade Bíblica Trinitariana do
Brasil, Edição Corrigida e Revisada, fiel ao Texto Original/ Trinitarian
Bible Society]
“...senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes diligentemente pela fé que UMA VEZ POR TODAS foi entregue aos
santos.” [A Bíblia Anotada, Versão Almeida, revista e atualizada / The
Ryrie Study Bilbe]
Qual versão é a mais correta?
Enquanto alguns tradutores da Bíblia traduzem a passagem “de uma vez
por todas,” a Versão do Rei Tiago em Inglês simplesmente fala da “fé
que foi uma vez entregue aos santos.” A palavra Grega que serve tanto para
“uma vez” (ou “uma vez por todas”) é {hapax} . Esta palavra
entretanto não denota uma idéia definitiva e final. Isto é claro a partir
das seguintes passagens do Novo Testamento, onde a mesma palavra Grega é
usada em um contexto onde ninguém a compreenderia como significando “uma
vez por todas” ou “uma vez para sempre”.
Filipenses 4:16
“Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário à
Tessalônica”
[Sociedade
Bíblica Trinitariana do Brasil, Edição Corrigida e Revisada, fiel ao Texto
Original/ Trinitarian Bible Society]
Por que até para Tessalônica mandaste, não somente UMA VEZ, mas duas,
o bastante para as minhas necessidades. [A Bíblia Anotada, Versão Almeida, revista e
atualizada / The Ryrie Study Bilbe]
1 Tessalonicenses 2:18
“Por isto bem quisermos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu,
Paulo, mas Satanás no-lo impediu.” [Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil]
“Por isto quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente
UMA VEZ, mas duas), contudo Satanás nos barrou o caminho.”
[A Bíblia Anotada]
Percebam que nestes dois versículos, até mesmo A Bíblia Anotada,
traduziu {hapax} como apenas “uma vez”, apesar de ter traduzido a mesma
palavra Grega por “uma vez por todas” na passagem de Judas
Na verdade, a mesma palavra Grega é encontrada dois versículos mais
adiante em Judas 1:5, onde o autor escreveu:
“Mas quero
lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo
um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram.”
[Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil].
Se ele tinha que lembrar seus leitores que “uma vez” souberam isto,
então agora o sabem novamente, portanto uma tradução como “de uma vez por
todas” não faz muito sentido. Veja como fica desajeitada a opção e como
muda o sentido do versículo esta mesma passagem na Bíblia Anotada, sendo
obrigada a sacar um complemento nominal (“de tudo”) não existente no
texto original a fim da frase fazer algum sentido.
“Quero pois,
lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez por todas, que o
Senhor tendo libertado um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois,
os que não creram” [A Bíblia Anotada]
Se o evangelho (mais corretamente, fé) era para ser entregue apenas uma vez aos homens na terra, então Paulo estaria errado em escrever que o evangelho houvera sido revelado anteriormente a Abraão (Gálatas 3:8). E se o evangelho foi revelado nos dias de Jesus, para nunca mais desaparecer da terra, não haveria necessidade da aparição do anjo que João viu, o qual haveria de vir nos últimos tempos a fim de revelar o evangelho aos habitantes da terra (Apocalipse 14:6-7).
Dr. Charles Pyle (PhD em línguas Clássicas) nota também que existia uma outra palavra Grega, “ephapax”, a qual significa literalmente “de uma vez por todas”. Ela era utilizada na época do Novo Testamento e Judas certamente a teria usado ao invés da ambígua “hapax” se ele quisesse passar uma idéia de fé definitiva e final.
22) Deuteronômio 18:22 não estabelece um padrão para se determinar um profeta, como algumas profecias de Joseph Smith podiam ser condicionais ou somente cumpridas parcialmente numa época e terminadas de se cumprir em outra época ou lugar?
Em Deuteronômio 18:22, lemos:
"Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se
cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com
presunção falou o profeta; não o temerás."
Esta passagem não diz exatamente que um erro torna falso um profeta. O problema com a aplicação de Deuteronômio 18:22 a uma única e individual profecia é que ela pode ser cumprida de maneira complexa, ou em alturas muito posteriores à dos ouvintes. Além disso, Deus algumas vezes pode reverter algumas profecias, como Ele disse que era livre de o fazer em Jeremias 18:7-10:
"Se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca
dum reino, para arrancar, para derribar e para destruir, e se aquela nação,
contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei
do mal que intentava fazer-lhe. E se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação
e acerca dum reino, para edificar e para plantar, se ela fizer o mal diante
dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem
que lhe intentava fazer."
Temos de ser cuidadosos na forma como pretendemos aplicar Deuteronômio 18:22, pois corremos o risco de rejeitar alguns profetas verdadeiros da Bíblia! Existem exemplos em que um verdadeiro profeta profetizou algo que não aconteceu como ele afirmou. Um exemplo disso encontra-se na história de Jonas, a quem foi ordenado por Deus que profetizasse ao povo de Nínive.
Jonas
profetizou que o povo seria destruído em 40 dias (Jonas 3:4) - sem a
possibilidade de escapatória, apenas a maldição eminente, contudo, Deus
mudou as coisas, quando o povo se arrependeu e Ele decidiu poupá-los -
causando muito desgosto ao imperfeito (ainda que divinamente chamado) profeta
Jonas. De fato,
Jonas ficou "extremamente desagradado" e "irado" (Jonas
4:1) com esta mudança de Deus, talvez porque isso tornasse Jonas parecer
um falso profeta.
Apesar da profecia "incorreta", e do "defeito" de
Jonas, ele foi um profeta de Deus, e o Livro de Jonas na Bíblia faz parte da
Palavra de Deus. Contudo, se esse texto sagrado se tivesse perdido, sendo
apenas restaurado por Joseph Smith, talvez como parte do Livro de Mórmon,
seria certamente assaltado como a mais condenável evidência contra Joseph
Smith. Imagino que os críticos classificariam o Livro de Jonas como sendo maléfico,
contraditório, absurdo, antibíblico, não científico, e não cristão (com
certeza, haveria muitos que o rejeitariam tal como ele é, sem que pudessem
acreditar nas circunstâncias da história).
O profeta Ezequiel fornece outro exemplo em como profetas verdadeiros podem errar ou dar-nos profecias sem exatidão, ou duvidosas.
Em Ezequiel, capítulos 26, 27 e 28, lemos que Tiro (uma cidade-ilha fortificada) seria conquistada, destruída e saqueada pelo Rei Nabucodonosor da Babilônia. As riquezas de Tiro iriam para a Babilônia (Ezequiel 26:12). O exército de Nabucodonosor cercara Tiro, e os seus habitantes estavam aflitos, aparentemente muitos deles rasparam as suas cabeças, conforme profetizado em Ezequiel 27:31. Contudo, o cerco Babilônico de 13 anos aparentemente não foi tão bem sucedido como Ezequiel profetizara, talvez as tácticas de cerco Babilônicas fossem menos efetivas contra uma cidade-ilha fortificada, com um significante poder naval. O resultado do cerco pode ter sido um tratado ou uma aliança, mas não a destruição total e pilhagem, e em Ezequiel 29:17-20 relata que a profetizada pilhagem não teve lugar. Quase como compensação, o Senhor anunciou que Ele daria o Egito aos Babilônicos, que é o tema do capítulo 29.
Na verdade, Tiro foi eventualmente destruída, mas a sua completa destruição não ocorreu durante o cerco babilônico, e certamente o exército babilônico não ficou com as riquezas de Tiro, como tinha sido profetizado. E foi o próprio Ezequiel que relatou a sua "profecia como falhada"!
Ezequiel 26:14 e 27:36, declara que Tiro nunca mais existiria, nem seria novamente edificada. Certamente, apesar de não ter sido conquistada pelos exércitos babilônicos, eventualmente caiu diante de Alexandre, o Grande, e foi destruída pelos seus exércitos. Mas então, a cidade sobre a qual tinha sido profetizado que nunca mais seria reconstruída, reedificou-se novamente em 125 a.C. durante a Era Romana, e a cidade floresceu com talvez até maior proeminência e teve uma comunidade cristã a viver lá. Os Muçulmanos reduziram a cidade a cinzas em 1291, mas foi reconstruída novamente algum tempo depois. Em 1983, tinha uma população de 23.000 habitantes!
O propósito ao discutir as profecias sobre Tiro não é questionar a veracidade da Bíblia (é verdadeira - nós somente precisamos entendê-la, como devemos entender toda a escritura e toda a profecia, assim como precisamos entender suas limitações). O objetivo primário em discutir Tiro é que assumindo uma atitude crítica e uma aplicação literal a Deuteronômio 18:22 pode servir para rejeitar aqueles que Deus enviou, ainda que fossem mortais e falíveis. Acerca de Tiro, é justo mencionar que os escritores hebraicos usaram muitas vezes palavras como "nunca" ou "todo" ou "sempre" livremente.
Tiro "nunca" seria reconstruída, assim como os sacrifícios animais durariam para "sempre" - mas essas expressões podem ser melhor compreendidas como figuras de estilo do que como absolutas. De qualquer
modo, procurando ser razoável, a mesma maneira e a abertura concedida para compreender a Bíblia e as suas aparentes falhas, deveriam ser igualmente aplicadas, por cortesia, ao Livro de Mórmon e às palavras dos profetas modernos.
Outro exemplo a considerar é o do Profeta Jeremias - um grande e inspirado profeta - que profetizou que o Rei Zedequias "morreria em paz" (Jeremias 34:4-5). Os críticos poderiam argumentar que esta profecia não poderia ser verdadeira, pois Zedequias viu os seus filhos serem mortos pelos conquistadores babilônicos e estes o cegaram e o puseram na prisão, onde ele morreu - não em paz (Jeremias 52:10-11). Sem dúvida que o ponto é que ele não morreria pela espada, mas de causas naturais – ainda que na prisão – mesmo assim, para os críticos, pode parecer um caso de falsa profecia. Este exemplo é certamente menos nítido que a profecia de Ezequiel já discutida, mas mesmo assim serve para avisar-nos contra os julgamentos pungentes.
Muitos críticos dos Santos dos Últimos Dias tentam condenar Joseph Smith usando um padrão que, se aplicado a Ezequiel, Jeremias e Jonas, também os condenaria, tornando o Velho Testamento uma fraude.
Em 2 Samuel 7:5-17, lemos que o profeta Natã profetizou a David que através do seu filho Salomão, o império Davidiano seria estabelecido para sempre e que os filhos de Israel permaneceriam na terra prometida e não seriam mais movidos, e que não mais seriam afligidos. São coisas claramente afirmadas. E que aos nossos olhos, não aconteceram assim.
Seguindo este raciocínio, como consideraremos Jonas, Ezequiel e Jeremias? Seriam também eles falsos profetas?
Seguindo ao pé da letra Deuteronômio 18:22 teríamos ainda mesmo que descartar o próprio Cristo como profeta, pois este afirmaria:
Mateus 12:39-40
Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas;
pois,
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim
estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.
Contudo sabemos que Cristo faleceu numa sexta-feira antes do crepúsculo (1o dia e 1a noite), passou todo o Sábado no sepulcro (2o dia e 2a noite) e ressuscitou na manhã de domingo (3o dia), onde estaria a 3a noite faltante da profecia de Mateus em relação ao sinal do profeta Jonas? Alguns tentam imputar às trevas que sobrevieram sobre a Terra por ocasião de sua morte como uma “noite”, só que Mateus registra que:
Mateus
27:45-46
E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora
nona.
Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá
sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
À nona hora ou bem próxima dela, Cristo pediu que o Espírito de Deus não o desamparasse. Em grande agonia ele perguntou: "Deus meu, por que me desamparaste?" Lemos que ele morreu logo após isso - na nona hora, QUANDO A ESCURIDÃO HAVIA CESSADO. Marcos registra a mesma coisa, a morte aconteceu quando a escuridão havia deixado a terra; logo, o período de escuridão não poderia ser tomado como primeira noite, porque ele ainda permanecia na cruz e seu corpo não estava no seio da Terra.
Somente se considerássemos que a profecia de “três dias e três noites” fosse aproximada, ou então, “três noites” para outros povos longe do Meridiano de Jerusalém (como por exemplo, um sinal para os Nefitas e seus descendentes que pudessem se encontrar nas Américas ou nas Ilhas do Pacífico, não apenas à geração adúltera da Judéia) não podemos seguir ipsis ilitiris a profecia de Mateus 12:39-40 com os parâmetros tomados por Deuteronômio 18 sem correr o risco de descaracterizar o próprio chamado profético de nosso Senhor Jesus Cristo.
Joseph Smith fez algumas surpreendentemente profecias corretas: previu em 1832 que uma guerra civil irromperia, começando na Carolina do Sul, com o envolvimento da Grã-Bretanha; profetizou que o tabaco era pernicioso para a saúde e deu uma dieta com princípios nutricionais muito parecida com as atuais "pirâmides alimentares"; previu o seu próprio martírio; previu o sucesso global que a Igreja restaurada experimentaria, apesar das perseguições; previu que os Santos se estabeleceriam nas Montanhas Rochosas; e previu outros acontecimentos importantes relativos aos Americanos Nativos, aos Estados Unidos da América, à Igreja, etc.
23 ) Como
podem vocês acreditar que Jesus e Lúcifer são espírito irmãos?
A resposta rápida seria, Deus nosso Pai Celestial é o pai de todos os espíritos (Hebreus 12:9), todos fomos criados por Ele, inclusive Cristo, Lúcifer e todos nós, logo somos todos espíritos irmãos.
O interessante é que os críticos sobre este tópico parecem querer
nos fazer acreditar que seria uma blasfêmia ou sacrilégio caracterizar Jesus
e Lúcifer como espíritos irmãos. Partem da premissa de que Jesus, como
criador, jamais poderia ser igualado a uma criatura criada, muito menos a Lúcifer.
Contudo, a própria Bíblia nos ensina que Cristo é o “Primogênito” de
toda criação (Colossenses 1:15), como primogênito quer dizer o primeiro
gerado, chegamos a conclusão de que Cristo é o espírito mais velho de todos
aqueles criados por nosso Pai Celestial. Alguns evangélicos tentam contornar
esta escritura tentando dar qualquer outro significado à palavra “Primogênito”,
tudo menos o seu significado pleno e simples. Alguns deles dizem que deveríamos
ler “Herdeiro” e não “primeiro gerado”, só que o grego tem uma
palavra específica para “primogênito” e outra específica para
“herdeiro”, por que Paulo ou os antigos escribas usariam uma e não a outra?
Será apenas para nos confundir? Outra, apesar de todo primogênito pela lei
judaica ser herdeiro das coisas de seu pai, nem todo herdeiro era o primogênito,
como vemos nos caso de Esaú e Jacó, Isaque e Ismael, etc. Ainda mais, a não
caracterização de Jesus como Primogênito (= primeiro gerado) quebra todo o
simbolismo do cordeiro sacrificial da Lei de Moisés. Todo erudito evangélico
irá concordar que o sacrifício do cordeiro pela expiação dos pecados de
Israel na Lei de Moisés seria um símbolo ou prefiguração do Sacrifício do
Cordeiro de Deus, este cordeiro era um primogênito e sem mácula,
simbolizando o Primogênito e Imaculado Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.
Vamos ver algumas outras escrituras bíblicas que apontam para Lúcifer
como também um filho de Deus.
Jó 1:6
“Ora, chegado o dia em que os filhos de Deus vieram
apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.”
É claro que esta passagem não seria suficientemente convincente para
validar nossa posição, uma vez que estar entre um grupo não necessariamente
signifique que se faça parte ou pertença aquela grupo. Devemos então notar
que Isaías 14:12 intitula Lúcifer como “filho da Alva” e como “estrela
da manhã”
E
daí? Você pode estar se perguntando. Bem, estes pontos menores são
particularmente significantes uma vez que o nome Lúcifer significa
“portador de luz” ou “aquele que brilha”. Muitos eruditos acreditam
que este significado, junto como seu epíteto “filho da alva” (Isaías
14:12), significaria portanto que ele também fosse uma das “estrelas da
manhã”, - um filho de Deus. Para isto se referem a escritura de Jó, onde
demonstra que na fundação da terra, todas “as estrelas da manhã”, i.e.,
todos os “filhos de Deus” estavam juntas cantando júbilos ao Senhor.
Jó
38:4-7
“Onde
estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens
entendimento. Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu
com o cordel? Sobre que foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou a
pedra de esquina, e quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e
todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?”
Um erudito fundamentalista Cristão, Arno C. Gaebelein, concorda: Ele
escreveu:
“Os filhos de Deus, revelados como estrelas da manhã,
incluem
Gabriel e Miguel ... e Lúcifer, o Filho da Manhã, deveria
também ser incluído, embora o mesmo tornou-se inimigo de
Deus com a sua queda.”Gaebelein novamente reitera sua
crença; “Havíamos antes declarado que, antes de sua
queda, o demônio era originalmente um arcanjo, uma das Estrelas
da Manhã, e como aprendemos do livro de Jó, as quais
cantaram juntas louvores à Deus na hora da
criação.” (Jó 38:4-7)
Lembrando que o próprio Cristo se identifica também como uma estrela da manhã.
Apocalipse 22;16
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar
estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a
resplandecente estrela da manhã.”
E Ele mesmo dá este título a todos os que atingirem as mais altas esferas celestiais:
Apocalipse 2:27-29
“..., assim como eu recebi autoridade de meu Pai;
também lhe darei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas.”
Quanto
a Lúcifer, irmão de Jesus em espírito, vemos outra
referência entre os escritos dos primeiros Cristãos. Lactâncio,
um apologista Cristão do terceiro século, ensinou o seguinte:
“Antes
da criação do mundo, Deus produziu um espírito como ele mesmo, repleto com
as virtudes do Pai. Mais tarde, Ele fez um outro, em quem a marca da divindade
foi apagada, pois este ser tornou-se imbuído do veneno do ciúme
e virou-se contra tudo que é bom para ser o Maligno. Ele ficou
ciumento de seu irmão mais velho, tornou-se Satanás ou o opositor” [Lactâncio,
Instituições Divinas 2:9, em ANF 7:52]
Hennecke
e Schneemelcher relatam que o tanto o escritor das “Indagações de
Bartolomeu” bem como um grupo cristão gnósticos, os Bogomilos, ensinaram
que “Cristo é o filho mais velho de Deus, Satanás...é um filho mais
novo.” [NTA 1:289]
24) Por que O Livro de Mórmon, que seria uma
tradução de antigos textos hebraicos usa o termo Lúcifer
para designar Satanás? A designação Lúcifer só foi primeiramente usada
com a tradução de Jerônimo para Isaías 14:6, contudo isto não estaria
correto pois esta escritura se refere ao Rei da Babilônia, e não a Lúcifer.
D&C 76: 26, 27 também aparentemente segue esta errônea descrição de
Jerônimo.
Esta discussão parece ter sido levantada primeiramente por Lutero e
Calvino, pois acharam que como Lúcifer significa ser “portador de Luz”,
Jerônimo “errara grosseiramente” ao associar este nome com um “ser das
trevas” como é Satanás, a associação deveria ser restrita somente ao rei
da Babilônia. Aparentemente eles desconheciam ou não aceitavam a condição
de Lúcifer antes de sua queda. Tanto Lutero como Calvino achavam que o mal
foi criado pelo próprio Deus desde o início, não havia sido uma escolha,
uma rebeldia devido ao mal uso do Livre Arbítrio de Satanás e seus anjos.
Na
verdade, Lúcifer é primeiramente mencionado (sob este nome) nos escritos de
Orígenes (fim do segundo século) cerca de duzentos anos antes de Jerônimo
colocar sua referência no texto Latino. Tertuliano e outros antigos
patriarcas da igreja também discorriam sobre Lúcifer, de tal forma que a
conexão entre Lúcifer e Satanás foi estabelecida algum tempo antes do fim
do segundo século. Antes que o texto latino tornar-se largamente divulgado, o
nome Lúcifer (portador de luz) tinha um significado muito mais específico.
Era o nome de Satanás antes de sua queda da glória. Orígenes explica que
isto é por causa de sua condição anterior a sua queda, ele era um ser de
luz e portanto esta era uma adequada descrição dele. Após sua queda, Orígenes
continua, ele não mais era um
ser de luz e se tornou conhecido como Satanás (= o Opositor).
Um
outro ponto é que a comunidade erudita bíblica quase que universalmente
rejeita o ser identificado como Helel ben Shahar em Isaías 14 como sendo
diretamente o rei da Babilônia. Há uma figura contemporânea na religião
Cananita que se assemelha a Helel em Isaías 14. A figura é ‘Athtar. Em
determinado ponto do mito Cananita, ‘Athtar tenta sentar no trono de
Ba’al, o rei dos deuses. Ele falha em sua tentativa, e ao invés disso desce
à terra para lá reinar (veja a semelhança também com Loki, Odim, Asgard e
Midghard na mitologia nórdica). ‘Athtar é conhecido em inscrições do sul
da Arábia como Vênus, ou a estrela da Manhã. Mais do que isto então,
formam o contexto do relato de Isaías (ele compara a ambição do rei da
Babilônia com a de Lúcifer). As “estrelas de Deus” é uma referência à
assembléia divina – todas as divindades dos céus. O monte da congregação
da banda do norte (no original em Hebreu) é equivalente a frases Cananitas
descrevendo o lugar de habitação de Ba’al. Então, em efeito, temos em Isaías
a descrição de uma divindade quem desejava usurpar o trono de Ba’al e
reinar nos céus. Claro que existem diferenças assim como semelhanças, mas
acho este argumento perfeitamente convincente para mim.
Para ler mais sobre isto: "The
Mythological Provenance of Isa. XIV 12-15: A Reconsideration of the Ugaritic
Material" by Michael S. Heiser, in Vetus Testamentum, 51/3 [2001], p.
354-369).
Ao
mesmo tempo, esta percepção parece ter sido a mesma que vemos no Novo
Testamento quando vemos Jesus clamar que viu Satanás “cair como um raio do
céu” (Lucas 10:18) e em João (João
12:31; 14:30; 16:11) e Paulo (Efésios 2:2)
encontramos Satanás descrito como o “Príncipe deste mundo.” Paulo
ainda em sua epístola a Timóteo relata que o grande pecado de Satanás foi a
soberba (I Timóteo 3:6). Foram estas referências (entre outras) que levaram
os patriarcas da igreja Cristã concluírem que Helel em Isaías 14 era Lúcifer
e também Satanás. As semelhanças entre suas crenças, e o que eles viam no
texto do Velho Testamento se juntaram para formar uma última opinião. Quando
o texto Latino nomeou o ser de Isaías 14 como Lúcifer, aquela tradição já
há muito tempo existia.
A
Tradição pode ser poderosa e com certeza os antigos cristãos eram muito
mais inteligentes em termos de tradução do hebraico do que pensamos. Dicionários
atuais notarão que Lúcifer é um nome para o demônio. O mesmo pode ser
visto em dicionários contemporâneos de Joseph Smith. De alguma forma, mesmo
que a identificação em Isaías 14 com Satanás não fosse correta,
tradicionalmente, Lúcifer tem sido considerado como um nome para o demônio
em Inglês desde que o Inglês moderno veio a existir. Pode ser discutível se
o uso ou não uso do termo por Joseph para o demônio esteja baseado em sua
leitura da Bíblia Versão do Rei Tiago ou simplesmente no difundido uso do
nome em sua época. Podemos encontrar dezenas de textos religiosos do 19o século
e apesar de Satanás ser de longe o termo mais popular para o demônio, Lúcifer
é usado freqüentemente. Em vista desta aplicação, sempre que Joseph
estivesse se referindo ao demônio em seus escritos quando usava o nome de Lúcifer,
ele estava se conformando ao padrão e a aceitável definição de uma
palavra. E a questão se era ou não apropriado tal termo é totalmente
irrelevante pelo fato de que todo mundo que lesse o material que ele produziu
não teria absolutamente qualquer problema em exatamente compreender o que
estivesse dizendo. Como nota
final, a menção de Lúcifer em D&C 76 está perfeitamente compatível
com o antigo uso Cristão onde Lúcifer é o anjo/divindade que estava na
presença de Deus antes de sua queda. Embora não universalmente seguido, o
uso SUD do termo geralmente segue este princípio.
A
Bíblia de Jerusalém, em sua nota de rodapé sobre Isaías 14:12
declara:
[Os
vv. 12-15 parecem inspirar-se num modelo fenício. Em todo caso, eles
apresentam vários pontos de contato com os poemas de Rãs-Shamra: a estrela
d’alva e a aurora são duas figuras divinas; a montanha da Assembléia é
aquela em que os deuses se reuniam, como no Olimpo dos gregos. Os Patriarcas
interpretaram a queda da estrela d’alva (Vulg., “Lúcifer”) como a do príncipe
dos demônios.]
A minha Bíblia Anotada (tradução da Ryrie Study
Bible) versão Almeida, revista e atualizada, possui o seguinte comentário do
erudito protestante Dr. Charles Caldwell Ryrie sobre estes versículos de Isaías
14:
14:12
estrela
da manhã.
Lit., o luminoso, evidentemente uma referência a Satanás, por causa da
descrição semelhante feita por Cristo (Lc 10:18) e por causa da
impropriedade das expressões de Is 14:13-14 nos lábios de qualquer outro a não
ser Satanás (cf. I Tm 3:6). Debilitava as nações. Cf. Ap 20:3.
14:13-14
Cinco frases com o sujeito na primeira pessoa detalham o pecado de Satanás.
Ele queria ocupar o céu, a morada do próprio Deus. Exaltar o seu trono acima
das estrela de Deus pode ser uma referência ao seu desejo de governar todos
os seres angelicais, ou simplesmente outra maneira de indicar sua auto-exaltação.
Norte. Na literatura pagã, o Norte indicava a morada dos deuses; assim, Satanás
ambicionava governar o universo como o conselho (congregação) dos deuses
babilônicos supostamente fazia. Ele queria a glória que pertencia somente a
Deus (quanto a nuvens, veja 19:1; Êx 16:10) e o seu objetivo total era ser
semelhante ao Altíssimo (heb., Elyon).
Enciclopédia Judaica: Verbete Lúcifer:
O mito Lúcifer foi transferido a Satanás no século pré-Cristão, conforme podemos aprender a partir da Vida de Adão e Eva (12) e o Enoque Eslavônico (xxix. 4, xxxi. 4), onde Satanás-Sataniel (Samael?) é descrito como tendo sido um dos arcanjos. Porque ele almejou “fazer seu trono mais alto do que as nuvens sobre a terra e assemelhar-se ‘Ao altíssimo todo poderoso’, Satanás-Sataniel foi expulso, com suas hostes de anjos, e desde então ele tem estado pairando no ar continuamente sobre o abismo (compare Testamento dos Patriarcas, Benjamim, 3, Efésios ii.2, vi. 12). De acordo com Tertuliano (“Contra Marrionem,” v. 11,17), Orígenes (“Ezequiel Opera,” iii. 356), e outros, identificam Lúcifer com Satanás, que também é representado como tendo sido “atirado para baixo dos céus” (Apocalipse xii. 7, 10; compare Lucas x.18)
“Então em seguida Athar o Feroz
Sobe aos penhascos de Saphon.
Ele se assenta no trono de Ba’al o Poderoso
Seus pés não alcançam o escabelo,
Sua cabeça também não alcança o topo do trono.
Então Athtar o Feroz declara,
‘Não posso ser rei nos penhascos de Saphon’.
Athar o Feroz então desce,
Desce do trono de Ba’al o Poderoso,
E ele se torna Rei sobre todo o vasto mundo inferior.”
- Cartas de Rã s Shamra
Bom, já temos opiniões de eruditos Católicos, protestantes e judeus e as cartas de Rãs Shamra que endossam a associação de Lúcifer em Isaías 14 com Lúcifer. Somente para terminar, ainda achei na Internet um bom artigo dos Adventistas do Sétimo Dia, o qual fazem uma análise das propostas de Lutero e Calvino, contra as de Jerônimo, Orígenes e Tertuliano, o arquivo pode ser lido no Link abaixo:
Análise de Lúcifer em Isaías 14:12-14.
25) Pergunta: A Biblia não ensina que os mortos estão
inconscientes como se eles estivessem dormindo?
Autor: Jeff Lindsay
Tradutor: Evandro M. Faustino
“Porque
os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma,
nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao
esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já
não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do
sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças,
porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto,
nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ecclesiastes 9:5-6,10,
ênfasis adicionada)
“Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo
dia perecem os seus pensamentos. (Salmos” 146:4)
“Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao
silêncio.” (Salmos 115:17,
cf 6:5)
“Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso
amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos:
Senhor, se dorme, estará salvo. Mas
Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do
sono. Então Jesus disse-lhes claramente:
Lázaro está morto;” (João 11:11-14, cf. 1
Tes 4:13-17)
Resposta: Não! A Biblia ensina que a consciência do espírito
continua a existir.
Deus cria o corpo do homem pó da terra and coloca o seu espirito dentro
deste corpo. Como resultado, cada indivíduo tem a dualidade do corpo e do
espirito, que quando colocados juntos constitui um alma vivente. Na morte
fisica, o corpo e o espirito se separam. O corpo retorna a “terra como era”, e
o espirito retorna a “Deus que o deu” (Eclesiastes 12:7) Embora o corpo não
tenha mais consciencia depois da morte, o espirito sai do corpo e continua a
existir como um ser de consciência e percepção; retendo assim a abilidade de
pensar, sentir, e de lembrar-se do conhecimento adquirido aqui na mortalidade.
Alguns argumentam que os versos citados acima contradizem a crença de
que existe vida depois da morte. Eles dizem que os mortos não têm conhecimento,
pensamentos, nem emoções; e que eles existem em um estado inconsciente de sono.
Mas, apesar daquilo que alguns dizem, não existe contradição entre estes versos
e a crença na vida após a morte; especificamente porque os versos citados acima
são concernentes aos cadáveres, não aos espiritos saídos dos corpos. Ambos se
referem aos “mortos” na Biblia (i.e. Geneis 23:6 & Isaías 14:9-10).
“Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração
do Todo-Poderoso o faz entendido.” (Jo
32:8)
O espirito é a vida do corpo; pois sem ele, o corpo está morto (Tiago
2:26). Porém é mais do que uma pequena força. É a parte da pessoa que “conhece”
as coisas daquela pessoa:
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem,
senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas
de Deus, senão o Espírito de Deus.” 1 Cor 2:11
Conhecer qualquer coisa exige pensamento e inteligência. Isto de acordo
com outros versos na Biblia, que revela que o espirito dentro de uma pessoa também
se manifesta em emoção e consciência. “Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi
abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbaram.”
(Dan 7:15)
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na
verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mat 23:41)
“E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim
arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos
corações?” (Mar 2:8)
“Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;” (Lucas 1:46-47)
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus.”
(Rom 8:16)
“Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito
que em nós habita tem ciúmes?” (Tiago 4:5)
a) O LAR DENTRO DO CORPO
Deus cria o corpo de cada um do pó da terra e coloca ou forma o espirito
de cada dentre deste corpo (Gen 2:7, 3:19; Jo 32:8, Zac 12:1). Como resultado,
o corpo serve como estrutura fisica, como um tabernaculo ou casa, onde o
espirito humano habita:
“E tenho por justo, enquanto estiver neste
tabernáculo, despertar-vos com admoestações, Sabendo que brevemente hei de
deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem
revelado.” (2 Pedro 1:13-014)
“PORQUE sabemos que, se a nossa casa terrestre deste
tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por
mãos, eterna, nos céus. E por isso
também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos
achados nus. Porque também nós, os que
estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser
despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida... Quanto
menos àqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são
esmagados como a traça!”
(2 Cor 5:1-4, 6; Jó 4:19)
Note como os apóstolos escreveram os versos precedentes a partir do
ponto de vista de seus espiritos que habitam dentro de seus corpos mortais;
espiritos que “pensam”, “sabem”, “gemem”. Faz sentido pensar que, desde que o
corpo tenha uma estrutura fisica onde habitar, o verdeiro “eu ou ego”deve ser o
espirito dentro do corpo. Portanto, cada pessoa tem a dualidade natural do
corpo e do espirito. O corpo é o “homem exterior” e o espirito é o “homem
interior” (2 Cor 4:16, Rom 7:22); e a unão dos dois constituem uma “alma”
vivente (Gen 2:7, cf Jó 32:8, Zac 12:1).
MORTE FÍSICA
Morte fisica é a separação do corpo e do espirito de alguém:
“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte
a Deus, que o deu.” (Ecl 12:7)
“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto,
assim também a fé sem obras é morta.” (Tiago 2:26)
Quando o espirito e o corpo de uma pessoa se separa; os pensamentos
partem junto com o espirito; deixando para tráz o corpo onde todos os
pensamentos perecem:
“Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.” (Salmos 146:4)
Note que a expressão “volta para a terra” em Salmos 146:4 deve estar se
referindo ao corpo, porque é o corpo que “retorna” `a terra, não o espirito
(compare com Gen 3:19 & Ecl 12:7). Da mesma forma, desde que é o espirito
que “conhece as coisas do homem”; todo o conhecimento daquela pessoa perece
dentro do corpo depois que o espirito sai. Consequentemente, os mortos (i.e.
cadáveres) nada sabem e eventualmente irão para a sepultura.
“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas
os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa,
mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio,
e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa
alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer,
faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu
vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ecclesiastes 9:5-6,10, ênfasis adicionada)
Referente a estes versos, Joseph Fielding Smith escreveu “...quando a morte intervém, o corpo é deixado na sepultura em paz e o corpo nada sabe sobre os assuntos de um mundo bem ativo.” (Respostas e Perguntas do Evangelho, Vol 4, p. 183)
O Teólogo Não-Mórmon Donald C. Fleming concorda: “os mortos nada sabem: o contexto (quando alguém
interpreta como o cadáver) faz o sentido ficar óbvio.” (F.F.
Bruce, The International Bible Commentary, p. 699).
No
verso 10, a palavra “sepultura” é traduzida da
palavra Hebraica
Sheol, que tem vários significados dependendo do contexto em que
é usada. Pode
ser traduzida como “hades”, “sepultura”,
“inferno”, “cova”, ou “mundo dos
mortos.”
Consequentemente, o termo pode se referir ao mundo dos espiritos ou
parte dele.
Mas o contexto de Ecc 9:5-6, 10 está descrevendo um lugar
diferente; um lugar
onde não existe “trabalho, objetos, conhecimento, ou
sabedoria” ; um lugar onde
“os mortos nada sabem.” Que melhor descrição
do que esta poderia haver da
“sepultura” ou tumba em que o corpo é deixado para
descansar? Além do mais,
desde que o cadáver não tem faculdades mentais,
emocionais, então não pode
fazer nada, muito menos louvar ao SENHOR:
“Os mortos não louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio.” (Salmos 115:17, cf 6:5)
Muitos outros versos podem ser entendidos em termos de um cadáver.
Exemplos: um corpo é enterrado (Gen 23:15); um corpo retorna ao pó (Salmos
104:29); um corpo está mudo (Salmos 31:17); um corpo não pode entender (Jó
14:21); um corpo não pode ter esperanças (Isaias 38:18); e um corpo “dorme” (Jó
14:10,12).
A Morte e o Adormecer
Por causa da semelhança física entre alguém que recentemente faleceu e
alguém que acabou de adormecer, algumas culturas se referem `a morte como
“sono”. Os antigos Judeus não eram diferentes, inclusive o próprio Jesus usou
esta metáfora:
“Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso
amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos:
Senhor, se dorme, estará salvo. Mas
Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do
sono. Então Jesus disse-lhes claramente:
Lázaro está morto;” (João 11:11-14, cf. 1
Tes 4:13-17)
A metáfora é uma figura de linguagem usada para sugerir a semelhança
entre diferentes objetos, ideias, ou estado de uma pessoa. Portanto, embora a
morte não seja adormecer, existem certas semilaridades. Apesar de tudo, o que
devemos ter em mente é que esta metáfora não é para significar uma comparação
entre o estado de um espirito que saiu do corpo e o sono; mas sim, para
significar uma comparação entre o estado de um corpo e o sono.
Geralmente, quando uma pessoa morre, o corpo deita-se; as pálpebras se
fecham; e tanto as batidas do coração quanto a respiração param. De uma maneira semelhante, quando uma pessoa
dorme, o corpo deita-se, as pálpebras se fecham; e tanto as batidas do coração
quanto a respiração diminuem consideralvelmente. Consequentemente, a aparência
de alguém que tem adormecido é semelhante a aparência de alguém que tem
falecido recentemente. Assim que a pessoa descansa num estado de inconsciência
ao dormir, também o corpo descansa em um estado de “não-consciência” na morte
(Ecl 9:5-6, 10; Salmos 146:4)
Na Biblia, existe um grande número de versos que mostram que esta
metáfora é usada especificamente para descrever o estado de um corpo. Por
exemplo, um corpo dorme no
“pó”da terra (Dan 12:2); um corpo dorme e é “enterrado” (1 Reis 2:10;
11:43, 14:31, 15:8, 15:24); e o corpo dorme e vê ”corrupção” (Atos 13:36).
Mesmo Mateus escreveu que “corpos” dormem nas sepulturas (Mas 27:52).
Por outro lado, esta metáfora nunca é usada para descrever o estado de
um espírito que deixou seu corpo; que nem dorme no “pó”, nem é “enterrado”, nem
vê “corrupção.” Devemos lembrar que o corpo retorna ao pó da terra, não o
espirito (Gen 3:19, Ecl 12:7). Ainda assim, alguns insistem em dizer que o
espírito é apenas uma forma de energia ou força de vida no corpo, como a
eletricidade é para o computador, não tendo consciência fora do corpo. Mas para
sua informação, a Biblia ensina de outra forma.
Antes de deixar este assunto, todavia, alguém deveria também considerar
uma das principais diferenças entre morte e sono; especificamente entre o
estado de “não consciência” e o estado de “inconsciência.” Como descrito acima,
o corpo descansa em um estado de “não-consciência” porque nenhum espírito
habita dentro de um corpo morto (Tiago 2:26). Consequentemente, um corpo não
tem conhecimento, pensamentos, nem emoções. Por outro lado, uma pessoa que está
adormecida descansa em um estado de “inconsciência” porque o espírito ainda
habita dentro do corpo de um corpo adormecido.
Enquanto adormecido, alguém retém o conhecimento adquirido até aquele
momento e continua a ter pensamentos inconscientes e sentimentos em sonhos. Uma
pessoa pode até resolver problemas matemáticos ou pensar em novas ideias
durante este periodo de inconsciência. De fato, alguns indivíduos podem receber
revelação de Deus através de sonhos; mostrando que alguém pode adquirir
conhecimento enquanto dorme (e.g. Gen 37:5-11, Daniel 2, Mat 1:18-25). Estes
sonhos inspirados também mostram que uma pessoa pode ver e ouvir enquando
dorme, não com os ouvidos e olhos fisicos, mas com os olhos e ouvidos
espirituais. Portanto, desde que o espirito dentro do corpo pode ver, ouvir,
sentir, pensar, e aprender enquanto o corpo está adormecido; então não deveria
o mesmo espírito fora do corpo ser capaz de realizar estas mesmas funções
enquanto o corpo está morto?
Vida após a Morte:
1. Nós voamos:
“Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se
alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e
enfado, pois cedo se corta e vamos voando.” (Salmos 90:10) Na morte fisica, nossos espíritos
separam de nossos corpos terrestres e “voam” (compare com Ecl 12:7).
O “vamos” em Salmos 90:10 refere-se aos nossos espíritos, que habitam
dentro de nossos corpos físicos; o mesmo se aplica quando Paulo descreve como que
gemendo dentro de nossa casa terrestre, “temos de
Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.”
(2 Cor 5:1-6)
2. A morte do Rei da Babilônia
“O inferno desde o profundo se turbou por ti, para te
sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os chefes da
terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações. Estes todos
responderão, e te dirão: Tu também adoeceste como nós, e foste semelhante a
nós. Já foi derrubada na sepultura a tua
soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, e os
bichos te cobrirão.”
(Isaias 14:9-11, compare com Ezequiel 32:18-32)
Uma vez que o cadáver não tem consciência e não pode falar, os “mortos”
nestes versos devem estar se referindo aos espiritos (que deixaram seus corpos)
dos “chefes da terra”; que ameaçam este ditador brutal da Babilonia, uma vez
poderoso. Na morte, o rei da Babilonia tinha se tornado como eles. Seus
espiritos sem corpos se ajuntaram nos céus, enquanto seus corpos permaneciam
cobertos por vermes na sepultura.
3. O Homem Rico e Lázaro:
“Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de
linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado
Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que
caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.
E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” (Lucas 16:19-31)
Ao contrário dos corpos, estes verso mostram que os espiritos que
deixaram seus corpos retém suas faculdades mentais e emocionais; permitindo-os
a pensar, sentir, e lembrar das memórias da existência mortal. A parábola do
Rico e do Lazaro claramente ilustra que os mortos (i.e. espiritos desencarnados)
verdaderiamente continuam a existir como seres conscientes após a morte.
Apesar desta apresentação vivida da vida após a morte, alguns ainda afirmam
que esta doutrina é falsa; porque a parabola é simplesmente uma história
ficticia usada para ensinar certos principios, não um evento real. Mais uma
vez, eles baseiam seus argumentos em Ecl 9:5-6, 10 e Salmos 146:4, que diz
explicitamente que os “mortos” nada sabem e não tem pensamentos ou sentimentos.
Este argumenteo, contudo, é fundado numa falsa premissa: Ecl 9:5-6, 10 e
Salmos 146:4 estão se referindo aos corpos, e não espiritos desencarnados como
em Lucas 16:19-31. De fato, em nenhum lugar na biblia ensina que os espiritos
desencarnados não tem pensamentos ou sentimentos. Além disto, embora elas sejam
ficticias, todas as parábolas de Jesus são baseadas em eventos que tem ou
poderiam ter acontecidos. Por que a parabola do Homem Rico e do Lazaro deveria
ser diferente? De fato, Jesus nunca se basearia seus ensinamentos em doutrina
falsa. Fazer isto seria enganar e confundir, o que é contrário a sua natureza
divina (1 Pedro 2:22, 1 Cor 14:33). Portanto, a apresentação de Cristo da vida
após a morte na parabola do Homem Rico e do Lazaro deve ser verdadeira.
4. A Promesa de Cristo ao malfeitor:
“E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43)
No mesmo dia em que Cristo e o malfeitor morreram, eles foram juntos
como espiritos desencorpados ao Paraiso (Mundo dos espiritos)
5. Cristo Pregou o Evangelho aos
Mortos:
“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o
justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne,
mas vivificado pelo Espírito;
No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava
nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito)
almas se salvaram pela água;” (I Pedro 3:18-20)
O fato que Cristo foi e pregou a estes espiritos desencarnados indicam
que eles devem ter tido a habilidade de ouvir e entender. Poucos versos adiante
na mesma epistola, o apostolo Pedro se refere novamente `a este evento:
“Porque por isto foi pregado o evangelho também aos
mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas
vivessem segundo Deus em espírito;” (1 Pedro 4:6)
6. Batismo
pelos Mortos:
“Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos
mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles
então pelos mortos?” (1
Cor 15:29)
Porque Paulo cita esta prática para suportar seu argumento sobre a
ressurreição, pois ele bem comos os Corintians deve ter visto o batismo pelos
mortos como uma ordenança válida. Evidentemente, pelo menos alguns antigos
Cristãos batizaram pelos mortos; o que sugere que eles acreditavam que os
mortos teriam a oportunidade de ouvir o evangelho, acreditar em Cristo, e se
arrepender de seus pecados.
7. Aqueles que dormem em Cristo têm esperança:
“Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo
não ressuscitou. E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também
os que dormiram em Cristo estão (A
versão KJV da Biblia usa a palavra PERECER no lugar de perdidos) perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os
mais miseráveis de todos os homens.” (1 Cor 15:16-19)
Nos versos precedentes, alguns interpretam “perecer” como “não existente”;
para que, se Cristo não tivesse sido levantado dentre os mortos, então aqueles
que dormem nele seriam “inexistentes.” No entanto, “perecer” é traduzido da
palava Grega apollumi, que pode
tambem ser traduzida como “perdido.” Note como a mesma palavra Grega é usada em
outros lugares na Biblia:
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo
(apollumi) uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida
(apollumi) até que venha a achá-la? E
achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso;” (Lucas 15:4-5)
“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder
(apollumi) uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com
diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo:
Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida (apollumi).” (Lucas
15:8-9)
Em ambos os casos, a ovelha e a dracma estão “perdidas” (apollumi) por
algum periodo de tempo; mas elas não são “inexistentes” enquanto elas estão
perdidas. Da mesma forma, se Cristo não tivesse se levantado dentre os mortos,
então aqueles que dormem em cristo estariam “perdidos” (apollumi); mas não
seriam “inexistentes.”
Além do fato que, depois de mencionar aqueles que “dormem em Cristo”,
Paulo escreveu, “Se esperamos em Cristo só nesta
vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Cor
15:19). Neste contexto, Paulo não estava se referindo `a vida após a
ressurreição; mas, a vida entre a morte e ressurreição daqueles que ”dormem em
Cristo.” Em outras palavras, esta vida não é a única vida em que temos
esperança em Cristo. Na vida pós morte, aqueles entre nós que dormem em Cristo
tem esperenças Nele também; de outra forma, “somos os mais miseráveis de todos
os homens.”
8. Os Espiritos dos Homens Justos:
Moisés aparecendo a Cristo
Pergunta: Se voce acredita que Moisés morreu, e acredita que o espírito
não continua a viver após a morte, então o que estava acontecendo quando Moisés
apareceu a Cristo em Mat 17?
Com relação a expressão dos “espiritos
justos aperfeiçoados,” considere
as seguintes observações: Primeiro, o plural “espiritos”
revela que estes espiritos não se juntam para se tornarem um só “espirito”,
como força de vida ou energia talvez se comportem. Ao invés disto, eles mantém
sua individualidade depois da morte. Segundo, a frase “de homens justos, indica que estes espiritos também retém suas
identidades. Terceiro, “aperfeiçoados”
mostra que estes espiritos podem se aperfeiçoar entre a morte e ressurreição. E
quarto, estes espíritos são nomeados entre outros seres conscientes e
inteligentes (i.e. anjos, igreja dos primogênitos, Deus , e Jesus).
9. Alusões de Paulo:
O apóstolo Paulo aludiu que existe vida após a morte:
“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.” (Filip 1:23-24)
“Mas temos confiança e desejamos antes deixar este
corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Cor 5:8)
Além de tudo, Paulo escreveu sobre algumas de suas experiências, que
suportam ainda mais a doutrina de que existe um espirito dentro de cada um de
nós que pode conscientemente existir fora do corpo.
“EM verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às
visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há catorze anos
(se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado
ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei;
Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao
homem não é lícito falar.”
(2 Cor 12:1-4)
Agora neste exemplo, é irrelevante se estas visões e revelações foram
reais ou imaginárias, porque para imaginar qualquer coisa ainda requer um
processo de pensamento. O argumento aqui é que Paulo acreditava que era
possível para um homem em Cristo conscientemente experimentar visões e
revelações (real ou imaginária) e ouvir palávras inefáveis enquanto “fora do
corpo.” Consequentemente, se fosse uma doutrina falsa que alguém pode
conscientemente existir “fora do corpo”, Paulo nunca teria considerado esta
possibilidade.
A
“Alma” é uma
daquelas palavras que tem vários significados dependendo do contexto em que é
usado. Uma definição é a união do corpo e do espirito (Gen 2:7, Zac 12:1 e Jo
32:8). Consequentemente, almas mortais são sujeitas `a morte desde a queda de
Adão.
“ E eles feriram
todas as almas que lá estavam com a lamina da espada, destruindo a todos: não
foi deixado ninguém para respirar: e a Hazor queimou com fogo.” Josué
11:11 (Versão King James)
Contudo, em outros contextos a
mesma palavra também pode referir-se especificamente ao próprio espírito. Como
dito anteriormente, o espirito é a vida do corpo e se separa dele na morte (Jo
32:8; Tiago 2:26; Ecl 12:7). Nos versos seguintes, “alma” é usado no
lugar de “espirito”; mostrando que as duas palavras podem ser usadas
intermutavelmente.
“Ao sair lhe a
alma (porque morreu) deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamin.” (Gen
35:18)
“Então se
estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: Ó SENHOR meu
Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele. E o SENHOR ouviu a
voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.” (I Reis
17:21-22; cf Lucas 8:49-56).
Agora veja esta outra escritura
usando a palavra “espirito” com o
significado adequado e correto de espirito, significando trazer a vida de volta
ao morto.
“...Entretanto
ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levante-te. Voltou-lhe
o espirito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de
comer.” (Lucas 8:49-56)
Portanto, tanto a alma bem como o espirito de uma pessoa continuam a
existir independentemente do corpo após a morte. Por esta razão, é possivel
matar o corpo sem matar a alma (Mat 10:28). Isto também explica como a alma de
uma pessoa pode prosperar (3 João 2). De novo, a Biblia claramente revela que a
alma é mais do que uma simples força da vida que anima o corpo físico. É a entidade
do espírito que conscientemente existe fora do corpo depois da morte.
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar
as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do
testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó
verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que
habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e
foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se
completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos
como eles foram.” (Apoc
6:9-11)
Conclusão:
Deus cria o corpo de uma pessoa do pó da terra e coloca o espirito desta
pessoa dentro do corpo. Portanto, cada indivíduo tem um natureza de dualidade
do corpo e do espirito, que quando juntados consituem uma alma vivente. O
espirito no interior é aquela parte que “conhece” as coisas de uma pessoa. Ela
pensa, entende, deseja, e sente. O corpo é uma estrutura fisica, como uma casa
ou um tabernáculo, em que o espirito de cada um habita.
A morte fisica é a separação entre o espirito e o corpo de uma pessoa. O
corpo retorna a “terra como era”; e o espirito retorna ao “Deus que o deu.”
Quando o espirito sai do corpo, leva com ele o conhecimento, pensamentos e emoções;
deixando o corpo em que todos estes atributos perecem. Consequentemente,
cadáveres não tem consciência e “dormem” no pó da terra. Por outro lado,
espiritos desencarnados continuam a existir como seres conscientes estando a
parte de seu corpo; retendo a abilidade de pensar, sentir, e lembrar o
conhecimento e memórias adquiridas aqui na mortalidade. Contudo, apesar das
diferenças, tanto os corpos e espiritos desencarnados são citados como os “mortos.”
“Alma” é um termo que tem mais que uma definição
dependendo do contexto em que a palavra é usada. Pode ser referir a união do
corpo e espirito, em cujo caso, uma alma mortal pode ser morte. “Alma”
pode também se refeir especificamente ao espirito em si. Em ta caso, a alma de
alguém existirá conscientemente `a parte do corpo depois da morte fisica.
The Spirit Within, de um comentário anônimo feito em
meu Mormanity blor (entrada em 5 de Janeiro):
Enquanto
o AT geralmente trada do homem como um todo
(veja nepesh-alma, “frequentement traduzido como simplesmente
“o EU ou ego”),
tamb’em reconhece seu dualismo essencial (A.B. Davidson, The
Theology of the
OT, P. 202). Carne e espirito combina
para formaa “a si próprio, ego”, para que enquanto o
homem pode possa
ser referido ao ter um “Ruah” ele é um
“nepesh” (contudo ele é as vezes dito
possuir um nepesh, que sai de seu corpo na hora da morte). O
“Ruah” é contido
com seus “nidneh ‘sheath’ corporal (Dan 7:15),
Aramaico; cf. Zac 12:1). Na
morte o corpo retorna ao pós, mas o espirito imortal retorna a
Deus que o deu
(Gen 3:19; Eccl 12:7). Neste sentido “Ruah” e
“Nepesh”, aqui significa
distintamente “alma”, tem a tendencia a extrapolar
(Jó 7:11, Isa 26:9; cf. Ex
6:9 com Num 21:4; RTWP, P. 234). Isto difere da Teologia liberal, quem
tende a
limitar “ruah” para um poder vital impessoal que se torna
individualizado
somente em “nepesh”. Portanto, isto considera que a alma
não pode existir
independentemente do corpo, i.e que quando o “ruah” ou
“poder” sai. (Eccl 12:7), a pessoa cessa de existir.
(L.Kdhler, Old Testament Theology, p.145, opposed by Davidson, op. cit,
pp.
200-201) Contudo ambos “nepesh e ruah” pode sair do corpo
na morte e existir em
um estado separado dele. (Gen 35 ,
Salmos 86:13; cf. I Reis 17:22 em casos raros da alma retornar ao seu
corpo). “
26 – O Livro de Mórmon diz ser um volume de escritura em adição a Bíblia;
no entanto, a Bíblia diz que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e
proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em
justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para
toda a boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17). Se toda a escritura que necessitamos
já foi dada, então não temos necessidade de escrituras adicionais tal como o
Livro de Mórmon.
O pronunciamento de Paulo a Timóteo somente diz respeito à utilidade de
escrituras em geral e não limita a quantidade de escritura que Deus pode ou
venha dar através de profetas autorizados. Quando escritura é dada, ela pode
ser usada para muitas coisas. As escrituras que Paulo se refere são aquelas que
Timóteo conhecia desde “criança” (2 Tim 3:15) que somente pode significar o
Antigo Testamento, uma vez que o Novo Testamento não tinha sido ainda
compilado. Da mesma forma, as escrituras que os Bereanos pesquisaram para
comparar com os ensinamentos de Paulo e Barnabé somente poderiam ter sido o
Antigo Testamento (Atos 17:11). Se alguém interpretar a afirmação de Paulo a Timóteo
como querendo dizer que escrituras adicionais não são de necessário valor,
então esta mesma pessoa teria que rejeitar o Novo Testamento inteiro, incluindo
a epístola de Paulo a Timóteo.
Bibliografia
Utilizada nesta janela:
Regras de Fé
A Bíblia de Jerusalém
Site da Blue Letter Bible
Obras- padrão
História da Civilização -
“AS REFORMAS - Vol. VI e A IDADE DA FÉ – Vol.IV”; Willian & Ariel Durant
History of the Church
A Igreja Restaurada
SHIELDS site
Enciclopédia do Mormonismo
By Study and also by Faith
por
Élder Moreira: Missão Porto Alegre Sul (1990-1992)